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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

ABL ELEGE CARLOS (CACÁ) DIEGUES PARA A CADEIRA 7, NA SUCESSÃO DO CINEASTA NELSON PEREIRA DOS SANTOS



A Academia Brasileira de Letras elegeu, quinta-feira, dia 30 de agosto, o novo ocupante da Cadeira 7, na sucessão do Acadêmico e cineasta Nelson Pereira dos Santos, falecido no dia 21 de abril deste ano. O vencedor foi o também cineasta Cacá Diegues, que recebeu 22 votos. Participaram da eleição 24 Acadêmicos presentes e 11 por cartas (três não votam por motivo de saúde). Os ocupantes anteriores da cadeira 7 são: Valentim Magalhães (fundador) – que escolheu como patrono Castro Alves –, Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz e Sergio Corrêa da Costa.
 
O NOVO ACADÊMICO

Carlos (Cacá) Diegues nasceu em Maceió, Alagoas, no dia 19 de maio de 1940, filho do antropólogo Manuel Diegues Jr. e de Zaira Fontes Diegues. Cinéfilo desde a adolescência, também era poeta e trabalhava como jornalista.
Em 1958, aos 18 nos de idade, teve seus poemas publicados no Jornal do Brasil pelo ensaísta e crítico Mario Faustino, que o apresentou como uma revelação na poesia brasileira. Por essa mesma época, participou ativamente do movimento cineclubista no Rio de Janeiro, quando se integrou à nova geração de cineastas que buscava registrar a verdadeira imagem do Brasil, num movimento que seria conhecido como Cinema Novo, sob a liderança de Nelson Pereira dos Santos.

Depois de realizar alguns curta-metragens, Cacá estreou profissionalmente em 1962, dirigindo um dos episódios do filme “Cinco vezes Favela”, produzido pelo Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE – um filme que se tornaria uma das obras inaugurais do Cinema Novo.

Ao longo de sua carreira de cineasta, realizou mais de 20 filmes de longa-metragem, entre os quais “Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Xica da Silva” (1976), “Chuvas de verão” (1978), “Bye Bye Brasil” (1980), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), “Tieta do Agreste” (1995), “Orfeu” (1999), “Deus é brasileiro” (2003), “O maior amor do mundo” (2005) e agora “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima. Todos esses filmes foram lançados comercialmente em diferentes países do mundo, nas salas de cinema e na televisão, além de sua presença e de prêmios nos festivais internacionais mais importantes, como Cannes, Veneza, Berlim, San Sebastian, Toronto, Nova York, Mar del Plata e outros.

Cacá publicou alguns livros, nem sempre sobre cinema, tendo começado com Ideias e Imagens, de 1988. Seus livros mais recentes são "Vida de Cinema”, mais de 600 páginas sobre o Cinema Novo, e “Todo Domingo”, uma coletânea de seus textos publicados semanalmente no jornal Globo. Recebeu homenagens de diversas naturezas, no Brasil e no mundo, entre as quais o titulo de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres, do governo francês; o Prix de la Célebration du Centenaire du Cinématographe, do Instituto Lumière de Lyon; o Golden Reel Award, do Grupo HBO; o Lifetime Achievement Award, concedido pela cidade de Chicago; o Prêmio Roberto Rosselini, pelo conjunto de sua obra, dado pela Associação Nacional dos Críticos de Cinema da Itália; eleito Personalidade do Cinema Latino-Americano, pela Associação Internacional de Críticos (Fipresci); Ordem do Mérito Cultural de Portugal; Comendador da Ordem de Rio Branco, do governo brasileiro; Comendador da Ordem do Mérito Cultural do Brasil; e outros.

Casado com a produtora de cinema Renata Magalhães, Cacá tem um filho e 3 filhas.

30/08/2018



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BOLSONARO FOI BOLSONARO – Adriano Soares da Costa




29/08/ 2018

Adriano Soares da Costa é um grande doutrinador de direito eleitoral. Olha o que ele escreveu, que resume com exatidão a entrevista de ontem:

 Ligue o vídeo abaixo:




Jair Bolsonaro foi entrevistado no Jornal Nacional por Bonner e Renata Vasconcelos. Mais uma vez, os entrevistadores se portaram como escoteiros que acham que o politicamente correto do Leblon vale para o Brasil e que eles, empregados da Rede Globo - embora contratados como pessoas jurídicas - seriam representantes do povo brasileiro.

Bolsonaro foi Bolsonaro. Diferentemente de Ciro Gomes, Bolsonaro se apresentou de cara limpa, sendo quem é, conservando o mesmo discurso e o defendendo sem meias palavras. Disse que policial que matasse bandido armado mereceria medalha; falou com firmeza contra a erotização de crianças nas escolas e contra o kit-gay; expôs a hipocrisia do discurso de igualdade de gêneros quando disse que os salários dos dois apresentadores do Jornal Nacional era maior para Bonner (Renata Vasconcelos se perdeu totalmente nessa hora...); citou textualmente as palavras de Roberto Marinho sobre a “revolução democrática de 1964 feita pelos militares” (os filhos de Roberto Marinho não honraram as suas palavras como Bolsonaro o fez); sobre Paulo Guedes, diante da insistência de Bonner sobre problemas eventuais na relação de ambos, Bolsonaro alfinetou o entrevistador falando sobre casamento, juramento de fidelidade eterna e separação, invocando indiretamente no imaginário feminino a figura de Fátima Bernardes; e fez um encerramento redondo com todos os valores que defende.

Com mais uma entrevista dessas, Bolsonaro ganha no primeiro turno, eleito com a ajuda da Rede Globo e de seus editoriais tolos. Como eu disse ontem, a melhor estratégia era tirar aquele ar de superioridade da dupla do JN, quebrar a falsa neutralidade, atacar a hipocrisia do discurso politicamente correto. Bolsonaro fez com sobras o dever de casa: não se combate criminosos armados com rosas..., não se sai bem de uma sabatina dessas sem tratar os entrevistadores como adversários que querem sangrar a sua imagem. Bolsonaro fez isso e saiu muito bem.

É simplista a afirmação que a criminalidade se combate na bala. Bolsonaro diz algo que a intelectualidade tenta fazer cara de horror, mas que a indignação das vítimas da violência armada pedem: em épocas brutais, pulso. Bolsonaro se porta como macho alfa em um cenário político de invertebrados, de discursos empolados ou de conversa econômica cansativa, de números estranhos à realidade das dores dos viventes em favelas, subúrbios e grotas.

Sinceramente, Bolsonaro saiu maior do que entrou no estúdio do JN. Devorou Bonner e Renata, simplesmente porque os tratou como infantes engomadinhos. E é o que a maioria pensa e acha. Deu certo!

(Recebi via WhatsApp)

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“EU NÃO VOU DIZER UMA PALAVRA SOBRE ISSO”

31 de agosto de 2018 
♦  Roberto de Mattei *

“Eu não vou dizer uma palavra sobre isso.” Com esta frase, pronunciada em 26 de agosto de 2018 no voo de volta de Dublin a Roma, o Papa Francisco [foto abaixo] reagiu às impressionantes revelações do arcebispo Carlo Maria Viganò [foto acima], que o colocavam diretamente em causa. Para a jornalista Anna Matranga (NBC), que lhe perguntara se era verdade o que foi escrito pelo ex-núncio nos Estados Unidos, o Papa respondeu: “Li essa declaração esta manhã. Eu a li e sinceramente tenho que lhe dizer isso, para você e para todos aqueles que estão interessados: leia, cuidadosamente, a declaração e faça seu próprio julgamento. Não vou dizer uma palavra sobre isso. Eu acredito que a declaração fala por si, e você tem capacidade jornalística suficiente para tirar conclusões. É um ato de confiança: quando tiver passado algum tempo e você tiver tirado conclusões, talvez eu fale. Mas eu gostaria que sua maturidade profissional fizesse esse trabalho: vai te fazer bem, de verdade. Fica bem assim.”

Um arcebispo rompe o clima de silêncio e conivência e denuncia, com nomes e circunstâncias específicos, a existência de uma corrente filo-homossexual favorável a subverter a doutrina católica em relação à homossexualidade” e a presença de “redes de homossexuais difundidas atualmente em muitas dioceses, seminários, Ordens religiosas, etc.”, que “encobrem o segredo e a mentira com o poder dos tentáculos de um polvo e esmagam vítimas inocentes, vocações sacerdotais e estrangulam toda a Igreja”. Diante dessa voz corajosa que rompe o silêncio, o Papa Francisco se cala e confia aos meios de comunicação de massa a tarefa de julgar segundo seus critérios políticos e mundanos, muito diferentes dos critérios religiosos e morais da Igreja. Um silêncio que parece ainda mais grave do que os escândalos revelados pelo arcebispo Viganò.

Esta lepra se desenvolveu após o Concílio Vaticano II [foto abaixo, à dir.], como resultado de uma nova teologia moral que negava os absolutos morais e reivindicava o papel da sexualidade fora do casamento, hétero e homossexual, considerada como um fator de crescimento e desenvolvimento da pessoa humana. A homossexualização da Igreja se espalhou nos anos setenta e oitenta do século XX, como testemunha o livro, meticulosamente documentado, do padre Enrique Rueda, The Homosexual Network: Private Lives And Public Policy [A rede homossexual: vidas privadas e políticas públicas], publicado em 1982 [foto abaixo, à esq.].

Para se entender como a situação não fez desde então senão agravar-se, é essencial ler o estudo Homossexualidade e sacerdócio — O nó górdio dos católicos? (PoznańTheological Studies, 31, 2017, pp. 117-143), pelo Prof. Andrzej Kobylinski, da Universidade Cardeal Stefan Wyszynskide Varsóvia (https://journals.indexcopernicus.com/api/file/viewByFileId/261531.pdf). Kobylinski cita um livro intitulado The Changing Face of the Priesthood: A Reflectionon the Priest’sCrisis of Soul [A face mutante do sacerdócio: uma reflexão sobre a crise de alma do sacerdote], de Donald Cozzens, Reitor do Seminário em Cleveland, Ohio, onde o autor diz que, no início do século XXI, o sacerdócio tornou-se uma “profissão”, eminentemente exercida por homossexuais, podendo-se falar de um “êxodo heterossexual do sacerdócio”.

Há um caso emblemático que Kobylinski recorda — aquele do arcebispo de Milwaukee (Wisconsin), Rembert Weakland, aclamado expoente da corrente progressista e “liberal” americana: “Weakland encobre, há décadas, casos de abuso sexual de padres, apoiando uma visão da homossexualidade contrária à do Magistério da Igreja Católica. No final do exercício episcopal, ele também deu um desfalque enorme, roubando quase meio milhão de dólares dos cofres de sua arquidioce separa pagar seu ex-parceiro que o acusava de assédio sexual. Em 2009, Weakland fez o seu ‘coming out’, publicando uma autobiografa intitulada A Pilgrimin a Pilgrim Church [Um peregrino em uma Igreja peregrina], na qual ele admitiu ser homossexual e ter tido durante décadas relações sexuais seguidas com muitos parceiros. Em 2011, a Arquidiocese de Milwaukee foi forçada a declarar falência, devido ao alto custo das indenizações devidas às vítimas de padres pedófilos”.

Em 2004 apareceu o John Jay Report [título baseado no nome da seção especializada em justiça penal da Universidade da Cidade de Nova Iorque, que o preparou], documento preparado a pedido da Conferência Episcopal Americana, no qual foram analisados todos os casos de abuso sexual de menores por padres e diáconos católicos nos EUA nos anos 1950-2002. “Este documento de quase 300 páginas tem um valor informativo extraordinário — escreve Kobyliński. O John Jay Report demonstrou a ligação entre a homossexualidade e o abuso sexual de menores pelo clero católico. De acordo com o relatório de 2004, na grande maioria dos casos de abuso sexual, não é uma questão de pedofilia, mas de efebofilia, ou seja, uma perversão que não consiste em atração sexual pelas crianças, mas por adolescentes na puberdade. O John Jay Report mostrou que cerca de 90% dos padres condenados por abuso sexual infantil são padres homossexuais”.

Portanto, o escândalo de McCarrick não é senão o último ato de uma crise que vem de longe. No entanto, na Carta do Papa ao Povo de Deus, e ao longo de sua jornada na Irlanda, o Papa Francisco nunca denunciou essa desordem moral. O Papa acredita que no abuso sexual pelo clero o principal problema não é a homossexualidade, mas o clericalismo. Referindo-se a esses abusos, o historiador progressista Alberto Melloni escreve que “Francisco finalmente confronta o crime no plano eclesiológico: e o confia àquele agente teológico que é o povo de Deus. Ao povo Francisco diz sem rodeios que é o‘clericalismo’ que incubou essas atrocidades, não um excesso ou uma insuficiência de moral” (La Repubblica, 21 de agosto de 2018).

“Lecléricalisme, voilà l’ennemi!” — “O clericalismo, eis o inimigo!” A famosa frase pronunciada em 4 de maio de 1876 na Câmara de Deputados francesa por Léon Gambetta (1838-1882), um dos expoentes máximos do Grande Oriente da França, poderia ser adotada pelo Papa Francisco. Essa frase, no entanto, é considerada a palavra de ordem do laicismo maçônico do século XIX e foi por sua aplicação que os governos da Terceira República Francesa realizaram nos anos seguintes um programa político “anticlerical” que teve como etapas a laicização completa do ensino, a expulsão dos religiosos do território nacional, o divórcio, a abolição da concordata entre a França e a Santa Sé.

O clericalismo de que fala o Papa Francisco é aparentemente diferente, mas no final das contas ele corresponde àquela concepção hierárquica tradicional da Igreja, que foi combatida ao longo dos séculos pelos galicanos, pelos liberais, pelos maçons e pelos modernistas. Para reformar a Igreja, purificando-a do clericalismo, o sociólogo italiano Marco Marzano sugere ao Papa Francisco este caminho: Pode-se, por exemplo, começar a retirar completamente dos párocos o governo das paróquias, privando-os das funções de governo (financeiro e pastoral) absoluto e monocrático das quais se beneficiam hoje. Introduzindo um elemento importante de democracia, poder-se-ia tornar os bispos elegíveis. Poder-se-ia fechar os seminários, instituições da Contra-Reforma nas quais o clericalismo como espírito de casta é ainda hoje exaltado e cultivado, substituindo-os por estruturas de formação abertas e transparentes. Pode-se, sobretudo, suprimir a regra sobre a qual o clericalismo na maioria das vezes se funda hoje (e que é também a base da grande maioria dos crimes sexuais do clero), que é o celibato obrigatório. É justamente a suposta castidade do clero, com todo o corolário de pureza e sacralidade sobre-humana que a acompanha, que estabelece a premissa principal do clericalismo” (Il Fatto quotidiano, 25 de agosto, 2018).

Quem quer eliminar o clericalismo, quer de fato destruir a Igreja. E se, em vez disso, se entende o clericalismo como o abuso de poder exercido pelo clero quando abandona o espírito do Evangelho, não há clericalismo pior do que o daqueles que renunciam a estigmatizar pecados gravíssimos como a sodomia e deixam de recordar que a vida cristã deve necessariamente terminar no céu ou no inferno.

Nos anos seguintes ao Vaticano II, grande parte do clero abandonou o ideal da realeza social de Cristo e aceitou o postulado da secularização como um fenômeno irreversível. Mas quando o Cristianismo se submete ao laicismo, o Reino de Cristo é transformado em um reino mundano e reduzido a uma estrutura de poder. O espírito militante é substituído pelo espírito do mundo. E o espírito do mundo impõe silêncio sobre o drama que a Igreja está vivendo atualmente.
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(*) Fonte: “Corrispondenza romana”, 29-8-2018. Matéria traduzida do original italiano por Hélio Dias Viana.

http://www.abim.inf.br/eu-nao-vou-dizer-uma-palavra-sobre-isso/#.W4lzR85KjIU

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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

SER BOM É BOM? - Antonio Nunes de Souza



Deixa em princípio transparecer uma pergunta tola e ingênua, mas, profundamente analisada, chega-se a uma conclusão sábia de que a bondade nunca fez mal a ninguém, em nenhuma das circunstância das nossas vidas!

Infelizmente, a parcimônia com que utilizam esse comportamento, faz com que tenhamos medos e precauções quando estamos lidando com pessoas que não conhecemos de perto, logicamente, dando o mesmo comportamento para a outra pessoa que, talvez já tenha sido uma vítima, tome também seus justos cuidados.

Essas situações corriqueiras do dia a dia, juntamente, com as decepções “tarde e noite”, nos colocam em guardas fechadas, especulando os mínimos detalhes, no sentido das coisas andarem corretamente, não nos dando os aborrecimentos de praxe no futuro.

As já normais faltas de palavras, enganações nas propostas, falhas nas entregas, objetos ou instrumentos fora dos padrões combinados, empresas fictícias, falsos boletos bancários, etc., logicamente, deixam as pessoas apavoradas, aflitas e, completamente, desconfiadas!

Claro que ser bom é muito bom, porém, como ter esse comportamento cheio de lisuras, se sabemos que do outro lado as intenções tem provado, na grande maioria, que são malévolas?

O que jamais devemos fazer é entrar para o bloco dos “sujos”, disputando para ver quem é o mais ruim. Ao contrário, meu amigo! Vamos trabalhar para fazer a esses oportunistas desonestos que, ser ruim, nunca será um vencedor, pois, cedo ou tarde a casa cai e seus esfomeados lucros vão embora da mesma forma que vieram, pois, sempre existirá alguns mais ruins que eles, que não os perdoarão!

Só posso dizer que “ser bom é bom”, inclusive deixando a sua consciência aliviada por estar sendo um exemplo de humanitarismo, solidariedade, respeito e cidadania!


Antonio Nunes de Souza, escritor.
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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A NOITE DE BOLSONARO NO JN - Anderson Miranda



Texto abaixo de um não eleitor de Bolsonaro até ontem.  Veja com que lucidez ele descreve a noite de Bolsonaro no JN


Hoje a Globo mostrou explicitamente o que todos nós já deveríamos saber: que não tem qualquer interesse  nas melhorias que o país precisa. Provou que não tem nenhum compromisso com a (imensa) responsabilidade social que carrega como formadora de opinião. 

Apresenta uma "entrevista" com o atual principal candidato à Presidência da República  e, ao invés de extrair dele os seus projetos de governo, tenta desqualificá-lo com afirmações que em nada ajudam ao eleitor indeciso o saneamento das dúvidas sobre as propostas de determinado candidato, tal qual um bom debate eleitoral exige. 

Parei pra ouvir os planos do candidato para os próximos 4 anos do país, e o que me apresentaram foi um show de horrores.

O que eu vi foram dois fantoches querendo desesperadamente, e com toda a parcialidade do mundo, promover uma pseudo-entrevista  claramente direcionada para desconstruir uma candidatura. Foi enojante.

Todos sabem minha opinião sobre Jair Bolsonaro. Não tem, tampouco terá meu voto. 

Porém, hoje ele fez com a rede Globo o que muitos de nós temos vontade, mas nunca teremos oportunidade: fez o maior veículo de comunicação do país passar vergonha em seu principal jornal, ao vivo e sem cortes, e em horário nobre. Colocou Bonner e Renata literalmente no bolso. Recolocou a imagem da Globo no lugar de onde jamais deveria ter saído: na lama.

Sem partidarismo ou ideologia política, lavou a alma dos brasileiros. Merece minhas sinceras palmas. Hoje ele realmente foi um "mito".

Autor: Anderson Miranda


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ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: Mágoas do coração - Marcial Salaverry



Quanta tristeza e revolta existe dentro de um coração magoado... Alguém que sofre por uma paixão não correspondida, é capaz de fazer as maiores loucuras para se vingar daquele que a desprezou.

Se a tentativa de vingança é justa ou não, não cabe aqui discutir.
O que se deve ponderar, é que nenhuma atitude de vingança é racional, principalmente nesses casos de amor não correspondido, pois da mesma maneira que uma pessoa se apaixona por alguém, esse alguém pode não se apaixonar por ela. Em não havendo a reciprocidade de sentimentos, nada há para se fazer.

De nada adianta insistir, implorar, muito menos brigar. Se por um motivo qualquer não se conseguiu conquistar o coração de alguém... a única solução será esquecer esse alguém... procurar varrê-lo da memória, pois quanto mais ficar falando nessa pessoa, mais ela estará presente em sua cabeça, e mais dificilmente será esquecida.
A atitude mais lógica num caso desses, certamente será procurar esquecer quem não quis seu amor, e simplesmente continuar a viver sua vida normal.

Para esquecer uma mágoa de amor, nada melhor do que outro amor... ajuda a esquecer bem depressa. Poder-se-á argumentar que os amores não estão aí, à disposição, para serem colhidos.

Certo, mas se ficarmos apenas curtindo a "dor de cotovelo", e procurando descobrir maneiras para "ferrar" o culpado de nossa tristeza, será mais difícil ainda esquecê-lo.
Então o melhor é sair de vez de sua vida, e que esse alguém siga sua existência em paz.

Quanto mais tentativas fizermos para prejudicá-lo, mais estaremos mostrando o tamanho de nossa mágoa, e mais nossos inimigos estarão "curtindo" nossa infelicidade.

Uma atitude superior é o que se impõe. Estufar o peito, empinar o nariz, e ir em frente. Será muito mais fácil esquecer de tudo, e "curar" o coração magoado.

Um sábio provérbio oriental diz: "Um coração alegre não precisa de remédios".

Essa é a atitude mais sábia... Bola pra frente na vida. Outros amores virão. Se por acaso não vierem, o coração estando alegre, será muito mais fácil conquistarmos o amor que mais nos interessa, que é o amor próprio. Este é o maior amor que devemos ter e cultivar.

Sentimentos de ódio e de rancor só trazem dor e mágoa, e além disso, atrapalham a volta da alegria ao coração, e esta faz muita falta, não tenham a menor dúvida.

Não resta a menor dúvida de que esses sentimentos de vingança acabam por envenenar a alma, impedindo-nos de raciocinar com clareza, pois uma atitude violenta, sempre poderá gerar uma resposta idêntica, transformando o que seria um simples desentendimento, num campo de batalha, nunca trazendo bons resultados para quem quer que seja.

Sabendo acalmar nosso furor, poderemos pensar melhor, chegando facilmente à conclusão de que atitudes negativas não conduzirão a nada de bom. De que nos servirá ver o "inimigo" destruído? Nossa mágoa não estará curada com isso... pelo contrário, estará sempre presente na nossa ideia, enquanto arquitetamos planos maquiavélicos para derrubar outra pessoa.

Ora, o sol nasceu pra todos. Todos têm o mesmo direito à vida. Vamos deixar que cada qual viva sua vida, e vivamos a nossa numa boa, em paz, sem nos preocuparmos se fulano ou sicrano está bem ou mal. Curtamos nossa existência, vivamos em paz, que logo todas as mágoas serão esquecidas, e logo teremos "alegria no coração", não nos fazendo mais falta o amargo remédio da vingança.

Bem, com essa ideia na cuca e com muita alegria no coração, quero convidar todos os amigos e amigas a um brinde com a melhor das bebidas que existe... uma gostosa "Batida de Amor e Compreensão". Gostosa, e faz um tremendo bem para o coração e o espírito, não tenham a menor dúvida...

Depois do aperitivo desses, fica mais fácil ter UM LINDO DIA...


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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

OSMAN LINS É O TEMA DA PALESTRA DE ENCERRAMENTO DO CICLO DE CONFERÊNCIAS ‘CADEIRA 41’



A Academia Brasileira de Letras encerra seu ciclo de conferências do mês de agosto, intitulado “Cadeira 41”, com palestra do escritor e jornalista Hugo de Almeida, sob coordenação da Acadêmica Ana Maria Machado. O tema escolhido foi Osman Lins, 40 anos depois, mais atual.

Serão fornecidos certificados de frequência.

Hugo de Almeida adiantou que, em sua palestra, abordará desde os primeiros passos de Osman Lins como autor de Avalovara e Lisbela e o prisioneiro, no interior de Pernambuco, até a consagração como grande escritor brasileiro, traduzido em vários países.

 Osman Lins viveu apenas 54 anos, mas deixou rica e vasta obra, de gêneros diversos – conto, romance, teatro, ensaio. Tratarei, sobretudo, da atualidade da ficção osmaniana, de sua fortuna crítica, a partir da estreia com O visitante, em 1955, romance premiado pela ABL, até A rainha dos cárceres da Grécia, publicado em 1976, dois anos antes da morte do autor. E, claro, refletir sobre a questão do Ciclo de Conferências “Cadeira 41”: Osman Lins na Academia?”

O CONFERENCISTA

O escritor e jornalista Hugo Almeida é doutor em Literatura Brasileira pela USP, com tese sobre o romance A rainhados cárceres da Grécia, de Osman Lins. Publicou mais de dez livros de ficção. Também organizou e prefaciou o volume de ensaios Osman Lins: o sopro na argila, lançado em 2004, em homenagem aos 80 anos de nascimento do romancista pernambucano. Em 2014, organizou, com Rosângela Felício dos Santos, Quero falar de sonhos, volume de artigos críticos de Osman Lins anteriores a Avalovara. Em 2016, publicou a coletânea de contos Nove, novena: variações, pelos 50 anos das narrativas osmanianas.

24/08/2018



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INSÔNIA – Ariston Caldas

Insônia 

Mil aviões fizeram um “raid” sobre Londres, matando pessoas, destruindo pontes, ruas e praças. Seria verdade esse absurdo ou um exagero das agências  de notícias? Certo é que os nazistas abafavam o mundo. Na Europa dominavam uma série de países e entravam pelas estepes russas; esmagavam a França, e a Itália, sua aliada à força, gemia o peso da ocupação.

            Naqueles tempos nebulosos as pessoas passaram a aprender mais História e Geografia; nomes complicados andavam de boca em boca. Era o quitandeiro, o dono da padaria, o barbeiro da esquina, o povo na rua. Até os matutos vendendo coisas na feira, aos sábados. “é a guerra”, diziam. Sabia-se quem era o mandatário desse ou daquele país, o rei de uma nação obscura, o primeiro-ministro de uma potência ou general-de-campo que distinguia-se numa frente de batalha; o nome de uma ilha nos confins do mundo. 

            O alfaiate Possidônio, de cavanhaque e um colete ruivo espetado de alfinetes, pronunciava os nomes estrangeiros conforme permitia seu português: Rosevelte, Itler, Degaule, Marque Artur, Istalim. Quando qlguém o corrigia, ele falava, ufano: “Sou brasileiro, alfabetizado, e só falo meu idioma, certo é como digo:” À noitinha havia um noticiário pelo rádio, e a gente da vizinhança amoitava-se  em frente à casa de seu Ismael para ouvir as novidades da guerra; formavam-se opiniões, discutia-se. Dona Isolda, mulher de Ismael, de xale preto em volta do pescoço, ouvia tudo sentada numa cadeira de vime e, durante o informativo, benzia-se nem sei quantas vezes, o rosto triste; depois saía para o passeio onde ficava conversando com dona Zulmira que residia ao lado; “este mundo virou terra de cão”, dizia dona Zulmira retirando-se macia, arrastando uns chinelos de pano; aí dona Isolda entrava, apanhava um missal e sumia pelo quarto de dormir.

            Tempos de terror, mas teria um fim para a situação. Preparava-se a Segunda Frente pela Normandia e na União Soviética sucedia-se uma série de reveses às forças do Eixo. Iniciava-se  o fim do pesadelo.

            No telhado do meu quarto uma lagartixa anda para um lado, para outro; esqueço da guerra, da morte, de outros absurdos. Agarrada ao telhado, a qualquer instante a papuda poderá cair sobre o meu rosto; sinto náusea, arrepios a barriga branca, as costas rajadas; deve ser fria, as unhas arranhadas. Lembro de Tereza, quando ela via uma lagartixa, agarrava-se a mim, assustada, gritando. Onde andará Teresa? Tinha os seios pontudos, gostava de uma flor no cabelo.

            Essa história de contar carneirinho para espantar insônia não passa de uma lenda engraçada; contei mil e dois. Meus olhos estão secos, impaciência dos pés ao juízo, a boca amargando; meu pensamento voa inseguro por terras onde nunca andei, com pessoas perambulando à toa por caminhos desconhecidos, por superfícies de rios longínquos – Nilo, Mississipi, Volga, Tâmisa, Sena; atrelado a mãos afagantes, rondando, rondando para voltar depois ao quarto turvo opressivo com uma lagartixa andando pelo teto e ameaçando cair sobre meu rosto. Por instantes a guerra volta ao meu juízo, Londres arrasada, mil aviões roncando pelo céu, fogos cruzantes, estampidos gemendo, morte, desespero; um rádio transmitindo as notícias, dona Isolda benzendo-se na cadeira de vime, de chalé caindo sobre os ombros; o alfaiate  Possidônio dentro de um colete ruivo cheio de alfinetes; “Itler, Rosevelte, Degaule.” Tereza com medo de lagartixa, com um jasmim pregado no cabelo.

            Ouço agora, muito longe, a melodia de uma flauta, suave e sutil. São duas da madrugada, o universo é uma insônia avassaladora.


(LINHAS INTERCALADAS – 2ª Edição 2004)
Ariston Caldas

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terça-feira, 28 de agosto de 2018

FESTA DE SANTO AGOSTINHO – Dom Ceslau Stanula


Hoje, (28/08) a Igreja comemora a festa de Santo Agostinho, o grande filósofo e teólogo, um dos padres da Igreja (+430).

Além de estudioso, era insidioso buscador de Deus. Buscou-O por todos os caminhos humanos. Provou todos os prazeres mundanos. Quanto  mais  se adentrava nos mistérios e prazeres do mundo, na procura da verdade,  tanto na maior obscuridade e incerteza afundava.

Mas Deus lhe deu uma estrela que pacientemente lhe acompanhava. Não forçava, mas acompanhava. (Grande segredo  pedagógico...), a sua Mãe, a Santa Monica, com a força da sua  oração.

Não os belos e refinados discursos retóricos e filosóficos, que Agostinho tanto apreciava e buscava, lhe abriram os olhos, mas a simples  catequese do bispo S. Ambrósio  de Milão. Compreendeu que Deus se revela nas coisas simples. Ai então,  Agostinho se jogou por terra no  jardim da sua casa e exclamou: Tarde te amei... Eu te procurava lá fora, tão longe, e tu estavas tão perto, dentro de mim...

Mistério de Deus, presença silenciosa, mas amorosa da mãe, força da oração e... o milagre da conversão...


Com a minha benção e humilde oração na sua intenção.

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Dom Ceslau Stanula, Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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BOLSONARO MANDA ‘RECADO’ AO STF, QUE JULGA DENÚNCIA CONTRA ELE


Candidato afirma que Corte , que analisa acusação por racismo, não pode julgá-lo por frases em palestra em virtude de sua imunidade como deputado federal

Por Da Redação
28 ago 2018
O deputado Jair Bolsonaro (RJ), candidato do PSL à Presidência da República (Brenno Carvalho/Agência o Globo)

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, disparou nesta terça-feira, 28, pela manhã críticas contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a própria Corte, em visita à Central de Abastecimento do Rio (Ceasa), em Irajá. O presidenciável chegou a mandar o que chamou de “recado” aos magistrados para que respeitem o artigo 53 da Constituição, que diz que “deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.

Nesta terça-feira, o STF vai decidir se tornará Bolsonaro réu por denúncia de racismo. Em abril, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o candidato do PSL de “desrespeito aos direitos constitucionais dos grupos diretamente atingidos e viola os direitos de toda a sociedade” durante um discurso no Clube Hebraica do Rio de Janeiro. Entre outras coisas, Bolsonaro que disse que as comunidades tradicionais “não fazem nada” e afirmou que um quilombola estava tão gordo que não servia “nem para procriar”.

Se a Corte aceitar a denúncia, ele se tornará réu pela terceira vez – já está nessa condição em duas ações penais por injúria e apologia ao estupro. O fato de ser réu lança dúvidas sobre a sua candidatura, na avaliação de dois ministros do STF – Marco Aurélio Mello e Celso de Mello -, que disseram na semana passada que ainda estava “em aberto” a questão se um réu pode assumir a Presidência da República.

“Quero mandar um recado para o STF: respeite o artigo 53 da Constituição que diz que eu, como deputado, sou inviolável por qualquer opinião. E ponto final, p… (sic). A missão do STF não é fazer leis. Eles querem agora legalizar o aborto. Não é atribuição deles e ponto final. Eles têm que ser respeitados? Têm. Mas têm que se dar ao respeito também. Não é porque a Câmara não decide que eles devem legislar. Respeito o STF, mas eles têm que respeitar o povo brasileiro”, disse o candidato.

Bolsonaro também fez uma referência às religiões dos ministros. Segundo ele, não há nenhum ministro do STF que se diga católico ou evangélico e atribuiu o fato às indicações do PT. “Nós somos 90% cristãos, por que não temos nenhum lá dentro (STF)? Porque, de acordo com indicação política, o PT botou oito. O PT botou gente (no STF) que interessa ao seu projeto de poder”, afirmou.

Segunda instância
O candidato acrescentou que os ministros do STF estão “na iminência de interpretar a perda de liberdade após condenação em segunda instância”. Segundo ele, com a suposta aprovação, iria “todo mundo pra fora”. “É um estímulo para a corrupção”, emendou.

Questionado por seus próprios eleitores, em entrevista coletiva, qual é a sua proposta para o STF, Bolsonaro negou que fosse o preenchimento das vagas por meio de concurso. Ele disse que aceitaria esse modelo “se fosse para todos os 11, começando do zero”. “Do modo que está, vão ter três indicações no futuro. Vocês sabem o perfil que indicarei. Vamos tentar buscar equilibrar o jogo”, argumentou.

Bolsonaro também teceu frases sobre a avaliação da opinião pública sobre o Judiciário. Segundo ele, pesquisas comprovaram que o Judiciário está malvisto sob esse aspecto “para a sua tristeza”. “Eu gostaria que eles estivessem lá em cima. Hoje em dia, aquele que faz a coisa certa é idolatrado. Olha o Sergio Moro, que faz a coisa certa e é idolatrado”, disse.

(Com Estadão Conteúdo)


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UMA INTELIGENTE SABATINA - Arnaldo Niskier


Uma inteligente sabatina

Conduzidos pela professora Bilba, os alunos da segunda série do ensino fundamental da Escola Eliezer Max, do Rio de Janeiro, submeteram este autor a uma inteligente sabatina, com perguntas de todos os calibres. É verdade que o sr. nasceu em Pilares e que os seus pais eram poloneses? Por que vieram para o Brasil?

Tive que explicar o que era o nazismo na Europa e a terrível perseguição aos judeus. Estudei em escolas públicas e delas não saí nem quando passei à vida universitária, toda ela realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde me formei em Matemática e Pedagogia. Porque escolhi a profissão do magistério e, nos primeiros tempos, a minha matéria preferida era a Matemática. Tive que explicar a influência dos meus irmãos mais velhos, dois dos quais eram engenheiros.

Quando escrevi o primeiro livro? Foi em 1964 e o título, “Administração Escolar”. Tinha acabado de fazer um concurso na UERJ e uma editora de Porto Alegre (Tabajara) me ofereceu para publicar a tese, o que aceitei de imediato. Depois, em parceria com a minha colega, professora Beatriz Helena Magno, resolvi elaborar a coleção de livros de Matemática para o ensino fundamental (“A Nova Matemática”), por Bloch Editores, um sucesso incomparável. Vendemos cerca de 10 milhões de livros, muitos dos quais para o programa do livro didático do MEC.

Hoje, escrevo uma crônica semanal que é distribuída para 13 jornais do país inteiro. O tema costuma ser educação, sem dúvida a minha grande preferência. Quando chego a 100 artigos, reúno e faço um livro, como vai acontecer com o próximo: “Identidade Brasil”. Espero que saia até o final do ano.

A garotada queria saber quais os últimos livros lidos. Levei um susto quando falei no “Homo Deus”, de Yuval Harari, e um menino de óculos disse que era a obra que estava sendo lida por seu pai, como se já estivesse familiarizado com esse bestseller. Tão cedo!

A turma ficou espantada quando contei que já tinha escrito mais de 100 livros, a maioria para crianças. Por que essa preferência? Tive que explicar a minha admiração desde cedo por Monteiro Lobato e, consequentemente, a sua influência sobre o meu trabalho.

Alguns meninos queriam saber também o que representou ser secretário de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, que fui em dois mandatos. O Rio tem muitas escolas e é preciso que elas sejam devidamente administradas. Já as meninas estavam mais interessadas na minha vida acadêmica. Quando disse que já estava há 34 anos na Academia Brasileira de Letras, de onde hoje sou o vice-decano, houve uma certa comoção, sobretudo quando citei o prazer de conviver com autores como Jorge Amado. É mesmo? – perguntou uma lourinha, como se não estivesse acreditando.

Diário Regional, 19/08/2018


Arnaldo Niskier - Sétimo ocupante da Cadeira nº 18 da ABL, eleito em 22 de março de 1984, na sucessão de Peregrino Júnior e recebido em 17 de setembro de 1984 pela acadêmica Rachel de Queiroz. Recebeu os acadêmicos Murilo Melo Filho, Carlos Heitor Cony e Paulo Coelho. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 1998 e 1999.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

27 DE AGOSTO - DIA DE SANTA MÔNICA


Saiba mais sobre a vida de Santa Mônica - A Padroeira das mães cristãs

Em 27 de Agosto comemora-se o dia de Santa Mônica, famosa entre as mães cristãs pela sua perseverança, amor, devoção e fé. Ficou vários dias em oração para conseguir converter seu filho mais velho, Santo Agostinho, e com sucesso em seu pedido dedicou tudo para lhe ensinar o que aprendeu ao decorrer de sua vida.

Deus sabe o que cada filho precisa e deve encontrar na vida, e é baseado nisso que O procuramos para que seja feita a Vossa vontade. Um canal que transmite nossa energia ao encontro do Pai é o elo estabelecido por meio dos Salmos e orações.


História de Santa Mônica

Mônica nasceu em 332, na África. Filha de família abastada, foi criada por uma escrava. Segundo os manuscritos desde criança sempre foi muito religiosa e dedicava a vida sempre a ajudar os pobres com paciência, amor e carinho.

Mônica casou-se com Patrício, um nobre conhecido na época, mas infelizmente sofreu muito, porque ele era um homem rude e violento.

Após algum tempo, Mônica teve 3 filhos: Agostinho, Perpétua e Navigio. Mas Agostinho que era o mais velho, lhe causou muitas tristezas, isso porque ele não media suas ações e acabou sofrendo muito. Mônica, assistindo todas as atitudes do filho e não desistindo do poder de transformação que a oração traz, resolveu proibi-lo de entrar em casa. Mas mesmo assim ela nunca deixou de rezar pela conversão do filho.


Fé e perseverança

Mônica, com toda devoção e fé, rezou durante 30 dias pela conversão de Agostinho, e depois de muita perseverança, suas orações foram atendidas, e mais tarde seu filho mais velho se tornou o “Santo Agostinho”, que inclusive escreveu sobre a mãe:

“Ela foi o meu alicerce espiritual, que me conduziu em direção da fé verdadeira. Minha mãe foi a intermediária entre mim e Deus.”


Morte e Canonização

O falecimento de Mônica ocorreu no ano de 387, aos 56 anos. Mas só em 1420, que Papa Martinho V descobriu o paradeiro de seu corpo e o transportou para Roma.
Canonizada pelo Papa Alexandre III foi declarada como Padroeira das Mães Cristãs.
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Oração a Santa Mônica pelo filho 

“Sob o peso do meu fardo corpóreo, volto-me a ti, querida Santa Monica, e peço tua ajuda e intercessão.
Do teu lugar no céu, imploro que olhes pelo meu filho (NOME), que perdeu-se na fé e em tudo o que tentamos ensinar-lhe.
Eu sei, querida Mônica, que nossos filhos não pertencem a nós, mas a Deus, e que Deus muitas vezes permite que eles se percam para que isso seja parte de sua jornada em direção a Ele.

Seu filho, Agostinho, também se perdeu; mas encontrou a fé e chegou a acreditar e, nessa crença, tornou-se um verdadeiro professor.

Ajuda-me, portanto, a ter paciência e a acreditar que todas as coisas – inclusive esse movimento decepcionante longe da fé – acontecem de acordo com os propósitos de Deus.

Por causa da alma do meu filho, oro para entender e confiar nisso. Santa Mônica, por favor, ensina-me a persistir fiel na oração, como tu fizeste pelo bem de seu filho. Inspira-me para que eu me comporte de maneira a não afastar o meu filho de Cristo, mas apenas o conduza gentilmente em direção à Sua luz maravilhosa.

Por favor, ensina-me o que sabes sobre este doloroso mistério de separação, reconciliação e reorientação de nossos filhos para o céu.

Ó Santa Mônica, santa das mães, amante de Cristo e da Sua Igreja, roga por mim e por meu filho [Nome], para que possamos ganhar o céu, juntarmo-nos a ti e oferecermos um constante e agradecido louvor a Deus.

Amém.”
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Aclamações para Santa Mônica

“Com vossas lágrimas de amor,
Mãe do grande Agostinho,
destes à Igreja um Doutor,
destes ao céu um serafim.
Salve a vós, mulher bendita,
muda e só em vosso quebranto,
que pressagiastes com vosso pranto
novos triunfos da Cruz!
Cada lágrima que rola
por vosso pálido semblante
é um reflexo radiante
do sol da eterna luz.
Com vossas lágrimas de amor…
Como solo lamentador
de tortura solitária,
suba ao céu vossa prece
do vale da dor;
Deus vos escuta, e os vossos frutos,
do poder de Deus,
cai um gigante rendido:
e é o filho de vosso amor!
Com vossas lágrimas de amor…”




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ITABUNA CENTENÁRIA SORRINDO: Reciclando


Em casa de pobre:


Morre uma toalha, nasce um pano de chão;

Morre um molhe de tomate, nasce um copo;

Morre uma “brusinha”, nasce um pano pra tirar pó;

Morre uma margarina, nasce uma tupperware;

Morre um refrigerante, nasce uma jarra;

Morre um sorvete, nasce um pote de feijão;

Morre uma sacola de mercado, nasce saco de lixo ou uma touca de cabelo.

A salvação do meio ambiente é ser pobre. Pobre, sim, sabe reciclar!


(Autor desconhecido)

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SÓ POR HOJE


Só Por Hoje

Só por hoje tentarei viver somente este dia e não tentarei solucionar todos os meus problemas de uma vez. Posso fazer alguma coisa por doze horas que me assustaria se eu achasse que tivesse que continuar a fazê-la pelo resto da vida. Só por hoje serei feliz. Parece ser verdade: A maioria das pessoas é tão feliz quanto tenha decidido ser.

Só por hoje me ajustarei à realidade, e não tentarei ajustar tudo à minha própria vontade. Aceitarei o que o destino me reservar, e me adaptarei a ele. Só por hoje tentarei fortalecer  minha mente. Estudarei e aprenderei alguma coisa útil. Não serei um ocioso mental. Lerei alguma coisa que requeira esforço, raciocínio e concentração.

Só por hoje exercitarei minha alma de três maneiras: praticarei uma boa ação para alguma pessoa, sem que ela fique sabendo; se alguém ficar sabendo, não será válido. Farei pelo menos duas coisas que não quero fazer só para me exercitar. Não demonstrarei a ninguém que meus sentimentos estão feridos; eles podem estar feridos, mas hoje não o demonstrarei.

Só por hoje serei agradável. Terei a melhor aparência possível, me vestirei bem, manterei minha voz baixa, serei cortês, não criticarei ninguém. Não encontrarei defeitos em nada, nem tentarei melhorar ou controlar ninguém, a não ser eu mesmo. Só por hoje terei um programa. Talvez não o siga exatamente, mas o terei. Evitarei dois aborrecimentos: a pressa e a indecisão.

Só por hoje passarei meia hora tranqüilo, completamente só, relaxando. Durante essa meia hora, em algum momento, tentarei ter uma melhor perspectiva da minha vida. Só por hoje não terei medo. Principalmente não terei medo  de desfrutar do que é belo. não terei medo de acreditar que na mesma medida que dou para a vida, a vida dará a mim.


"Gotas de Crystal" ppscrystal@yahoo.com..br

(Autor não mencionado)

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domingo, 26 de agosto de 2018

ABL DEBATE, EM SEU SEMINÁRIO ‘BRASIL BRASIS’, DE AGOSTO, ‘O LIVRO: A AVENTURA NÃO TERMINOU’, COM DOIS DOS MAIS IMPORTANTES EDITORES BRASILEIROS: JANAÍNA SENNA E PAULO ROCCO



A Academia Brasileira de Letras dá continuidade à série de Seminários “Brasil, brasis” de 2018 com o tema O livro: a aventura não terminou, sob coordenação geral do Acadêmico, professor, escritor e poeta Domício Proença Filho (quinto ocupante da Cadeira 28, eleito em 23 de março de 2006), e coordenação do Acadêmico e jornalista Cícero Sandroni (sexto ocupante da cadeira 6, eleito em 25 de setembro de 2003). Os participantes convidados foram os editores Janaína Senna e Paulo Rocco, dois dos mais importantes editores brasileiros.

O Seminário "Brasil, brasis", tem patrocínio do Bradesco.

OS CONVIDADOS

Janaína Guimarães de Senna graduou-se em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1998. Concluiu sua dissertação de mestrado pelo programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira da mesma universidade em 2001.

Doutorou-se pela PUC-Rio, em História Social da Cultura, apresentando a tese Flores de antanho: as antologias oitocentistas e a construção do passado literário, sobre a formação do cânone literário nacional. O trabalho recebeu o Prêmio Capes de Teses em 2007 em forma de bolsa de pós-doutorado, concluído na Fundação Casa de Rui Barbosa, no setor de Filologia Românica. Possui artigos publicados na área de literatura brasileira e historiografia, especialmente literária.

Atua no mercado editorial desde 2002 e já traduziu mais de 30 livros, a partir de originais em inglês, francês, espanhol e catalão. Atualmente é a editora responsável pelo catálogo nacional da Nova Fronteira e da Agir, que conta com autores como Evanildo Bechara, Rubem Fonseca, Ariano Suassuna, Alberto da Costa e Silva, Nelson Rodrigues, Caio Fernando Abreu, Millôr Fernandes entre outros.

Paulo Rocco iniciou a trajetória no mercado editorial pela Editora Sabiá, em 1967. Contratado pela dupla Rubem Braga e Fernando Sabino, na Sabiá, conviveu de perto com grandes escritores da época, como Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto, entre tantos outros. Em 1975, partiu para carreira solo e fundou a Editora Rocco. A nova casa editorial começou com dois sucessos na bagagem: os dois primeiros títulos publicados pela editora – Teje preso, de Chico Anysio, e Casos de amor, de Marisa Raja Gabaglia – alcançaram as listas dos mais vendidos da época.

Na década de 1980, a Editora ousou ao trazer para o catálogo pensadores importantes como Michel Maffesoli e Jean Braudillard, além de abrir espaço para nomes de vanguarda no cenário político, como Fernando Gabeira e Herbert Daniel, entre outros intelectuais que marcaram época. No mesmo período, Paulo Rocco deu início à formação do prestigioso catálogo de ficção da editora, com títulos como A fogueira das vaidades, de Tom Wolfe, até hoje referência na prosa norte-americana. A ele viriam a se juntar nomes como Gore Vidal, Noah Gordon, Ken Follett, Margaret Atwood, Anne Rice e Carlos Fuentes, para citar apenas alguns.

Em 1988, Paulo Rocco apresentou ao Brasil e ao mundo aquele que viria a se tornar o mais bem-sucedido escritor brasileiro, Paulo Coelho, ao lançar O alquimista. Quase uma década depois, em 1997, toda a obra de Clarice Lispector migrou para o catálogo da Editora. A Rocco é, desde então, a casa da autora de A hora da estrela e tantos outros títulos fundamentais para o universo das letras em todo o mundo. Antes, em 1978, a Rocco publicou o infantil Quase de verdade, primeiro livro a sair após o falecimento da autora, em dezembro de 1977.

No ano 2000, a Editora publicou Harry Potter e a pedra filosofal, o primeiro volume da série da então desconhecida J.K. Rowling, que se transformou no maior fenômeno editorial de todos os tempos. Coube ainda à editora fundada por Paulo Rocco um papel de destaque em áreas como autoconhecimento e espiritualidade, que fez história com títulos como Mulheres que correm com os lobos, da psicanalista Clarissa Pinkola Estés, que ganha reimpressões sucessivas desde o lançamento, em 1994.

17/08/2018

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