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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A NEGRITUDE ESTÁ EM ALTA! - Antonio Nunes de Souza

A Negritude está em alta!

      Não posso negar que estou muito feliz, vendo os negros ocupando seus lugares, muitas vezes na marra e, muitíssimas vezes pelas garras da competência, inteligência e luta de grandes guerreiros que são! Nunca neguei que amo profundamente a etnia negra, tendo um grande respeito pelos seus trabalhos na construção do nosso país e em vários pelo mundo a fora. Revolta-me ver, escandalosamente, as mesquinhas ajudas dadas aos países da África, quando, por reconhecimento e gratidão, já deveriam ter acabado com a fome e a miséria existente nos países onde a cor negra é predominante. Quando dão suas migalhas, alardeiam através da mídia como se estivessem fazendo grandes favores!
      Se supormos que essa melhoria e alta dos negros ficou fortalecida depois que Obama (negro) conseguiu chegar a ser por oito anos presidente dos Estados Unidos da América, país onde a discriminação racial era imbatível, tendo como grande proteção a sua constituição e um exército de borra botas chamado de Ku Klux Klan que, fortemente armados e apoiados pelo povo e pelas leis sociais, faziam misérias (ainda existe alguns grupos em regiões que continuam cultuando seus abomináveis comportamentos), chegando ao absurdo de assassinatos atrozes. Na verdade esse fato do presidente tem muito sentido!
      Como também é impossível esconder que os negros em todas as vertentes de destaque (esporte, cinema, literatura, tecnologia, ciência, agricultura, política, indústria e comércio) sempre tem vários pretos em posições de destaques e soberanias!
      Parabenizo mais uma vez à essa maravilhosa e bonita etnia negra, mostrando ao mundo que não existe pessoas inferiores, o que existe na verdade são pessoas que não foram oportunizadas para mostrar suas habilidades vencendo os obstáculos!
        Imagino que, com essa alta de merecidos privilégios, os negros começaram a usar seus cabelos ao natural e, quanto mais desarrumados aí é que estão arrumados, mostrando os detalhes da etnia como um símbolo do seu povo!
      Creio que somente os inventores de cremes alisantes, escovas mágicas que deixam os cabelos lisos e esvoaçantes, depois de estudarem, pesquisarem e descobrirem a fórmula de se ter cabelos “lisos”, ver com tristeza suas invenções jogadas de lado!
       Tenho a certeza que, com essa miscigenação existente, chegaremos ao ano de 2100, a uma única população mundial de mulatos!

Antonio Nunes de Souza, escritor

Membro da Academia Grapiúna de Letras–AGRAL antoniodaagral26@hotmail.com

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CONVITE: LETRASELVAGEM & CASA DAS ROSAS

LETRASELVAGEM & CASA DAS ROSAS
Convidam para o lançamento do romance

“Sombras sobre a terra”,

do uruguaio  Francisco “Paco” Espínola

Data: 16 de novembro de 2016 (quarta-feira), às 18h30.
Local: Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura). Av. Paulista, 37 (Metrô Brigadeiro) - São Paulo/SP - Brasil. Entrada franca.

FORMATO DO EVENTO:
1ª Parte: Na abertura do evento, o autor uruguaio e sua obra serão apresentados pelos escritores e críticos brasileiros Carlos Felipe Moisés, Ronaldo Cagiano, Erorci Santana (tradutor) e Joaquim Maria Botelho, com a participação especial do escritor e crítico uruguaio Leonardo Garet, que também discorrerão sobre o tema: “A América Latina através da Literatura de Ficção”.
2ª Parte: Sessão de autógrafos.

SOBRE O AUTOR:

Francisco Espínola (“Paco”, como os amigos o chamavam) nasceu em São José de Mayo, em 4 de outubro de 1901, no seio de uma família de tradição blanca, abraçando ele a mesma divisa, até que, em 1962, se filiou à esquerda. Foi docente, crítico literário e teatral. Combateu contra a ditadura de Gabriel Terra e amargou prisão em Paso Morlán em 1935. Curiosamente, seus captores o reconheceram e felicitaram por Sombras sobre a terra.
Francisco Espínola fez parte de uma geração que vivia num ritmo lento e podia passar largas horas conversando no bar. O poeta Alfredo Mario Ferreiro, um dos amigos de Paco, recordou num artigo que costumavam ouvi-lo e houve vezes em que Espínola falava por espaço de oito a dez horas. E parecia um minuto. Vestia-se sempre de escuro com gravata e colarinho quebrado, usado em camisas destinadas a trajes formais como o smoking, fortemente engomado, com as pontinhas de pé, modelo popular no início da década de 1900. Em suas fotos e caricaturas, Paco aparece sempre com um aspecto severo e formal, porém sua figura torna-se plena de sensibilidade quando os que o conheceram falam dele e de suas numerosas anedotas.
Morreu na madrugada de 27 de julho de 1973, ao mesmo tempo em que morria a democracia em seu país. Todos o choraram em silêncio, enquanto nas rádios troavam as marchas militares.
Espínola era um incansável trabalhador da palavra, tornando-se de imediato reconhecido não só pelos voos da imaginação e profundidade moral de seus textos, como também pelo esmero com que os tecia, carreando, de imediato, para Raza ciega (primeira coletânea de contos, 1926), o unânime elogio da crítica. Alberto Zum Felde, o principal crítico uruguaio da época, viu similitudes entre o novel escritor uruguaio e o genial autor de Crime e Castigo. Fato notável é que Sombras sobre la tierra, vazado em gênero mais complexo, sete anos depois de Raza ciega, surge impregnado do mesmo “sentido do profundo”.

SOBRE A OBRA:

Nessa narrativa candente e de profundo mergulho existencial, o protagonista é um órfão de pai assassinado e de mãe vítima da tuberculose, falecida após longo padecimento. É num imenso e solitário casarão, onde passa seus dias, cuidado pela negra Basília, que Juan Carlos experimenta uma errância e uma insularidade psicológica e interior, enfrentando desde cedo os perigos do mundo, crescendo à revelia de valores, encurralado por uma realidade crucial que o move numa luta para defender-se dos abismos, vícios, delitos e impossibilidades ofertados pelo quotidiano miserável. 
Numa espécie de marginalidade social e moral, a dilacerante experiência de abandono é tratada pelo autor com uma pródiga carga de solidariedade com seu personagem. No espaço-tempo em que emergem os dilemas e dramas do jovem Juan Carlos, as figuras do pai e da mãe são evocadas não apenas como lembrança, mas como instância questionadora e de apaziguamento. Numa cena, diante de sua amante, a prostituta Nena, em cujo rosto amplifica a imagem de sua mãe, ele acaba por expiar-se, como num processo de auto-imolação, na captura de uma memória ancestral, em que afloram sentimentos e afetos que se (con)fundem numa mesma e desesperada tentativa de se reconhecer e se inquietar diante do seu destino tumultuado, traçado pela prostituta, como um caminho indesviável.
Sombras sobre a terra (1933) é um romance paradigmático, pois encontra parentesco com a temática encontrada em Juan Carlos Onetti, de Junta-cadáveres; em Alejo Carpentier, de Os passos perdidos; no Vargas Llosa, de Pantaleão e as visitadoras, ou ainda em José Donoso, de O obscuro pássaro da noite, obras que, no mesmo diapasão, tratam com pungente realismo a vida e as relações nos prostíbulos. Ainda, nos descortinam o mundo e a natureza dos apartados e marginalizados que não conseguem debelar o vazio e a agonia de suas vidas. Ao mesmo tempo, esse romance-catarse de Espínola instaura uma discussão sobre o eterno embate entre o Bem e o Mal, entre o Centro e a Periferia, uma vez que, na esfera onde transcorre todo o romance, há o enfrentamento do personagem com as extremidades do espaço geográfico que o confina, num povoado dividido entre o Centro e o Baixo, numa alegórica simbologia das dicotômicas divisões que caracterizam a vida das cidades e dos povos, ou uma metáfora do maniqueísmo invocado nas relações humanas, onde Céu e Inferno, Carne e Espírito, Sagrado e Profano convivem em esquizofrênica simbiose.
Francisco (Paco) Espínola é um autor fundamental para a consolidação de uma consciência estética e uma fiel apreensão da nossa latinidade. Com este monumental Sombras sobre a terra, na impecável tradução de Erorci Santana, junta-se a outros autores que tradicionalmente popularizaram o melhor da novelística uruguaia do século 20 (como Ángel Rama, Eduardo Galeano, Enrique Amorim, Felisberto Hernández, Horacio Quiroga, Juan Carlos Onetti, Mario Arregui, Mario Benedetti, Ricardo Güiraldes e Rômulo Gallegos), familiarizando-nos com o contexto histórico, geográfico, social e psicológico, de modo que possamos compreender o caráter e a formação da identidade e dos valores desse imenso, polifônico e trágico continente, com seu dualismo, sua fragmentação e seus sortilégios, com uma perturbadora – e ao mesmo tempo poética –  dimensão humanista. (Texto de “orelhas” do escritor e crítico brasileiro Ronaldo Cagiano).

Título: “SOMBRAS SOBRE A TERRA” (romance)
Autor: Francisco Espínola
Editora: LETRASELVAGEM
Edioma: Português
ISBN 978-85-61123-20-8
360 pág.
14 x 21 (Brochura)
1ª Edição / 2016
Preço: R$40,00

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