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quarta-feira, 1 de maio de 2019

JORNALISTA E PESQUISADOR JOÃO MÁXIMO FALA NA ABL SOBRE NOEL ROSA E ABRE O CICLO DE CONFERÊNCIAS ‘POESIA CANTADA: MELODIA E VERSO’


Jornalista, escritor e pesquisador João Máximo abre na Academia Brasileira de Letras o ciclo de conferências “Poesia cantada: melodia e verso”, sob coordenação do Acadêmico e jornalista Zuenir Ventura. O evento está programado para o dia 2 de maio, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro), com o tema Noel Rosa, a cidade e o morro.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2019.

O ciclo terá mais quatro conferências no mês de maio, sempre às quintas-feiras, no mesmo local e horário: Memórias de Caetano Veloso, com o jornalista Nelson Motta, no dia 9; Poesia e música a partir de Homero, Acadêmico Antonio Cicero, 16; O Rio inventou a marchinha, Rosa Maria Araújo, 23; e Vinicius de Moraes: a canção como destino, Eucanaã Ferraz, 30.

O CONFERENCISTA

João Máximo Ferreira Chaves, jornalista, escritor e pesquisador, nasceu em Nova Friburgo, RJ, em 29 de maio de 1935. Formou-se em Odontologia na antiga Faculdade Nacional, atual UFRJ. Em 1960, completou a faculdade de Jornalismo. Ainda trabalhava como dentista quando, em 1958, examinou os jogadores da seleção, levados por Mário Trigo de Loureiro. Naquele ano, o Brasil foi o campeão da Copa do Mundo, disputada na Suécia. Em 1961, incentivado pelo primo Zuenir Ventura, procurou a redação da Tribuna da Imprensa, onde ingressou como estagiário. Foi quando se apaixonou pelo jornalismo e passou a ver o futebol de maneira profissional. Em 1962, abandonou definitivamente a odontologia.

Entre 1961 e 1963, trabalhou em três veículos de comunicação ao mesmo tempo: Tribuna da Imprensa, Jornal dos Sports e Rádio Continental. Depois, passou por vários outros órgãos de imprensa: Jornal do Brasil (1963-1969), Correio da Manhã (1969-1971), grupo Manchete/Bloch (1971-1976), novamente Jornal do Brasil (1976-1992), O Globo (1992-1993), Folha de S. Paulo (1993-1994) e novamente O Globo, para onde retornou após a Copa do Mundo de 1994 e onde está até hoje.

Foi editor de esportes do Correio da Manhã e do Jornal do Brasil, tendo participado, como jornalista, da cobertura de cinco Copas do Mundo (como torcedor, assistiu a várias). Sua atuação no jornalismo esportivo rendeu dois Prêmios Esso, em 1963 e 1967.

A música, sua outra grande paixão, o levou a produzir textos sobre o tema para o Caderno B do Jornal do Brasil. Como escritor, tem cinco livros voltados para esse assunto: Noel Rosa: uma biografia (com Carlos Didier, 1990) – até hoje considerada uma das melhores biografias escritas por um autor nacional –, Paulinho da Viola: sambista e chorão (2002), A música do cinema: os 100 primeiros anos (2 volumes, 2003), O morro e o asfalto no Rio de Noel Rosa (2010, ano do centenário do Poeta da Vila) e Sinfonia do Rio de Janeiro: 60 anos de história musical da cidade (2015).

Escreveu, ainda, livros que, de uma maneira ou de outra, estão relacionados à sua atuação de mais de meio século como repórter e cronista: Cinelândia – Breve história de um sonho (1997), Retratos de outono (1999) e uma história em cada novo amanhecer: 70 anos na Clínica São Vicente (2003).

25/04/2019

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LOUVOR DA VIRGEM MARIA - Cyro de Mattos


Louvor da Virgem Maria
Cyro de Mattos

        A imagem da Virgem Maria era guardada no nicho de cedro. Permanecia no altar, embaixo de Jesus crucificado pendurado na parede.  A mãe forrava o pequeno altar com um pano de linho branco. Havia no oratório jarros com flores, velas nos castiçais, eram acesas quando a mãe ia fazer suas orações.

       A mãe organizava a pequena procissão, ela conduzia à frente a imagem da Virgem Maria, as outras mães seguiam formando duas filas nas laterais da rua, uma de cada lado, no meio as crianças levavam flores nos braços. As velas acesas, os cânticos e as rezas pela rua. A procissão saía da casa onde a mãe morava e terminava em outra, que podia estar localizada na rua de cima. Ali, a imagem da Virgem Maria era entregue à dona da casa, que estava pagando uma promessa. O filho havia sido lembrado pela santa, fora salvo de uma doença que atacou o fígado da criança, já estava desenganada pelos médicos. A mãe em desespero não sabia mais o que fazer. Rogou à Virgem Maria pela salvação do filho e fez a promessa. Obteve a graça.

       Os rostos contritos, as rezas e os cânticos na rua por onde passava a pequena procissão, atraindo pessoas, que apareciam no batente das portas ou vinham até as janelas.


                 Ave, ave, ave, Maria!
                 Ave, ave, ave, Maria!
                 Aos treze de maio
                Na Cova da Iria
                Aos três pastorinhos 
               Apareceu a Virgem Maria.

               Ave, ave, ave, Maria!
                Ave, ave, ave, Maria!


      Soltavam fogos coloridos, adrianinos e foguetes quando a imagem da Virgem Maria era entregue pela mãe à dona da casa, que havia alcançado a graça e estava pagando a promessa.  A imagem da Virgem Santa permanecia nove dias na casa da dona da casa, quando então era rezado à noite o terço com as filhas de Maria. Quando a imagem da santa regressava para a sua casa de origem, a mãe vinha recebê-la na porta. A seguir, rezava-se o terço. No final da reza soltavam-se de novo fogos coloridos.

       Com os corações contritos, terminada a reza, os que participavam da devoção à Virgem Maria regressavam às suas casas. No outro dia a imagem da Virgem era guardada no nicho.

       Era assim que, na cidade com cerca de vinte mil habitantes, a mãe e outras mães demonstravam o seu amor e a sua fé por Nossa Senhora.
     
       Todos os anos. 

Cyro de Mattos 
é escritor e poeta com prêmios literários importantes, no Brasil e exterior. Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz, Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil e Ordem do Mérito do Governo da Bahia, no grau de Comendador.  

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TRABALHO TEM SEU DIA! - Antonio Nunes de Souza


Se comemoramos dias para muitas coisas e pessoas durante a nossa vida, nada mais justo e lógico que comemoremos também o dia especial do trabalho!

E hoje é esse dia que, curiosamente, ninguém trabalha. Logo, evidentemente, para quem trabalha todo ano, deve ter o direito de descansar prestigiando a comemoração mundial.

Na minha opinião, já que é um feriado mais para comercial, deveria haver um decreto que esse dia sempre fosse comemorado nas segundas feiras, sem data determinada, pois, assim sendo feito, teríamos um fim de semana mais prolongado e, com certeza, não alteraria as normalidades estabelecidas. Ficaria apenas mais um prêmio para os trabalhadores dando-lhe melhores oportunidades de um lazer merecido!

Mas, mesmo assim, os festejos e comemorações são grandes, principalmente nas capitais, onde os grandes sindicatos organizam eventos festivos com shows, prêmios, etc., não deixando de aproveitar a oportunidade para fazer suas reivindicações trabalhistas e outras!

Como meu trabalho é literário e mental, dificilmente me livro dele na lida diária, inclusive porque é salutar, agradável e espontâneo, satisfazendo o meu ego e os meus desejos, pois, adoro escrever seja sobre qualquer coisa, todos os dias.

Criar “estórias e contos” torna-se divertido quando as inspirações brotam naturalmente. Mas, quando isso não acontece, ficamos triste, acabrunhados e preocupados com a nossa gloriosa memória!

Bem, já fiz o meu trabalho, mesmo sendo feriado, estou tranquilo por ter produzido a minha parte, pois, escrevendo estou me divertindo, então, vou agora desfrutar do meu direito de cidadão e trabalhador!

Um bom dia do trabalho para todos!

Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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