pois conseguiu agarrar-se a alguma coisa que o conservou em
cima da água.
Ficou boiando à deriva durante muito tempo
até que chegou a uma ilha não habitada.
Ao chegar à praia, cansado, agradeceu a Deus por ter sobrevivido.
Acendeu uma fogueira atritando pedaços de madeira.
Conseguiu se alimentar por um bom tempo de peixes e frutas.
Derrubou algumas árvores e com muito esforço construiu uma cabana tosca que
significava proteção e mais uma vez agradeceu a Deus, porque agora podia dormir
sem medo de animais selvagens.
Um dia saiu e ao voltar para a cabana viu sua casa toda incendiada
provavelmente pelo fogueira que havia acendido perto.
Ele se sentou em prantos reclamando:
- Deus! Como é que o Senhor podia deixar isto acontecer comigo? Por que?
Neste mesmo momento uma mão pousou no seu ombro e uma voz dizendo:
- Vamos rapaz?
Se virou e viu um marinheiro repetindo:
- Vamos rapaz, nós viemos te buscar.
- Mas como é possível? perguntou... Como vocês souberam que eu estava aqui?
- Ora! Observamos de nosso navio os seus sinais de fumaça pedindo socorro!
Conclusão:
É comum nos sentirmos desencorajados e até mesmo desesperados quando as coisas
vão mal. Mas Deus age em nosso benefício, mesmo nos momentos de dor e
sofrimento. Se algum dia algo na sua vida está em "chamas", esse pode
ser o sinal de fumaça que fará o Pai Criador lhe mandar ajuda.
Texto captado da
Internet – Autoria não mencionada
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na
sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu
ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da
Lei.
Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito
mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos
destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou:
“Cala-te e sai dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência,
deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam
uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele
manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se
espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
“Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” (Mc
1,27)
Depois do chamado dos primeiros seguidores de Jesus, junto
ao lago, o evangelho deste domingo nos leva com eles à sinagoga, que era a
escola e casa de oração dos judeus. Fazendo com que falem mais os fatos
que as palavras, Marcos nos quer ajudar a ver, como através da atuação de
Jesus, o Reino de Deus se faz presente.
Não por casualidade, o evangelista situa a cura do homem
possuído por “espíritos maus” em Cafarnaum (centro da atividade de Jesus), na
sinagoga (espaço da religião), no sábado (dia de culto e oração) e entre
mestres da lei, que tinham poder sobre a assembleia e sobre a interpretação da
Palavra. Mas, aqueles que tinham “poder” não curaram o homem de seu espírito
imundo.
“Espírito mau” significa tudo o que bloqueia a relação
com Deus e a comunhão com os outros; representa o que há de mais contrário a
Deus e a possibilidade de uma convivência sadia com aqueles que o rodeavam; é o
símbolo de tudo aquilo que no ser humano está em radical oposição ao Pai.
A presença de Jesus desata, liberta, purifica o ser humano
que se encontrava oprimido dentro de uma sinagoga. Frente à exclusão nesse
espaço comunitário, Jesus profere sua palavra que cura e liberta o
enfermo/oprimido de sua situação desumanizadora. O relato deste domingo
não fala da enfermidade que o oprimido padecia. Diz simplesmente que era
“impuro”, alguém que era considerado “manchado”, dominado por um espírito
anti-humano e que Jesus desmascara, para que pudesse falar e agir com
autonomia.
Jesus, na sinagoga, não discute sobre Deus de forma abstrata;
não propõe teorias sobre pureza mais intensa, sobre ritos e alimentos; também
não oferece uma doutrina sapiencial de tipo moralista; não apresenta uma
doutrina melhor sobre leis ou normas de conduta; não é o rabino mais sábio, nem
o escriba mais agudo. Tudo isso é secundário para Marcos. O ensinamento
novo de Jesus se identifica com sua autoridade humana, com sua capacidade
de destravar a vida dos enfermos na sinagoga. Por isso, seu “ensinar com
autoridade era novo”; não era o ensino que repetia o que outros diziam ou
aquilo que se lê nos livros; não era um ensinamento aprendido na escola de um
professor especializado.
Tratava-se de um ensinar novo, diferente dos mestres da lei;
a verdadeira autoridade de Jesus residia em sua pessoa, em sua vida. Seus pensamentos
eram expressão de sua vida, era expressão do que fazia; e o que fazia era
expressão de seu pensamento. Seu ensinar é novo porque Jesus não é o
“profissional das ideias”, mas o “profissional da vida”, o profissional do
coração, o profissional que ensina vida, o profissional que sara os corações.
Nosso contexto, social e religioso, também precisa de
“profissionais” que nos deem razões para viver, nos deem razões para a
esperança, para amar, nos deem razões para aprender a sermos pessoas, livres e
criativas; precisamos de “profissionais” que nos mobilizem a viver uma vida
plena, sem esses “maus espíritos” que nos atormentam cada dia e nos fazem viver
uma vida medíocre.
Jesus fala e atua com “autoridade”; mas sua
autoridade é diferente. Não vem da instituição. Não se baseia na tradição. Tem
outra fonte. Está cheia do Espírito vivificador de Deus. Jesus não tem
“autoridade do poder”, mas o “poder de sua autoridade moral”; não tem a
autoridade da força que domina, se impõe e arrasta. Jesus tem o poder da
autoridade que brota de seu interior, de seus valores, de sua liberdade.
Autoridade que o descentra e o mobiliza a ser presença provocativa frente a
todo poder que exclui. Não é o mesmo “poder” e “autoridade”.
O poder é exterior, vem de fora. Uma pessoa tem poder
porque lhe foi dado nas urnas, porque foi instituído a partir de “fora” em uma
presidência, em uma instituição, em uma empresa... Pode-se ter, pois, poder:
títulos, cargos, prestígio,... mas poder não confere autoridade. A autoridade, pelo
contrário, é interna à pessoa, e não consiste em ter títulos, nomeações; é a
qualidade daquelas pessoas que tem o carisma de suportar as cargas e aliviar o
sofrimento dos outros; pessoas que deixam emergir de seu interior a bondade, o
alívio, a competência, a liderança solidária...
A pessoa pode ter poder, e poder legítimo, mas pode ser que
não tenha a mínima autoridade. É muito perigosa uma pessoa que atua com poder,
mas sem autoridade. Pelo contrário, há pessoa que não tem poder na
sociedade ou na igreja, mas tem autoridade. Jesus mesmo não tinha nenhum poder
no templo, na lei, diante dos escribas, fariseus, sacerdotes... Mas Jesus tinha
autoridade: falava e atuava com autoridade. O poder não torna as pessoas
boas, nem quem ostenta o poder e nem sobre quem recai o poder.
Sabemos e sentimos que o poder exerce um grande
atrativo; ele é sedutor: “quem é que não foi picado pela mosca azul do poder?”
É a paixão mais forte do ser humano; este pode até “perder a cabeça” por umas
migalhas de poder político, econômico, religioso ou mesmo na família, nas
empresas, etc. Atrás de toda busca de poder, ou das atitudes de poder, se
esconde uma ansiedade de domínio, de prepotência, de ego inflado; ao mesmo
tempo, uma pessoa fanática por poder revela um intenso medo, uma angústia
profunda de perder prestígio, um pânico diante da possibilidade de ficar sem
pedestal, sem cátedra, sem a atenção dos outros...
Nestes casos, o poder acaba se descambando para o
fundamentalismo fanático. Uma pessoa fanática é alguém cuja mente é rígida,
esclerosada, bloqueada pelo medo e pânico visceral frente à verdade, das
pessoas e dos fatos. Por isso, o fanatismo se identifica com o pensamento
dogmático mais intransigente. Em alguns cargos políticos e em algumas
posições religiosas se dá uma atitude de poder despótico, agressivo, violento,
porque o poder fanático não é capaz de pensar, de dialogar, somente agride.
A autoridade faz bem; o poder se impõe; a autoridade
acompanha. O poder dispõe, a autoridade liberta. O poder crucifica, a
autoridade está crucificada ou ao pé da cruz. Só a autoridade traz
a paz, ilumina e faz crescer; o poder, pelo contrário, gera
ansiedade, medo e faz o outro se sentir inferior. Quem tem autoridade, inspira
e motiva as outras pessoas a fazerem as coisas com boa vontade e ânimo; o poder, no
entanto, as obriga, por causa de sua posição de força.
Por seu caráter impositivo, o poder deteriora
relacionamentos, resvalando-se para o terreno pantanoso da competição, da
suspeita, da intriga, da violência. A autoridade, por sua vez, não
tem nenhuma relação direta com a obediência: repousa, isto sim, sobre o
reconhecimento da riqueza e da possibilidade do outro. Ela anima, sustenta,
desafia e toca aquilo que cada um tem de melhor em seu interior.
A cultura do poder suga o “espírito” da vida de
uma comunidade, minando sua criatividade e fragilizando seus laços de
convivência. Quem tem poder não age, dá ordens; jamais suja as próprias mãos; é
impune e não deixa impressões digitais.
O poder não constrói comunidade, pois a pessoa se
cerca de subservientes que cumprem suas ordens, dizem amém às suas ideias ou
calam-se coniventes. Sorrateiramente este mal toma conta do coração humano e o
petrifica, impedindo a vida de desabrochar e a criatividade de se
expressar.
Texto bíblico: Mc 1,21-28
Na oração: Todos nós somos habitados por dois
dinamismos internos: um, que nos impulsiona para o bem, a verdade, a
comunhão...nos descentra; outro, que nos fecha, nos faz autoreferentes,
prepotentes, violentos...
- Qual dos dois dinamismos se faz visível no seu agir e
falar cotidianos?