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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

GEDDEL AGIA JUNTO COM CUNHA PARA BENEFICIAR EMPRESAS, APONTA PF

Geddel agia junto com Cunha para beneficiar empresas, aponta PF

Do UOL, em São Paulo
13/01/2017
Edilson Lima/Agência A Tarde

13.jan.2017 - Policiais federais cumpriram buscas em um imóvel do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) no edifício Pedra do Valle, em Salvador

A PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), nesta sexta-feira (13), em Salvador. Agentes estiveram, nesta manhã, no edifício Pedra do Valle, no Jardim Apipema, e em uma casa, no bairro Interlagos. Eles já deixaram os imóveis. Os sigilos bancário e fiscal de Geddel também foram quebrados por ordem da Justiça.

Geddel, que foi ministro nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Michel Temer, é suspeito de participar de uma esquema de fraude na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para empresas entre 2011 e 2013, período em que foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco. O UOL não conseguiu contato com os advogados de Geddel.

Além de Geddel e da Caixa, também são alvos dessa operação Eduardo Cunha, Fábio Cleto, Lúcio Funaro, Marcos Antônio Molina dos Santos, José Henrique Marques da Cruz, e Marcos Roberto Vasconcelos. Todos eles também tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados.

As informações que basearam a operação foram encontradas em um celular apreendido na residência do ex-deputado Eduardo Cunha em dezembro de 2015, quando ele era presidente da Câmara Federal.

O esquema envolveria a liberação de recursos da Caixa para as companhias --dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários-- por meio de direcionamento político, com participação de Cunha, em troca de pagamento de propina.
Com base em informações da PF, o despacho judicial aponta que Geddel agia "internamente, em prévio e harmônico ajuste com Eduardo Cunha e outros, para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua área de alçada e fornecia informações privilegiadas para outros membros do grupo criminoso".

De acordo com o despacho, o grupo também tinha como integrantes Fábio Cleto e Lúcio Funaro.

A ação de Geddel e Cunha tinha como objetivo a "obtenção de vantagens indevidas junto às empresas beneficiárias dos créditos" liberados pela Caixa.

Foram expedidos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais. Três foram no Distrito Federal, dois na Bahia, um no Paraná e um em São Paulo, informa a PF. Eles foram ordenados pela 10ª Vara da Justiça Federal, no Distrito Federal.

No Distrito Federal, um dos alvos dos mandados de busca e apreensão foi a vice-presidência de Tecnologia de Informação da Caixa Econômica Federal. Os dados apreendidos devem ajudar a compreender "todo o processo decisório que resultou na aprovação dos créditos e/ou investimentos questionados", além de acesso às mensagens armazenadas nas contas de e-mails corporativos, aponta o despacho.

Evaristo Sá-16.abr.2016/AFP

Celular de Cunha foi apreendido durante operação da PF em dezembro de 2015

"Vantagens indevidas"

A operação, chamada "Cui Bono?" --referência a uma expressão latina que significa "a quem beneficia?"--, é derivada da Catilinárias. Desdobramento da Operação Lava Jato, ela foi realizada em 15 dezembro de 2015.

Na ocasião, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão que atingiram líderes do PMDB, como Cunha.

O celular de Cunha encontrado na operação foi periciado e, "mediante autorização judicial de acesso aos dados do dispositivo, a PF extraiu uma intensa troca de mensagens eletrônicas" entre o ex-deputado e Geddel, informou a instituição.

As mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos com a Caixa, "o que pode indicar a prática dos crimes de corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro", segundo a PF.

Segundo as informações, o caso passou a ser da alçada da Justiça Federal do Distrito Federal depois que Cunha e Geddel perderam o foro privilegiado.

Geddel, um dos principais aliados de Michel Temer, deixou o governo em novembro após o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusá-lo de tê-lo pressionado a rever uma decisão que impede a construção de um empreendimento imobiliário onde o então ministro da Secretaria de Governo adquiriu apartamento, em Salvador.

Cunha teve seu mandato de deputado federal cassado em setembro. Ele está preso em Curitiba desde outubro.

Envolvidos

De acordo com a PF, o esquema envolveria o então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, além do vice-presidente de Gestão de Ativos do banco, Marcos Vasconcelos, além do servidor da Caixa José Henrique Marques da Cruz e empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro. A PF não identificou as empresas investigadas na operação "Cui Bono?".

Vasconcelos exercia "função essencial no trâmite regular para liberação de créditos pretendidos" por Cunha, Geddel, Funaro e Cleto, aponta o despacho que autorizou a operação.

Cruz tinha função parecida com a do vice-presidente de Gestão de Ativos e foi citado em várias mensagens de Geddel para Cunha.

Geddel ficou no cargo por dois anos até que, em 2013, comunicou que sairia porque iria apoiar uma candidatura contrária à do então governador baiano Jaques Wagner (PT).
Já brigado com o governo, disputou uma vaga no Senado em 2014, mas perdeu para o candidato apoiado pelo PT, Otto Alencar (PSD).

No ano seguinte, Geddel seria um dos primeiros peemedebistas a defender o desembarque do partido do governo Dilma. Com o processo de impeachment da petista, tornou-se homem-forte do novo presidente, Michel Temer.

Cunha nega envolvimento

Por meio de nota, um dos advogados de Cunha, Pedro Ivo Velloso, informou que a defesa do ex-deputado "não teve acesso até o momento à investigação, mas, desde já, rechaça veementemente as suspeitas divulgadas. Tão logo tenha acesso à investigação, irá se pronunciar especificamente sobre cada acusação."

Ao UOL, a Caixa diz "que o banco está em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colaboração com as investigações, procedimento que continuará sendo adotado pela Caixa". (Com Reuters)


GEDDEL FOI O SEXTO MINISTRO DE TEMER A CAIR EM SEIS MESES



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- CABOCLO QUER APITO – Kleber Galvêas

Caboclo quer apito


Por definição, a cultura (popular ou erudita) é manifestação do povo. Quando administrada por força superior, deixa de ser cultura e passa a ser ideologia, recebendo o sufixo “ismo”: getulismo, imperialismo, comunismo... Essa transição se torna ainda mais perniciosa quando o autoritarismo de Estado é transferido para empresas.

Na primeira metade do séc. XX, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Câmara Cascudo e, aqui no Espírito Santo, Guilherme Santos Neves documentaram a exuberância com que a cultura nacional se manifestava e frutificava nas capitais, nas cidades e no sertão do Brasil.

Durante a Ditadura Vargas, fruto de trabalho do ministro Capanema, Getúlio institucionalizou a Cultura. A partir de então, constituíram-se “autoridades” culturais: ministros, secretários, diretores. O problema é que, nesses cargos oficiais, gestores assumem atitudes de produtores culturais, transformando parceria em paternalismo e cultura em ideologia.

Defendemos a tese de que cargos públicos devem ser ocupados por administradores, burocratas competentes, e não por artistas. Órgãos públicos devem cuidar do patrimônio cultural físico e intelectual (aquilo que o tempo peneirou, o povo consagrou e que já faz parte da nossa riqueza material, cognitiva e afetiva) e atender aos Artigos 215 e 216 da Constituição. Artistas devem produzir suas obras, em que são insubstituíveis, e os projetos devem ser de iniciativa popular, conquistando a parceria do governo se corresponderem à sua proposta política referendada nas urnas.

O autoritarismo na área cultural implantado na era Vargas foi privatizado no governo Sarney (1986), quando promulgou a “Lei Sarney”, mãe da Lei Rouanet, que serviu de base para as leis de incentivo à cultura dos Estados e municípios. Assim, empresas e sindicatos passaram a dispor do nosso dinheiro (abatem o que investem das suas obrigações fiscais: IR, ICMS, ISS, IPTU), para promoverem, com grande mídia, o que é do seu interesse. Sufocam, com nossa grana, a iniciativa popular que, modesta, é encarada como de inferior categoria. Como geralmente investem em eventos alienígenas caros, desprezando os valores locais, obtêm grande mídia. O que consolidou nas mentes dos capixabas o provincianismo: a ideia de que o importante é o que vem da metrópole.

Do orçamento da Secretaria de Cultura do governo capixaba, menos de 10% têm chance de chegar às mãos de quem faz cultura, através de editais, enquanto o investimento das nossas empresas em cultura, com as benesses das isenções fiscais, supera em mais de 10 vezes o que o Estado disponibiliza para artistas e ativistas da terra.

Durante a gestão do governador Eurico Rezende, o vice-governador José Carlos da Fonseca, em parceria com a Secretária da Educação, Anna Bernardes da Silveira Rocha, minimizou as distorções da legislação, ressuscitando e prestigiando o Conselho Estadual de Cultura. O próximo passo seria a criação do Fundo de Cultura. Criado nos últimos dias do tumultuado governo José Ignácio, logo foi ignorado pelo governo seguinte (PH), que optou por isenções fiscais das empresas e, portanto, pela continuação do autoritarismo cultural empresarial.

A propósito, uma marchinha de carnaval de H. Lobo e Milton de Oliveira vem a calhar: “... Índio não quer colar (coleira)! Índio quer apito (comandar)!”. Nós, caboclos, também!



Kleber Galvêas, pintor. Tel. (27) 3244 7115 www.galveas.com dezembro, 2016

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OS TRÊS CRIVOS - Dan Millman

Os três crivos


Na Grécia antiga, Sócrates tinha uma grande reputação de sabedoria. Um dia alguém veio  encontrar o grande filósofo e disse-lhe:

- Você sabe o que eu acabei de ouvir sobre o seu amigo?

- Espere um minuto - disse Sócrates. - Antes de me dizer, eu gostaria de fazer um teste, aquele dos três crivos.

- Os três crivos?

- Sim. - Continuou Sócrates. - Antes de contar tudo sobre os outros, é bom  tomar um tempo para filtrar o que você diria.
Eu o chamo de teste das  três peneiras . A primeira peneira é a verdade. Você verificou se o que você  quer me dizer é verdade?

- Não ... Eu só ouvi ...

- Muito bem. Então você não sabe se é  verdade.
Continuamos com a segunda peneira, que é a  da bondade. O que você quer me dizer sobre o meu amigo, é algo bom?

- Ah, não, pelo contrário!

- Então, - continuou Sócrates, - você quer me dizer coisas ruins sobre ele, e você nem mesmo está  certo de que elas são verdadeiras. Talvez você ainda possa passar no teste; continuemos com  a terceira peneira, que é a da  utilidade. É útil que eu saiba  que coisa fez para  mim esse amigo?

- Não, realmente.

- Então, - concluiu Sócrates, - o que você queria dizer-me não é verdadeiro nem bom nem útil; porque você queria me dizer?  Diga-me!


Dan Millman 

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PLAZA DE TOROS... Por Mirian Warttusch

Plaza  De Toros ...


Vestida de vermelho, linda, insinuante,
Adentras descaradamente em minha arena...
Taça de vinho na mão – uma bacante –
Pensas ainda que eu poderei ter pena?

Sou como todo aquele bom toureador,
Que aceita, destemido, o desafio.
E nesse jogo, garanto, eu saio vencedor...
Vai rolar na Plaza o nosso desvario...

Seja em Sevilha, Valência, Malaga ou Madri,
Em qualquer lugar da Espanha, seja onde for,
De todas as paixões maiores que vivi
É este talvez o mais pecaminoso amor!

Quero arrancar a dentes o teu vestido,
Que me arrepia e assanha de uma forma imoral.
Arrebentar de vez o teu colar comprido
Morder-te, abraçar-te, e etc. e tal...

Tombas na arena entregue; e assim vencida,
Te rendes a mim... sou o toureiro vencedor.
Do teu vestido vermelho, assim despida,
Sorris pra mim, com insolente despudor.

Arfante tu... e a plateia delirante,
Aplaude, enlouquecida, a minha atuação;
Sem entender talvez, que nesse exato instante,
Você foi quem venceu... é teu meu coração!

OLÊ !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Mírian Warttusch

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