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sexta-feira, 31 de maio de 2019

COINCIDÊNCIA OU PROVIDÊNCIA? – Dom Ceslau Stanula


31/05/2019


 Coincidência, ou providência!?

Recebi um ZAP, da Espanha, sobre a UE, que me chamou atenção. Então  fiz a pequena pesquisa sobre o Histórico da bandeira da União  Européia. Chama atenção a sua simplicidade e ao mesmo tempo a grandiosidade... O simples  pano azul que leva o pensamento no infinito e as 12  estrelas douradas símbolo da harmonia e perfeição.

 Em 1950, quando ainda nascia a UE do recém formado Conselho da Europa, foi feito o concurso para idealizar a bandeira. O concurso ganhou o Sr.Arsene Heitz, católico praticante de Estrasburgo.

Inspirou-se no texto bíblico: Ap 12,1 que se refere a Maria. A referência bíblica foi rejeitada, porém foi aceita a proposta.

As cores Marianas na bandeira da UE! Outra coincidência, o Conselho  da Europa, aceitou oficialmente assim criada a bandeira no dia 8 de dezembro, na festa da Imaculada .

Por mais que a  UE na sua Constituição, não aceitou nem sequer mencionar o cristianismo, que foi o fundamento da grandeza da Europa, Maria, a Mãe de Jesus, entrou, pelos seu símbolos, na maior potência politico - econômica e laica do mundo. Por meio desta sua presença pelos símbolos, Ela lembra sempre que  a almejada  justiça, alcançaremos  fazendo  "tudo o que Ele vos disser" (Jo.2, 5).

Com estes pensamentos e certeza da presença da Mãe no meio de nós, termino o mês de Maria. 

Ofereço a oração e benção.

Dom Ceslau.

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Dom Ceslau Stanula - Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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ACADEMIA DE EDUCAÇÃO DE FEIRA DE SANTANA - CONVITE


Clique sobre a foto, para vê-la no tamanho original:

A  Academia de Educação de Feira de Santana tem por finalidade estudo e pesquisa, definição e interpretação dos fatos, fenômenos e problemas da educação e ensino na sua acepção geral, competindo-lhe, como órgão de cooperação cultural, consultas, incentivos, promoções e realizações no campo educacional.



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quinta-feira, 30 de maio de 2019

DIREITA E ESQUERDA



"Sensacional! Filosofia pura! E aplicável!”


- Quando um cara de direita não é um caçador e não gosta de armas, ele não vai caçar e não compra armas.

- Quando um cara da esquerda não é um caçador e não gosta de armas, ele pede que a caça e a venda de armas sejam proibidas.

- Quando um cara da direita é vegetariano, ele não come carne.

- Quando um cara da esquerda é vegetariano, ele faz campanha contra alimentos a base de carne e gostaria de proibir a todos de comer carne.

- Quando um homem de direita é homossexual, ele tem uma vida normal.

- Quando um cara da esquerda é homossexual, ele faz apologia a homossexualidade, vai às manifestações de "orgulho gay" e acusa todos aqueles que não pensam como ele de "homofóbicos".

- Quando alguém da direita perde o emprego, pensa em como sair da situação e fazer todo o possível para encontrar um novo emprego.

- Quando alguém da esquerda perde seu emprego, ele vai reclamar ao sindicato, e gastará até o último dia e vai a todas as manifestações e ataques contra a direita e contra os empregadores.

- Quando um cara da direita não gosta de um programa de TV, ele muda de canal ou desliga a TV.

- Quando um cara da esquerda não gosta de um programa de televisão, ele se queixa em jornais, rádios, canais de televisão, e se junta um partido político de esquerda para promover uma causa para conseguir chegar ao encerramento definitivo do canal de televisão que transmite o programa que ele não gosta.

- Quando um homem de direita é um ateu, ele não vai à igreja.

- Quando um dos esquerdistas é ateu, ele se esconde e persegue todos os que acreditam em Deus, denuncia a escola ou a instituição que expõe um crucifixo, protesta contra qualquer sinal de identidade religiosa, pede que os bens da igreja sejam expropriados, que a semana santa e toda procissão ou peregrinação seja proibida (contra o Islã não faz nada porque não tem coragem).

- Quando um cara de direita tem problemas econômicos, ele procura maneiras de trabalhar e ganhar mais dinheiro ou tenta encontrar financiamento para pagar suas dívidas e, se ele puder, ele ainda busca economizar.

- Quando um homem de esquerda tem problemas econômicos, ele culpa a direita, os empresários, a burguesia, o capitalismo, os neoconservadores, etc., etc., ele entra em contato com um Sindicato que com a esperança que o coloca quem em algum partido político ou em alguma boquinha em uma estatal.

- Quando um cara de direita lê este texto, ele ri e ele a reenvia para seus amigos.

- Quando um cara da esquerda lê este texto, ele se irrita e chama de fascista e retrógrado quem escreveu e enviou para ele.


Só se poderia acrescentar: 

Um homem de direita persegue sua própria felicidade; 

um homem à esquerda procura arruinar a felicidade dos outros.


(Autor não mencionado)

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QUEM VIVER VIVEU – Pe. Fábio de Melo


vida não pode ser só trabalhar e pagar conta.

Os dias estão passando muito rápido.

Esse ano já vimos um jornalista dizer: chego em 10 minutos para almoçar e não chegou.

Esse ano vimos um modelo tão entusiasmado para desfilar que o coração não aguentou. 

Alguém que foi descansar no mar... e não volta mais para casa.

E agora alguém que ia comemorar o aniversário da namorada junto da família... Não deu tempo nem para despedir. 

Organize sua vida colocando prioridades que realmente importam no seu dia a dia. Peça perdão, libere perdão, seja leve de espírito...

Beije quem você ama, abrace, conforte, chore junto, sorria mais ainda...

Não gaste energia com quem não quer o seu bem, não perca tempo abrindo a sua boca para falar o que não edifica, a vida é muito curta para viver aborrecido.

Brinque com seus filhos, durma com eles, se lambuze ao cozinhar algo e divirta-se....

E busque ganhar dinheiro o suficiente somente para você ter segurança e um pouco de conforto, todo o resto é vaidade, é idiotice...

Um dia a hora chega e quem viver, viveu.


Padre Fabio de Melo

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quarta-feira, 29 de maio de 2019

VINICIUS DE MORAES É O TEMA DA CONFERÊNCIA DO PROFESSOR E POETA EUCANAÃ FERRAZ NA ABL



O professor e poeta Eucanaã Ferraz faz, na Academia Brasileira de Letras, a palestra de encerramento do ciclo de conferências “Poesia cantada: melodia e verso”, sob coordenação do Acadêmico e jornalista Zuenir Ventura, intitulada Vinicius de Moraes: a canção como destino. O evento está programado para dia 30 de maio, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro) Entrada franca.

A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado é a coordenadora-geral dos ciclos de conferências de 2019.

Serão fornecidos certificados de frequência.


O CONFERENCISTA

Poeta e Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, onde leciona Eucanaã Ferraz publicou, entre outros livros, Martelo e Desassombro, Rua do mundo e Cinemateca. Para o público infanto-juvenil, destacam-se Bicho de Sete Cabeças e outros seres fantásticos; Palhaço, macaco, passarinho.

Eucanaã Ferraz ganhou o Prêmio de Melhor Livro para Criança (Água sim) pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ. Organizou, de Caetano Veloso, Letra Só, seleção de letras; e O mundo não é chato, reunião de textos em prosa. Assinou, ainda, os volumes Poesia completa e prosa de Vinicius de MoraesVeneno antimonotonia, antologia de poemas e letras. Na área ensaística, publicou Folha Explica Vinicius de Moraes.

23/05/2019

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NOTRE DAME DE PARIS, UM OLHAR, UMA VIRTUDE - Nelson R. Fragelli


29 de maio de 2019
Nelson R. Fragelli
  
           De longe ela atrai. Ela convida a se aproximar. Sente-se que ela quer se comunicar. Sente-se que ela tem palavras de reconforto. Há quase 900 anos ela é a casa da Mãe de Deus cuja bondade ao longo desses séculos penetrou suas pedras. Não há quem olhando-a não sinta promessas e esperanças. Em sua grandeza ela não espera que o peregrino lhe faça uma promessa a ser paga se uma graça lhe for concedida. Não, ela se adianta e faz sentir no íntimo dos corações seu desejo de ajudá-lo. Quem não necessita de ajuda? Basta aproximar-se para obtê-la.

           E os visitantes se aproximavam aos milhares. Nos últimos tempos, em quase todas as estações do ano, as filas eram longas. Bem mais longas do que no fim do século passado. Aspirações e esperanças formavam aquelas filas. O que são essas esperanças? É a certeza de que ali serão preenchidas partes vazias da alma que pena em meio a este mundo. Por isso ela atrai tanto. O visitante intui que no mais alto daquelas esperanças está o ponto de encontro com Deus.

           Essa mesma esperança um dia moveu um jovem incrédulo rumo à aceitação da Fé. Ele cedeu àquela atração bondosamente expressa pela imagem de Nossa Senhora, em meio à rosácea central, tendo nos braços seu divino Filho. Viu-a, aproximou-se e entrou. Entrando, encontrou um mundo repleto de tão fortes impressões que ficaria atordoado se elas não fossem inteiramente calmas e ordenadas. Silenciosamente percorreu as naves da catedral com os olhos fixos nas altas abóbodas e na magia das cores escachoantes dos vitrais, radiante de luzes espirituais recolhidas na penumbra do templo. Esse jovem tornou-se conhecido no mundo católico. Era o literato Paul Claudel (1868 – 1955).

            Naquele dia ele via esse santuário ao toque de sinos do Angelus, momento tranquilo em que Paris faz a pausa do meio-dia. Vejo a igreja aberta, escreveu Claudel. É preciso entrar. Ao entrar diz meramente, Mãe de Jesus Cristo, não venho rezar. Nada posso oferecer, nada tenho a Vos pedir. Venho somente, Mãe, vê-la de perto. Quero estar convosco no lugar onde estais.

           No lugar onde estais. Claudel sentia particular conforto em estar com a Mãe de Deus naquela Catedral. E ali se deu sua conversão. Convertido ele exprime com poesia o chamado feito por aquele lugar sagrado a cada um que o vê. Chamado que desde então se intensificou para incontáveis almas arrastadas pela voragem do mundo contemporâneo. Desde a conversão de Claudel a catedral se manteve a mesma, mas o mundo se distanciou de Deus. Olhá-la do fundo do vale obscuro deste século é vê-la numa expressão de esplendor que ela parecia não irradiar tão fulgente aos olhos daquele passado ainda não distante. Cresceu a impiedade. Cresceu também o fulgor da Catedral.

           Vê-la de perto era tudo o que Claudel queria. Vê-la “porque estamos neste século e Vós estais lá para sempre”. A sede de virtudes eternas o chamava a Notre Dame. A mesma sede atua hoje embora, para muitos, mais imprescindível.

            Sua majestade imóvel põe nobres sentimentos e inclinações em movimento. E ela atrai possantemente. “Derramai Vosso orvalho sobre esta Terra deserta e fazei cessar sua longa aridez”, pede Santo Agostinho em sua célebre oração ao Divino Espírito Santo. Este orvalho bem pode ser o outro nome para aquela doce atração exercida pela Mãe sobre filhos necessitados. Comentando este ponto da mesma oração Plinio Corrêa de Oliveira observa que tantas almas postas neste mundo, em razão de seus defeitos, sentem uma insuficiência e uma solidão interior. Muitas têm a ilusão de encontrar neste mundo o remédio para sua aridez. Não pode haver erro maior, pois as profundezas do coração humano são difíceis de discernir e sua obscuridade torna complexa a percepção do que nelas se passa. Este mundo não é capaz de entendê-lo.

            Quem não sente essa obscuridade complexa nos tormentosos dias atuais? Não é a resplandecência de Notre Dame a luz que sana aquela obscuridade interior e que atraiu almas desertas e sem Fé, como um dia atraiu Claudel? Não será a mesma procura de uma luz interior a atração exercida pela grandeza desse templo sobre tantos que nele entram e ali encontram elevação? Em meio à aridez espiritual deste século Nossa Senhora, em sua casa, concede luzes de sua materna afeição que vão ao fundo dos corações. Maria tem de seu Filho o poder de sanar. Ela repete maravilhas semelhantes às operadas por seu Divino Filho, como em Cafarnaum, onde uma mulher aproximou-se de Jesus por detrás, tocou-lhe a orla do manto e no mesmo instante foi curada. E Jesus percebeu que dele saíra uma virtude e olhava em derredor para ver quem o tocara. (Cfr. Mc 5, 25-34). Tocar Notre Dame significa dar-lhe um olhar. E entrar. Um olhar apenas. Uma visita somente. É o que pede Nossa Senhora em sua catedral a fim de dissipar tantas trevas interiores.


            No dia 15 de abril um incêndio devastou a parte superior da catedral e com ela a flecha esbelta e ousada. A flecha sublimava a catedral representando o voo ao Infinito. Simbolizava o dedo de Deus apontando o Céu (Marcel Proust). Se entre pilares e abóbodas, rosáceas e penumbras de seu interior a percepção da clemência de Maria elevava os corações ao desejo do Céu, a flecha era a confirmação no exterior do Templo dessa elevação. Vista de longe, para quem se aproximava, ela era arauto daquelas grandezas. Para quem partia, ela alimentava saudades daqueles espaços interiores benditos onde “a doçura de Nossa Senhora comunicava força” (Plinio Correa de Oliveira).

            O conde de Montalembert (1810-1870) descreve a igreja medieval de Marburg (Hesse), às margens encantadoras do rio Lahn. Uma igreja em ruínas. Nela fora sepultada Santa Isabel da Hungria (1207-1231). Ao descrevê-la Montalembert fez esta observação: “A Fé que deixara na pedra fria sua marca profunda nada deixara nos corações”. Pedras devastadas ainda ostentavam a beleza medieval do lugar onde repousara a grande santa. Os corações dos homens tinham-se tornado insensíveis. Donde a ruína daquela igreja. Este pensamento vem à tona no momento da restauração da catedral. Como será feita? Idêntica ao que era? As autoridades eclesiásticas e civis responsáveis conservarão no corpo sagrado da catedral elementos de irradiação da Fé esplendorosos tal como eram até o recente ultraje cometido pelas chamas? Ou serão essas chamas a apagar canduras e virtudes irradiadas por Maria?

1 comentário

José Antonio Rocha
29 de maio de 2019

Não tenhamos medo. Os escravos de satanás não vencerão. Deus é mais forte que todo o mal. Jesus Cristo venceu o mundo, a morte e o pecado. O coração imaculado da Virgem Maria triunfará. Notre Dame resplenderá uma Luz mais cristalina que a mente humana nunca será capaz de imaginar, mas todo coração receberá conforme e mansidão. Amém.


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O LADO BOM DA VIDA – Paulo Roberto Gaefke



Quando chegar em casa...
tire os sapatos, abaixe a voz, não grite,
não entre com seus problemas do dia
em seu recinto sagrado... Deixe-os lá fora!
Convoque todos em sua casa
a transformar seu lar em santuário.

Vou lhe dizer algo que você já sabe, já está gravado em sua alma, mas às vezes precisamos escutar e tentar entender essa verdade... A paz que procuramos e a felicidade estão dentro de nós, assim como sabemos todas as respostas para nossas dúvidas, está tudo dentro de nós mesmos...

A riqueza ou a pobreza, a saúde ou a doença, amor ou ódio, liberdade ou prisão, tudo está na maneira como enxergamos nossa vida, como encaramos os fatos que nos cercam, pelo lado positivo ou negativo das coisas e dos fatos.

Veja! Presta atenção! Naquela semana legal em que as coisas começam bem, emprego novo, ou presente surpresa, sei lá.... parece que tudo vai se encaixando, só coisas legais começam a acontecer... Pode até dar um tropeção em uma pedra que você leva na esportiva, se cair no meio da rua você ri de você mesmo...

Já, naquela semana que você recebe um não quando esperava um sim, quando é contrariado, quando não acontece o que espera... Ai... Meu Deus! Um urubu desce na sua cabeça, tudo fica cinza, tudo que é coisa ruim acontece. Aí vem: dores estranhas pelo corpo, palpitações, alterações bruscas na pressão, alterações no humor... e mais coisas ruins que atraem mais coisas ruins... E finalmente a dor se instala em sua casa, faz morada dentro de você! Para sair dessa situação é duro...

Então por que nos deixamos abater pelas dificuldades? Por que não vivemos na alegria? Porque na maioria das vezes colocamos nossas maiores expectativas em coisas que não dependem só de nós... Transferimos responsabilidades, queremos o que não temos chance de conseguir! Buscamos coisas, às vezes, que nem sabemos pra que, mas queremos por que queremos...

Aprenda de uma vez... A paz e a harmonia dependem da maneira que você conduz a sua vida, onde anda seus pensamentos, onde você coloca suas expectativas, onde está o seu amor próprio... E principalmente, na confiança que você coloca na justiça Divina... Afinal nada acontece por acaso... Absolutamente nada. Não se canse de buscar a paz!

Para iniciar, transforme a sua casa num templo... Faz de conta que você chegou em uma igreja! Quando chegar à sua casa... tire os sapatos, abaixe a voz, não grite, não entre com seus problemas do dia em seu recinto sagrado... Deixe-os lá fora! Convoque todos em sua casa a transformar seu lar em santuário. Veja o lado bom da vida em tudo, até na dor... Esse é o início da grande mudança.



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terça-feira, 28 de maio de 2019

ABL:CERIMÔNIA DE REABERTURA DA BIBLIOTECA RODOLFO GARCIA - Convite



Após um período de reestruturação, a Biblioteca Rodolfo Garcia reabre suas portas ao público no dia 6 de junho, sob a direção do Acadêmico Alberto Venancio Filho.
“Bibliotecas são organismos vivos, em constante mutação, que agregam valor à comunidade, missão essencial da Academia Brasileira de Letras”, segundo o Presidente da ABL, Marco Lucchesi.
Com um acervo disponível de aproximadamente 91.000 exemplares e novos parâmetros internos, a Biblioteca tem como objetivo perpetuar o conhecimento e integrar a sociedade para além do âmbito institucional.
30/04/2019


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PORTUGUÊS NÃO É PARA AMADOR


A diferença de doida e doída é um acento.

Assento não tem acento.

Assento é embaixo, acento é em cima.

Embaixo é junto e em cima separado.

Na sexta comprei uma cesta logo após a sesta.

É a primeira vez que tu não vês.

Vão tachar de ladrão se taxar muito alto a taxa da tacha.

Asso um cervo na panela de aço que será servido pelo servo.

Vão cassar o direito de caçar de dois pais no meu país.

Por tanto nevoeiro, portanto, a cerração impediu a serração. 

Para começar o concerto tiveram que fazer um conserto.

Ao empossar permitiu-se à esposa empoçar o palanque de lágrimas.

Uma mulher vivida é sempre mais vívida, profetiza a profetisa.

Calça você bota, Bota você calça.

Oxítona é proparoxítona.


Realmente, não é para amador!


(Recebi via WhatsApp, sem menção de autoria)


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segunda-feira, 27 de maio de 2019

PACTO SINISTRO - Por Alexandre Garcia

Em 23 de agosto de 1939, os ministros de Relações Exteriores da Alemanha de Hitler e da União Soviética de Stalin - nazistas e comunistas - assinaram o Pacto de Não-Agressão.

Uma semana depois, Hitler invadiu a Polônia, sem reação soviética. Cinco anos depois, quando divisões soviéticas se aproximavam de Varsóvia em contra-ofensiva, fizeram um alto para esperar que os alemães liquidassem os poloneses em revolta. Depois, liquidaram os alemães. Dez anos antes do início da II Guerra, o comunista Gramsci, em prisão italiana, escrevia seus cadernos sobre a dominação pelas mentes.

Pois aqui, nesses últimos 30 anos, o pacto do nazismo com o comunismo voltou a ser aplicado, não para destruir a Polônia, mas para destruir o Brasil. E quase conseguiram. O nazismo entrou com a máxima de Goebbels, de que a mentira repetida se torna verdade; e o comunismo contribuiu com os ensinamentos de Gramsci, aplicados no ensino e na informação, para conquistar as mentes, com sectarismo usual de nazistas e comunistas.

Meu amigo Paulo Vellinho, com a sabedoria de seus 90 anos, demonstrou que fomos usados como cobaias, num projeto fracassado. Para não ficarem expostos como fracassados, sabotam as soluções, como se não tivessem pátria. E, efetivamente, nazistas e comunistas tinham o mesmo projeto cosmopolita.

A sabotagem, pela pregação do pessimismo e divulgação de um lado único da história tem produzido resultados entre os que dependem das mesmas fontes de informação. Nas manifestações de domingo, muitos foram capazes de negar o que as imagens mostravam. A seita dos que querem fechar o Congresso e o Supremo foi usada  pelos agentes da desinformação. No mundo real, a maciça maioria defendeu as reformas combinadas com 58 milhões de eleitores, onde se inclui o fim do conchavo fisiológico.

Houve político afirmando que povo nas ruas significa perigo para a democracia. E, claro, essa falácia máxima foi para a primeira página. Aliás, no plenário da Câmara, na votação que manteve o COAF no seu ministério de origem, alguns reclamavam dos que, com o celular, transmitiam nas redes sociais o voto de cada um. Não queriam que seus mandantes soubessem de como estavam votando. 

 Povo na rua, contra e a favor do governo, é a democracia agindo, funcionando, expressando vontades. As ruas digitais cumprem papel semelhante, agrupando, socializando, agregando vontades e forças, de onde emana todo poder. E são um bom antídoto para a associação Gobbels-Gramsci. Aí, 2G vira passado.


Alexandre Garcia, Jornalista

Alexandre Eggers Garcia é um jornalista, apresentador e colunista político brasileiro. Foi porta-voz do último presidente do período do regime militar do Brasil, general João Batista Figueiredo. Wikipédia
Nascimento: 11 de novembro de 1940 (77 anos), Cachoeira do Sul, Rio Grande do Sul


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ABL DEBATE ‘QUEM É O BRASIL’ COM A PARTICIPAÇÃO DE CRISTOVAM BUARQUE




A Academia Brasileira de Letras inicia sua série de seminários “Brasil, brasis” de 2019 com o tema “Quem é o Brasil”. A coordenação geral é do Acadêmico Domicio Proença Filho e a coordenação do Acadêmico Joaquim Falcão. Participante convidado: Cristovam Buarque. O evento está programado para o dia 28 de maio, terça-feira, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada Franca (com transmissão pelo site da ABL).

O Seminário Brasil, brasis tem patrocínio do Bradesco.

O CONVIDADO

Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque nasceu em fevereiro de 1944, em Recife, Pernambuco. Quando estudante, trabalhava ministrando aulas particulares de física e matemática, especialidades que o fizeram optar pelo curso de Engenharia Mecânica, aproveitando o clima desenvolvimentista do país nos anos 50 e 60.

Na Escola de Engenharia do Recife, seu espelho era Celso Furtado, o criador da Sudene. Em um período de revolta contra a ditadura militar, o estudante Cristovam optou pela militância na Ação Popular (AP). Com o acirramento da tensão política após o AI-5, obteve, por intermédio de Dom Hélder Câmara, uma bolsa de estudos para cursar o doutorado em Economia na Sorbonne, em Paris.

De 1970, quando foi para aquela cidade, a 1979, quando voltou ao Brasil, Cristovam concluiu o doutorado e trabalhou seis anos no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em 1979, voltou ao Brasil para dar aulas no Departamento de Economia da Universidade de Brasília, a convite de Edmar Bacha.

Na UnB, Cristovam acabou protagonizando evento histórico ao ser o primeiro reitor eleito da Instituição. Isso em plenos estertores do regime militar. Sua administração à frente da universidade fez com que a UnB se tornasse uma referência nas discussões acadêmicas e políticas nacionais e mundiais dos anos 80. Também foi na UnB que estabeleceu as linhas gerais de seu pensamento sobre o desenvolvimento econômico e inclusão social, presentes nos 20 livros que escreveu.

Foi na UnB, em 1986, que Cristovam projetou as linhas gerais do Bolsa-Escola, programa que ganhou o mundo e consiste em fazer o Estado pagar às famílias pobres para manterem seus filhos nas escolas, uma evolução de projetos de renda mínima, vinculados à assistência social, defendidos pela esquerda. Cristovam ocupou a reitoria da UnB de 1985 a 1989. Saiu de lá diretamente para o governo do Distrito Federal, onde implantou o Bolsa-Escola e dezenas de outros programas sociais que fugiam à lógica da esquerda corporativista e da direita assistencialista. Na economia, propôs parcerias com a iniciativa privada em áreas fundamentais para o desenvolvimento regional.

Fora do governo, a partir de 1999, criou a organização não-governamental “Missão Criança”. Países da América e da África também adotaram o programa. Em 2003, foi nomeado Ministro da Educação do governo Lula. Como Ministro, alfabetizou mais de 3 milhões de pessoas em um ano. No Senado Federal, é chamado por seus pares como Senador da Educação.

22/05/2019


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QUATRO DIAS SEM ELE! - Antonio Nunes de Souza


Passar quatro dias sem ele é uma tortura inigualável, para quem está completamente viciado a lidar com ele e, inesperadamente, ele falha lhe deixando na mão, ou melhor, no desespero perto da loucura!

Obviamente que não estou falando de meu amante, homem que, traiçoeiramente, me faltou nas horas mais precisas da minha cansada e bem vivida vida!

Estou referindo-me ao meu adorado e querido computador! Que, sorrateiramente, apresentou um pane, exatamente num fim de semana, quando a minha assistência técnica estava fechada. Imagine vocês o meu cruel fim de semana, sem poder usar essa poderosa máquina moderna!

Para pessoas como eu, setenta e oito anos, divorciado há cinco anos, aposentado, adm. de empresas, professor de história e escritor (já escrevi 12 livros) Membro da Academia Grapiúna de Letras, escrevo para jornais, revistas e blogs. Tenham vocês uma ideia de como fiquei por estar tolhido, mas, por mais que exagerem, a coisa foi muito pior e desastrosa, pois, fiquei numa tristeza tão grande que parecia tinha morrido um parente próximo.

Pelo que expus acima, minha consideração a esse equipamento é de namorada, amante, esposa, filhos (tenho dois morando fora e maiores), amigos, companhia, informativos, contatos, pesquisas e mais uma série de coisas que a internet oferece aos seus usuários que sabem desfrutar!

Essa confissão sincera e honesta é para que todos saibam que, eventualmente, podemos ser atingidos pelas suas falhas e devemos não enlouquecer, pois, até as máquinas precisam de manutenções eventuais para que possam atender dignamente aos seus friccionados!

Não quero mais passar, tão cedo, por mais quatro dias sem ele!

Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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A IGREJINHA DE SANTO ANTÔNIO - Carlos Pereira Filho


            Tabocas foi aumentando, com o tempo. Cada dia que se passava crescia a sua população e as suas roças de cacau ampliavam-se. Os plantadores de cacau se embrenhavam para as matas no rastro dos bons terrenos, para os lados da Boa Lembrança, Preguiças, Virotes, Mutuns, Outeiro da Palha, Ribeirão de Areia, Boqueirão, Ribeirão da Lama, Jacaré, até Macuco. Os moradores locais começaram a dizer que Tabocas necessitada de uma igreja, porque terra sem Deus não andava para a frente. E citavam fatos, que comprovavam a influência do “capeta” solto nas ruas do povoado.

            Reuniram-se os maios graduados da localidade. Falaram sobre religião, discutiram sobre a construção da igreja. Firmino Alves, que era chefe, iniciou o trabalho de uma igreja grande, que não concluiu, mas Joaquim Batista de Oliveira edificou a capelinha de Santo Antônio, na qual o visitador, cônego Moisés Gonçalves do Couto rezava missa, batizava o povo e pregava os seus sermões, ensinando ao povo o temor de Deus e o amor ao próximo.

            Todavia, se o povo se tornava devoto, se as plantações cresciam, e as áreas do cacau se alargavam, se os fazendeiros melhoravam de sorte, a tranquilidade pública piorava, passava por graves agitações. Raro era o dia em que não se matava um cidadão. Raro era o dia em que não se registrava uma arrelia.

            Num dia de abril, Tabocas foi, de surpresa, atacada por um grupo de clavinoteiros procedentes de Conquista e de Belmonte. Morreram dois indivíduos e quatro ficaram feridos. Mas o povo não correu, o povo lutou, até os clavinoteiros recuarem. Naquele tempo o povo não corria, nem mesmo havia para onde correr, desde quando as matas se apresentavam ainda mais terríveis, com o domínio dos bandidos.

            As providências pedidas para a Capital davam melhor ideia doa que se passava em Tabocas: “Manuel Bomfim Neto, indivíduo sem profissão decente, à frente a força pública Tabocas cometendo depredações toda ordem, comércio fechado, população horrorizada. Homens ordeiros trabalhadores e até fazendeiros barbaramente espancados, no tronco. Minha residência, negócio, fazendas, sofrendo grandes prejuízos, com vida arriscada. Peçam Governo providências. Tabocas em paz antes chegada destacamento pedido para desabafo paixões Manuel Bonfim criminoso morte é quem dirige polícia”. E terminava: “Tabocas não precisa soldados, quais devem retirar-se bem da ordem progresso lugar”.

            Dias depois, um outro despacho explicava: “Os abaixo assinados, negociantes Tabocas, protestam contra a revoltante calúnia publicada jornal dia 19 em que diz que a força pública tem cometido absurdos. Ela é garantia ordem pública. O sargento comandante procede corretamente. Pedimos conservação destacamento em bem da ordem pública”.

            As cenas de sangue, entretanto, prosseguiam ao ponto de os cronistas registrarem que o distrito “continuava a ser palco de arbitrariedades das autoridades policiais, de saques de estabelecimentos comerciais, de assassínios, espancamentos, prisões, indo e vindo os jagunços à vontade por toda a parte, sob a proteção dos mandões da terra”.

            E, aliviando o alarma sobre tais desmandos, os mesmos cronistas escreviam: “Esta é um fenômeno familiar das paragens recentemente exploradas, que pela abundância das suas riquezas naturais atraem forasteiros de todas as condições sociais”. Assim, aconteceu no Acre, no Amazonas, nas zonas diamantíferas das Lavras, do Salobro e no rio das Garças”.

            Tabocas não podia fugir à regra. No seio fecundo das suas ubérrimas terras, o sangue dos heróis anônimos sacrificados pelo ideal do trabalho tinha de ser o resgate da opulência, que hoje resplandece nos cacauais e na riqueza do seu povo progressista.

           
(Capítulo VI do livro TERRAS de ITABUNA)
 Carlos Pereira Filho.


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domingo, 26 de maio de 2019

ANEMIA DO ABRIL VERMELHO - Péricles Capanema


25 de maio de 2019

Péricles Capanema

Desde 1997 o MST promove o chamado “abril vermelho”. Financiado com dinheiro público, o gigantesco show de agitações reclamou sempre a radicalização da reforma agrária e a implantação de outras pautas da esquerda, etapas para a sonhada sociedade socialista (caminho para a presente situação da Venezuela, na realidade). O MST, na linha de frente, era ajudado em particular pela CPT e INCRA, trinca do barulho…

Há muitos lustros o agro tem sido atacado por vários meios —, um dos quais, invasões de fazendas —, em especial pela ação concertada dessas três entidades. O MST (primeira), organização comunista, braço do PT, e a CPT (segunda), extrema-esquerda eclesiástica, protegida pela CNBB (à vera, não apenas protegida, é órgão dela). A terceira, o INCRA.

Nos governos de esquerda, no INCRA diretoria, superintendências e enxames de funcionários solícitos encarniçadamente conluiados com PT, MST e CPT agrediam a propriedade particular no campo. No governo Temer, infelizmente continuou o INCRA a favorecer objetivos do MST (um pouco menos escancaradamente). Agora, sofreu uma trava. Continuam, porém, agentes do órgão em obstinada atuação deletéria, pipocam aqui e ali funcionários efetivos e superintendências empurrando no rumo antigo. As três organizações formaram na prática um pactum sceleris (formaram no passado; a realidade ainda existe hoje, diminuída).

Assomou para desgraça do Brasil respiro importante para o MST. Em encontro com representantes da organização criminosa em fevereiro passado, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, comprometeu-se a não pautar (colocar para votação) projetos que o criminalizem. Criminalizar a atuação do MST ficou para as calendas. Foi promessa de campanha — espera-se que apenas de momento arquivada. “Toda ação do MST e do MTST deve ser tipificada como terrorismo”, repetia o candidato Jair Bolsonaro. Com o incumprimento do compromisso, o MST preservaria suas possibilidades de ação no futuro.

Amarelou em 2019 o “abril vermelho”. Só pequena agitação em Salvador, onde um petista, Rui Costa, é inquilino do Palácio de Ondina. A própria Abin não julgou necessário alertar o governo sobre possíveis agitações. Por quê?

Porque o “abril vermelho” desde sempre foi show totalmente artificial, viveu do dinheiro público. Não representa em nada o sentimento do homem do campo. Em parte, o INCRA, por causa da nova direção, já não impulsiona abertamente a ação concertada do MST-CPT. Ficaram ainda focos infeccionados, já disse. O presidente Jair Bolsonaro apontou outro fator: “Incra registra só 1 ocupação no 1º trimestre diante 43 ações no mesmo período de 2018. O MST está mais fraco pela facilitação da posse de armas, iniciativa que terá derivações pelo governo, falta de financiamento do setor público e de ONG”.

O ponto maior é esse, faltou dinheiro público para o “abril vermelho”. Por exemplo, acabou a farra dos convênios. Contudo, estão intactas as leis e, em boa medida, as estruturas utilizadas pelas mencionadas três organizações. A anemia acabará no dia em que o dinheiro público voltar a fluir.

Lamento prever, gostaria de estar errado, mas vai continuar intacta a legislação e boa parte das estruturas. Não é politicamente correto acabar com a infecção. Temos no Brasil tumores de estimação. São cancerígenos, matam as possibilidades de avanço, prejudicam os pobres, mas são nossos tumores de estimação. Um dos mais virulentos é o programa da reforma agrária.

É, repito, politicamente incorreto enunciar o óbvio ululante: desde o início, lá pelos anos 60, a implantação da reforma agrária representou retrocesso monumental, um atraso de proporções amazônicas. Se nunca no Brasil se tivesse falado de reforma agrária, os pobres hoje estariam mais bem de vida no campo e na cidade, os alimentos estariam mais baratos, seríamos hoje potência agrícola mais poderosa. E as montanhas de dinheiro que foram desperdiçados no programa maluco poderiam ter atendido larga e beneficamente a saúde e a educação.

Inexistisse o xodó pelo tumor, a medida mais comezinha e lógica seria acabar imediatamente com o programa da reforma agrária. Aqui não. E continuam as declarações bestas do tipo: “Vamos aplicar a legislação, o programa da reforma agrária não parou, vai ficar sério”. “Vamos aproveitar os lotes abandonados”.

Todos sabem, são centenas de milhares de lotes com contratos de gavetas, abandonados, empregados para outros fins, produtividade baixíssima. Já foram utilizados 880 mil quilômetros quadrados nessa doidice (o Estado de Minas Gerais, 586.528 km2, área do Rio Grande do Sul, 281.748 km2; soma dos dois 868.266 km2). Ou seja, se somarmos a área de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul não dá a área esperdiçada na maluquice do programa de reforma agrária (disseminação de favelas rurais, roubalheira, pobreza, clientelismo de movimentos sociais). O agronegócio salva a economia brasileira, garante a balança comercial, distribui riquezas, dá empregos. Sabem com que área? Vejam esse dado: em 2016, a Embrapa Territorial havia calculado a ocupação com a produção agrícola em 7,8% (65.913.738 hectares. 659.137 km2.

Relatório do TCU de 2016 indicava que o valor das áreas com indícios de situação irregular dentro do programa de reforma agrária era de R$159 bilhões, utilizada a avaliação do IBGE. Se for em valor de mercado, pode facilmente chegar a R$300 bilhões. Terra tratada na esbórnia, na desorganização, no desconhecimento. Advertia que bilhões de reais emprestados poderiam não ser pagos (claro, nunca foram). Vejam o disparate nas palavras do relatório do TCU: “Conforme informado pelo INCRA, os créditos eram concedidos a estruturas associativas formais ou informais e distribuídos entre os integrantes dos PAs (projetos de assentamento), não havendo registro individualizado organizado sobre quem recebeu os créditos, ou seja, o prejuízo pode ser muito maior.” Entenderam? Sociedades informais (patotas de privilegiados dos movimentos sociais), sem registro individualizado recebiam dinheiro público.

R$300 bilhões de terras na bagunça. Coloque os empréstimos não devolvidos, os perdões de dívidas, a assistência técnica estatal para aproveitadores, o controle tirânico dos assentamentos pelos agentes do MST, a venda ilegal de madeira. Os escândalos do mensalão e do petrolão são fichinha perto do escândalo do programa da reforma agrária.

Mas, é claro, não se pode extinguir o programa. Razão técnica? Nenhuma. Não aumenta a produtividade. Razão social? Nenhuma. Piora a situação dos pobres. Razão de paz social? Nenhuma. Tensiona a região em que se implantam os assentamentos. Mas trona e sobrepassa tudo uma razão inamovível. É tumor de estimação. Tumores de estimação são intocáveis.


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NÃO SE CALE – Ruth Borges



Engole o choro. 
Engole sapo. 
Cala a boca. 
Cala o peito.
Mas o corpo fala, e como fala. 

Fala a ponta dos dedos batendo na mesa. Falam os pés inquietos na cama. Fala a dor de cabeça. Fala a gastrite, o refluxo, a ansiedade. Fala o nó na garganta atravessado. Fala a angústia, fala a ruga na testa. Fala a insônia, o sono demasiado.

Você se cala, mas o falatório interno começa. As pessoas adoecem porque cultivam e guardam as coisas não digeridas dentro de seus corações. 
O normal do ser humano seria a comunicação e conseguir dizer o que está sentindo. Mas nem todos se habilitam para esse difícil exercício. Nem sempre digerimos bem aquelas pequenas coisas, como mensagens mal respondidas, as palavras que machucam...

Você finge que não ouviu, engole e tudo isso vai se acumulando até que um dia enche. Esses pequenos fatos indigestos percorrem a garganta, entram no estômago, invadem o peito, e se deixarmos, calará nossa boca e nossa paz. 

O importante é não deixar acumular ou achar que simplesmente vai aliviar com o passar dos dias. O tempo até tem um papel importante, mas não resolve tudo. Tentar mostrar que tudo sempre está bem requer muita energia, o desgaste emocional é grande.

Não dá para engolir tudo e dizer amém! Eu sei. 

Também não dá para cometer sincericídios por aí e sair vomitando as coisas entaladas na sua garganta.

Mas dá para se expressar. 

Tem hora que o sentimento pede pra ser dito, entendido, descodificado, traduzido. 

Tudo que ele quer é ser exorcizado pela palavra ou pela via que lhe cabe melhor. Expressar tranquiliza a dor. Dor não é para sentir para sempre. Dor é vírgula.

Então faz uma carta, um poema, um livro. Canta uma música. Pega as sapatilhas, sapateia. Faz uma aquarela. Faz uma vida. Faz piada, faz texto, faz quadro, faz encontro com amigos. Faz corrida no parque. Fala pro seu analista, fala para Deus, para o universo... se pinta de artista.

Conversa sozinho, papeia com seu cachorro, solta um grito pro céu, mas não se cale.

 Pois “se você engolir tudo que sente, no final você se afoga”.

  

 Ruth Borges.

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