Eugenio Trujillo Villegas*
A arremetida terrorista que deixou a Colômbia de joelhos nos
deixa com várias conclusões fundamentais: Primeiro, temos um governo de isopor,
incapaz de enfrentar a gravíssima situação. E, em segundo lugar, o erroneamente
denominado “protesto pacífico” não é senão o nome dado a uma operação de guerra
urbana, articulada e financiada por uma organização criminosa, preparada com
meses de antecedência para derrubar o governo, tomar o poder e impor uma
ditadura marxista na Colômbia.
Infelizmente, esta óbvia realidade ainda não foi
compreendida pelo presidente Iván Duque, após oito dias de guerra. A Colômbia
não tem cabeça! Não há governo e nas ruas das principais cidades há uma
verdadeira guerra civil. Grande parte do mobiliário urbano de Bogotá, Medellín
e Cali, as três cidades mais importantes da Colômbia, foi destruído por hordas
terroristas articuladas, pagas e dirigidas por alguém.
A “paz” do Acordo com as FARC
Esta é a “paz” do Acordo com as FARC. E foi o
próprio ex-presidente Juan Manuel Santos quem anunciou que a guerra urbana
chegaria à Colômbia, como mecanismo de imposição do Acordo que lhe
rendeu o Prêmio Nobel. Estabeleceu-se a impunidade total para os
terroristas, a liberdade de plantar 200.000 hectares de coca, o suposto direito
de transformar o protesto em terrorismo, o controle político que as FARC agora
exercem no Congresso e o enorme custo para financiar os acordos com as FARC.
Esta é a consequência inevitável da rendição do Estado. As
FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o ELN (Exército de
Libertação Nacional), os terroristas, os cartéis de drogas, os movimentos
indígenas, os infiltrados chavistas venezuelanos e os políticos que lideram
essas hordas subversivas do Congresso da República articulam um golpe para
derrubar a ordem institucional.
Enquanto isso, apesar de ter passado uma semana no meio
desse “bogotazo”, o presidente Duque está trancado em seu gabinete, não faz
nenhuma declaração pública, não decreta a comoção interna, não dá nenhuma
ordem, nem estabelece diretrizes vigorosas para a Polícia e o Exército. Mas,
acima de tudo, não põe a cara diante do País, para que os 50 milhões de seus
compatriotas sintam que alguém está à frente nos defendendo, sabendo o que está
fazendo, e, com mão firme e determinada, comandando de uma nação que enfrenta
uma das maiores tempestades de sua história.
Mas não é assim. O presidente tem estado na televisão todos
os dias em seu programa diário sobre a pandemia, dizendo-nos para sermos
vacinados e usarmos máscara. Sua preocupação é a nomeação de novos ministros e
a elaboração de uma nova reforma tributária, como se fosse o mais urgente no
momento. Enquanto isso, o País está pegando fogo!
Cali não é protegida pelo governo
Ele nem sequer se referiu à situação angustiante de Cali, a
cidade mais afetada pelos acontecimentos. A responsabilidade por grande parte
deles recai sobre o prefeito Jorge Ivan Ospina que, como Chefe da Polícia, tem
sido o patrocinador do vandalismo, trazendo milhares de indígenas de Cauca para
aumentar o caos e impedindo a Polícia e o Exército de atuar diante da extrema
gravidade da situação. Mas isso também não incomoda o governo, que não diz ou
faz nada, nem mesmo quando os senadores comunistas Wilson Arias, Alexander
López e Gustavo Petro estimulam os protestos com sua presença em meio ao
vandalismo e à destruição. Enquanto isso, Cali e toda a Colômbia estão
mergulhadas no caos.
Empresários e sindicatos colombianos divulgam tímidos
comunicados à imprensa, demonstrando total desconhecimento da realidade dos
fatos. Todos eles começam por defender o “direito de protestar”, como se
quisessem cair nas boas graças dos responsáveis pela destruição. Nenhum exige
do Governo as respostas elementares que deveriam ter sido dadas desde o
primeiro dia. As Câmaras de Comércio, que representam os milhares de
comerciantes e empresários falidos, também não dizem absolutamente nada. As
universidades, que treinam seus alunos nos postulados do protesto, silenciam.
As autoridades eclesiásticas, tão loquazes na defesa dos direitos do povo e tão
hábeis em se reunir com as FARC e o ELN, tampouco se manifestaram.
Enquanto isso, o País está sangrando. Estamos à deriva.
Sequer foi cogitado nenhum dos instrumentos previstos na Constituição para
enfrentar uma crise de extrema gravidade, como a declaração de comoção interna.
Se o que está acontecendo não justifica a tomada dessas medidas
extraordinárias, por favor, alguém do governo nos explique em que consiste a
extrema perturbação da ordem pública.
Fraqueza, fonte de grandes tragédias
Estamos vivendo um daqueles momentos trágicos da História,
em que os governantes não estiveram à altura de sua tarefa, permitindo assim
que as maiores tragédias acontecessem. Luís XVI divertia-se consertando
relógios e fechaduras, enquanto os inimigos da França preparavam um dos maiores
matadouros da História, liquidando a monarquia e levando-o para a guilhotina.
Nicolau II, Czar de todas as Rússias, deixou que as decisões do governo fossem
tomadas por um demônio que se fazia passar por “santo”, chamado Rasputin,
enquanto os comunistas radicais preparavam outro banho de sangue, que se
espalhou pelo mundo até agora. A inexplicável fraqueza do Czar levou à sua
execução, junto com toda sua família.
Presidente Duque: Ainda dá tempo de salvar a
Colômbia! Mas lhe cabe assumir seu papel de Chefe de Estado, o que não
se faz abrindo diálogos inúteis com terroristas. Eles querem destruí-lo e toda
a Colômbia. Incumbe-lhe enfrentá-los, com o apoio de todos os colombianos!
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* Diretor da Sociedad Colombiana Tradición y Acción
https://www.abim.inf.br/governo-de-isopor/
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