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terça-feira, 2 de abril de 2019

(FILME COMPLETO) 1964 - O Brasil entre armas e livros

VOCÊ SOFRE DEPRESSÃO? - Antonio Nunes de Souza


       
          Não digo que seja a doença da moda, porém está se acentuando cada vez mais no nosso atual mundo moderno! É óbvio que esse problema de saúde é desde séculos passados, uma constante em uma grande maioria da humanidade!

          Tudo tem a ver com o modo de vida de cada um, os cuidados gerais com seus corpos e suas mentes, mais precisamente do modo de vida que você escolheu para viver. Pois, inegavelmente, quando nos administramos com cuidados e parcimônias, as coisas vão se desenvolvendo de uma forma mais tranquila, amena e satisfatória, nos oferecendo uma melhor qualidade de vida e uma convivência melhor com as pessoas que nos rodeiam.

          Viver não é somente, andar, respirar, trabalhar, etc., o importante é “saber viver”. Metodificar as obrigações, viver um padrão financeiro dentro dos seus ganhos, ter e usufruir momentos de lazer e prazer e, principalmente, ser bastante criteriosa nas escolhas de relacionamentos amorosos, pois, quando se vive com parceiro, constantemente surgem desencontros de desejos e vontades. Administrar essa parte é, comprovadamente, difícil!

          Em alguns casos, talvez até muitos, a depressão vem através de alguma doença que afeta o corpo e, fatalmente, passa a bulir na mente, provocando uns efeitos, muitas vezes altamente prejudiciais, deixando as pessoas completamente deprimidas e recalcadas!

          Nessas situações, são necessárias assistências médicas e psiquiátricas!

          Embora o texto não seja completo, apenas mostra alguns detalhes, vale a pena você fazer uma auto análise e ver se sente alguns desses dados citados, e mais que depressa, cuidar de reestruturar seus comportamentos e, com alegria e satisfação, passar a ter uma vida mais suave, tranquila e agradável pela frente!

          Com todos os problemas que temos, principalmente a segurança e os casos de atendimentos básicos, infelizmente, a depressão está atacando milhares de pessoas. Que cada um se conscientize que, se não souber administrar com pulso, será levado a loucura! Tragicamente temos visto as notícias de suicídios em função do estado depressivo!


Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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MAIS SEMANA SANTA - Cyro de Mattos


           
A tristeza estava nos ares por onde a procissão passava com o corpo de Nosso Senhor Morto deitado na cama, as pessoas sofrendo pelas pedras do caminho. Gente acompanhava a procissão descalça para pagar alguma promessa em razão da graça alcançada através da bondade do Cristo Salvador. Dona Olívia, a mulher do dono do hotel, vestida num comprido vestido roxo, que tocava os pés, os cabelos compridos caindo nas costas, fazia o papel de Maria Madalena. A matraca tocava, a procissão parava enquanto ela exibia o rosto do Cristo no sudário.

            Numa voz doída, ela arrancava suspiros e lágrimas dos fiéis, calados, rostos contritos, naquele trecho de rua em que a procissão parava.

             Pai Salvador,
            Misericordioso,
           Toca no meu peito
          O sofrimento teu.
         Fadiga, sede, fome.
        Cuspe, espinho, sangue.
       Chicotada, prego
      Madeira feita cruz,
     Meu Pai, perdoai
     Os pecados meus.

            Naquele ano, em que caiu uma chuva rala durante a procissão, usava as botinas novas que minha mãe presenteou-me no aniversário. A procissão voltava pela avenida do comércio depois de percorrer algumas ruas próximas ao centro da cidade. A imagem de Nosso Senhor Morto já ia entrar na igreja para ser colocada no altar quando a beata Detinha teve uma crise de nervos, chegando a desmaiar. O padre passou um pouco de água benta na testa da beata, rezou e pediu que os fiéis cantassem com fervor. Os cantos entoados na pequena praça repleta de gente acordaram a beata, que começou a chorar alto e ao mesmo tempo agradecer ao Jesus Salvador por ter ali mesmo tirado dela os maus pensamentos e perdoado seus pecados.

            No dia de procissão havia tanta gente na igreja e na praça que uma agulha não cabia lá dentro nem no lado de fora. As botinas novas apertavam os meus pés. Então pedi à minha mãe que me deixasse ir embora para casa, não queria ficar para ouvir a fala do padre encerrando a procissão. “Os calos estão doendo muito, não aguento mais”, disse aporrinhado, ameaçando chorar. Ela ordenou baixinho no meu ouvido que ficasse comportado, acrescentando que a procissão já estava chegando ao fim.

            Preferi não obedecer minha mãe. Esperei que ela se ajoelhasse com os demais fiéis na igreja para fazer a oração do creio-em-deus-pai, de olhos fechados, para apressado tirar dos meus pés as botinas. Em casa disse à minha mãe que tinha resolvido agir daquela maneira porque não suportava mais as botinas apertadas queimando meus dedos. Tive que tirá-las para evitar que acontecesse comigo uma situação pior do que a da beata Detinha. Como ela, desmaiaria ali mesmo na igreja. Mas a água benta que o padre passaria na minha testa, as orações e os cantos entoados com fervor pelos fiéis pouco iriam adiantar para que eu não ficasse desmaiado durante muito tempo.

            Claro que minha mãe compreendeu. Em vez de sermão, da sua voz bondosa escutei que eu não me preocupasse. Não ia calçar mais aquelas botinas apertadas. Mas uma vizinha da casa em frente, que sempre estava de mal-estar com a vida, disse à minha mãe que não aprovava o meu procedimento, observando que se fosse com um filho dela receberia um castigo. Achava que menino mimado daquele jeito poderia não ser um homem de temperamento forte no futuro.


*Cyro de Mattos é escritor, poeta e advogado aposentado. Diplomado em capoeira regional pela Escola de Capoeira do Mestre Bimba, em Salvador, 1960. Tem no prelo da Editora Mazza, de Belo Horizonte, o livro “Poemas de Terreiro e Orixás”.

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EX-MINISTRO CELSO LAFER FAZ, NA ABL, CONFERÊNCIA SOBRE A TRAJETÓRIA HISTÓRICA E OS 170 ANOS DE RUI BARBOSA


O Acadêmico, diplomata, escritor e ex-ministro Celso Lafer fala, na Academia Brasileira de Letras, sobre Rui Barbosa (um dos fundadores da ABL), na palestra de encerramento do ciclo de conferências intitulado Presenças fundamentais, sob coordenação do Presidente Marco Lucchesi. O tema escolhido foi Rui Barbosa, 170 anos. Dimensão da atualidade do seu percurso. O evento está programado para quinta-feira, dia 4 de abril, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2019.

Nas próximas quintas-feiras de abril, a ABL terá mais um ciclo de conferências, intitulado A educação no Brasil hoje, sob coordenação do Acadêmico e educador Arnaldo Niskier. Serão três palestras, no mesmo local, nos seguintes dias, conferencistas e temas, respectivamente: dia 11, Carlos Alberto Serpa, Análise crítica do ensino superior brasileiro; 18, Simon Schwartzman, Perspectivas do novo ensino médio brasileiro; e 25, Celso Niskier, Os desafios da educação a distância.

O CONFERENCISTA

Celso Lafer, quinto ocupante da cadeira 14 da ABL, exerce atualmente a função de professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP, onde leciona desde 1971. É PhD em Ciência Política na Universidade de Cornell, EUA, e livre-docência em Direito Internacional Público na Faculdade de Direito da USP. Foi Ministro das Relações Exteriores, em 1992, e Vice-Presidente, ex-officio, da Conferência da ONU sobre Meio-Ambiente e Desenvolvimento, na Rio-92. Em 1999, foi Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e, de 1995 a 1998, embaixador na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio, em Genebra.

Entre suas inumeras publicações, estão: O Sistema Político Brasileiro, Estrutura e Processo; O Convênio do Café de 1976: da Reciprocidade no Direito Internacional Econômico; Gil Vicente e Camões; Hannah Arendt: Persamento, persuação e poder; O Direito e o Estado Moderno; Política Externa Brasileira: três momentos; A Internacionalização dos Direitos Humanos – Constituição,Racismo e Relações Internacionais.

28/03/2019


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