Meu coração recrimina quando ajo como se o Rio de Janeiro
não merecesse ser a cada golpe inaugurado pelos meus olhos. Não fosse em si uma
dádiva que me chegou junto com a vida que arfa teimosa. Uma paisagem cuja
beleza é centro da fantasia brasileira, nela estão encravados os mitos
nacionais.
Com estofo de heroína, aguento as benesses e os malefícios,
examino os efeitos de seu repertório urbano na psique carioca. De caráter dual,
espécie de Juno de duas faces, o Rio oscila entre pobres e ricos que esbarram
nas esquinas sob falsa harmonia social. Contudo falam todos a mesma língua, a
despeito dos tropeços gramaticais. Aliás, no capítulo linguístico, o carioca
demonstra pendor para narrar. Seu humor inventa histórias que não viveu. Mas
perdoa quem o lançou ao fogo do inferno e merece o cárcere. Pois sua frágil
cidadania não ausculta as graves mentiras que lhe contam. Acolhe os políticos
como membro da família.
No teatro carioca, as classes sociais simulam entender-se no
período carnavalesco ou diante de uma desgraça. Os desprovidos da sorte ainda
confiam no que lhes prometem os donos do poder público.
O Rio é belo, sem dúvida, mas não lê. Quase todos igualam-se
na escassez de conhecimento. Não dispõem de um arsenal de saberes que apure o
seus direitos cidadãos.
É uma cidade musical. Domina o Stradivarius e o tamborim.
Seu carnaval dita pautas temporariamente felizes. Descendo das comunidades, as
escolas de samba causam assombro com sua refinada estética. Sua arte maior sara
as feridas, reconcilia-nos com a vida indigna.
Cumprimos no Rio, berço, ribalta e cova nossas, as etapas de
nossas biografias. Devemos à pedagogia da cidade a esplêndida mestiçagem. Ela é
o epicentro do Brasil, a metáfora eternizada por Machado de Assis em sua obra.
É proibido, porém, contemporizar com as mazelas morais com
que tentam abortar o Rio. O veneno que a elite política nos injetou, há que
vomitar. Mas como amo esta urbe, afugento o desencanto. Há que restaurar a
cidadania ofendida. Entoar o hino pátrio enquanto exaltamos o privilégio de
viver sob a resplandecência deste céu que se abate azulado sobre nós com a
força do seu mistério . Estou cansada de pessimismo.
Nélida Piñon - Quinta ocupante da Cadeira 30 da ABL, eleita
em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda e recebida em
3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo. Em 1996-1997 tornou-se a primeira
mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do
seu Centenário.
O Centro Lusófono Camões, da Universidade Estatal Pedagógica
Herzen, de São Petersburgo, Rússia, está preparando a publicação de uma
antologia de contos brasileiros contemporâneos em edição russo-portuguesa.
Segundo o diretor do Centro, professor Vadim Kopyl, responsável pela
publicação, a antologia reunirá mais de 30 autores, e, entre eles, estará
presente o baiano (de Itabuna), Cyro de Mattos. A antologia será dedicada à
memória do ex-embaixador do Brasil em Portugal (1979-1983), Dário Moreira de
Castro Alves (1927-2010), antigo sócio honorário da instituição, que exerceu
postos na Embaixada do Brasil em Moscou, foi chefe de gabinete no Ministério
das Relações Exteriores e presidente do Conselho Permanente da Organização de
Estados Americanos (OEA), em Washington, entre outros cargos.
O escritor Cyro de Mattos (foto) participou em 1973 da antologia Ao
Sul do Rio Grande (K Yug of Rio Grande) com o conto “O Velho e o Velho Rio”,
tradução de Elena Riánzova, publicada na Rússia pela Editora Molodóia Guardia.
Nessa antologia figuram, entre outros, Julio Cortázar, René Marques, Mário Benedeti,
Rosário Castellanos e o baiano Ricardo Cruz. Cyro de Mattos tem contos e poemas
publicados em antologias e revistas de vários países europeus, Estados Unidos e
México. Possui doze livros pessoais publicados em várias editoras da Europa. Já
na antologia que está sendo preparada pelo Centro Lusófono Russo Luís de Camões
figuram, entre outros, Anderson Braga Horta, Caio Porfírio Carneiro, Cunha de
Leiradella, Helena Parente Cunha, Iacyr Anderson Freitas, Luiz Ruffato, Rejane
Machado e Ronaldo Cagiano.
Em abril, na Embaixada do Brasil em Moscou, foi lançado o
romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (1881-1922),
publicado por uma editora de Moscou. Nos anos anteriores, foram apresentados ao
público os livros Contos de Machado de Assis e Contos Escolhidos de Machado de
Assis, publicados em edição bilíngue russo-portuguesa pelo Centro Lusófono
Camões, em 2006 e 2007, respectivamente, com prefácios do escritor e professor
Adelto Gonçalves, doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São
Paulo (USP).
Desde a sua fundação em 1999, o Centro publicou também em
edições bilíngues os livros Guia de Conversação Russo-Portuguesa Contemporânea,
Poesia Portuguesa Contemporânea(2004), que reúne poemas de 26 poetas
portugueses, e Vou-me embora de mim (2007), do poeta português Joaquim Pessoa.
Em 2013, a Embaixada do Brasil em Moscou apoiou a publicação da segunda edição
revista do livro Contos Escolhidos de Machado de Assis. O Centro Lusófono
Camões mantém estudantes nos níveis
zero, médio e superior.
O artista plástico baiano Ângelo Roberto deixou as dimensões
deste velho mundo na manhã deste domingo (28), aos 80 anos. O corpo dele foi cremado na segunda-feira (29), às 11, no
Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador.
Ângelo era especialista em
ilustrações com bico-de-pena, e muitos de seus quadros retratavam cavalos. A
causa da morte não foi divulgada pela família.
O falecimento de Ângelo foi comunicado pela sua filha Iana
Landim, em uma postagem nas redes sociais. No comunicado, Iana se refere ao pai
como seu maior ídolo e artista. Ângelo nasceu na cidade de Ibicaraí, no sul da
Bahia.
Amigos e familiares fizeram comentários de pesar. "O
artista se eterniza na arte, e o pai, na família, que é a continuação de
tudo... Força... Um grande abraço em todos vocês", observou contrita uma
dessas pessoas.
Com exposições no exterior, prêmios importantes, Ângelo
Roberto pertenceu à Geração de Glauber Rocha, que na década de 60 movimentou o
ambiente cultural de Salvador, com os jovens Florisvaldo Mattos, Paulo Gil
Soares, João Carlos Teixeira Gomes e Fernando Rocha Perez.Ilustrou capas e livros de autores baianos,
como Florisvaldo Mattos, Guido Guerra, Cyro de Mattos e Ruy Espinheira Filho.
Do itabunenseCyro de Mattos ilustrou os
livros “A Casa Verde e Outros Poemas”,“Histórias Dispersas de Adonias
Filho”,“Oratório de natal”, “As
Criações de Adonias filho”, “Alma M ais que Tudo” , “Cancioneiro do Cacau”,
“Poesie Brasiliene della Bahia”, publicada na Itália,e “Onde Estou e Sou”.
Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da
caminhada humana seja a de ter um filho.
Plena de emoções, por vezes angustiante, ser pai ou mãe é
provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém.
Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus
imensos olhos, sua inocência e graça.
Basta vê-los para que o coração se alargue em riso e cor. Um
sorriso é capaz de abrir as portas de um paraíso.
Eles chegam à nossa vida com promessas de amor
incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com
gestos que enternecem.
Mas os anos passam e os filhos crescem. Escolhem seus
próprios caminhos, parceiros e profissões. Trilham novos rumos, afastam-se da
matriz.
O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos
nascem. Envelhecemos. E então algo começa a mudar.
Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes.
Parece que agora só os ouvem para fazer críticas, reclamar, apontar falhas.
Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da
infância e isso é uma dor imensa para os pais.
Por mais que disfarcem, todo pai e mãe percebe as mínimas
faíscas no olho de um filho.
É quando pais idosos, dizem para si mesmos: Que fiz eu?
Por que o encanto acabou? Por que meu filho já não me tem como seu herói
particular?
Apenas passaram-se alguns anos e parece que foram esquecidos
os cuidados e a sabedoria que antes era referência para tudo na vida.
Aos poucos, a atitude dos filhos se torna cada vez mas
impertinente. Praticamente não ouvem mais os conselhos.
A cada dia demonstram mais impaciência. Acham que os pais
têm opiniões superadas, antigas.
Pior é quando implicam com as manias, os hábitos antigos, as
velhas músicas. E tentam fazer os velhos pais se adaptarem aos novos tempos,
aos novos costumes.
Quanto mais envelhecem os pais, mais os filhos assumem o
controle. Quando eles estão bem idosos, já não decidem o que querem fazer ou o
que desejam comer e beber. Raramente são ouvidos quando tentam fazer algo
diferente.
Passeios, comida, roupas, médicos - tudo passa a ser
decidido pelos filhos.
E, no entanto, os pais estão apenas idosos. Mas continuam em
plena posse da mente. Por que então desrespeitá-los?
Por que tratá-los como se fossem inúteis ou crianças sem
discernimento?
Sim, é o que a maioria dos filhos faz. Dá ordens aos pais,
trata-os como se não tivessem opinião ou capacidade de decisão.
E, no entanto, no fundo daqueles olhos cercados de rugas, há
tanto amor. Naquelas mãos trêmulas, há sempre um gesto que abençoa, acaricia.
* * *
A cada dia que nasce, lembre-se, está mais perto o dia da
separação. Um dia, o velho pai já não estará aqui.
O cheiro familiar da mãe estará ausente.
As roupas favoritas para sempre dobradas sobre a cama, os chinelos
em um canto qualquer da casa.
Então, valorize o tempo de agora com os pais idosos.
Paciência com eles quando se recusam a tomar os remédios, quando falam
interminavelmente sobre doenças, quando se queixam de tudo.
Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles, ouça as
histórias (mesmo que sejam repetidas) e dê-lhes atenção, afeto...
Acredite: dentro daquele velho coração brotarão todas as
flores da esperança e da alegria.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v.13, ed. Fep.
No dia 7 de janeiro de 2015, há três anos, dois atiradores,
Saïd e Chérif Kouachi, mataram 12 pessoas em Paris, incluindo parte da equipe
do jornal Charlie Hebdo. Até aquele momento, aquele atentado foi considerado um
dos piores que Paris havia presenciado e, imediatamente, uma gigantesca comoção
mundial se fez. O clamor, a dor, a indignação tomou conta das redes sociais.
Orações de desespero, manifestações de solidariedade e EMPATIA com a dor dos
franceses que foi demonstrada nos milhões de perfis no mundo que passaram a
estampar as cores da bandeira francesa com o lema solidário, "Je suis
Charlie". Aqui no Brasil isso não foi diferente, de tal maneira que, na
época ficava-se na dúvida sobre em que país estávamos.
Pois bem, ontem dia 27 de janeiro de 2018, um grupo armado
metralhou um clube pobre da periferia da capital cearense, Fortaleza, e muito
pouco se falou. Os mortos foram adolescentes, mulheres, alguns trabalhadores
autônomos num forró. Ninguém mudou o perfil, tão pouco, empunhou algum slogan
dizendo, "Je suis Cajazeira", "Je suis Fortaleza"...
Quem se importa com isso? Foram 18 pobres a menos, "que
se matem" é o que dizem e pensam alguns. Para a periferia, acossada pelas
facções criminosas que dominam esses bairros, não há democracia, não há
solidariedade. Há o medo, o desespero, a desgraça de não ter nascido em Paris.
O simples espaço geográfico que habitam condiciona os
olhares, os sentimentos, a desconfiança, a rejeição. Meus conterrâneos são os
esquecidos moradores de uma periferia de uma capital do Nordeste. São
invisíveis. A lista de mortos do jornal não trazia nomes, "duas
adolescentes", "um motorista de aplicativo""um ambulante..." não são ninguém, só têm um sexo e uma idade.
Nesse país grande e equivocado chamado Brasil, se chora pelo
distante e se comemora a tragédia e a dor dos que estão perto.
Uma nação que odeia o pobre porque é o reflexo no espelho
que quer negar.
Wagner Torres de Araujo, carioca da Zona Norte, não adaptado
à formação de técnico de nível médio e ao trabalho em indústrias. Na verdade,
sempre ansiou pelo conhecimento e cultura mais amplos. Por isso abraçou a
formação em História, e com ela, exerce o magistério no ensino básico. Araujo
tem trabalhado em cursos e colégios, públicos e privados, em vários locais do
Rio de Janeiro.
Atualmente atua no tradicional Colégio Pedro II. Além disso,
participa também de um laboratório pedagógico dedicado à formação continuada do
professor, administra dois blogs direcionados aos estudantes de ensino básico
(Engenho da História e Com o Tempo) e uma página do Facebook com sugestões de
leituras (Wagner Comenta Livros) que também é apresentada como blog.
“A ficção se aproxima tanto da realidade, que alguns pensam
que os contos sejam relatos de experiências. Não são. Gosto da expressão
“realidade ficcional”.”
Boa Leitura!
Escritor Wagner Torres de Araujo, é um prazer contarmos com
a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos,em que momento se
sentiu preparado para publicar “Memórias Dispersas”?
Wagner Torres - Este trabalho estava latente havia
anos. Desde criança escrevia versos que imaginava que fossem poesia. Um ou
outro podia não ser de todo ruim. Em 2013, uma de minhas crônicas, “Questão
Política”, foi publicada na coletânea feita pelo Prêmio UFF de Literatura. Isso
me animou bastante. Nos últimos anos fui muito incentivado por minha mulher e
resolvi transformar alguns dos contos escritos em um livro. Assim surgiu
“Memórias Dispersas”.
Apresente-nos a obra.
Wagner Torres - Não é tarefa simples fazero que você
pede. Este livro conta com 29 histórias bastante diferentes. Mesmo assim, há
relações entre todas elas. São situações predominantemente urbanas, mas
bastante variadas. Acima de tudo, os contos mostram os sentimentos dos
personagens. Mostram as pessoas de forma tão natural e suave, que todos os leitores
se identificam com algum personagem ou situação.
Quais temáticas estão sendo abordadas por meio dos textos
que compõem a obra?
Wagner Torres - As temáticas são bastante variadas,
como são diversas as situações e os ambientes onde se passam. Algumas são bem
curtas e outras um pouco mais longas. As histórias estão ligadas a ocorrências
cotidianas, humanas, onde os sentimentos dos personagens são mostrados
intensamente. Os personagens estão sempre ligados ao Rio de Janeiro por viverem
na cidade, mas nem sempre são cariocas, nem todos os eventos acontecem no Rio
de Janeiro. Se os locais fossem alterados, não mexeríamos com as ideias
básicas, pois as situações são humanas. Tudo é fruto das observações do autor e
da imaginação. A ficção se aproxima tanto da realidade, que alguns pensam que
os contos sejam relatos de experiências. Não são. Gosto da expressão “realidade
ficcional”.
Quais critérios foram utilizados para escolha do título que
compõe a obra?
Wagner Torres - A ideia do título do livro brotou em
minha mente quando estava fazendo a revisão de um dos contos, que recebeu o
mesmo título. Imaginei naquele momento que muita gente apostaria que essa e as
outras fossem histórias vividas. Entendi que todos os contos causam a impressão
realista, como se fossem memórias. Ao mesmo tempo, tudo resulta de fragmentos
de observações que faço às pessoas com quem convivo, que observo nas ruas,
casos que me contaram, que li nos jornais. Esses fragmentos são misturados,
processados, ressignificados e transformados em criação ficcional. Portanto,
são memórias, sim, embora dispersas nas vivências humanas em geral.
Qual o conto que mais o marcou no momento da escrita?
Wagner Torres - Cada conto me emociona de forma
diferente, mas todos são intensos para mim. Eles me emocionaram quando escrevi,
me tocaram em cada revisão que fiz e tornam a me emocionar a cada nova leitura
que faço.
O que mais o encanta nos contos?
Wagner Torres - Eles são expressão literária, portanto,
são minhas construções artísticas. Assim sendo, a emoção dos personagens é o
ponto alto. Alguns dos leitores já me deram retorno nesse sentido, dizendo que
se emocionaram. Essa é a minha maior alegria.
Quais os seus principais objetivos como escritor? Pensa em publicar
novos livros?
Wagner Torres - Tenho um novo livro de contos pronto
para ser publicado, com título escolhido, “Transgressores do tempo”. Espero que
o lançamento aconteça em 2018. Projetos, tenho vários. Um romance e uma
coletânea de poesias devem aparecer em breve.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom
conhecer melhor o escritor Wagner Torres de Araujo. Agradecemos sua
participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos
leitores?
Wagner Torres - As realizações da humanidade têm os
sonhos como antecedentes. A criação ficcional tem muito de sonho, mas é criação
de mentes inventivas. Ler ficção literária alimenta a capacidade de as pessoas
sonharem e produzirem novas ideias. Por isso, todos que buscam atividades
criativas devem ler ficção, ouvir música e apreciar as variadas expressões de
artes visuais. O mundo tem saídas, e todas exigem criatividade. Uma delas está
na realidade ficcional.
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura
O baiano Ângelo Roberto, ilustrador de vários livros
de nossa autoria, faleceu hoje pela manhã em Salvador. É triste, muito
triste a notícia, está doendo muito. Em 1999, no meu livro "O Mar na
Rua Chile", dedico uma crônica a esse amigo de geração e parceiro na
arte. Reproduzo abaixo a crônica referida, maneira de homenagear um pouco
o valor desse genial poeta do traço.
Admirável Ângelo Roberto
Cyro
de Mattos
Diante dos desenhos de Ângelo Roberto, baiano de Ibicaraí,
radicado em Salvador desde 1948, a primeira impressão que se tem é
de que a vida é ato de amor. Figuradas no real, criaturas simples sugerem o
visual cativante através de uma poetização imaginativa. Mãos e pés
enormes não representam detalhes encaixados de maneira inteligente no humano
que se pretende figurar. É mesmo o jeito próprio de imaginar o humano em seu
excesso de pobreza, a nos atingir com amor em sua simplicidade. Podemos perceber isso na
imagem do menino, abraçando o cavalo amigo com todo o calor do coração. Em são
Francisco de Assis e seus pássaros que acendem o dia, levando fraternidade
pelos quatro cantos cardeais. Ainda na lágrima da
criança triste, riscada no instante do trauma causado pelo
passarinho morto na gaiola.
Ângelo Roberto, como se vê, é um poeta do traço expressivo.
A imaginação rica que possui lateja no drama como um
feixe de nervos numa só ritmação. Sensorial, intensa, sutil nos pontos que o
artista sabe imprimir com mestria nas linhas. Nos poros abertos de sua verdade
sentida pela vida. Linha, ponto e movimento pulsam com amor ao mesmo tempo,
numa só projeção do drama. Flagrado no episódio tendo às vezes a configuração
no mais exterior uma significação interna, de dor e cisão súbita feita na
existência rústica. Acontece assim a concentração de forças que vibram na
expressão oculta do vaqueiro baleado.
Já se disse que poesia é concentração, iluminação do ser e
verdade no seio da linguagem plasmada. Então percebemos assim que Ângelo
Roberto oferece com freqüência ao desenho momentos de poesia significativa. O
gesto simples do artesão por suas criaturas, fraterno e doce tantas vezes nas
emoções captadas configura na superfície branca o espírito pontilhado e delineado
com o traço leve quando corporifica a matéria. Diríamos que a vida nesse
instante flutua ou se flagra naquela zona suspensa do azul, que há muito tempo
coabita dentro de nós, naquela aderência mansa de certo clima poético em nossa
paisagem íntima.
Vagares de ternura, revelação solidária da tristeza,
instante cálido da mulher com flor no seio. Tudo idealizado por meio
de pontos e linhas que determinam um ritmo suave. Configuram na
expressão segura o tema real do imaginário com objetivo de transmitir valores
emotivos. Representam com habilidade a arte de riscar uma geometria que se
projeta no tempo do viver, do sentir e do amar, para ocupar determinado estado
onírico.
Posso dizer que os trabalhos desse artista humaníssimo que é
Ângelo Roberto, de rica vocação para o traço poético, mostram outra vez que a
Arte é necessidade fundamental da vida como forma de conhecê-la. Concordância
de verdade e beleza, vínculo de gravidade e jogo, pode até não ser substitutivo
da vida, não tendo mais importância do que comumente lhe é dada. Porém, útil
compartilha a solidão, cativante aproxima as criaturas, dá prazer e faz meditar
dentro daquele entendimento tácito, que a vida no ritmo feroz de
conflitos e abismos das civilizações atuais é destituída de sentido efetivamente.
Feita com amor e talento, de maneira humaníssima, reveladora
do ser na existência, pode não salvar o indivíduo no conturbado lado de animal
social, mas é ato que torna a vida suportável, sensível e essencial.
E viver sem ela seria mesmo impossível.
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Desenho da coleção “Cavalos & Sol” de Ângelo Roberto
O "movimento
elegante, as linhas belíssimas" do cavalo traçados por Ângelo Roberto
Fonte: Terra
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Cyro de Mattos - é baiano de Itabuna. Escritor e poeta,
Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Sul da Bahia).
Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil, Academia de
Letras de Ilhéus e Academia de Letras de Itabuna.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na
sinagoga e começou a ensinar.
Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava
como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito
mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos
destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”.
Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”
Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um
grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns
aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda
até nos espíritos maus, e eles obedecem!”
E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda
a região da Galileia.
Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão de Dom Alberto
Taveira Corrêa:
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Palavras que destravam a vida
“Cala-te e sai dele” (Mc 1,25)
Estamos fazendo o percurso contemplativo, seguindo o
evangelista Marcos. Ele foi o primeiro que escreveu o Evangelho, por isso
conserva o calor dos inícios da vida cristã. É o mais conciso. Não apresenta
grandes discursos de Jesus nem conta muitas parábolas. Interessa-lhe sobretudo
o cotidiano na vida pública de Jesus: sua atitude vital para com os pobres e
excluídos, sua presença terapêutica, sua liberdade diante da religião, do
templo, das tradições judaicas, a revelação do novo rosto de Deus, o anúncio da
Boa Notícia da Salvação…
A intenção de Marcos é que as pessoas se façam a pergunta
chave: “quem é Jesus?”. Todo o seu evangelho é revelação progressiva da
personalidade e da identidade de Jesus. Jesus não tinha nenhum doutorado na
Lei, não tinha nenhum Master em questões do Templo; não era um perito a quem
consultar sobre a lei. Jesus era Ele mesmo; seu único título era sua verdade,
sua honestidade, sua bondade, sua capacidade de sanar a dor daqueles que
sofriam e libertá-los dos maus espíritos que os escravizavam. Era a identidade
de si mesmo, plena: a identidade entre o que dizia e fazia, entre o que era e o
que ensinava. Podemos afirmar que Jesus era um “profissional da vida”, um
“mestre da vida humana digna”. Não havia estudado em outra universidade a não
ser a universidade da vida, do amor, da liberdade...
O evangelho deste domingo (4º TC) é o primeiro ato público
de Jesus: estamos num dia típico de sua vida e de sua atividade. Seu primeiro
contato com as pessoas, depois do batismo e da experiência do deserto, tem
lugar na sinagoga. É um sinal de que a primeira intenção de Jesus foi
redirecionar a religiosidade do povo que tinha sido deformada por uma
interpretação opressora da Lei. Por duas vezes no relato se faz referência ao
ensinamento de Jesus, mas não se diz nada do que ensina. Fala-se de suas obras.
As curas e a expulsão de demônios, entendidos como libertação, são a chave para
compreender a verdadeira mensagem deste evangelho. O que Jesus faz é libertar
um homem de um poder opressor, o espírito imundo.
A Boa Notícia que Marcos anuncia é a libertação, em duas
direções: da força do mal e da força opressora da Lei, explicada de uma maneira
alienante pelos fariseus e letrados. As pessoas reconhecem um novo ensinamento,
com autoridade, ou seja, com convicção, com coerência de vida, com profunda
fé... O ensinamento de Jesus é novo porque liberta ao mesmo tempo que ensina.
Jesus não ensina nada verbalmente: mostra-se a si mesmo. Marcos dá mais
importância ao modo de falar de Jesus que ao conteúdo de seu ensinamento.
De Jesus diziam que “ensinava com autoridade” e não como os
escribas e fariseus. Ele tinha a graça de conceder autoridade a cada pessoa, de
devolver-lhe sua dignidade, de remeter-lhe a si mesma, de ajudá-la a conectar
com seu ser profundo, com aquilo que é mais divino no próprio interior.
Ensina com autoridade quem fala a partir de sua própria
experiência e quem, com seu ensinamento, “faz crescer” (a palavra “autoridade”
provém do verbo latino “augere”, que significa aumentar, fazer crescer, elevar
o outro…); em outras palavras, é despertar a autonomia e a autoria do outro
para que ele seja capaz de dar direção à própria vida.
O critério para distinguir quando nos encontramos em
presença de quem “fala com autoridade” sempre será o mesmo: sua palavra faz as
pessoas crescerem em profundidade. A “autoridade” de Jesus, portanto, está em
que sua palavra e sua vida formam uma unidade plena, porque não diz nada que
não esteja já fazendo; suas palavras brotavam de uma experiência profunda que confirmava
com sua vida. Provava com suas obras suas palavras, vivia o que ensinava.
Ao entrar na sinagoga, Jesus se volta para quem não recebia
atenção. Ele faz com que o possuído pelo mau espírito se torne o centro das
atenções e sua libertação é, ao mesmo tempo, prática e ensino. O homem possuído
é o símbolo de todas as pessoas despersonalizadas, impedidas de falar e agir,
como sujeitos da própria vida e história. Sua vida e destino dependiam de
“outros” que pensavam, falavam e agiam por elas.
Jesus vai curá-lo com sua presença e também com sua voz. Ao
lhe dizer: “cala-te e sai dele”, Jesus está desatando uma vida, está devolvendo
ao homem possuído o seu ser essencial. Há palavras que tem força reconstrutora,
pois, não só restabelecem a saúde mas ativam a dignidade escondida da pessoa.
Dizem que há pessoas capazes de serem curados por uma voz, pelo material sonoro
de uma voz determinada. Quanto aspira nosso coração escutar este convite:
“esteja livre...”! Esteja livre daquilo que os outros possam dizer ou pensar a
seu respeito; livre do domínio das suas compulsões; livre para amar sem defesas;
livre daquilo que se acredita saber sobre si mesmo e sobre os outros; no fundo,
esteja livre para ser você mesmo, para poder entrar em uma relação nova com a
realidade.
Somos seres de palavras e somos também seres de silêncios.
Em nosso mundo atrofiamos o dom de proferir palavras de vida; elas tem pouco
valor e, por isso, precisamos voltar a lapidá-las no silêncio, porque só o
silêncio restaura a integridade de nossas palavras. Tais palavras tem força
para curar, como aquela que Jesus proferiu diante do homem possuído pelo mau
espírito.
Precisamos receber palavras que toquem nossas superfícies
endurecidas e nos libertem de tantas ataduras que não nos deixam respirar com
profundidade, nem olhar compassivamente, nem considerar a beleza da diversidade
e a diferença. Também nós buscamos pessoas que possam nos dizer palavras para
viver e somos requisitados a entregar aos outros uma palavra de vida.
Jesus foi o homem que movia com suas palavras. É
extraordinário perceber como as palavras ditas com cuidado e amor (pedagogia de
Jesus) produzem efeitos benéficos para o ser humano. Essas palavras são
bem-aventuradas, pois são capazes de fazer crescer, sustentar, edificar as
pessoas para o convívio social, humano-afetivo, espiritual. São palavras que
trazem luz e calor, infundem confiança e segurança.
A palavra tem força de ressurreição, é como brisa suave que
ativa nossas melhores energias. As palavras jamais deixam as coisas como estão.
Elas não se limitam a transmitir uma mensagem; elas tem uma força operativa,
desencadeiam um movimento... Quando falamos, algo acontece, muda alguma coisa
dentro de nós e ao nosso redor. Aparentemente nada mudou; mas é possível que
tudo tenha mudado. A palavra foi além de sua vibração sonora. Ela contribui
para criar o clima, o ar que respiramos... um ambiente que nos plenifica, nos
nutre, favorece o encontro e o compromisso e abre possibilidade de viver
Texto bíblico: Mc 1,21-28
Na oração: Hoje o evangelho nos convida a sermos sinceros
conosco mesmos, a revisar nossa conduta cristã. Devemos expulsar muitos “maus
espíritos” interiores (ânsia de poder, riqueza, prestígio, vaidade…) que jogam
ao chão nossa dignidade e impedem um testemunho coerente, uma verdadeira
autoridade que profere palavras que fazem as pessoas crescer.
- Repassar o repertório das palavras proferidas ao longo do
dia: palavras que elevam, que curam, que salvam...?
Quem não conhece na cidade o baterista Sabará, lenda da
música popular brasileira em terras grapiúnas? Um dos fundadores do conjunto
musical Ritmo Lord, atualmente Lordão, Sabará é o mesmo cidadão negro de nome
Adalmiro Leôncio da Silva, nascido, em 3 de abril de 1934, em Ilhéus. Primeiro
foi batuqueiro em escola de samba. Quando era adolescente, já tocava caixa
em Ilhéus, na escola de samba “Eu Sou o Maior”, de Augusto Fidelis, jogador de
futebol apelidado de Augustinho.
Sabará viu pela primeira vez uma bateria sendo tocada em Realengo, no Rio de
Janeiro. O baterista era o habilidoso percussionista Djalma. Gostou. Mais tarde
viu em Ilhéus o percussionista Carlito tocando bateria. Gostou ainda mais.
Cheio de ritmos, sentimentos e sonhos tocou pela primeira vez uma bateria aos
dezesseis anos de idade quando então integrou o grupo musical que se
apresentava na boate Okay Night Club, de seu Maron, em Ilhéus. O grupo era
formado com o professor Nivaldo no trompete, Florisvaldo Gouveia no piano,
Francisco Augusto no sax e Antenor era a voz. Tempos depois, em Itabuna,
participou do conjunto Os Diamantes, da Rádio Difusora Sul da Bahia, nos anos
1950 e 1960. O conjunto era integrado por Mimidi na guitarra, João Santos como
baixista e Élson no sax.
Para quem não sabe, Sabará fez curso de aperfeiçoamento de bateria com os
professores Jorge Sacramento e Jorge Startery Sampaio, da Universidade Federal
da Bahia. Aperfeiçoou-se em ritmos brasileiros com o professor Martinelli
Filho, da USP, e participou do curso de iniciação musical ministrado pelo
maestro Florisvaldo Santos, da Filarmônica de Ilhéus. De aluno talentoso passou
a professor competente de música, dando aulas de bateria em instituições
sociais e culturais. Na Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, Escola
Beethoven, Sítio do Menor Trabalhador, bem como aos integrantes do Grupo
Musical Cacau com Leite e Mel de Cacau.
Por sua atuação profissional expressiva, como baterista e professor musical em
terras grapiúnas, Sabará recebeu, entre outros, o Troféu Mandacaru de Ouro,
Troféu Jorge Amado da Fundação Cultural de Ilhéus, Troféu Jupará da Rádio
Morena FM e Troféu Terravista. Participou como jurado em dezenas de festivais
de música. Como baterista de conjuntos musicais, é bom saber que integrou o
Grupo Encontros, Grupo Novos e Usados Jazz Band e Grupo Bahia 4, citando aqui
apenas alguns.
Acompanhou trinta e dois artistas de expressão nacional, de 1960 a 2001, como
Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Caubi Peixoto, Anísio Silva, Gregório
Barrios, Elen de Lima, Booker Pitman, Eliana Pitman, Wanderley Cardoso,
Miltinho, Trio Nagô, Nelson Ned, Tito Madi e Wando. No plano regional, para a
nossa sorte, é difícil um artista de expressão em nosso cancioneiro não ter
sido acompanhado do ritmo que Sabará consegue extrair quando toca bateria.
Esse cidadão negro, de jeito amigo, sincero e gestos generosos, que pensa e
sente o mundo através do som, com uma impressão digital como percussionista tão
dele, possui uma habilidade incrível para espalhar e reunir diamantes em cima
de uma membrana esticada quando toca bateria. Com ligeireza nas mãos, firmeza
nos punhos e trepidação nas veias, se a música pede alegria. Mas se for para
embalar a tristeza, sabe fazer como poucos com que a caixa repercuta o abraço
afetivo da noite, em carícia de lenço. Entre lamentos que deslizam e fluem da
alma, dizendo segredo.
Cyro de Mattos é baiano de Itabuna. Escritor e poeta, Doutor
Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Sul da Bahia). Membro
efetivo da Academia de Letras da Bahia, Pen Clube do Brasil, Academia de Letras
de Ilhéus e Academia de Letras de Itabuna.
Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Sylvio
Sirangelo/TRF4/Divulgação)
A transmissão ao vivo do julgamento do TRF4 permitiu ao
público compará-lo com os julgamentos que se tem visto no Supremo Tribunal
Federal. A postura dos magistrados, raciocínio, método de análise, forma de se
comunicar, tudo é diferente.
Não há competição pessoal ou ideológica entre eles. Nem
elogios recíprocos. Cada um é si próprio. Não há troca de críticas veladas, ou
aplausos desnecessários. Ou insinuações jogadas no ar. Mais ainda: não há
exibicionismo.
Não querem mostrar cultura. Não discutem com jargões
jurídicos. Não se valem de doutrinas exóticas plantadas e nascidas no além mar.
Não é preciso, embora seja legitimo e, às vezes, indispensável buscar amparo em
autores ou abstrações estrangeiras. Em geral ultrapassados.
A argumentação é toda fundamentada nos fatos. Vistos e
provados. Não se baseia apenas em testemunhos ou denúncias. Fundamentam seu
raciocínio no senso comum que emanam dos fatos. Provas materiais. Ou como diria
Ulysses Guimãraes: com base em suas excelências, os fatos. Que de tão evidentes
e intensamente descritos não deixam margem a qualquer dúvida razoável.
Não é preciso muita argumentação para dizer o que é simples.
Ninguém manda mudar um apartamento, manda comprar utensílios, faz visitas com o
construtor, não pergunta preço, e não paga – só o dono de um imóvel procede
assim.
A prova da propriedade está no comportamento registrado ao
vivo. E não no papel, na escritura A ou B. Simples assim. Os magistrados de
maneira informal tentaram transmitir o que a linguagem jurídica, formal, muitas
vezes oculta.
A transmissão ao vivo permitiu a cada um de nós formar a
própria opinião. Escolher um lado. Quase pegar a justiça com as próprias mãos,
com as mãos do seu próprio entendimento. Restou provado que o Tribunal Federal
da 4ª Região pretendeu ir muito além de simplesmente julgar o ex-presidente.
Apresentou ao Brasil uma nova maneira de pensar, expressar e
construir a justiça. Provavelmente a maneira de magistrados se comportarem na
televisão, na internet e até nos julgamentos sem transmissão nunca mais será a
mesma.
Uma nova geração pede passagem.
Joaquim Falcão é professor da FGV Direito Rio. Seus artigos
podem ser encontrados em www.joaquimfalcao.com.br
Nascido em 11 de julho 1960 em Santa Maria do Suaçuí (MG),
Domingos Honorato é escritor e professor de cursos técnicos. Mudou-se para São
Paulo aos 13 anos. Era católico praticante, mas não conhecia a Sagrada
Escritura. Aos 23 anos Honorato começou a ler a Bíblia e livros evangélicos,
nos quais afirma ter descoberto esta grande mentira que diz que todo mundo é
filho de Deus.
“Que cada leitor se esforce ao máximo para que, no tripé da
vida humana, possa alcançar a vida espiritual. O tripé é: fé, amor e esperança.
Fé em nosso Senhor Jesus; amor para com os seres humanos; e esperança de um dia
poder estar com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”
Boa Leitura!
Escritor Domingos Honorato, é um prazer contarmos com a sua
participação na Revista Divulga Escritor. Apresente-nos o seu livro “Ei você
aí! É um Filho de Deus ou uma Criatura de Deus”?
Domingos Honorato - Ao descobrir esta mentira que diz
que todo mundo é filho de Deus, passei a falar para todos os meus conhecidos.
Foi aí que um colega, antes de morrer, me disse: “Domingos, eu não quero morrer
como uma criatura; o que devo fazer para me tornar um filho de Deus?” Então
falei para ele que em Romanos 10:13 diz que todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo, e invocamos: “oh! Senhor Jesus, amém” por três vezes, e logo
ele me disse: “Irmão Domingos, escreve estas palavras em um livro para ajudar
as pessoas para que não fiquem enganadas”. Logo depois ele morreu, assim
comecei a escrever!
Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio do
enredo que compõe a obra?
Domingos Honorato - Para que todo aquele que ler o
livro possa reconhecer que foi criado por Deus, e precisa voltar a Deus como
filho, aceitando o Senhor Jesus como irmão, e não perca a oportunidade de se
tornar um filho de Deus.
Quais os principais desafios para a escrita de “Ei você aí!
É um Filho de Deus ou uma Criatura de Deus”?
Domingos Honorato - Foi entender a vontade de Deus, em
1 Timóteo 2:4, que diz que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade.
Apresente-nos alguns tópicos do sumário, apresentados no
livro.
Domingos Honorato -
Três tipos de identidade;
Três tipos de seres humanos;
O poder da transferência;
A humanidade sábia;
Os três tipos de amor;
O que você mais ama na terra;
A ordem de Deus para os filhos que vivem na terra;
Cuidando do corpo, da alma e do espírito
A quem indica a leitura?
Domingos Honorato - À criatura humana e aos filhos de
Deus que vivem no planeta terra!
Quais os seus principais objetivos? Você pensa em publicar
novos livros?
Domingos Honorato – Tenho 12 obras prontas, como “A
cura da humanidade”, “A maldição dos vícios”, “Os significados das palavras bom
dia, boa tarde e boa noite”, “Quantos tipos de ser humano vivem no planeta
terra”, “A Teoria do Big Bang – verdade ou mentira?” e “Os cinco modelos de
família: três aprovados por Deus e dois reprovados por Deus”.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom
conhecer melhor o escritor Domingos Honorato. Agradecemos sua participação na
Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Domingos Honorato - Que cada leitor se esforce ao
máximo para que, no tripé da vida humana, possa alcançar a vida espiritual. O
tripé é: fé, amor e esperança. Fé em nosso Senhor Jesus; amor para com os seres
humanos; e esperança de um dia poder estar com o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.
Que o leitor possa se tornar um filho hoje. Falar para os
seus familiares e conhecidos para ler este livro e a Bíblia, invocar o Senhor
Jesus. Amém! E não viver invocado. Mas viver invocando todo o tempo de sua vida
humana!
Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura