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quinta-feira, 30 de março de 2023
quarta-feira, 29 de março de 2023
segunda-feira, 27 de março de 2023
Os olhos de ontem
Sempre tive uma boa
memória. Quando falha fico preocupado. Pois não é que esta semana ela me fez
uma que quase me leva ao pânico? Felizmente para lembrar tive a ajuda de Tereza
Cruvinel, brilhante jornalista a quem nos ligam laços de afeição desde que ela
chegou a Brasília.
Era o dia 15 destes
idos de março. Eu curtindo uma dor lombar destas que nos levam a só pensar em
analgésico. O telefone toca. Atendo. Era Tereza, com toda a sua delicadeza a
parabenizar-me: - 'Sarney, depois de outros que tivemos, só ouço falar bem do
seu governo. Paz e tranquilidade, crescemos cinco por cento ao ano e nosso
salário aumentava todo mês com a maldita da correção monetária. Você trouxe a
democracia de volta para nosso País, a transição democrática, a Constituição de
88 - a que mais durou no Brasil sem rupturas?'
Eu respondi: -
'Obrigado, minha querida amiga, mas por que está relembrando coisas passadas?'
- 'Sarney, hoje é
quinze de março, faz 38 anos do seu governo?'
Eu nem me lembrava
mais e a data ia passando em branco na minha famosa memória. Quase caí de
costas.
Passei um raio-X
sobre o passado. Logo apareceu a frase que se tornou ensinamento: 'O poder é
solitário'. Eu acho que há um exagero, porque o poder não permite solidão. É
dia e noite de trabalho, todos carregados de preocupações, avaliações de
políticas públicas e perda de amigos. É um terreno movediço de intrigas, uma disputa
pessoal a cada metro quadrado, é terreno de ocultas batalhas, das quais o
Presidente é o último a desconfiar e saber. E nele há um monstro invisível,
escondido na claridade, onipresente em todo espaço: a traição. Lidar com tudo
isso é o inferno que permeia o poder, onde transitam os devotos do mandar, dos
autoritários e da força. (Não é minha praia).
Quando assumi a
Presidência estávamos no mundo do desconhecido e o destino colocava à minha
frente o desafio que estava guardado para mim. O General Leônidas fora
encarregado de comunicar-me o resultado da dramática noite da cirurgia de
Tancredo Neves. Minha resposta foi a mesma que lhe tinha dado antes: - 'Quero
assumir junto com o Tancredo que estará restabelecido na próxima semana.' Ele
retrucou: - 'Sarney, não crie dificuldades. Foi difícil chegar até aqui. Você
assumirá às dez horas da manhã. Boa noite, Presidente!'
Não dormi o resto
da noite. Ao dar posse aos ministros comecei dizendo: - 'Estou com os olhos de
ontem!' Preso a uma emoção que tinha tudo da visão de uma responsabilidade
imensa.
Fazendo uma síntese
do governo, tenho o orgulho da oportunidade que o povo me deu de ajudar o meu
País, o Continente da América do Sul e o povo brasileiro. Não vou contar
espigas de milho, mas o que é fundamental e fica na História.
Para o mundo, eu e
Alfonsín, grande estadista e amigo do Brasil, acabamos com a corrida nuclear
Brasil e Argentina e fizemos que o nosso Continente fosse o único no mundo
livre de armas nucleares. Isso é um exemplo que até hoje não foi seguido. Por
proposta minha o Atlântico Sul entre América e África foi declarado Zona de Paz
pela ONU. Acabamos com os conflitos regionais na América do Sul. Lançamos as
bases do Mercosul.
Para o Brasil, a
Democracia, a nova Constituição, o 'Tudo pelo social': seguro-desemprego,
programas contra a fome - o do leite, considerado pela Unesco como o melhor
programa mundial de combate à fome infantil -; vale-transporte e
vale-alimentação; farmácia básica; universalização da saúde com o SUD,
transformado em SUS pela Constituinte. Tivemos um crescimento de 99% do PIB.
Criei o Ministério da Cultura e a Lei de Incentivo à Cultura; o da Reforma
Agrária; o da Irrigação; o da Ciência e Tecnologia - demos mais bolsas de
ensino superior do que já tinha sido dado até então -; o Programa Nossa
Natureza e o IBAMA. Demarcamos 32 milhões de hectares de terras indígenas.
Atingimos, pela primeira vez, o sétimo lugar entre as economias mundiais. Criei
a Secretaria do Tesouro, o Siafi, extingui a Conta-Movimento do Banco do Brasil
e unifiquei os orçamentos da União.
As Forças Armadas
voltaram aos quartéis, com o programa de modernização comandado pelo melhor
Ministro do Exército que já tivemos, Leônidas Pires Gonçalves, um dos grandes
chefes militares do País. Não tivemos nenhuma crise militar.
Fizemos, sobretudo,
a transição para democracia.
Obrigado, Tereza
Cruvinel, pela lembrança.
Os Divergentes,
21/03/2023
https://www.academia.org.br/artigos/os-olhos-de-ontem
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José Sarney - Sexto ocupante da Cadeira nº 38 da ABL, eleito
em 17 de julho de 1980, na sucessão de José Américo de Almeida e recebido em 6
de novembro de 1980 pelo Acadêmico Josué Montello. Recebeu os Acadêmicos Marcos
Vinicios Vilaça e Affonso Arinos de Mello Franco.
* * *
domingo, 26 de março de 2023
Rui Barbosa, no centenário do seu falecimento
Há cem anos falecia Rui Barbosa. Merece destaque a atualidade de seu legado, que se notabiliza por um fio condutor: 'a formação da esfera pública e a construção institucional da democracia no Brasil', como certeiramente realçou Bolívar Lamounier.
A Oração aos Moços
foi seu discurso de paraninfo da turma de 1920 da Faculdade de Direito do Largo
de São Francisco, onde se formou. Foi o seu balanço de 50 anos de trabalho na
jurisprudência e de serviços à Nação. Enfatizou que não atuou como 'político
fértil em meios e manhas'. Empenhou-se em 'inculcar ao povo os costumes de
liberdade e à República as leis do bom governo', que fazem prosperar os
Estados, moralizar a sociedade e honrar as nações.
Rui é um paradigma
da atuação dos advogados que souberam valer-se do Direito como instrumento da
ação política, como observou Afonso Arinos. Na sua práxis, viveu o Direito não
como abstração, mas em função do agir. A autonomia de jurista em relação ao
poder é um traço marcante da personalidade de Rui, que não colocou o seu saber
para acomodar impulsos arbitrários do pragmatismo de governantes ou
justificativas de 'razão de estado'.
No início da sua
caminhada, teve ativa participação, em parceria com Joaquim Nabuco, na campanha
abolicionista. Fulminou 'a legalidade caduca do cativeiro'. Realçou que a
questão da escravidão era a questão das questões, a que todas as outras se
subordinavam, pois 'encarna em si o começo da solução de todas as demais'.
Certeira colocação ainda pendente de encaminhamento, pois a herança da
escravidão persiste com a agenda do racismo estrutural.
Lembro os
inovadores pareceres sobre o ensino, apresentados na Câmara dos Deputados do
Império. Lastreiam-se no papel da educação para o desenvolvimento material e
moral do nosso país e dão ênfase à ciência e ao método experimental.
Foi a República que
deu a Rui espaço público para, como jurista, senador e nas suas duas campanhas
presidenciais, defender a verdade eleitoral, enfrentar a questão social e
sustentar o civilismo: 'Civilismo quer dizer ordem civil, ordem jurídica, a
saber: governo das leis contraposto ao governo de arbítrio, ao governo da
força, ao governo da espada'.
O papel de Rui na
feitura da Constituição de 1891 é parte dos seus grandes serviços à Nação. A
ele se deve o federalismo, que contrapôs à monarquia unitária e centralizadora.
Devem-se a Rui a
criação do Supremo Tribunal Federal e seu papel de guarda da Constituição, com
a sustentação de seu 'direito-dever' de conter atos usurpatórios do governo e
do Congresso mediante a afirmação da 'lei das leis', que está acima da
legislação ordinária.
Rui promoveu a
separação da Igreja do Estado e a laicidade consagrada na Constituição de 1891
e nas subsequentes. A laicidade significa que o Estado se dessolidariza de toda
e qualquer religião, em função de um muro de separação entre o que cabe a ele e
o que cabe à sociedade civil como esfera autônoma para o exercício da liberdade
religiosa e de consciência. Num Estado laico, as normas religiosas são
conselhos e orientações no âmbito da sociedade civil aos fiéis, e não comandos
para toda a sociedade.
Rui, na Oração aos
Moços, englobou na missão do advogado a magistratura de uma justiça militante.
Protótipo do exercício desta missão foi a pioneira defesa, em 1895, da inocência
de Dreyfus, um grande exemplo na França de quebra da 'verdade ante o poder',
com a flagrante denegação da justiça, por meio de um processo operado no
segredo de um tribunal militar. Entreviu que a verdadeira causa de condenação
de Dreyfus foi o antissemitismo, que na França daquele momento vivia 'o espasmo
do ódio insaciável'.
O texto de Rui foi
escrito na Inglaterra, publicado no Brasil e data de seu período de exílio, a
que se viu forçado pelo arbítrio da presidência Floriano Peixoto. Foi, depois,
vertido para o francês e circulou na Europa.
Baptista Pereira,
seu genro e próximo colaborador, identificou no texto de Rui 'uma autópsia de
militarismo', válido para o Brasil de Floriano, que postergou na experiência de
vida de Rui a vigência das garantias legais, às quais se dedicou na implantação
da República, almejando a construção institucional da democracia em nosso país.
O texto de Rui
sobre Dreyfus corrobora a defesa que fez em 1920 sobre o dever da verdade - nos
debates, nos atos, no governo, na tribuna, na imprensa - e da transparência do
espaço público, pois 'o poder não é um antro, é um tablado. A autoridade não é
uma capa, mas um farol. A política não é uma maçonaria, e sim uma liça'. Daí a
inaceitabilidade da falsificação e da mentira nas instituições. Desnecessário
destacar a vigência da sua mensagem.
Em 1949 Oswald de
Andrade sublinhou que Rui tinha a capacidade do sacrifício e sempre soube
perder. Por isso, 'como a semente do Evangelho que precisa morrer para
frutificar, ele sempre soube morrer pelo dia seguinte do Brasil'. À árvore da
liberdade e a construção institucional da democracia estão subjacentes à
atualidade do seu legado.
Jornal O Estado de
S. Paulo, 19/03/2023
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Celso Lafer - Quinto ocupante da cadeira 14, eleito em 21 de
julho de 2006, na sucessão de Miguel Reale, e recebido em 1º de dezembro de
2006 pelo acadêmico Alberto Venancio Filho.
* * *
sábado, 25 de março de 2023
Considerações sobre o conto brasileiro
Cyro de Mattos
Críticos brasileiros e estrangeiros vêm contribuindo com estudos e juízos para definir o conto, mas sua variedade dificulta uma definição satisfatória, bem como a sua expressão que se funde com outras manifestações literárias, como a poesia e o drama. O conto moderno incorpora à estrutura elementos de outras áreas artísticas, recorrendo ao cinema, o teatro, às artes plásticas e à música. Forma de prosa de ficção em páginas breves intercomunica-se com outras manifestações culturais. Convém lembrar que a imprensa e a mídia eletrônica vêm afetando os códigos e os cânones da literatura brasileira nos tempos atuais.
O conto como uma forma de narrar histórias procede de tempos
primitivos. A mais antiga expressão da literatura de ficção atravessou séculos
para tornar-se leitura prazerosa e/ou crítica do mundo na forma escrita. O
interesse insaciável do homem pelas histórias sempre o acompanhou, antes mesmo
que ele fizesse armas de pedra como extensão da mão para se defender e
sobreviver.
Entre nós, não a narrativa oral, o conto começou a ser
cultivado como entidade literária durante o Romantismo. Impregnado dessa
escola, estilo ou tendência, foi que surgiu uma vocação autêntica para
expressar o conto em textos autônomos, elevando-o à categoria de gênero
importante, em sua composição e arte.
Pesquisar a presença e evolução do conto no Brasil terá como
momento maior o de encontro com Machado de Assis no século dezenove. O autor de
Papéis Avulsos, Páginas Recolhidas e Histórias sem Data praticou a prosa de
ficção curta com a mesma mestria dos romances, a narrativa tradicional absorveu
o corte vertical na estrutura para
a interpelação do destino humano, permitindo a criação de um clima na sondagem
da alma em seu instante agudo.
No fim do século dezenove e no princípio do vinte, o conto
brasileiro buscou os elementos necessários para representar a vida no espaço
geográfico: linguagem, personagens, ação, cenas e costumes, elementos capazes
de fixar a paisagem humana e física de um país telúrico. Ao desdobrar na
história os elementos do espaço geográfico, o conto dessa época credenciou-se
através de uma vertente regional, em que se destacam o paulista Valdomiro
Silveira, o gaúcho João Simões Lopes Neto, o mineiro Afonso Arinos e o goiano
Hugo de Carvalho Ramos.
Com o Modernismo, que se mostrou primeiro com a poesia e
depois com o romance, nacionalizando nossos temas, autores sensíveis e
criativos introduziram modificações nos elementos tradicionais do conto. A
linguagem deixou de ser convencional, desprezou-se a fabulação acadêmica que
fazia com que o ficcionista escondesse o imaginário, mascarando-se em seu
relacionamento interior com o mundo. Nesse momento do conto brasileiro, em que
a fabulação deixou de acontecer linearmente, sobressaem Mário de Andrade, com a
valorização da nota lírica justaposta à dispersão do enredo, e Antônio de
Alcântara Machado, transpondo o popular ao nível literário, introduzindo um
novo personagem à literatura brasileira, o ítalo-brasileiro. Cabe lembrar antes
o impressionista Adelino Magalhães, com o seu jeito de flagrar a vida, focando-a
no instante que se esgota em si mesmo, documentando-a numa cena para deixar no
leitor aquela impressão que causa pena, solidariedade e riso.
Na evolução do nosso conto, dois caminhos divergentes,
próprios da literatura, podem ser visualizados: o do elogio da linguagem com o
seu fetichismo e o da economia dos meios expressionais com a linguagem
descarnada. Por esses caminhos o Brasil tornou-se, de uns tempos para cá, um
país de admiráveis contistas. Lembrando alguns nomes dessa contística maior, na
fatura psicológica encontramos Lígia Fagundes Telles, Samuel Rawet, Tânia
Faillace; nas localizações geográficas com apelos universalistas, João
Guimarães Rosa, Adonias Filho, Bernardo Elis, Caio Porfírio Carneiro e Ricardo Ramos (na primeira fase), assim como
nas aculturações humanísticas dessa tendência, Juarez Barroso, Flávio José
Cardozo e João Ubaldo Ribeiro; na propensão alegórica, através de espaços
atemporais intercomunicantes, José J.
Veiga, Murilo Rubião e Maria Lysia Corrêa de Araújo; no real captando pedaços
de vida, com o autor participando e julgando o mundo no cotidiano violento, de
solidão, miséria, medo, sonhos incabíveis, sentimentos perversos, humor de
cenas ordinárias que causam espanto, riso e/ou pena, Rubem Fonseca, João
Antônio, Dalton Trevisan, Luís Vilela, José Edson Gomes e Wander Piroli; na
experimentação da linguagem poética como mergulho na situação existencial do
indivíduo, criando a atmosfera no lugar do enredo, Clarice Lispector, Walmir
Ayala, Maura Lopes Cançado, Nélida Piñon, Helena Parente Cunha e Elias José.
Alegórico, documental, psicológico, impressionista, supra
real, regional de alcance universal, de antecipação na corrente de ficção
científica, o conto no Brasil circula hoje em sua dimensão própria,
convincente, não como aprendizado para o autor dar o passo mais largo e
definitivo de romancista, como muitos concebiam. Críticos apontam que há nesse
conto emancipado feito entre nós hoje a inevitável influência de
latino-americanos no caminho de ficcionistas jovens, porém, nossos contistas
não são mais situados com referências a escritores estrangeiros: Maupassant,
Tchecov, Kafka e Mansfield. Consolidado na trajetória ficcional que ilude na
síntese, o conto brasileiro contemporâneo circula com a sua marca própria, seu
legítimo acento, sua feição eficaz e dinâmica atraente.
Acham os clássicos que conto é aquilo que conta alguma
coisa, desenvolvendo-se a história nos momentos tradicionais de princípio, meio
e fim. Síntese de emoção aguda, acidente de vida, tensão e concisão no espaço
que prevalece sobre o tempo, acham os modernos. Seja como for, encontrará o
leitor nas breves páginas do conto atual no Brasil um feixe de observações, o
dizer sobre coisas agudas em informações lúcidas. Pelo imaginário, temática
pessoal, densidade, linguagem tradicional ou ligada à vanguarda as gradações e
variações da condição humana: ternura, sentimentos baixos, humor, conflitos, a
máquina do sistema na crueldade de seu absurdo, o dilema da razão a gerar
insegurança, abandono, contradições e perplexidades.
Na sensação de que o mundo é falho, participará, enfim, do
mistério do viver sob o trânsito dos humanos, o qual alcança hoje ritmo veloz,
que cada vez mais assusta, subversão constante dos valores como premonição do
caos, a que o conto como instante de reflexão, testemunho fragmentário do real
ou em sua visão metaforizada do mundo, dilatando o micro no macro, tão bem se
ajusta. Ainda assim, visto esse estar crítico do ser humano na trama, acena das
fissuras a esperança como possibilidade do amor, vocação que o indivíduo é
possuidor em sua problemática existencial para aflorar das rupturas e
reconstruir o mundo.
A literatura brasileira detém hoje a eficiente autonomia de
um gênero que possui joias insuperáveis. Uma das grandes invenções dessa
entidade literária no discurso que combina, harmoniosamente, o a forma e o
fundo, a que assistimos hoje, foi levada
no Brasil por Dalton Trevisan. Esse mestre da ficção breve na prosa enxuta e
atraente, com mais de uma vintena de livros publicados, possui uma maneira de
dizer histórias originalíssima no
encalço de fixar os encontros e desencontros de todos os Joões e Marias, de uma
Curitiba descida ao chão das pequenas misérias, frustrações, devassidões,
fetichismos inúteis.
Cyro de Mattos é ficcionista e
poeta, publicado em Portugal, Itália, França, Alemanha, Espanha, Dinamarca e
Estados Unidos. Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México. Membro das
Academias de Letra da Bahia, de Ilhéus e de Itabuna. Primeiro Doutor Honoris
Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz.
* * *
quarta-feira, 22 de março de 2023
O QUE É ANOSOGNOSIA?
É o esquecimento
temporário, ou momentâneo, comum em pessoas acima dos 60 anos. Não
confundir com Alzheimer.
No final, do texto
a seguir, faça um esforço, e tente descobrir, o "C", o
"6" e o "N".
Tudo muito legal para sua memória.
Vamos lá:
Esquecimento temporário, do professor francês Bruno Dubois.
"Se alguém
está ciente de seus problemas de memória, ele não tem Alzheimer".
1. Eu esqueço os
nomes das famílias ...
2. Não me lembro
onde coloco algumas coisas!
A informação está
sempre no cérebro, é o "processador" que está em falta. Isso é
"anosognosia" ou esquecimento temporário.
Metade das pessoas
com 60 anos ou mais apresenta alguns sintomas devidos à idade e não à doença.
Os casos mais comuns são:
- esquecendo o nome
de uma pessoa,
- indo para um
quarto da casa e não lembrando por que estava indo para lá
- uma memória em
branco para um título ou ator de filme, atriz,
- uma perda de
tempo procurando onde deixamos nossos óculos ou chaves!
Depois de 60 anos, a maioria das pessoas tem essa dificuldade, o que indica que não é uma doença, mas uma característica devido ao passar dos anos.
Muitas pessoas
estão preocupadas com esses descuidos, daí a importância da seguinte
declaração:
"Aqueles que
estão conscientes de serem esquecidos não têm nenhum problema sério de
memória."
"Aqueles que
sofrem de uma doença de memória ou Alzheimer não estão cientes do que está
acontecendo".
Agora, para um
pequeno teste neurológico:
Use apenas seus olhos.
1- Encontre o C na
tabela abaixo!
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOCOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
2- Se você já encontrou o C, em seguida, encontre o 6 na tabela abaixo.
99999999999999999999999999999999999999999999999999
99999999999999999999999999999999999999999999999999
99999999999999999999999999999999999999999999999999
69999999999999999999999999999999999999999999999999
99999999999999999999999999999999999999999999999999
99999999999999999999999999999999999999999999999999
3- Agora, encontre
o N na tabela abaixo. Atenção: é um pouco mais difícil!
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMNMMM
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
Se você passar nesses
três testes sem problemas:
- seu cérebro está
em perfeita forma!
- está longe de ter
qualquer relação com a doença de Alzheimer.
(Recebi via WhatsApp – sem menção de autoria)
* * *
domingo, 19 de março de 2023
A História na Travessia de Gerações
Cyro
de Mattos
A
história caminha e avança na sua travessia através de gerações. Conceito
importante da História, pode ser considerado como o ponto em torno do qual executa seus movimentos e manifestações. Tal
geração afirmar-se-á se conseguir formar uma corrente, movimento ou
tendência de pensamento marcante no
progresso social, nos costumes civilizacionais, nas políticas culturais ou na
educação literária dos indivíduos. O grau de combatividade de uma geração está
naturalmente na dependência do estado atual das coisas com relação ao momento em que se afirma o
desejo coletivo de mudança.
Seja qual for
a importância que se atribua ao tema e ao conceito preconizado, a noção de
geração pode levar a pressupor, de modo equivocado, que as gerações se sucedem de forma
horizontal no curso da história. Na verdade pertencem à mesma geração, como é
comum, indivíduos nascidos próximos e
dotados de afinidades culturais. Pode ocorrer que indivíduos pertençam a várias
gerações numa mesma época. Ou acontecer discrepância de idade e nem por isso deixam de situar-se na mesma geração, como no caso de Machado de
Assis, nascido em 1839, e Aluizio
Azevedo, em 1857.
Quando um
homem nasce, se vê numa circunstância concreta, em que tem de viver e que é
social em uma de suas dimensões, por consequência histórica. Nos passos de Ortega e Gasset, o
filósofo Julián Marias admite que a geração não é um conceito biológico e sim
histórico porque decisivo não é a idade
biológica que cada homem tem, mas, sim,
sua inserção numa determinada dimensão de mundo. Não se desprezando o
fator biológico, releva-se a importância do ser histórico
correspondendo ao seu lugar e à sua época. Geração seria um conjunto de indivíduos pertencente a vários grupos de idade ou não,
portadores de conteúdo determinado e cujas atividades, anseios, tendências, perspectivas e alcances norteiam-se no sentido de uma
afirmação, que é a sua afirmação
geracional.
Conforme
Julián Marias:
Adiante,
ele acrescenta:
“A história
permite ao homem transmigrar hermeneuticamente de sua circunstância para
outras, e dessa maneira as fazer suas; só com a história toma inteiramente posse
de si mesmo e sai da estreiteza de sua circunstancialidade e das interpretações
tradicionais recebidas, para alcançar a própria realidade, além de todas as
interpretações. Só com a razão histórica – com a razão que é a própria história
– pode o homem dar a razão de si mesmo e projetar livremente sua vida pessoal,
a partir de sua realidade originária e irredutível. A história, o órganon da
autenticidade. (Introdução à filosofia, p. 342).
A geração seria assim
a unidade concreta da cronologia histórica autêntica.
Pelo exposto, a realização da vida nos remete a duas
faixas de questões: o horizonte
histórico de nosso viver e o fundo pessoal de nós mesmos, configurado pelo fato
da vocação. É a travessia com a nossa vocação, idêntica aos que pertencem ao
grupo de indivíduos, que incide em nossa afirmação e faz da vida humana
individual um acréscimo importantíssimo em nosso destino de seres gregários,
entre o pensamento e o sentimento, atributos que são pertencentes a nós
mesmos.
Na travessia
de gerações baianas não se pode deixar de ser considerada a Geração Revista da
Bahia. Sucedeu à fulgurante geração de Glauber Rocha, o fundador do Cinema
Novo. A órbita de atuação da Geração Revista da Bahia foi a literatura e outros
campos do conhecimento humano, como o cinema e as artes plásticas.
Com a dispersão da talentosa geração de Glauber Rocha, em
1964, outras gerações iriam despontar nos meios culturais de Salvador. A
chamada Geração Revista da Bahia acontece nessa épocados de 1960. Seus jovens
integrantes já demonstravam ser possuidores de certo instrumental crítico para
a discussão dos temas literários e culturais.
Este articulista fez parte da Geração Revista da Bahia, ao
lado de Alberto Silva, Marcos
Santarrita, Ildásio Tavares, Ricardo Cruz, Adelmo Oliveira, Oleone Coelho
Fontes, Fernando Batinga, Fernando Kraychete, o desenhista Nacif Ganem e o
artista plástico Francisco Liberato, entre outros. Todos nós, iniciantes no
fazer literário e na divulgação da cultura,
liderados pelo crítico e poeta Carlos Falck, o guru espiritual do grupo, pretendíamos deixar nossa impressão digital no contexto literário e cultural da época. Alguns,
como Ildasio Tavares e Marcos Santarrita, romperam tempos depois as fronteiras
estaduais porque de fato elaboraram uma
obra significativa no corpo do Brasil
literário.
Geração
Revista da Bahia. Levava esse nome porque o corpo redacional da Revista da Bahia, órgão cultural da Imprensa
Oficial, era formado pelos jornalistas Alberto Silva e Marcos Santarrita. A
revista emprestava seu nome para denominar uma geração de promissores
escritores e protagonistas culturais. Recebia em suas páginas colaborações
desses novíssimos intelectuais,
contistas, poetas, ensaístas e desenhistas,
que tinham nos ombros o peso de susbstituir a inquietante geração de Glauber Rocha, a qual
havia sido dispersa pelo regime
militar de 64. Era tarefa
difícílima a de uma geração constituída
de jovens intelectuais substituir com o mesmo brilho aquela outra liderada pelo
criador do Cinema Novo, que deixou pontos elevados na progressão da vida
cultural de Salvador de Bahia.
Sempre com o apoio dos dois diretores da Imprensa Oficial,
Germano Machado e José Curvelo, a Revista da Bahia foi para os artistas da
geração 60, segundo Juarez Paraíso, responsável pela direção artística, o que
significou os cinco números da revista Cadernos da Bahia, 1948, 1952, para os
primeiros modernistas. Com Juarez Paraíso, a revista passou a ter um
planejamento gráfico mais solto e moderno. Os números que foram lançados sob a
sua responsabilidade artística foram enriquecidos com reproduções e ilustrações
dos artistas Antônio Rebouças, Jamison Pedra, Hansen Bahia, Ângelo Roberto,
Edsoleda Santos, Nacif Ganem, Manoel Araújo, Leonardo Alencar, Henrique Oswald,
Riolan Coutinho, Edízio Coelho, Betty King, Francisco Liberato, Calazans Neto,
Juarez Paraíso, José Maria, Sílvio Robatto, Genaro de Carvalho, Carlos Bastos,
Raimundo Oliveira e outros.
Considerando a idade biológica e afinidades culturais, o elenco de intelectuais que formava a Geração Revista da Bahia pode ser ampliado com os nomes de Luís Carbogini Quaglia, louvado contista do mar, Maria da Conceição Paranhos, poeta e ensaísta, Fernando Ramos e Guido Guerra, promissores romancistas, José de Oliveira Falcón, o poeta de Canudos, os cineastas Orlando Sena e Olney São Paulo e o poeta Capinan.
Na visão do ensaísta Cid Seixas, o mais importante lançamento de poesia na Bahia, no período compreendido entre 1964 e 1974, aconteceu com o livro ABC-reobtido, de Maria da Conceição Paranhos. O discurso da jovem poeta, com bases em pesquisa e atualização estética, rejeitava os limites de certa retórica ornamental. Outro jovem intelectual baiano que desponta nas letras daquele período é Guido Guerra. Escritor de formação jornalística, ele trazia para a sua prosa de ficção os atritos e rupturas do homem cotidiano.
A geração
Revista da Bahia enfraqueceu com a ida de Alberto Silva, moderno crítico de
cinema e jornalista de um texto
primoroso, para o Rio de Janeiro, em 1967, e logo a seguir a de Marcos
Santarrita. Junta-se a isso o falecimento de Carlos Falk. Fui para Itabuna onde exerceria a advocacia
durante muitos anos. Permaneceram em
Salvador aquelas outras jovens vozes vocacionadas para fazer da vida um consistente projeto
literário e cultural.
Os
sobreviventes da Geração Revista da Bahia dispersos, sem contar com a força aglutinadora de Carlos
Falck, presenças importantes de Alberto Silva e Marcos Santarrita, já não tinham a mesma motivação para se
encontrar na Biblioteca Pública,
localizada na Praça Tomé de Sousa, nos
botecos e bares da Rua da Ajuda, durante noites de sábado, na livraria
Civilização Brasileira, na rua Chile, em final de tarde, por onde toda a cidade passava na
semana.
Quando então
se discutia as questões de literatura atual, muitas vezes com veemência, em torno de Kafka, Sartre, Brecht, Pessoa,
Proust, Joyce e Faulkner. Guimarães
Rosa, Clarice Lispector e Adonias Filho. Drummond, Jorge de Lima e Cecília
Meireles. Era questionada a problemática social do indivíduo através do pensamento
de Ortega y Gasset, Marx e Lukacs. A geopolítica do Brasil através dos estudos
de Josué de Castro, a formação da família patriarcal brasileira com Gilberto
Freire ou a evolução política do Brasil sob o método dialético marxista de Caio
Prado Junior.
Cyro de Mattos é ficcionista e poeta, publicado em Portugal,
Itália, França, Alemanha, Espanha, Dinamarca e Estados Unidos. Premiado no
Brasil, Portugal, Itália e México. Membro das Academias de Letra da Bahia, de
Ilhéus e de Itabuna. Primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de
Santa Cruz.
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sábado, 18 de março de 2023
O JARDIM DA PREFEITURA
Por: Cláudio Apê Alves Freire.
Hoje, acordei mais
nostálgico como de costume, retrocedi aos anos 60 e me deixei estar no jardim
da antiga prefeitura de Itabuna: o famigerado Jardim da Prefeitura!
Naqueles anos
dourados, quando ainda adolescente, aquela legendária praça, era o point da
juventude, onde tudo acontecia alusivo à paquera e modismos da época. Os dias
de sábado e domingo, no turno da noite, funcionavam como uma apoteose dos
acontecimentos semanais.
Entretanto, a
preparação para aqueles momentos encantadores e prolíferos, já que muitos
frequentadores constituíram famílias a partir dali, tinha seu start já na
enfadonha segunda-feira, como se fosse um ritual.
A expectativa
era gradativa, à medida que os finais de semana se aproximavam.
Preliminarmente, era preciso ter a “mina” já em vista. E, em caso de
reciprocidade da garota, se desse mole ou bola, conforme terminologia da época,
nada de titubear logo na abordagem, o papo tinha que ser fluente e interessante,
para não ser tachado de porre. Para isso, ensaios eram fundamentais, a fim de
se evitar vexames de última hora e expor a temida timidez. A aparência, também
não podia ficar em segundo plano. As diretrizes e bases da paquera sempre
preconizavam roupas da moda. Por exemplo: uma calça Lee, comprada na“ Ilha dos
Ratos” em Salvador ou mesmo uma Topeka comprada nas Casas Sales ou em J.Rihan
(de jovens e bons artigos) , combinadas com uma camisa de anarruga e uma
botinha Calhambeque; caíam muito bem. Perfume, sim, sempre ao gosto do
usuário, podia ser o “Lancaster” ou a “English Lavander”. Enfim, tudo
tinha que ser criteriosamente programado, já que a concorrência era sempre
acirrada, principalmente com os playboys oriundos de outras plagas, como Ilhéus,
Salvador ou do sul do País.
Mas, voltemos ao
nosso cenário, Jardim da Prefeitura. Conforme dito, nos finais de semana, o
desfile, sempre em círculos horários ou anti-horários, de acordo com o flerte,
começava pontualmente às 20 horas e terminava, para as moiçolas sob rigorosas
vigilâncias dos pais, impreterivelmente, às 22 horas, sob pena de serem
submetidas à “brados retumbantes” e castigos pela desobediência. Para aqueles
mais libertos, que podiam ultrapassar o horário “regulamentar” ou quando soltavam
o “Homem nu” na praça, conforme de praxe, eram disponibilizadas duas
emblemáticas programações as quais, às vezes, adentravam a madrugada do dia
subsequente.
A primeira, para os
que tinham carro, era sintonizar a Rádio Mundial do Rio de Janeiro e ouvir a
todo volume o programa intitulado, “Ritmos de Boite”, apresentado pelo
precocemente falecido DJ Newton Alvarenga Duarte , o Big Boy. No programa, o DJ
apresentava os sucessos de cantores e famosas bandas da época, como: Johnny
Rivers, George Benson, Scott McKenzie, Beatles, Rolling Stones, The Mamas and
The Papas, Herman’s Hermits , The Cowsills e outros.
A segunda
programação, após o desfile do jardim, era a domingueira dançante do Itabuna
Clube. Nesta, ao som dos conjuntos (como se chamava à época) Lord Ritmos, Os
Grapsons e Joel Carlos, os casais se exibiam na dança dos mais diversos ritmos.
Entre esses pares, destacavam-se os irmãos Humberto e Simone Netto, dando
“calientes” shows nas músicas caribenhas; os irmãos Biró e Vera Apê, nos twist;
Duduca Paixão e as mais diversas parceiras, no rock n’roll; e, Ceiça Sá e
Gilsinho Rodrigues, nos boleros deslizados no bem cuidado salão encerado com
cera Parquetina. Tudo isso ocorria, sob o vigilante olhar do rigoroso gerente
do clube o Sr. Jacinto, que ao vestir algumas calças pouco compatíveis com a
sua compleição física, ficava numa dúvida atroz: não sabia se reclamava dos
casais que dançavam excessivamente coladinhos ou se ajeitava, as suas frouxas
calças, colocando-as no prumo devido. Verdadeiro dilema, coitado!
Hoje em dia, apesar
da praça ainda existir (Praça Olinto Leone), os points para esses fins mudaram
de localização, principalmente com o advento do shopping center aliado às
mudanças comportamentais dos jovens dos tempos modernos.
Entretanto, os
programas citados, assim como outros (cinemas, teatros, piscinas do GTC e as
lindas praias da vizinha cidade de Ilhéus) da então progressista cidade de
Itabuna dos anos 60, preenchiam o tempo e os anseios dos jovens da terra, sem
nada dever às grandes metrópoles do Brasil. Daí, a imensa saudade que todos os
atores juvenis sentem daquela época de plena e irrestrita felicidade. Por isso
é perfeitamente justificável esse meu acesso nostálgico neste dia, por saber
que tudo alusivo àqueles tempos dourados, se iniciava na querida e saudosa
praça do JARDIM DA PREFEITURA.
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quinta-feira, 16 de março de 2023
NOTA DE UTILIDADE PÚBLICA
Depois dos 60 anos,
pode-se experimentar muitos tipos de doenças.
- Mas, o que mais
me preocupa é a doença de Alzheimer.
- Não apenas porque
eu não poderia cuidar de mim mesmo, mas, porque isso causaria muitos
inconvenientes para os membros da minha família.
- Um amigo médico ensinou a outro amigo, um exercício com a língua que é eficaz para reduzir o
aparecimento da doença de Alzheimer, e esse exercício também é útil para
reduzir e melhorar:
1 - Peso corporal
2 - Hipertensão
3 - Coágulo
sanguíneo no cérebro
4 - Asma
5 - Miopia
6 - Zumbido no
ouvido
7 - Infecção na
garganta
8 - Infecção do
ombro / pescoço
9 - Insônia
Os movimentos são muito simples e fáceis de aprender. Todas as manhãs, quando você lavar o rosto, na frente de um espelho, faça o seguinte exercício:
- Estique a língua
e mova-a para a direita e depois para a esquerda por 10 vezes seguidas.
- Desde que ele
começou a exercitar sua língua diariamente, houve uma melhora na retenção de
seu cérebro.
- Sua mente ficou
clara e produtiva, e outras melhorias aconteceram
- 1 Ver melhor de
longe
- 2 Sem tonturas
- 3 Maior bem-estar
geral
- 4 Melhor digestão
- 5 Pouca
gripe
- 6 Ele se sente
mais forte e mais ágil.
- O exercício da
língua ajuda a controlar e prevenir a doença de Alzheimer.
A pesquisa médica
descobriu que o exercício tem uma conexão com o grande cérebro.
Quando nosso corpo
se torna velho e fraco, o primeiro sinal que aparece é que a nossa língua fica
rígida, por isso tendemos a mordê-la.
- Ao exercitar a
sua língua, você estimulará o seu cérebro.
Cada pessoa que
recebe este boletim informativo deve repassar, para ajudar a combater a
doença de Alzheimer e melhorar qualidade de vida das pessoas e acabar com
tremores nas mãos e pernas.
Vivendo e
aprendendo. Compartilhe!
(Recebi via WhatsApp, sem menção de autoria)
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O espelho biseautê
Para Paulo Caruso,
amigo de uma vida. Abri o e-mail de Raquel Naveira, escritora mato-grossense,
veio uma poética crônica. Ela, assim que publica na sua terra, envia aos
amigos. Fui atraído pela frase: 'Restaurou a antiga penteadeira, com o espelho
de cristal bisotado e a banqueta de couro, que ficava no quarto dela, a sua
mãe'. Bisotado. Há quanto, quanto tempo não lia, sentia, esta palavra?
Vi dona Maria do
Rosário, diante da penteadeira - também se dizia psyché - com espelho bisotado,
às vezes chamado de bisotê. Depois, Fanny Marracini ensinaria que em francês é
biseauté. O que significava? Por mais que olhasse para o espelho, não entendia,
só via mamãe feliz. Papai me dizia, 'não sei o que é, mas sua mãe quando se
senta na penteadeira, fica tão bonita'. Seria o biseautê? Mas o que era aquilo?
Perguntava, não
respondiam. Desconfiei que não soubessem, ou fosse coisa que criança não podia
saber. Quantas vezes eu entrava na sala, todos murmuravam 'tem criança' e se
calavam.
Custava me
explicarem o que era biseautê? Ou bisotado? Essa coisa que fazia mamãe bonita,
feliz quando saía para o cinema, para a reza na matriz, para uma festa? Mal ela
saía, eu ia para o quarto e ficava a olhar para o espelho, para meu rosto, a
fim de saber se eu estava mudado, era mais bonito. Não, não estava, era feio.
Esquisito, me condenavam.
Um dia, percebi que
na margem do espelho havia um pequena região diferente. Um mínimo rebaixo.
Chanfrado, disse vovô Vital. Quando me olhei nele, me vi bonito. Somente
naquela moldura. Assim descobri o que era biseautê. Beleza. Cada vez que
entrava no quarto, me olhava naquele estreito território, onde eu era bonito.
Seria o mesmo com mamãe?
Um dia, vi mamãe
pentear o cabelo, passar ruge, apanhar uma bola de vidro com quatro letras,
Coty, passar o perfume, meu pai entrou: 'Você está mais linda do que nunca!'.
Seria também aquele perfume?
Um dia, dia mais horrível, a funcionária que ajudava na faxina deixou cair o cabo do escovão que dava brilho no assoalho, e o espelho partiu-se em mil. A dor de mamãe. 'Meu espelho, me fazia tão linda.' Ajudei a pegar os cacos, encontrei pedaços do bisotado. E se eu guardasse um pedacinho dele, poderia mudar minha cara quando estivesse sozinho? Mudando a cara, as meninas da classe sorririam para mim, afilhado dono do bar me daria um naco do lanche dela, tão apetitoso. Um dia, a professora leu minha redação, chamava-se composição, e disse: 'Nota cem. A melhor redação do ano. Quero que todo mundo leia para saber como se faz'. Tirei meu espelho do bolso, olhei, ouvi: 'Você é o menino mais bonito da classe', dito pela Neuce, irmã da professora Lourdes.
É JORNALISTA E
ESCRITOR, AUTOR DE 'ZERO' E 'NÃO VERÁS PAÍS NENHUM'.
O Estado de S.
Paulo, 12/03/2023
https://www.academia.org.br/academicos/ignacio-de-loyola-brandao
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terça-feira, 14 de março de 2023
ITABUNA CENTENÁRIA UM POEMA: 14 DE MARÇO - DIA DE CASTRO ALVES
NAVIO NEGREIRO
Tragédia no mar
II
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VI
Antonio de Castro Alves, natural de Cabaceiras, Estado da
Bahia, nasceu em 14/03/1847 e faleceu aos 24 anos em 06/07/1871. Suas poesias,
quase todas elas do mais espontâneo lirismo, foram enfeixadas num volume que
denominou Espumas Flutuantes, cuja primeira edição saiu em 1870. Deixou ainda A
Cachoeira de Paulo Afonso em 1876. Deste mesmo ano é o drama histórico Gonzaga
ou a Revolução de Minas. Suas obras completas foram editadas em 1921 e contam
inúmera reedições, sendo possivelmente o mais lido dos nossos poetas Juntamente
com Tobias Barreto inaugurou uma nova fase na poesia brasileira – o condoreirismo.
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