30/11/2019
Nota do autor: Por oportuno, reproduzo o artigo que escrevi
em 16 de novembro do ano passado, antes do julgamento do caso pela 13ª Vara da
Justiça Federal em Curitiba.
O rapaz, de nome Fernando, acalentava o sonho de possuir um
sítio na aprazível Serra de Itapetinga para ali reunir amigos e familiares em
momentos de convívio. Como não dispusesse dos meios necessários, juntou-os
entre pessoas de suas relações e adquiriu, após muita busca, no município de
Atibaia, uma propriedade com as características almejadas.
Vencida essa etapa, cuidou, então, de dar jeito nas
benfeitorias existentes. Tanto a moradia quanto as demais construções e áreas
de lazer precisavam de reformas que seriam custosas. Mas nenhuma dificuldade ou
restrição financeira afastava o proprietário de seu objetivo.
Fernando, como se verá, era robustecido pela têmpera dos
vencedores.
Se havia obra a ser feita no seu sítio, nada melhor do que
confiá-la à maior empreiteira do Brasil.
Marcelo Odebrecht, requisitado, deslocou gente de suas
hidrelétricas, portos e plataformas de petróleo, subiu a serra e assumiu a
encrenca: casa, alojamento, garagem, adega, piscina, laguinho, campinho de
futebol. Tudo coisa grande, já se vê.
Vencida essa etapa, o ambicioso proprietário se deu conta de
que as instalações da velha cozinha remanescente não eram compatíveis com os
festejos que ansiava por proporcionar aos seus convidados.
Para manter o elevado padrão, Fernando não deixou por menos.
Deu uma folga à primeira e convocou a segunda maior empreiteira do Brasil, a
OAS.
E o pessoal de Léo Pinheiro para lá se tocou, prontamente, a
cuidar da sofisticada engenharia culinária do importantíssimo sítio. Afinal,
uma obra desse porte não aparece todo dia.
Opa! Problemas de telefonia. Como habitar e receber amigos
em local com tão precárias comunicações?
Inconveniente, sim, mas de fácil solução. Afinal, todos nós
somos conhecedores da cuidadosa atenção que a OI dispensa a seus clientes.
Certo? Bastou comunicar-lhe o problema e uma nova torre alteou-se, bem ali, no
meio da serra.
Concluídas as empreitadas, chaves na mão, a surpresa! Quem
surge, de mala e cuia como dizemos cá no Sul, para se instalar no sítio do
Fernando? Recém-egressa da Granja do Torto, a família Lula da Silva veio e
tomou conta. Veio com tudo.
Com adega, santinha de devoção, estoque de DVD, fotos de
família e promoveu a invasão dos sonhos de qualquer militante do MST. Lula e os
seus se instalaram para ficar e permaneceram durante cinco anos, até o caso
chegar ao conhecimento público.
Quando a Polícia Federal fez a perícia no local não
encontrou um palito de fósforos que pudesse ser atribuído ao desafortunado
Fernando. Do pedalinho ao xarope para tosse, era tudo Lula da Silva.
Eu não acredito que você acredite nessa história. Aliás,
contada, a PF não acreditou, o MPF não acreditou e eu duvido que algum juiz a
leve a sério. Mas há quem creia, talvez para não admitir que, por
inconfessáveis motivos, concede a Lula permissão para condutas que reprovaria
em qualquer outro ser humano.
Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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