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domingo, 3 de junho de 2018

ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: O frio que vem de dentro


O frio que vem de dentro


Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.

Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira: era a única maneira de poderem sobreviver!

O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura.

Então, raciocinou consigo mesmo: “Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro”. E guardou-a, protegendo-a dos olhares dos demais.

O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava  receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro pensou: “Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso? Nem pensar”.

O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: “É bem provável que eu precise desta lenha para me defender.  Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem”. E guardou sua lenha com cuidado.

O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros, os caminhos, os perigos e os segredos da neve. E pensou: “Esta  nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.

O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. “Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos”.

Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou.

No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.

Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: “O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro”.
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Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você.
Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam.
Não permita que as brasas da esperança se apaguem, nem que a fogueira do otimismo vire cinzas.
Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.
                                                                                             
 (Autor Desconhecido)

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REPARAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA - Hélio Dias Viana


1 de junho de 2018
Hélio Dias Viana *

         Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, foi ultrajada no dia 19 de maio, festa de Pentecostes. Tratou-se de uma Missa pela libertação do ex-presidente e atual presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, autorizada e celebrada pelo Pe. João Batista Almeida, Reitor do Santuário. Os assistentes ostentavam camisetas vermelhas com duas gravuras: na frente a de Nossa Senhora Aparecida, e atrás a de Lula [foto abaixo].

Lula foi condenado por dois tribunais, por ter recebido com base em propinas um apartamento tríplex, e por isso cumpre atualmente pena de prisão. No entanto, muitíssimo mais grave é ele ter-se empenhado a fundo para conduzir o Brasil pelas vias do socialismo e do comunismo, ambos condenados pela doutrina católica por serem diametralmente opostos à Lei natural e à Lei de Deus.

Está fora de cogitação que o Reitor do Santuário Nacional de Aparecida ignore a esse respeito a doutrina católica. Não pode também ignorar o gravíssimo fato de que, juntamente com Fidel Castro e Hugo Chávez, Lula se empenhou em tornar toda a América Latina socialista, como pode ser constatado em seus muitíssimos pronunciamentos. Seria muito útil à sociedade brasileira, especialmente aos católicos, o Reitor do Santuário de Aparecida esclarecer se está ou esteve de acordo com essa atuação do atual presidiário, cuja liberdade tanto deseja.

Uma sadia reação popular, na qual podemos entrever a intervenção poderosa de Nossa Senhora Aparecida, resultou no impeachment da ex-presidente Dilma, simultaneamente com maior rigor investigativo e processual dos crimes de corrupção. Sem isso, talvez estivéssemos hoje em situação análoga à da infeliz Venezuela, cujo governo ditatorial foi ostensivamente apoiado por Lula e o PT. Devemos à Virgem Santíssima um profundo agradecimento por essa proteção especial. Devemos a Ela também nosso pedido de perdão pelo ultraje que lhe foi feito, além de protestar veementemente pela grave ofensa sacerdotal perpetrada no seu Santuário.**
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(*) Fonte: Revista Catolicismo, Nº 810, junho/2018.

(**) Publicaremos amanhã matéria a respeito de um pseudo “pedido de perdão” feito pelo Pe. João Batista de Almeida.
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Comentário para Reparação a Nossa Senhora Aparecida

Luiz Guilherme Winther de Castro
1 de junho de 2018 à 17:10

Meu irmão, suboficial da reserva da FAB e advogado, ligou para a Basílica em Aparecida protestando e foi informado pelo atendente que havia muita gente telefonando e condenando o fato. Aliás, nós somos nascidos em Aparecida e lá fomos coroinhas na Basílica Matriz e eu cheguei a ser seminarista nos redentoristas.

Posteriormente, o Bispo de Aparecida, o Padre Provincial dos Redentoristas da Província de São Paulo e o próprio Padre Reitor, citado no artigo, publicaram um pedido de desculpas pela inconveniente atitude. |Na verdade, deveriam pedir “perdão”!

Sabe-se muito bem que o político preso foi condenado por ato de corrupção e contra ele ainda pesam mais algumas ações. Ora, o ladrão, o assassino que mata para roubar, o sequestrador, o traficante e outros mais são considerados marginais.

O que é um marginal? Para mim, é aquele que vive a age à margem da lei, seja quais forem os motivos, as táticas ou modus operandi.
Portanto, políticos e empresários presos por corrupção significa que utilizaram meios desonestos para benefício próprio ou de terceiros.
Resumindo, são larápios, ladrões, canalhas, verdadeiros pilantras.
O agravante de tudo isso é que são pessoas esclarecidas, não são tão ignorantes e têm um nível social de causar inveja à população, cuja maioria vive às custas de seu trabalho. Mas, a ambição descarada não tem limites. Portanto, para mim, tanto o tal político como os outros já condenados e presos nada mais são que verdadeiros marginais. O que roubaram pode ter causado falta de assistência ao povo brasileiro em várias necessidades. Será que alguém não morreu por falta de atendimento médico, de medicamentos, já que o dinheiro era desviado? Ora, esses corruptos podem ser considerados verdadeiros assassinos!

Além de tudo, o tal sujeito ainda fez de tudo para transformar o país num “paraíso” comunista!

Tancredo Neves dizia que quando a esperteza é demais ela engole o esperto. No caso do espertalhão preso, acredito que, por ser um iletrado, mas inteligente para o crime, sentiu-se um poderoso, já que massageavam o seu ego e dele tiraram proveitos. Agora, o marginal está pagando a conta.

O pior de tudo é saber que muitos bispos e padres ainda idolatram o tal canalha.

Invoquemos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Fátima, ou seja, invoquemos a proteção da Mãe de Jesus.


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PALAVRA DA SALVAÇÃO (81)


9º Domingo do Tempo Comum – 03/06/2018

Anúncio do Evangelho (Mc 2,23-3,6)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam.
Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”
Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.
E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é Senhor também do sábado”.
Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada. Ao saírem, os fariseus, com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Padre José Vinci:

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A intransigência que nos petrifica

“...os fariseus, com os herodianos, tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo”

No Evangelho deste domingo (9º dom TC), Jesus desmascara uma patologia do espírito, uma enfermidade da alma, uma espécie de tumor social: trata-se da intransigência, que se expressa nas atitudes de preconceito, intolerância, fanatismo, racismo, indiferença, legalismo, moralismo..., matando na raiz toda possibilidade de encontros humanizadores, sobretudo com os “diferentes”.

O intransigente, precisamente porque é vazio de humanismo, deixa transparecer uma visão hermética e fechada da realidade. Esta visão atrofiada, a partir do lugar e da posição social ou religiosa que ocupam, os leva a um enfrentamento com outros por razões ideológicas, políticas ou religiosas, em lugar de compreender a perspectiva do outro e as verdades latentes que há em todo ser humano. 

O roteiro que rege todo intransigente é sumamente simples: consciente ou inconscientemente, divide a humanidade em dois grupos que considera radicalmente opostos. De uma parte, estamos “nós”, que nos encontramos na verdade e somos merecedores de atenção e cuidado, de respeito e inclusive admiração; de outra, se encontram “os outros”, aqueles que estão forçosamente equivocados porque pertencem a um grupo que pensa, sente, age... de maneira diferente. Só resta eliminá-los, ou afastá-los da presença para que não “contaminem” o ambiente com ideias e atitudes subversivas. Em outras palavras, o que transparece é isto: “nós” temos a verdade, “eles” estão no erro.

Sofrendo de uma falta total de compaixão ou empatia, o intransigente pode ser profundamente cruel para com os outros; com a lei na mão e no coração, ele alimenta um tribunal interior que julga, emite pareceres, condena..., acreditando ser fiel a Deus. Os obsessivos e os intransigentes sempre criam problemas; e os intransigentes religiosos mais ainda, porque fundamentam sua intransigência em Deus.

A intransigência edifica uma barreira intransponível entre o “nós” e os “outros”. Ao negar sua condição criatural de com-viver junto aos diferentes, seus semelhantes, o intransigente torna-se uma ilha sem vida e triste. Sua intransigência é sintoma de desumanização. E essa desumanização afeta e é prejudicial a todos. Todo mundo perde. Aos poucos, as pessoas se recolhem em seus medos, em suas inseguranças e começam a acreditar que os diferentes são seus inimigos. Da intransigência passa aos sentimentos hostis, aos discursos fascistas, às práticas fundamentalistas, à segregação...

O princípio da diversidade nos diz que no outro há verdade e que esta verdade deve ser reconhecida e entendida. Considerado sob o enfoque do ouvir sem preconceitos, do conhecer a diferença e do amar a verdade presente no outro, a “diversidade reconciliadora” supõe o diálogo fundado no amor.

Para que haja amor é preciso que haja diferenciação. No amor respeitamos a diferença do outro, amamos a diferença do outro. Diferenciar não é separar; a unidade não é a uniformidade. A diferença não dispersa nem divide, mas provoca convergência crítica e favorece a unificação na diversidade. Ao tornarem absoluta uma verdade, os intransigentes se condenam à intolerância e passam a não reconhecer e a respeitar a verdade e o bem presentes no outro. Não suportam a coexistência das diferenças, a pluralidade de opiniões e posições, crenças e ideias. Daí surgem o conservadorismo radical, o medo à mudança, a violência diante da crítica, a suspeita, a vigilância, o controle autoritário... 

A intolerância é uma expressão de atrofia espiritual que tem graves consequências na vida social e no desenvolvimento dos povos. É a incapacidade de aceitar os outros em razão de suas ideias, convicções ou crenças. É uma grave debilidade que torna impossível a coesão e a correta interação entre pessoas e grupos humanos. No fundo, tudo isso é expressão de um avassalador vazio existencial. A vida fanática e intolerante é uma vida sem sentido, carente de interesse e de originalidade,

Em um mundo polarizado por fanatismos de caráter muito diverso, tensionado por forças irracionais, tanto de origem religiosa como política, a educação do “sentido espiritual” da vida constitui uma urgência, frente a uma insistência mecânica de padrões de conduta e de modelos impostos pelos grandes meios de comunicação de massa.  A vida espiritual é abertura, receptividade e movimento. As grandes figuras da história espiritual nunca sucumbiram ao fanatismo e à intransigência. Foram benevolentes, compassivos e receptivos. Praticaram o diálogo com todos, sem discriminação alguma.

Há demasiadas divisões entre nós; há demasiadas condenações e violências (verbal e física); há demasiadas exclusões e marginalizações. E tudo simplesmente “porque não é dos nossos”, “porque não pensa como nós”... Podemos pensar diferente, mas nem por isso temos de nos excluir; não somos donos da verdade; também os outros pensam e tem uma percepção diferente da realidade.. Podemos ter critérios diferentes, mas nem por isso temos que criar muros que nos separam. O diferente não deve excluir ninguém; o diferente pode ser uma fonte de enriquecimento mútuo.

O evangelho deste domingo (9º dom TC) nos revela que o intransigente nunca se põe no lugar do outro; só ele tem razão. Isso porque ele pensa a partir da lei, mas não pensa a partir da situação e das necessidades dos outros. E com isso ele faz um triste favor a Deus, porque dá a impressão de que Deus prefere suas leis ou suas interpretações e não as carências dos outros.

O intransigente se converte em centro de sua fidelidade à lei; mas prescinde do ser humano. Ao intransigente não lhe importa que o outro tenha fome no sábado, como tampouco lhe importa que esteja enfermo. O importante é o sábado e não a pessoa.

Mas Jesus pensa e age de outra maneira; primeiro é o ser humano e depois a lei; esta deve estar a serviço do ser humano. Por isso, a presença de Jesus na sinagoga revela-se como um apelo e uma ocasião privilegiada para pôr em questão nosso confinamento religioso, nossas posturas fechadas, nossas visões sociais estreitas e preconceituosas... e abrir-nos à diversidade e ao diferente. Sem alteridade regenerante caímos no confinamento de uma pureza de ortodoxia, de uma ideologia segregadora, de um legalismo estéril, de uma doutrina impositiva. Confinamento que nos torna cegos aos valores e riquezas que vem de outras expressões humanas e religiosas. O modo de proceder de Jesus nos instiga a acolher a diversidade como expressão da inesgotável criatividade divina.

A diferença promove a unidade lúcida e criativa; por isso é valor a ser preservado e a ser desenvolvido, é potencial a ser ativado. “O Espírito Santo cria a diversidade na Igreja. A diversidade é bela, mas o mesmo Espírito Santo faz também a unidade, para que a Igreja esteja unida na diversidade; para usar uma expressão bela: uma diversidade reconciliadora” (papa Francisco).

Texto bíblico:   Mc 2,23-3,6
Na oração: a intransigência impede a pessoa de viver, de se abrir ao mundo, de ser espontânea e de viver mais intensamente;

- a impiedade da intolerância frente ao “diferente” e o descalabro dos racismos envenenam corações e fomentam as dinâmicas excludentes que envergonham a humanidade e não podem ser aceitas, pacificamente, pelos(as) seguidores(as) de Jesus;

- o racismo é sutil; está presente lá no fundo; é uma grande praga que exige grande esforço para dela se livrar; vira sentimento que se justifica e dá forma a modos de falar, define posturas e cria as distâncias, rompendo a comunhão.

- Como você se posiciona diante das diferenças religiosas, políticas, raciais, de gênero, de cultura...?

Pe. Adroaldo Palaoro sj

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