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quinta-feira, 18 de abril de 2019

CIENTISTA POLÍTICO SIMON SCHWARTZMAN FALA NA ABL SOBRE O TEMA ‘PERSPECTIVAS DO NOVO ENSINO MÉDIO BRASILEIR



O cientista político Simon Schwartzman faz na Academia Brasileira de Letras, a segunda palestra do ciclo de conferências “A educação no Brasil de hoje”, sob coordenação do Acadêmico e professor Arnaldo Niskier. O evento foi realizado no dia 18 de abril, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro). Entrada franca.

Foram fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2019.

O ciclo terá mais uma palestra, dia 25 de abril, também uma quinta-feira, no mesmo local e horário, intitulada Os desafios da educação a distância, com Celso Niskier.

O CONFERENCISTA

Simon Schwartzman estudou sociologia e ciência política na Universidade Federal de Minas Gerais, tem um mestrado em sociologia pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO, Chile), e é doutor em ciências políticas pela Universidade da California, Berkeley. Nos últimos anos, tem trabalhado em temas de educação, ciência e tecnologia e políticas sociais. Foi professor da Universidade Federal de Minas Gerais, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas.

Na Universidade de São Paulo, foi professor de Ciência Política e diretor científico do Núcleo de Pesquisas sobre Ensino Superior entre 1990 e 1994, e Presidente do IBGE entre 1994 e 1998. Foi professor visitante nas Universidades de Columbia, Stanford, California/Berkeley e Harvard, nos Estados Unidos. É membro da Academia Brasileira de Ciências, Grão Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico e Comendador da Ordem Nacional do Mérito Educativo. Seu livro mais recente é Situação e Caminhos do Ensino Médio e Técnico no Brasil, São Paulo, Fundação Santillana 2016.

Schwartzman é autor de, entre outros, Education in South America. London: Bloomsbury, 2015; Higher Education in the BRICS Countries - Investigating the Pact between Higher Education and Society (com Romulo Pinheiro e Pundy Pilay), Springer, 2015; Brasil: A Nova Agenda Social (com Edmar Bacha). Rio de Janeiro, LTC, 2011; Políticas Educacionais e Coesão Social – Uma Agenda latino-americana (com Cristian Cox), Rio de Janeiro, Elsevier; São Paulo: iFHC, 2009; University and Development in Latin America. Successful Experiences of Research Centers. Global Perspectives on Higher Education volume 14. Rotterdam: Sense Publishers, 2008; Os Desafios da Educação no Brasil (com Colin Brock), Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 2005; Pobreza, exclusão social e modernidade: uma introdução ao mundo contemporâneo. São Paulo, Augurium Editora, 2004; As causas da pobreza, Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2004; A Escola vista por dentro, com João Batista Araújo e Oliveira, Belo Horizonte, Alfa Educativa, 2002; Bases do Autoritarismo Brasileiro, Editora Unicamp, 5ª edição, 2015; Um Espaço para a Ciência: Formação da Comunidade Científica no Brasil, 4ª edição, Editora da Unicamp, 2015e The New Production of Knowledge (com Michael Gibbons, Martin Trow, Peter Scott, Helga Nowotny e Camille Limoges, Sage,1994.

11/04/2019


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POEMAS DA PAIXÃO (V)

Poemas da Paixão V
Cyro de Mattos


Sexta-Feira Maior


O sol morre.
Turva onda
o mundo em aflição
molha-me de roxo.
Nada valho.
Nada sou de fato.
Prefiro Barrabás,
crucifico o amor,
sem dó e lágrima
até o último silêncio.



Cyro de Mattos escreve crônica, conto, poesia, ensaio e literatura infantojuvenil. Tem no prelo da Editus, editora da UESC, Nada Era Melhor, romance da infância, Pequenos Corações, contos, e O Discurso do Rio, poesia.

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QUINTA FEIRA SANTA, DIA SACERDOTAL – Dom Ceslau Stanula



Bom dia, dia radiante, dia especial, dia Sacerdotal.

Temos a Eucaristia, porque temos o sacerdote, porque temos Jesus, que nos ama, e é o Sumo e Eterno Sacerdote.

Depois de ondas para vilipendiar o sacerdócio, neste dia, agradecemos a Deus por este dom.

Virtualmente visitamos os túmulos dos que tombaram nos campos da batalha, em defesa dos valores eternos, pelos quais  eles  se eternizaram; que deram a vida por Cristo, às vezes até martirizados; tantos heróis anônimos que não foram notícias, porém diariamente salvaram  milhares de vidas; que eram pais, por meio dos quais nós nos tornamos filhos de Deus.

Os sacerdotes de ontem, somos os mesmos de hoje, trilhando o caminho traçado por Cristo.

Rezamos também, por aqueles que caíram e traíram Jesus, pelas suas atitudes indignas desta vocação.

Sem o sacerdote, não há Eucaristia, sem a Eucaristia não há alimento, sem o alimento não há a vida.

Feliz dia Sacerdotal! 

Com a sincera benção sacerdotal e episcopal, com a minha humilde oração e o abraço fraterno.

Dom Ceslau.
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Dom Ceslau Stanula - Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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UM INCÊNDIO SIMBÓLICO E APOCALÍPTICO! – Paulo Roberto Campos


18 de abril de 2019

As chamas quase destruíram um dos mais belos e esplendorosos reflexos da Cristandade. Notre Dame está de luto. 
➤ Paulo Roberto Campos

Igreja de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro”. Assim Plinio Corrêa de Oliveira se referiu à catedral das catedrais que é a de Paris [vide vide trecho no final]. 

Considerada o monumento mais representativo da Cristandade, a “alegria do mundo inteiro” ardeu em chamas logo no primeiro dia da Semana Santa. Nossas almas entristecidas ficam duplamente revestidas de luto nestes dias nos quais consideramos especialmente a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cabe recordar que a Catedral de Notre Dame é também um monumental escrínio que contém adoráveis relíquias do Filho de Deus: a coroa de espinhos [foto ao lado: o relicário que guarda a sagrada coroa], um cravo da Santa Cruz e um fragmento deste madeiro no qual Ele foi crucificado. Escrínio também de numerosas outras preciosíssimas e seculares relíquias. 

O incêndio devorou parte da mais célebre e gloriosa catedral, é verdade, mas, para além dessa tragédia indescritível, devorou parte de mais de oito séculos de História. Devorou parcialmente uma catedral que resistiu altaneira a guerras e revoluções.

Impávida, esta “Igreja de uma beleza perfeita” — memorizada por Víctor Hugo como o paradigma das catedrais francesas — atravessou a Guerra dos Cem Anos, a Comuna de Paris (1871) e as duas guerras mundiais. Pior ainda. Atravessou a crudelíssima Revolução Francesa que, após ter feito correr um rio de sangue com sua diabólica guilhotina, destruiu muitas de suas imagens, fundiu seus sinos para a fabricação de canhões, tentou transformar a Catedral de Notre Dame no “Templo da deusa razão” — onde uma atriz foi “adorada” como “deusa”, no lugar de Nossa Senhora de Paris.

Até o momento ainda não se tem certeza se o início do incêndio foi provocado de modo criminoso ou acidentalmente — apesar de se ter notícias de que alguns líderes maometanos comemoram a ruína de Notre Dame… Entretanto, em qualquer um dos casos, foi um incêndio que atingiu o fundo de todos os corações autenticamente católicos. Muitos destes, estarrecidos e desolados assistindo o vídeo da catástrofe, sentiram-se como se estivessem tendo um pesadelo! E, in loco, muitos daqueles que presenciaram a tragédia, sobretudo o momento pungente em que La Flèche — como os franceses denominam a celestial flecha da catedral — desmoronou tragada pelas chamas [na foto acima, durante e antes do incêndio], em prantos caíram de joelhos e puseram-se a rezar o Rosário [foto abaixo]. Salve Rainha Mãe de misericórdia, interceda junto a Seu Divino Filho para que Ele tenha compaixão da França e de todos nós!



A “fumaça de Satanás” que penetrou no Tempo de Deus 

De um incêndio em qualquer outra catedral poder-se-ia dizer que é simbólico. Mas de um incêndio em Notre Dame — a jóia da arte gótica e obra prima da arquitetura da Idade Média, a “doce primavera da fé”, segundo feliz expressão de Montalembert — podemos afirmar que se trata de um acontecimento apocalíptico, altissimamente simbólico e no mais alto grau carregado de significados. 

Que significado? — Um psy-incêndio vem arruinando a Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II. Um incêndio símbolo da auto-demolição da Igreja perpetrada por eclesiásticos vinculados à “esquerda católica”, ao progressismo e à “Teologia da Liberação”. Símbolo da “fumaça de Satanás no templo de Deus”[1], introduzida por aqueles que agem para enxovalhar e conspurcar a única e verdadeira Igreja fundada diretamente por Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, um incêndio símbolo da atual, e também apocalíptica, crise que atingiu a Religião Católica; símbolo da nefasta atuação que vêm incendiando o ensinamento de seu magistério tradicional. 

Incêndio simbólico da apostasia das nações 

De ambos os parágrafos que seguem em itálico, poder-se-ia afirmar que foram escritos nesses dias, nos quais o mundo inteiro chocado acompanhava o alastramento das chamas devoradoras de Notre Dame. Não, eles foram redigidos em 1942 por Plinio Corrêa de Oliveira. Assim, pode-se constatar que a crise que flagela a nação francesa, assim como todos os demais países, começou há muito tempo. 

“A França apostatou da Igreja e repudiou o seu passado histórico. É esse o mal que ela expia, e‚ só no corretivo desse mal que ela encontrará remédio […]. Se fazemos esta observação não é porque desejamos agravar a justíssima dor de nossos irmãos franceses, mas porque uma grande lição desprende destes fatos para o mundo inteiro.

“Não é com paliativos, com meias medidas que se pode resolver o mal. Os paliativos só podem retardar a cura. Não foi pintando com novas tintas seus velhos ídolos que a França de Clóvis se converteu: ela teve que queimar o que adorara, e adorar o que queimara. Para a França, e para todos os povos contemporâneos, não pode ser outro o caminho. [Não basta] a destruição dos ídolos do século passado. [Não basta] apenas uma mudança em suas roupagens. É preciso que os ídolos caiam, e não basta que se transformem”.[2]

Entre numerosos artigos que poderíamos citar, um recente, com o título “Cai Nossa Senhora”, publicado no ABC de 16-4-19, confirma especialmente a declaração acima. Para esse periódico madrileno escreveu o jornalista Salvador Sostres: “É um sinal do nosso tempo que Nossa Senhora de Paris tenha caído. Este incêndio não é pior do que o laicismo que assola a Civilização, negando-lhe a profundidade e o significado. É o fogo de Deus, que escreve severamente em incêndios, ante tanta apostasia. Cai Notre Dame como antes caiu a França na vulgaridade ateia e jacobina”.


A bela imagem medieval de Notre Dame de Paris, ficou intacta rodeada de escombros do incêndio

Rezemos especialmente nestes dias da Semana Santa pedindo a Nossa Senhora, Padroeira da Catedral de Paris [foto acima], pela completa restauração desse seu belo e majestoso Templo. 

Rezemos pela restauração espiritual da França — denominada “Fille aînee de l´Église” (“filha primogênita da Igreja”), em razão da conversão e batismo de Clóvis, o primeiro rei francês, em 25 de dezembro de 496. A respeito da conversão da França — sua passagem, como o Apóstolo São Paulo, pelo “caminho de Damasco” — veja no final texto com as proféticas palavras do Papa São Pio X. 

Rezemos também pela restauração da Civilização Cristã em todo seu esplendor, grandeza e glória, para a alegria do mundo inteiro. 

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Notas:
1. Insegnamenti di Paolo VI, Tipografia Poliglotta Vaticana, vol. X, p. 707.
2. Plinio Corrêa de Oliveira, 7 Dias em Revista, “Legionário”, Nº 496, 15 de março de 1942, p. 2.


“Eis a igreja de uma beleza perfeita, a alegria do mundo inteiro”

➤ Plinio Corrêa de Oliveira

“Eu não posso me esquecer que uma das viagens que eu fiz a Paris. Cheguei à noitinha, jantei e fui imediatamente ver a Catedral de Notre Dame. Era uma noite de verão, não extraordinariamente bonita. A catedral estava iluminada.
Ela me pareceu desde logo, num determinado ângulo tomado ao acaso, tão bela que eu fiquei com vontade de dizer ao motorista do taxi no qual eu estava: ‘Pára, que eu quero ficar aqui!’ Eu sei que o resto é muito belo, mas eu creio que poucos olharam a catedral naquele ângulo e pararam. E eu quero ser dos poucos, para dar a Nossa Senhora o louvor daquele ponto de vista, que contemplou aquilo que outros talvez não tenham louvado suficientemente. Ao menos se dirá que uma vez que um peregrino vindo de longe amou o que muitos outros — por pressa ou por não terem recebido uma graça especial naquele momento — não amaram.
Em todos os grandes monumentos da Cristandade, depois de admirar as maravilhas, eu tenho a tendência de ir admirando os pormenores. Isto num ato de reparação, porque esses pormenores talvez não tenham sido amados como eles deveriam ser. Então fazer ao menos isto: amar o que deveria ter sido amado e que foi esquecido. É sempre a nossa vocação de levar à tona as verdades esquecidas que os homens põem de lado.
Eu fiquei encantado com a catedral vista naquele ângulo. Depois dei a volta e retornei para o hotel com a alma cheia. Se alguém naquele momento me lembrasse da palavra da Escritura: ‘Eis a igreja de uma beleza perfeita, a alegria do mundo inteiro’, eu teria dito: ‘Oh! como está bem expresso! É bem o que eu sinto a respeito da Catedral’”.

França — “Filha primogênita da Igreja”

“Nação predestinada, vaso de eleição, vai levar, como no passado, meu nome diante de todos os povos e de todos os reis da Terra”


➤ Da Alocução de São Pio X (29-11-1911)*
           

“Que vos diremos agora, filhos da França, que gemeis sob o peso da perseguição? O povo que fez aliança com Deus nas fontes batismais de Reims se arrependerá e retornará à sua vocação primitiva. 

Os méritos de tantos filhos seus que pregam a verdade do Evangelho quase em todo o mundo, tendo-a selado muitos com o próprio sangue, as orações de tantos Santos que desejam ardentemente ter em sua companhia na glória celeste os irmãos, muito amados, de sua Pátria, a piedade generosa de tantos filhos seus que, sem recusar nenhum sacrifício, provêm à dignidade do Clero e ao esplendor do culto católico, e, acima de tudo, os gemidos de tantas crianças que, diante dos tabernáculos, expandem a alma com as expressões que o próprio Deus lhes coloca nos lábios, atrairão certamente sobre esta nação as misericórdias divinas. As faltas não ficarão impunes, mas não perecerá nunca a filha de tantos méritos, de tantos suspiros e de tantas lágrimas. 

Dia virá, e esperamos que não esteja muito afastado, em que a França, como Saulo no caminho de Damasco, será envolvida por uma luz celeste e escutará uma voz que lhe repetirá: ‘Minha filha, por que Me persegues?` E à resposta: ‘Quem és tu, Senhor?` a voz replicará: ‘Sou Jesus, a Quem persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão, porque em tua obstinação te arruinas a ti mesma`. E ela, trêmula e admirada, dirá: ‘Senhor, que quereis que eu faça?` E Ele: ‘Levanta-te, lava as manchas que te desfiguraram, desperta em teu seio os sentimentos adormecidos e o pacto da nossa aliança, e vai, filha primogênita da Igreja, nação predestinada, vaso de eleição, vai levar, como no passado, meu nome diante de todos os povos e de todos os reis da Terra’”.

(*) Alocução consistorial Vi ringrazio de 29 de novembro de 1911, Acta Apostolicae Sedis, Typis Polyglottis Vaticanis, Roma, 1911, p. 657).


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