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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

JUÍZES FEDERAIS ENODOADOS COMO FACÍNORAS - Péricles Capanema

25 de Janeiro de 2018
Por unanimidade, Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região. Além do mais, a pena foi aumentada para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado.
Péricles Capanema
O PT lançou a campanha “Cadê a prova”. Que prove do próprio veneno, faço a mesma pergunta tendo como objeto o manifesto “Eleição sem Lula é fraude”, lançado em 19 de dezembro último, que está sendo largamente difundido — adesões, nem tanto, até agora menos de 200 mil, apesar da propaganda maciça e facilidade de firmá-lo.

Conta com assinaturas de políticos, celebridades, empresários, entre eles, José Mujica, Cristina Kirchner, Rafael Correa, Chico Buarque, Celso Amorim, Fábio Konder Comparato, Noam Chomsky, Luís Carlos Bresser Pereira, e vai por aí afora. Em resumo, o texto é uma vergonha de português, de lógica e de probidade.

A frase inicial é uma tolice palmar: “A tentativa de marcar em tempo recorde”. Ninguém tentou nada. Houve, isso sim, decisão pública, o julgamento.

A seguir, mentira deslavada, “em tempo recorde”. Clama contra os fatos. A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao TRF-4 levantando a suspeita de que era inusitada a pressa com que foi marcado o julgamento do recurso.

A resposta da Corte, pelo seu presidente, 113 páginas, reduz a pó a alegação de pressa indevida (está na rede). O manifesto das esquerdas mundiais (vamos batizá-lo assim) por probidade deveria pelo menos aludir ao mencionado texto. Nem uma palavra. Et pour cause!

Segundo o desembargador Thompson Flores, “o requerente, em síntese, questiona a celeridade impingida ao processamento”.

Destaco alguns trechos da peça:
“Destarte, o tempo de processamento da Apelação Criminal nº 5046512-94.2016.4.04.7000 perante esta Corte não fere o princípio da isonomia. Como já referido, 1.326 apelações criminais foram julgadas por este tribunal no ano de 2017 em tempo inferior àquele em que se realizará o julgamento da Apelação Criminal”.

Afirma ainda que se, por acaso, tivesse havido celeridade inusual, atenderia a diretriz do Conselho Nacional de Justiça. Seria, portanto, ato de obediência e disciplina: “A Meta 4 do CNJ diz in verbis: Priorizar o julgamento dos processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa”.

Ainda a propósito, a resposta transcreve parte da situação atestada em inspeção recente do Conselho Nacional de Justiça no gabinete do desembargador João Pedro Gebran Neto: “Observa-se que tanto os processos antigos quanto os mais recentes estão sendo devida e diligentemente julgados”.

De outro modo, a celeridade, comprovada em inspeção oficial, é característica do gabinete que julgou a apelação apresentada pelos advogados de Lula. E conclui o desembargador: “A celeridade no processamento dos recursos criminais neste Tribunal Regional Federal constitui a regra e não a exceção”.

Retorno ao manifesto de português primário, lógica estropiada, carente de escrúpulos:

“A tentativa de marcar em tempo recorde para o dia 24 de janeiro a data [quis dizer, para 24 de janeiro o julgamento] em segunda instância do processo de Lula nada tem de legalidade” [quis dizer, nada tem de legal]. Ou seja, o documento garante sem prova alguma, sequer o mais tênue indício, que o TRF-4 agiu fora da lei.

Continua o tal manifesto:

“Trata-se de um puro ato de perseguição da liderança política mais popular do país”. Puro ato de perseguição, a saber, sem base jurídica alguma. Retorna a acusação gravíssima, o juiz Sérgio Moro e os desembargadores do TRF-4 são marionetes a serviço de uma força aqui inominada que persegue Lula. De novo, cadê a prova? Cadê o mais tênue indício?

O texto continua num português espantoso e com a mesma falta de escrúpulos:

“O recurso de recorrer ao expediente espúrio de intervir no processo eleitoral sucede porque o golpe do Impeachment de Dilma não gerou um regime político de estabilidade conservadora por longos anos”.

Lançar mão de expediente espúrio, no caso equivale a determinar a condenação no julgamento do recurso. Onde fica a probidade dos magistrados, pintados aqui como paus-mandados para qualquer tarefa suja? Cadê a prova?

Deixo de lado muita coisa, um olhar rápido na redação, o português está no mesmo nível da decência do texto: “O recurso sucede”“a trama de impedir a candidatura de Lula vale tudo”. “A trama vale tudo”, vale até redação de chorar.

E nessa trama, o manifesto não diz desse modo, pois não exprime com clareza — atrapalhado pelo primarismo boçal da redação — mas quis dizer, “[vale a] condenação no tribunal de Porto Alegre”.

De novo, o insulto, o TRF-4 retratado como marionete de trama ignóbil. Quem maneja a trama tem os juízes na mão. Eles fariam, por dinheiro, ou pelo que seja, o que lhes for ordenado.

Para vergonha dos brasileiros, acusação desse naipe, infelizmente avalizada por figuras em destaque no Brasil e no Exterior, reverbera com maior facilidade nas redes sociais, nas conversas, na imprensa tradicional, enfim em todos os lugares. Trabalha a favor de generalizado enxovalhamento do Judiciário.

Outro ponto: “Mais que um problema tático ou eleitoral, vitória ou derrota, nossa luta terá consequências estratégicas e de longo prazo”. “Mais que um problema nossa luta terá consequências”. Entendeu alguma coisa? Nada, claro. Não é para entender, a redação é disparatada de alto a baixo.

A peça demagógica e delirantemente acusatória só não tem provas e português minimamente apresentável. Aliás, vou ser modesto. Já me contentaria com indícios, mesmo os mais tênues. Cadê o mais tênue dos indícios do que acusa copiosamente?

http://www.abim.inf.br/juizes-federais-enodoados-como-facinoras/#.Wmp2Ea6nHIV

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DOM CESLAU STANULA – Do Laicato e dos Leigos (6)

19/01/2018
Compêndio da Doutrina Social da Igreja

Se alguém desejar aprofundar e estudar o Documento “Compêndio da Doutrina Social da Igreja”, aqui apresento hoje, o resumo. Este documento se compõe de três partes, com vários capítulos:

Na primeira parte:
Capitulo I - O Desígnio de amor de Deus para a humanidade;
Capitulo II - A Missão da Igreja e a Doutrina Social;
Capitulo III - A pessoa humana e seus direitos;
Capitulo IV -  Os princípios da Doutrina Social da Igreja.

Na segunda parte fala principalmente sobre a família.
Capitulo V  - A Família, célula vital da sociedade;
Capitulo VI  - Trabalho humano;
Capitulo VII  - A Vida econômica;
Capitulo VIII - Comunidade Política;
Capitulo IX -   Comunidade Internacional;
Capitulo X -    Salvaguardar o ambiente;
Capítulo XI -   Promoção da Paz.

E na terceira parte e a última fala, no Capitulo XII - sobre da Doutrina social e ação eclesial.

Deste índice aqui apresentado podemos perceber que o Compêndio abrange toda a vida social do cristão a luz do Evangelho de Jesus Cristo. A Esta doutrina que sempre se referem os pronunciamentos na Igreja, pregações e documentos. 

Neste ano do Laicato, seria tão bom conhecer melhor e aprofundar este Compêndio para realmente viver, sentir e respirar com a Igreja de Jesus Cristo. Assim com certeza absoluta mudaria a face da terra, desta nossa terra brasileira.

Com o abraço e benção, acompanhados com a minha humilde oração.
Dom Ceslau.

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20/01/2018
Cristão Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade.

Com o Ano do Laicato estão saindo muitos documentos ao alcance dos Leigos para aprofundar a sua missão.
Na nossa última mensagem apresentei de forma esquemática o Documento Doutrina Social da Igreja. Despertou muito interesse para conhecer mais. Vou pensar sobre isto.
Agora apresento o outro, mais novo documento da CNBB sobre os Leigos, aprovado na 54ª Assembleia Geral em Aparecida no ano 2016. O titulo é: Cristãos  Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da terra e Luz do mundo (Mt 5,13-14).

O Documento se divide em três capítulos:

Capitulo I – Cristão Leigo, sujeito na Igreja e no mundo; esperanças e angustias. Estão abordadas várias questões sobre o Rosto do Laicato; avanços e recuos; apontado o campo específico da sua atuação que é o mundo; e sobre as necessárias mudanças da mentalidade e das estruturas no mundo globalizado.

 O Capítulo II, Sujeito eclesial: Discípulos Missionários e cidadãos do mundo. Fala da Igreja como comunhão na diversidade; o importante enfoque sobre a identidade e dignidade da vocação laical; âmbito da atuação especifica dos leigos e leigas, sublinhando o serviço cristão no mundo realizado pelos leigos.

O Capitulo III - A Ação transformadora na Igreja e no mundo. Aponta que a Igreja é comunidade missionária; apresenta uma espiritualidade do leigo,  bem encarnada na realidade em que está vivendo; sobre as organizações dos cristãos leigos no Brasil; suas atuações em “areópagos modernos”; proposta de assumir certos compromissos na pastoral da Igreja.

Este documento muito rico e atual, apresentando a dignidade, missão e compromisso do leigo na transformação da face “desta nossa terra” brasileira.

Desejando uma boa e repousante noite, com a minha benção e oração.
Dom Ceslau.

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22/01/2018
Viagem Apostólica do Papa ao Chile e ao Peru

A semana passada acompanhávamos a Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Chile e Peru.
O que significa a Viagem Apostólica? Será que o Papa está fazendo turismo, ou uma visita de cortesia aos bispos e cardeais destes países, para retribuir a sua visita que fizeram o ano passado? Não. Ela tem o seu objetivo e finalidade.
A viagem se chama Apostólica, porque o Papa vai como o Apóstolo de hoje, sucessor de Apóstolo Pedro. O Papa é, em linha reta, o sucessor de São Pedro. Como tal deve visitar toda a Igreja.
Houve na história da Igreja um tempo em que os papas se consideravam prisioneiros do vaticano, e não saíram do Vaticano.

Historicamente  esta questão foi chamada Questão Romana, e se referia à disputa territorial ocorrida entre o governo  italiano e o papa durante os anos de1861 a 1929.
Na disputa, apesar de toda a pressão contrária, os Papas desses 60 anos, desde Pio IX,  até o Pio XI, não entregaram o Vaticano à Itália, mas continuavam a disputa que culminou com a assinatura do “Tratado de Latrão”, durante o governo de Benito Mussolini e o Papa Pio XI.
O Tratado do Latrão reconheceu o Estado do Vaticano como independente, e deu o fim da chamada “Questão religiosa”, ou Questão Romana que durou 60 anos.
As viagens Apostólicas foram iniciadas pelo Papa Beato Paulo VI, com a peregrinação à Terra Santa em 1964, mas, mais desenvolvidas pelo Papa São João Paulo II, que fez mais que 180 viagens internacionais.

São as viagens do Apóstolo de hoje que vai a Igreja (o Povo de Deus).

Chama-se a Viagem Apostólica pela finalidade que tem que é “confirmando irmãos na fé” (Lc.22,32).
“O sucessor de Pedro, disse agora o Papa Francisco, tem a missão de confirmar os irmãos na fé”. Faz isto por meio das mensagens dirigidas a todos e aos grupos que tem uma função especial dentro deste Povo de Deus, como Construtores da Sociedade Civil, Autoridades, Corpo Diplomático, Bispos, Seminaristas etc.

Que Deus nos abençoe e nos dê a paz. Uma boa noite.
Com a minha oração, 
Dom Ceslau.

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23/01/2018
A mensagem do Papa em Lima, ao falar as Autoridades Civis, de um lado parabeniza o povo pelo “rosto de santidade”. Disse que Peru “gerou muitos santos que abriram o caminho da fé para todo o continente americano”.

Mas ao mesmo tempo aponta para grave ameaça, como a “sombra sobre a esperança”, a ecologia. E cita a sua Encíclica “Laudato si” dizendo: Nunca a humanidade teve tanto poder sobre si mesma, e nada garante que a utilizará bem, sobretudo se se considera a maneira como o está a fazer.

E continua dizendo o Papa: “Isto se manifesta claramente no modo como estamos a despojar a terra dos recursos naturais, sem os que nenhuma forma de vida é possível. A perda de florestas e bosques supõe não só desaparecimento de espécies, que puderem inclusive significar no futuro recursos extremamente importantes, mas também a perda das relações vitais que acabam de alterar todo o ecossistema”
Este seria o problema de fé? A ecologia não é o problema de fé. É o problema da humanidade.

Onde existe o ser humano a preocupação do Apostolo é igual como com a fé, porque a pessoa humana é criatura amada por Deus e quando tem a qualidade de vida melhor, com mais entusiasmo louvará a Deus. "Não há verdadeira e autêntica evangelização que não anuncie e denuncie toda falta contra a vida dos nossos irmãos..." (Papa Francisco para os bispos em Peru).

Pensemos nisto e pensemos qual é a nossa relação com a natureza que nos rodeia.
Com a minha benção e oração. Uma repousante noite.

Dom Ceslau.

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24/01/2018
Muitos importantes ensinamentos o Papa Francisco deixou.

Ainda apontou a um assunto, tão importante como perigoso, aqui na América Latina, principalmente no Brasil, a corrupção.

Ele disse: “quanto mal faz aos nossos povos latino-americanos e às democracias deste abençoado continente, este ‘vírus’ social! É o fenômeno que tudo infecta, sendo os pobres e a mãe-terra os mais prejudicados. Tudo o que se pode fazer para lutar contra este flagelo social merece a maior das considerações; e esta luta envolve a todos”.

E continua dizendo: “Unidos para defender a esperança” implica maior cultura da transferência entre entidades públicas, setor privado e sociedade civil e não excluo as organizações eclesiais. (...) A corrupção é evitável e exige o compromisso de todos”.(Papa às Autoridades em Lima)

Tocou aqui o ponto nevrálgico dos nossos dias. Ele chama a corrução de vírus, mas, será que já não se transformou em câncer que ameaça toda a sociedade?

A viagem do Papa é Apostólica, para confirmar na fé, mas também aponta os perigos que corre a fé em muitos. A desconfiança hoje reinante é realmente o problema que temos que enfrentar e procurar vacina contra este “vírus social”.

Que Deus nos abençoe. Uma serena noite de paz. Com a minha oração.

Dom Ceslau.

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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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