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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

DEFENDENDO E ATACANDO – Cyro de Mattos

Defendendo e atacando


            Carlos Alberto nasceu em Itabuna, mas foi criado em Ubaitaba, onde reside até hoje como funcionário aposentado do Banco do Brasil. Depois de jogar no Flamengo de Itabuna, Galícia e Vitória de Salvador, encerrou a carreira de jogador ainda com muito futebol para dar em qualquer grande clube brasileiro.

            Era um médio volante com bons recursos técnicos, que atacava e defendia com facilidade. Já jogava naquele tempo o futebol moderno de hoje.

            Ele contou que tudo começou quando ainda era torcedor do futebol em Ubaitaba, mas foi em Itabuna que viria a se interessar em seguir a carreira de jogador. Seu primeiro time como jogador foi o Flamengo, que era dirigido por Osvaldo Benevides. Jogava ao lado de Tombinha, Abiezer e Santinho, “numa equipe sintonizada e forte”.

            “O futebol amador daquele tempo era bonito. Eu me dedicava ao máximo no campo porque amava Itabuna e o futebol que era jogado no Campo da Desportiva”, disse Carlos Alberto. Lembrou que com esse empenho conseguiu ser campeão na seleção de Itabuna e no Flamengo. Fez muitos gols, não desperdiçando a chance de fazê-los quando o adversário dava bobeira. Era um excelente batedor de falta. Batia colocando a bola lá na forquilha onde a coruja dorme. Fez muitos gols bonitos batendo falta fora da grande área, de qualquer parte.

            Para Carlos Alberto, Osvaldo Benevides foi um dos dirigentes esportivos que muito fez pelo futebol amador de Itabuna. Era também um torcedor apaixonado pelo Flamengo. Como o foram os dirigentes Paulo Ribeiro, Juquinha Nunes e Iêdo Nogueira.

            Sobre os jogadores de sua época, que atuaram no Campo da Desportiva, frisou que Santinho foi um grande craque, que como poucos soube fazer do futebol uma arte. Tombinha era outro bom jogador. Ganhava o adversário na catimba.  O melhor ponteiro esquerdo que Carlos Alberto viu jogar, em toda sua carreira esportiva, foi sem dúvida Fernando Riela. Fazia maravilhas com a bola, deixando o marcador humilhado com tanto drible que ele lhe aplicava.

            Fez questão de ressaltar que melhor do que Fernando só mesmo o Fernando. Ele tinha um nível técnico incomparável na posição. O centroavante Pinga fazia gols de um craque artilheiro. Piaba e Ronaldo Dantas eram zagueiros de muita garra. Zé Reis e Florizel tinham faro de gol. Brilharam na posição de centroavante, tanto no futebol amador como no profissional.

            Com relação ao Velho Campo da Desportiva, disse que foi uma das coisas boas que já teve e região cacaueira baiana. Um campo que tinha o piso mal cuidado, mas que foi cenário de grandes partidas do futebol amador. Quando a seleção da cidade jogava pelo Intermunicipal, com times profissionais de Salvador ou até mesmo com os grandes clubes do Rio, o pequeno Campo da Desportiva virava um grande estádio de futebol pela emoção e brilho que proporcionavam aos torcedores, através de grandes lances de jogadores admiráveis. Beleza pura! Foi um espaço esportivo formador de grandes jogadores. Ele agradecia a Deus pelos momentos felizes que teve como jogador de futebol no velho e inesquecível Campo de Desportiva, bem como na Fonte Nova em Salvador onde viveu grandes alegrias, tendo sido escolhido pela crônica esportiva como o melhor da posição em algumas temporadas.

            Cheio de boas recordações e ainda um apaixonado pelo futebol, ele disse que o seu maior sonho é ver Itabuna brilhar novamente como no passado quando a cidade se sentia orgulhosa pelo belo futebol que os atletas apresentavam.


(O VELHO CAMPO DA DESPORTIVA – Edição Comemorativa do Centenário de Itabuna)



Cyro de Mattos,  escritor e poeta. Primeiro Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil, Academia de Letras de Ilhéus e Academia de Letras de Itabuna. Autor premiado no Brasil, Portugal, Itália e México.

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DOM CESLAU STANULA Reflexões - Catecismo da Igreja Católica

03/11/2017

O Catecismo da Igreja Católica ensina: “Pela morte a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida incorruptível ao nosso corpo transformado, unindo-o novamente a nossa alma. Assim como Cristo ressuscitou e vive para sempre, todos nós ressuscitaremos no último dia” (1016).

 A única certeza que temos ao nascer, é que no devido tempo, passaremos desta vida para a outra, atravessando pela porta da morte. Esta passagem nos entristece e traumatiza. O consolo vem da fé. A fé nos dá a certeza da vida eterna, porque esta vem do próprio Filho de Deus. (1 Cor. 15,44).

 (Leia também o Jó. “... na minha carne eu verei a Deus, Eu mesmo  o verei, os meus olhos  o contemplarão, e não os olhos dos outros”19,23-27).

Para mim, o mais evidente e mais convincente argumento pela existência da vida eterna é o episódio da Ressurreição do Lázaro. Que lindo e revelador é o diálogo de Marta com Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisto? Disse ela: Sim Senhor, eu creio que tu és o Cristo, Filho de Deus que vem ao mundo” (J.11,25-27). Ela responde que já não só crê na vida eterna, mas que Cristo e o Filho de Deus, e isto já para ela é o suficiente para acreditar.

 Que linda a fé de Marta! (Aconselho ler o capítulo 11 do Ev. de São João).

Questionamento:
Eu creio mesmo, como Marta, nestas verdades?

Com a proteção dos Anjos e a benção. Dom Ceslau.

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06/11/2017

*O Juízo particular*. O que é?

O Catecismo da Igreja Católica ensina: “Cada pessoa recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo particular que coloca a sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre” (1022).

O Juízo Particular ocorre imediatamente após a morte, e define o destino da alma, ou o céu ou o período de purificação ou definitivamente condenação eterna. Mas não pensemos que haverá o Juiz, advogado da defesa ou de condenação. A alma, naquele instante se “verá”, com os olhos do espirito, na presença de Deus e perceberá que só Nele está a sua plena realização pessoal, a felicidade cabal. Terá a nítida consciência do que foi a sua vida terrestre, e assim, se sentirá irresistivelmente impelida para junto de Deus (Céu), ou para longe da sua presença (Inferno) ou ainda para um estágio de purificação (Purgatório).

Nós construímos o nosso futuro eterno com o material que mandamos durante a vida aos céus. Com as boas, a felicidade, com más, a infelicidade e condenação.

Reflexão: com que material construo a minha felicidade eterna?

Com a minha benção e oração; Dom Ceslau.
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07/11/2017

O Purgatório.

O Catecismo nos diz: “Os que morreram na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria dos céus” (1030).

O Purgatório não é o lugar, mas estado da alma. A alma perceberá a perfeição de Deus, terá um desejo tão intenso de se unir com Ele, e ao mesmo tempo perceberá que as suas imperfeições a impedem a imediata união com Ele, e isto lhe causará o sofrimento. Este desejo de se unir com o Amor será tão intenso, mas tão intenso, como se fosse o “fogo” que queima e purifica, expurga as más tendências e fortalece o seu amor.

A intensidade do desejo da alma de se unir com o seu amado se pode comparar com anos de fogo purificador. Claro que tudo isto acontecerá num instante, porque em Deus não existe o tempo. Para Deus tudo é o “agora”. Isto é o purgatório. Nós podemos ajudar as almas pela oração.  (Veremos a seguir).

Reflexão: Podemos livrar-nos do purgatório praticando o amor para com o próximo. (Tg 5,20; 1Pd 4,8).

Um boa noite. Com a benção e minha oração. Dom Ceslau.


Dom Ceslau Stanula, bispo emérito da Diocese de Itabuna/BA, escritor, membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
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Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.

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