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domingo, 15 de julho de 2018

O PREÇO DE UM MILAGRE



Uma garotinha esperta de apenas seis anos de idade, ouviu seus pais conversando sobre seu irmãozinho mais novo. Tudo que ela sabia era que o menino estava muito doente e que estavam completamente sem dinheiro.Iriam se mudar para um apartamento num subúrbio, no próximo mês, porque seu pai não tinha recursos para pagar as contas do medico e o aluguel do apartamento.
Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvar o garoto, e não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes dinheiro. A menina ouviu seu pai dizer a sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado: “somente um milagre poderá salva-lo”.

Ela foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo, no armário. Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente, três vezes. O total tinha que estar exato. Não havia margem de erro. Colocou as moedas de volta no vidro com cuidado e fechou a tampa.

Saiu devagarzinho pela porta dos fundos e andou cinco quarteirões ate chegar a farmácia. Esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento. Ela, então, esfregou os pés no chão para fazer barulho, e nada! Limpou a garganta com o som mais alto que pode, mas nem assim foi notada. Por fim, pegou uma moeda e bateu no vidro da porta. Finalmente foi atendida!

O que você quer?  perguntou o farmacêutico com voz aborrecida.
Estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo ha séculos, disse ele sem esperar resposta.

Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão, respondeu a menina no mesmo tom aborrecido. Ele esta realmente doente… E eu quero comprar um milagre.

Como?, balbuciou o farmacêutico admirado. 

"Ele se chama André e esta com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai disse que só um milagre poderá salva-lo. E e por isso que eu estou aqui. Então, quanto custa um milagre?"

Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajuda-la, respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.

Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa, insistiu a pequena.

O irmão do farmacêutico era um homem gentil. Deu um passo a frente e perguntou a garota: Que tipo de milagre seu irmão precisa?

Não sei, respondeu ela, levantando os olhos para ele. Só sei que ele esta muito mal e mamãe diz que precisa ser operado. Como papai não pode pagar, quero usar meu dinheiro.

Quanto você tem?, perguntou o homem de Chicago.

Um dólar e onze centavos, respondeu a menina num sussurro.
É tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.

Puxa, que coincidência, sorriu o homem. Um dólar e onze centavos! Exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos.

O homem pegou o dinheiro com uma mão e, dando a outra mão a menina, disse: Leve-me ate sua casa. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa.

Aquele senhor gentil era um cirurgião, especializado em Neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custos. Alguns meses depois Andrew estava em casa novamente, recuperado.
A mãe e o pai comentavam alegremente sobre a sequência de acontecimentos ocorridos. A cirurgia, murmurou a mãe, foi um milagre real. Gostaria de saber quanto custou!

A menina sorriu. Ela sabia exatamente quanto custa um milagre. Um dólar e onze centavos… Mais a fé de uma garotinha…


(Autor não mencionado)



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NANISMO JUDICIÁRIO: O MAIOR EXEMPLO... Marcelo Rates Quaranta


11/07/2018
Depois de termos assistido ao show de horrores jurídicos do último domingo, que teve como picadeiro o TRF-4 e protagonizado por um Desembargador plantonista e três Deputados petistas, só nos restou fazer uma reflexão a respeito do como e do porquê isso aconteceu, para que minimamente possamos fazer uma reflexão sobre como anda uma parcela da Justiça brasileira.

A Constituição de 1988, em seu Artigo 94, prevê uma aberração chamada de "quinto constitucional", onde um quinto das vagas existentes em certos tribunais são preenchidas por advogados e promotores, e por tradicional indicação do Presidente da República.

Para que seja preenchida uma vaga, o indicado deve possuir alguns atributos, dentre eles o principal que é o "notável saber jurídico". Mas nós sabemos que não funciona assim. Desde a sua instituição, as vagas vêm sendo preenchidas por aqueles que têm notável militância e indiscutível proximidade com aqueles que os indicam, causando o aparelhamento da Justiça como acontece em toda republiqueta capitaneada por tiranetes, e que não colocam a Justiça a serviço do país e sim a serviço de seus interesses.

Rogério Favreto, é um desses elementos. Sem ser Juiz de carreira, sem ter feito qualquer concurso, sem a necessidade de comprovar o "notável saber jurídico" e sem ter alçado o cargo de Desembargador vindo da primeira instância, Favreto foi injetado no Tribunal Regional Federal pela canetada de Dilma como reconhecimento pela sua fervorosa militância junto ao PT, e para que o Partido dos Trabalhadores tivesse alguma ancoragem dentro daquele Tribunal e para que pudesse ser acionada num momento de necessidade para eles. Isso sem dúvida faz dele um Desembargador-Anão diante dos preceitos da meritocracia, que por sinal sempre foi sumariamente ignorada pelo PT.

Mas ele é só uma criança nesse meio. Os exemplos do seu ato estapafúrdio vem de cima, ou seja, do Supremo Tribunal Federal, todo ele aparelhado e de onde as deformidades jurídicas brotam a cada instante por decisões monocráticas distantes de qualquer sensatez e lógica. Ali então é pior... São onze ministros, cada um fazendo a sua própria Justiça e o seu próprio STF segundo o entendimento da sua vontade. Favreto teve em quem se espelhar.

Ora, mas o que é manter um desembargador-Anão se temos onze Ministros-Anões? Toffoli é o exemplo maior de nanismo dentro de uma Corte! Foi igualmente injetado pelo PT e será Presidente da Suprema Corte mesmo havendo sido reprovado duas vezes em concursos para Juiz de Primeira Instância!

Mas tudo bem... A Roberta Close foi eleita a mulher mais bonita do Brasil mesmo sendo homem, e o Pablo Vittar faz sucesso sem ter talento e voz. Assim é o Brasil.

Favreto, com sua decisão, foi apenas mais um a apequenar ainda mais a já tão miniaturizada Justiça do nosso país, reduzindo-a ao tamanho da sua importância e competência, pois quando poderia agigantar-se diante dos seus pares, mostrando sobriedade, optou por reafirmar-se anão.

Se quisermos realmente ter uma Justiça séria neste país, urge fazermos uma reforma no Judiciário eliminando todas essas distorções, sobretudo aquelas que são contempladas por uma Constituição que só é garantista para bandidos, e que favorece o surgimento de aberrações como os anões morais que operam no Judiciário.

Marcelo Rates Quaranta
Articulista


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PALAVRA DA SALVAÇÃO (87)


15º Domingo do Tempo Comum – 15/07/2018

Anúncio do Evangelho (Mc 6,7-13)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros.
Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.
E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Padre Paulo Ricardo:
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Conhece-se o seguidor de Jesus pelos pés


“E Ele percorria os povoados da região, ensinando” (Mc 6,6)

“Adeptos do Caminho”: assim eram conhecidos os primeiros seguidores de Jesus (At 9,2). Assim também quer Jesus que sejamos seguidores seus, sempre em caminho, em todos os lugares, em todas as casas de passagem, dispostos a parar e conversar, prontos ao encontro e à solidariedade com todos os que vão e vem pela vida.

Deveríamos voltar a recuperar o sentido desta expressão (“adeptos do Caminho”), pois ela nos convida a continuar percorrendo o caminho cotidiano da existência de uma maneira cristificada; e isto é algo fundamental para o encontro profundo com o outro, com as alegrias e os sofrimentos daqueles que se encontram às margens, com a novidade e a surpresa da senda da vida, com o desafio de prosseguir confiando na Boa Notícia de Jesus, que se manteve sempre em caminho pelas estradas da Palestina, para levantar os feridos, oprimidos e excluídos do sistema social e religioso. 

Hoje como ontem, sair, caminhar, deslocar-se, ser itinerante... tem sentido, porque significa ir ao encontro do novo e do diferente. “Sair” é também uma experiência constitutiva da natureza humana porque tem um ar transformador. Cada um, ao longo do caminho, experimenta “novos modos” de habitar a existência, de olhar-se, pensar e relacionar-se.  A itinerância permite ir mais além de si mesmo para encontrar outras maneiras de viver, para entrar em outras terras prometidas, para aproximar-se de outras pessoas, povos, culturas, onde encontrar o sentido de vida; sobretudo, possibilita ir ao encontro d’Aquele que nos transcende e sempre se revelou Peregrino. 

A vida humana, neste sentido, é caminho, com um ponto de partida, uma meta, um trajeto e um horizonte. Caminho, palavra familiar e também humilde que evoca a existência de uma origem e um destino e, entre ambos, de uma aventura: a aventura de nosso caminhar, feita de desafios e extravios, e também de encontros e de momentos inesquecíveis que nos confortam ao longo do percurso. 

Todos somos “peregrinos” neste “êxodo de nós mesmos para Deus”, no qual nos “adentramos em terra estranha, despojados dos suportes usuais da existência, desprovidos de todo amparo que não seja o da caridade...” (Tellechea Idógoras).

Quem caminha calcula seu trajeto, suas próprias forças, fadigas, planeja suas paradas. Por outra parte, decide correr o risco de sair de sua zona de conforto, para abrir-se à paisagem de novas relações, ao inesperado e inexplorado, a novos encontros e sensações, a confiar e percorrer a própria existência. O caminho é um processo de mudança pessoal, um lugar pedagógico de cura, de aprendizagens, abertas ao assombro, a um olhar dinamizador, à liberdade de pensamento e de ação. Ele nos move a dilatar o coração e interessar-nos pela situação das demais pessoas, a aproximarmos dos(as) samaritanos(as) que encontramos nas idas e vindas. Porque o caminho é a ocasião, o Kairós, o tempo pedagógico de um movimento que vivifica, deixa pegada e sabor de um outro sentir.

Podemos dizer que na Igreja são imprescindíveis os itinerantes, os peregrinos do Reino de Deus, como o próprio Jesus, que enviou discípulos e discípulas pelos caminhos e povos, sem nenhuma estrutura de apoio a não ser um coração disposto a não querer outra riqueza a não ser o fermento de nova humanidade. Com os itinerantes Jesus iniciou um movimento a serviço do Reino e Ele mesmo foi um itinerante. Não permaneceu numa casa, não se fechou em um lugar, não fundou uma instituição vinculada a um tipo de templo, sinagoga ou santuário, mas foi percorrendo, com um grupo de discípulos(as)/amigos(as), também itinerantes, os povoados e aldeias da Galileia, anunciando e tornando presente o Reino. Jesus os tirou de seus lugares estáveis, de suas simples redes da margem do mar, e os fez itinerantes através de outros e amplos caminhos e mares, para assim encontrar-se com os caminhantes, os perdidos e expulsos, e iniciar com eles a grande Marcha da Vida.

Jesus, o Homem dos Caminhos, chama para uma Vida nova. Chama na vida e para a vida e põe as pessoas em movimento, a caminho. A “pegada” que Ele deixa ao passar é sua própria Vida partilhada. Ele é o inspirador de toda itinerância; com sua peregrinação Ele abre possibilidade de outros caminhos.

Jesus, o homem que se definiu, tem um sonho, um projeto (Reino). E surge diante dos outros com força pessoal capaz de sacudi-los e colocá-los em movimento.  Ele “passa” e sua presença os atrai arrancando-os da acomodação. Faz-se do chamado um caminho, quando se partilha a vida com quem chamou. Responder ao chamado feito por Jesus significa tornar esse chamado um caminho de entrega e de serviço.  
                                                  
Jesus nos apresenta uma causa muito nobre e, com seu chamado, rompe nosso estreito mundo e desperta em nós ricas possibilidades, reacende o que de mais nobre há em cada um e amplia nosso horizonte de vida. Para isso é preciso sair dos templos que pretendem fechar e aprisionar o Espírito, para dirigir-nos aos caminhos do mundo, para entrar em sintonia com o Coração e o Manancial da Vida, “em espírito e verdade”, tocando a carne concreta da Humanidade e da Mãe Terra.

“Chamado-resposta” implica, pois, um encontro comprometedor. O modo de ser de Jesus, transparente e livre, ativa nossa vida atrofiada e estreita e nos capacita a olhar amplos horizontes: seu povo, seu mundo dividido e excluído... A ressonância de seu chamado nos predispõe a encontrar motivações saudáveis e maduras que nos permitam peregrinar e viver no contexto atual com amor, entusiasmo e criatividade. Jesus envia seus discípulos com o necessário para caminhar: cajado, sandálias e uma túnica. Não precisam de mais nada para serem testemunhas do essencial. Jesus quer vê-los livres e sem ataduras, sempre disponíveis, sem instalar-se no bem-estar, confiando na força do Evangelho. 

“O discípulo-missionário é um des-centrado: o centro é Jesus Cristo que convoca e envia. O discípulo é enviado para as periferias existenciais. A posição do discípulo-missionário não é a de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias” (Papa Francisco) 

Quê significa “fronteiras geográficas e existenciais”? É preciso sair dos limites conhecidos; sair de nossas seguranças para adentrar-nos no terreno do incerto; sair dos espaços onde nos sentimos fortes para arriscar-nos a transitar por lugares onde somos frágeis; sair do inquestionável para enfrentarmos o novo...

É decisivo estar dispostos a abrir espaços em nossa história a novas pessoas e situações, novos encontros, novas experiências... Porque sempre há algo diferente e inesperado que pode nos enriquecer... A vida está cheia de possibilidades e surpresas; inumeráveis caminhos que podemos percorrer; pessoas instigantes que aparecem em nossas vidas; desafios, encontros, aprendizagens, motivos para celebrar, lições que aprenderemos e nos farão um pouco mais lúcidos, mais humanos e mais simples... 

A periferia passa a ser terra privilegiada onde nasce o “novo”, por obra do Espírito. Ali aparece o broto original do “nunca visto”, que em sua pequenez de fermento profético torna-se um desafio ao imobilismo petrificado e um questionamento à ordem estabelecida. 

Texto bíblico:  Mc. 6,7-13  
Na oração:

- Nas nossas vidas acontece algo de verdadeiro e belo quando nos dispomos a buscar dentro de nós mesmos a razão da nossa existência.
- No “mapa espiritual” de nosso interior ainda existe uma “terra desconhecida”, que proporciona interesse à vida, suscita curiosidade, nos põe a caminho...  Grandes surpresas interiores estão à nossa espera, e a capacidade de continuar procurando é que dá sentido ao esforço e vigor à vida.
- A quê você se sente chamado? A quem se sente enviado?

Pe. Adroaldo Palaoro sj

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