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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O QUE SERIA DE MIM SEM VOCÊ? – Marília Benício dos Santos


           
A quem louvar pelo nascer do sol todas as manhãs?

           
            O sol invade a terra, espalhando com os seus raios, energia a todos, pretos e brancos, ricos e pobres, velhos e moços. Distribui igualmente sua vitalidade e à tardinha ele se vai, mas deixa de presente um espetáculo belíssimo. Um quadro que jamais alguém  conseguiu copiar. Em cada momento,  muda suas tonalidades.

            Bendigamos ao Senhor pelo sol!

            A quem louvar pela lua?

            Pena que nas cidades grandes, muitas vezes não percebemos sua beleza.

            A lua cheia, a lua branca, sempre companheira dos namorados, inspirando-os.

                        “Ó lua branca de fulgor e de encanto,
                        Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,
                        Oh! Vem tirar da minha dor o pranto,
                        Oh! Vem matar esta paixão que anda comigo!”

            Esta mesma lua, quase no fim do século XX, em pleno Rio de Janeiro, continuou a ser motivo para as composições:

                        “Mente quem diz que a lua é velha.”

            Bendizei ao Senhor, pela lua!

            A quem louvar, pelo mar?

            Este mar que insiste em ultrapassar os seus limites. E, com suas ondas furiosas chega até a praia, e aí, constatando com suas limitações, zangadas explodem  em espumas.

            Cuidado, mar! Você, apesar de lembrar o infinito, você é finito. Obedece ao Criador.

            Bendizei ao Senhor, pelo mar!

            A quem agradecer pelos campos cobertos das mais variadas vegetações? Cada uma com sua beleza própria.

            A quem agradecer todas as manhãs pelas gotinhas de orvalho nas folhas?

            É tão bonito a gente acordar e ver que durante a noite as plantas foram bem cuidadas. Como estão viçosas!

            A quem agradecer pela ternura das crianças? Pelo seu sorriso? Há coisa mais linda do que o sorriso de uma criança?

            A quem agradecer pela alegria do jovem, pela sua vivacidade?

            A quem agradecer pela coragem dos adultos? Pela sua maturidade? Pelo seu trabalho na construção de um novo mundo?

            A quem agradecer pela experiência dos velhos? Pela sua segurança?

            E a quem apelar, a quem pedir nos momentos difíceis, quando a dor bate à nossa porta? Quando não conseguimos ver o sol, nem a lua, nem as estrelas, porque dentro de nós tudo é noite?

            Quando não achamos um ombro amigo, quando não encontramos uma porta onde bater, aonde ir, Senhor?...

            ... Senão a ti?

            “Todos vós que estais sedentos, vinde à nascente das águas. Vinde comer, vós que não tendes alimentos! Vinde comprar trigo sem dinheiro, vinho e leite sem pagar. Is, 55, 1”. E em Mateus 7, 7-8 encontramos também resposta para o nosso momento de aflição: “pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe. Quem busca acha. A quem bate abrir-se-á.”

            É tão bom saber que Você existe e que pensa em mim.

            Obrigada, meu Deus!


(CARROSSEL)
Marília Benício dos Santos
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“Lendo este livro, ou melhor, saboreando suas páginas, aos poucos nos apercebemos de que o trivial é, para Marília, o lugar próprio de encontro e de diálogo. Assim, ela nos prende e nos encanta desde o primeiro momento, precisamente pelo fato de que canta a vida, em suas alegrias e em suas tristezas, mas, sempre, na perspectiva feliz da esperança”.  (Lygia Costa Moog)

- Trecho do Prefácio do livro CARROSSEL -



            

           

           

HISTORIADORES REAVALIAM A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA 129 ANOS DEPOIS

Para alguns estudiosos, mudança de regime foi produto de um golpe que uniu militares, escravocratas e a Maçonaria

 Por Fábio Costa | Portal Gazetaweb.com    
15/11/2018 


Nesta quinta-feira (15), o Brasil comemora o aniversário da implantação do regime republicano, que encerrou 67 anos de período monárquico no País. A República brasileira foi instalada pelas mãos dos militares em 1889, tendo à frente o marechal alagoano Deodoro da Fonseca.

Passados 129 anos, a mudança de regime ainda suscita muitos debates e vem passando por um processo de revisão histórica. Para o movimento monarquista, a proclamação foi, ao contrário do que diz a história oficial, um golpe de uma minoria escravocrata aliada aos grandes latifundiários, aos militares, a segmentos da Igreja e da Maçonaria. A tese do golpe é apoiada, por exemplo, pelo historiador José Murilo de Carvalho, que escreveu o livro "O pecado original da República".

Como em outros períodos da história do Brasil, foi um movimento ao qual a maior parte da população permaneceu alheia. Os civis republicanos eram uma escassa minoria espalhada pelo País, mas souberam explorar os constantes atritos que o Exército passou a ter com os governos imperiais.

O jornalista e historiador Laurentino Gomes, autor do livro "1889", afirma que, na época da proclamação, a campanha republicana não tinha ressonância nas urnas. De fato, em 1884, cinco anos antes da data histórica, apenas três republicanos conseguiram se eleger para a Câmara dos Deputados e, eleição seguinte, somente um.

Laurentino diz que Deodoro foi usado pelos conspiradores e deu um golpe na Monarquia mais por um ressentimento pessoal do que por convicções republicanos. Afinal, o marechal alagoano era muito amigo do imperador D. Pedro II.

Segundo o historiador, em nenhum momento do dia 15 de novembro Deodoro proclamou a República, ao contrário do que diz a História oficial. "Aparentemente, o objetivo inicial dele não era derrubar a monarquia, mas apenas destituir o ministro da Guerra, o Visconde de Ouro Preto. Ele só muda de opinião na madrugada do dia 16, ao saber que o imperador havia convidado para chefiar o ministério o seu principal adversário, o senador Gaspar da Silveira Martins, um liberal do Rio Grande do Sul. Os dois eram adversários não só na vida política, mas também na vida pessoal", relata.

Mocidade militar

A República brasileira teve como catalisador um grupo de oficiais de patentes inferiores do Exército que possuíam educação superior ou "científica" obtida durante o curso da Escola Militar, então localizada na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Era a chamada "mocidade militar", fortemente influenciada pelas ideias do francês Auguste Comte, considerado o pai do positivismo. Comte apoiava os ideais da Revolução Francesa, que incluíam o fim da Monarquia, a ampliação dos direitos individuais e a separação entre Estado e religião.

Ainda na avaliação de Laurentino Gomes, a própria monarquia plantou a semente de sua destruição. "O império caiu inerte. Não houve quem defendesse a monarquia no Brasil, nem o próprio imperador, que achava que aquilo não ia dar em nada", afirmou o historiador em entrevista ao jornal O Globo. 
Segundo eles, vários fatores se somaram para a queda da monarquia. Após a Guerra do Paraguai, cresceu a insatisfação no Exército, que se sentia desprestigiado. Os embates entre a Igreja Católica e a Maçonaria também respingaram no império.
Possivelmente, o golpe fatal foi dado com a abolição da escravatura, que gerou grande descontentamento dos grandes fazendeiros, grande base de apoio do regime. A partir daí, foi só uma questão de tempo para o fim do império, sem nenhuma resistência.



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