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domingo, 18 de dezembro de 2016

O BURRINHO SAGRADO – Mirian Warttusch

O Burrinho Sagrado 


Uma cena tão bonita
O Menino que nasceu.
De Maria, Mãe bendita,
O burrinho comoveu.


O animal já pressentia
Que essa Sagrada Família
No seu lombo levaria
Pra fugir num outro dia.


Disse Deus pra se saber:
-O meu filho muito amado
Eu não deixarei morrer
Nas mãos de qualquer soldado.


José, Jesus e Maria 
Pra longe tu vais levar.
Assim que nascer o dia,
Põe-te na estrada a trotar.


Tão satisfeito o burrinho
Animal de tanta luz,
Pôs-se logo no caminho.
Para salvar a Jesus.


Muito anos se passaram
E o animal pôs-se a chorar
Pois Jesus crucificaram,
E ele não pôde salvar...



Mírian Warttusch

* * *

NATAL - Wagner Albertsson

NATAL


HAVERIA DOR
SE NÃO EXISTISSE
O AMOR?

HAVERIA PAZ
SE NÃO EXISTISSE
A GUERRA?


HAVERIA O HOMEM
SE NÃO EXISTISSE
A TERRA?

HAVERIA ROSAS
SE NÃO EXISTISSE
A MULHER?

HAVERIA CRISTO
SE EU NÃO TIVESSE
FÉ?

HAVERIA O BEM
SE NÃO EXISTISSE
O MAL?

HAVERIA ALEGRIA
SE NÃO EXISTISSE
NATAL?



WAGNER ALBERTSSON
Poeta
* * *

GENTE QUE AMA ITABUNA: FÁTIMA BARROS, por Eglê S Machado

Fátima Barros, por Eglê S Machado

Ela tem rosto, porte e jeito de adolescente.
Um coração amoroso e atento para com todos, principalmente para com suas quatro irmãs (só uma é mais jovem do que ela).

Demonstra ternura e carinho especiais pelos sobrinhos. É o tipo de pessoa de bem com a vida, que espalha o aroma da paz onde estiver.

Parece estar sempre a serviço. É nobre, hospitaleira e alegre. Muito bem casada, com o Sr. José Roberto Barros, não gerou filhos, talvez porque tenha sido predestinada para ser mãe de muitos, pois possui alma, coração e gestos maternais, em especial para com os jovens.

Não nasceu, mas reside em Itabuna desde a primeira infância.
Formada em Ciências Sociais pela UESC, iniciou sua carreira profissional em 1985, lecionando no Curso de Alfabetização da Escola Municipal José Oduque Teixeira, passando depois para o Ensino Fundamental da 5ª a 8ª series no Instituto Municipal de Educação Aziz Maron - IMEAM onde foi também vice-diretora.
Ensinou da 5ª a 8ª series do Ensino Fundamental nos Colégios Emílio Garrastazu Médici, no Centro Integrado Oscar Marinho Falcão – CIOMF e no Colégio Amélia Amado. Passou também pelo Colégio Ação Fraternal de Itabuna – AFI (Escola Santo Antonio). 
Como vemos Fátima Barros lecionou em diversas escolas Públicas (Rede Estadual e Municipal). Portanto muitos homens e mulheres itabunenses com até quarenta anos são ex-alunos desta dedicada educadora. Aposentou-se precocemente em razão de problemas na coluna cervical. Adepta do naturalismo investe em qualidade de vida  praticando Pilates, RPG, Cantoterapia. Mantém hábitos alimentares saudáveis, voltados para produtos integrais, verduras e frutas, legumes e grãos.

Fez o curso de Pintura em Tela com o professor José Bay, no Centro de Cultura Adonias Filho. Também foram suas professoras de pintura, as artistas plásticas Karine Lopes e Tânia Suzart.
Sempre traçando um objetivo a ser alcançado sonha, espera e luta.
Por mais obstáculos que encontre no "caminho" não desiste. Se "tropeça" reage de cabeça erguida e, nem pensar em depressão.

É filiada a um partido político por Ideologia, militando há 21 anos. Acredita em Deus, é comprometida com causas sociais, porque crê em um novo mundo, possível a partir de cada pessoa. Como todo ser humano tem defeitos e virtudes. São tantas as suas virtudes que, se possui algum defeito ninguém percebe.
Fátima Barros criou e mantém na Web o Blog www.fatinformativo.blogspot.com que é muito variado e tem a sua cara. 
É de autoria de Fátima Barros o texto abaixo, que “Itabuna Centenária-ICAL” tem a honra de publicar:


Mulher, nome para ser valorizado

Mulher de Itabuna, do Brasil, Cidadã do Mundo.
São Marias, Divas, Fátimas, Eglês, Tânias, Mirians, Lúcias...
Mulheres que anonimamente fazem a história,
Enfrentando desafios, amando, cuidando e embalando,
Compreendendo e querendo ser compreendidas.
Muitas não aparecem na mídia,
Mas de suas forças se sustenta o mundo.
São mulheres com nomes desconhecidos,
Que podem não revelar publicamente a força que carregam.
Força tecida na luta que a elas se impõe a cada dia.
São Hercílias, Socorros, Suzys, Solanges, Eugênias...
Mulheres índias, brancas, negras, jovens, mais velhas.
Mulheres que trabalham que choram que riem,
Educam, cantam, dançam,
Mostrando que se a tristeza existe, há também a alegria,
Quando não se perde a esperança e a fé.
São Poetisas, Artistas plásticas, Do lar...
Fazem da luta do dia-a-dia e do amor a sua marca,
Opção renovada a cada dia.
Mulheres que querem da vida não só o trabalho,
Mas carinho, atenção e reconhecimento do seu nome
Na história que ajudam a construir.

Uma homenagem a nós mulheres que contribuímos a cada dia,
Para construção da História de Itabuna, do Brasil e do Mundo.

 Fátima Barros


***

PALAVRA DA SALVAÇÃO (6)

4º Domingo do Advento - 18/12/2016


Anúncio do Evangelho (Mt 1,18-24)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo.
Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados”.
Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”.
Quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. Paulo Ricardo:

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O silêncio do "homem justo"

“José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo” 

A única coisa que o Evangelho nos diz de José é que era um homem justo. Este adjetivo, de profundas raízes bíblicas, nos quer dizer que era reto, íntegro, autêntico, bom, etc..., tudo o que podemos encontrar de positivo em uma pessoa humana. O homem justo é aquele que, como Abraão, acolhe na fé o plano de Deus e com Ele colabora. José é “justo” porque adere ao misterioso desígnio de Deus, é justo porque se “ajusta” ao modo de agir de Deus, arrisca com Deus, embora os contornos do Seu Plano permaneçam obscuros e, em certos aspectos, incompreensíveis. 

José se coloca, portanto, na linha das grandes figuras da história da salvação. Sua atitude é um exemplo de silenciosa dedicação ao Reino. É o homem de uma grande nobreza de coração que, no silêncio da fé, acolhe o mistério que não compreende. Ele também teve sua “anunciação”; também teve que dar seu “sim” a Deus no mistério do desconhecido. 

O “justo” José viveu no dia-a-dia a fidelidade a Deus. Mateus repete três vezes que ele se levantou para fazer o que lhe fora revelado como Vontade de Deus. José soube acolher também, na obediência e no amor despojado, a missão que Deus lhe confiou. 

José é o homem do silêncio; de fato, uma das coisas que mais chama a atenção é que ele não pronuncia palavra alguma em nenhum dos relatos evangélicos nos quais aparece. Diríamos que os relatos apresentam a figura de um homem silencioso. Sua existência está atravessada pelo silêncio. José é o homem que vive e atua no silêncio. 

Mas entendamos bem. Este silêncio não se deve a que José seja um homem de caráter introvertido, isolado, fechado sobre si. Pelo contrário, trata-se de um silêncio interior, intenso, grávido de conteúdo. Precisamente o que as cenas evangélicas mais destacam é que José escuta atentamente o que lhe é anunciado e ele responde instantaneamente, com gestos decididos. Poderíamos dizer que suas ações são suas palavras e suas palavras não pronunciadas se convertem em gestos eloquentes que manifestam a grandeza de sua alma. 

Nos relatos de aparição de anjo, normalmente se dá um intercâmbio de palavras entre o mensageiro e a pessoa à qual é enviado. No caso de José, no entanto, nunca há diálogo. Nos três momentos em que o anjo do Senhor aparece a José dá-se o mesmo esquema: o anúncio da mensagem e a resposta decidida de José por meio da ação. José não pede explicações nem sinais confirmadores; obedece e pronto. 

Quando recebe o anúncio de que Maria estava grávida por obra do Espírito Santo, imediatamente faz o que lhe havia dito o anjo do Senhor e toma consigo a sua mulher. No caso da fuga ao Egito, o anjo, além do mais, pede a José colocar-se a caminho: pede-lhe uma prontidão que o desenraiza de seu ambiente, que o desinstala de sua própria terra para viver no estrangeiro. 

Quando o anjo lhe adverte da perseguição de Herodes, imediatamente se levanta, toma o menino e a sua mãe durante a noite e se retira ao Egito. O mesmo acontece quando o anjo do Senhor lhe diz que pode voltar a Israel porque tinham morrido aqueles que buscavam tirar a vida do menino.

Os textos destacam a atitude de disponibilidade obediente e prontidão confiada de José. Seu silêncio não tem nada de ingênuo, não é o silencio daquele que nada sabe ou não quer complicar sua vida. José está, sim, ciente de que sua esposa está grávida; está ciente que o menino está em perigo e, por isso, o leva ao Egito; está ciente de que seu filho se perdeu e, por isso, o busca. E como está ciente, tem medo. Não um medo que o paralisa, mas um medo inquietante, que o impulsiona a buscar soluções respeitosas para com sua esposa e lhe move a tomar decisões valentes, como a de emigrar em busca de um lugar onde refugiar-se. José se arrisca como resultado de uma reflexão, feita possível graças a um silêncio que escuta, valoriza e discerne. 

Toda a vida de José é descrita pelos evangelistas em segundo plano. Esse saber estar na “sombra” para não “fazer sombra” a outros, esse escutar e discernir a vontade divina, essa preocupação pelo bem-estar dos demais, esse silêncio contemplativo e radical que lhe permitia aprofundar na realidade, essa prontidão na “obediência à fé” e essa disponibilidade sem fissuras à graça foram as qualidades com as quais José entrou em sintonia com Deus, dando sua contribuição decisiva ao mistério da salvação. 

A figura silenciosa de José desvela e denuncia o “palavreado crônico” que nos esvazia. Ele nos mobiliza a viver o silêncio atento e que escuta. Quando calamos e fazemos silêncio começamos a escutar a nós mesmos e a Deus, que fala silenciosamente “em sonhos”. 

Há uma diversidade de silêncios. Existe o silêncio dos mortos ou o silêncio daquele que não tem nada que dizer, porque sua vida está vazia. Existe o silêncio cheio de tristeza do desamparado, que sofre, chora e perdeu toda esperança.Existe o silêncio tenso que se estabelece quando duas pessoas que não se amam se veem obrigadas a estar em um mesmo lugar. Existe o silêncio respeitoso diante de um enfermo ou diante de uma tragédia; existe o silêncio cheio de amor que brilha no olhar daqueles que se amam. E existe o silêncio daquele que escuta atentamente o que o(a) amado(a) tem a lhe dizer.

Sem dúvida, este último silêncio é o que melhor caracteriza a José de Nazaré. Os Evangelhos o apresentam como um homem sempre pronto a escutar a voz de Deus que fala através dos acontecimentos de sua vida e da vida daqueles que foram confiados aos seus cuidados. 

Carecemos do silêncio transformador neste nosso mundo. O ruído inunda as ruas, os lugares de trabalho, as casas e até os corações. O ruído atordoa, tem efeito devastador, provoca a revolta, agressividade e um estado de ânimo convulsionado. Com o barulho, o espírito humano se acomoda, se anestesia, se dopa. O funcionamento normal do cérebro fica debilitado. A pessoa não sente, não pensa, não tem serenidade para decidir. Todas as expressões de vida se atrofiam. A criatividade seca, os sonhos desaparecem e o ser humano torna-se incapaz de escutar a música harmoniosa de toda a Criação... 

Num contexto de ruídos atrevidos, tanto na cidade como em nossos lugares de “repouso”, torna-se mais do que necessário uma “cultura do silêncio”, que permita redescobrir o nosso próprio interior, escutar a voz dos anjos indicando os melhores caminhos a serem trilhados. 

Tony de Mello nos diz: “O silêncio não é ausência de som, mas ausência de Ego”. A carência do silêncio em nossa vida nos faz seres superficiais. Com efeito, a cultura pós-moderna decretou o fim do silêncio: vivemos imersos nos mais diferentes ruídos. E o silêncio, por sua vez, está se vingando de nós, criando vazio, superficialidade, palavras sem sentido, já não sabemos quem somos, para onde andamos e o que queremos... 

É indispensável “fazer silêncio” para entrar em contato com a realidade, sobretudo para abrir espaço ao Outro dentro de nós, para acolhê-Lo, para ouví-Lo e entrar em sintonia com sua Vontade.

Nos murmúrios interiores do coração ali encontramos os sinais da presença viva de Deus. 

Texto bíblico:  Mt 1,18-24 

Na oração: Durante a contemplação devemos deter-nos particularmente na figura de José. Ele, no seu silêncio, teve seus pensamentos próprios, suas preocupações, suas perguntas dilacerantes e suas dúvidas angustiantes. Mas Deus nunca deixou de atuar no meio das suas noites, dúvidas, provações. E, no momento oportuno, o libertou dos seus medos e lhe deu a conhecer sua Vontade.

- Neste Advento, reservar momentos de silêncio e preparar-se para acolher Aquele que, no silêncio pleno, vem fazer morada em seu interior.

Pe. Adroaldo Palaoro sj
Itaici-SP



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