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terça-feira, 2 de abril de 2019
VOCÊ SOFRE DEPRESSÃO? - Antonio Nunes de Souza
Não digo que seja a doença da moda, porém está se acentuando
cada vez mais no nosso atual mundo moderno! É óbvio que esse problema de saúde
é desde séculos passados, uma constante em uma grande maioria da humanidade!
Tudo tem a ver com o modo de vida de cada um, os cuidados
gerais com seus corpos e suas mentes, mais precisamente do modo de vida que
você escolheu para viver. Pois, inegavelmente, quando nos administramos com
cuidados e parcimônias, as coisas vão se desenvolvendo de uma forma mais
tranquila, amena e satisfatória, nos oferecendo uma melhor qualidade de vida e
uma convivência melhor com as pessoas que nos rodeiam.
Viver não é somente, andar, respirar, trabalhar, etc., o
importante é “saber viver”. Metodificar as obrigações, viver um padrão
financeiro dentro dos seus ganhos, ter e usufruir momentos de lazer e prazer e,
principalmente, ser bastante criteriosa nas escolhas de relacionamentos
amorosos, pois, quando se vive com parceiro, constantemente surgem desencontros
de desejos e vontades. Administrar essa parte é, comprovadamente, difícil!
Em alguns casos, talvez até muitos, a depressão vem através
de alguma doença que afeta o corpo e, fatalmente, passa a bulir na mente,
provocando uns efeitos, muitas vezes altamente prejudiciais, deixando as
pessoas completamente deprimidas e recalcadas!
Nessas situações, são necessárias assistências médicas e
psiquiátricas!
Embora o texto não seja completo, apenas mostra alguns
detalhes, vale a pena você fazer uma auto análise e ver se sente alguns desses
dados citados, e mais que depressa, cuidar de reestruturar seus comportamentos
e, com alegria e satisfação, passar a ter uma vida mais suave, tranquila e
agradável pela frente!
Com todos os problemas que temos, principalmente a segurança
e os casos de atendimentos básicos, infelizmente, a depressão está atacando
milhares de pessoas. Que cada um se conscientize que, se não souber administrar
com pulso, será levado a loucura! Tragicamente temos visto as notícias de
suicídios em função do estado depressivo!
Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
MAIS SEMANA SANTA - Cyro de Mattos
Numa voz doída, ela arrancava suspiros e lágrimas dos fiéis,
calados, rostos contritos, naquele trecho de rua em que a procissão parava.
Pai Salvador,
Misericordioso,
Toca no meu peito
O sofrimento teu.
Fadiga, sede, fome.
Cuspe, espinho, sangue.
Chicotada, prego
Madeira feita cruz,
Meu Pai, perdoai
Os pecados meus.
Naquele ano, em que caiu uma chuva rala durante a procissão,
usava as botinas novas que minha mãe presenteou-me no aniversário. A procissão
voltava pela avenida do comércio depois de percorrer algumas ruas próximas ao
centro da cidade. A imagem de Nosso Senhor Morto já ia entrar na igreja para
ser colocada no altar quando a beata Detinha teve uma crise de nervos, chegando
a desmaiar. O padre passou um pouco de água benta na testa da beata, rezou e
pediu que os fiéis cantassem com fervor. Os cantos entoados na pequena praça
repleta de gente acordaram a beata, que começou a chorar alto e ao mesmo tempo agradecer ao Jesus Salvador por
ter ali mesmo tirado dela os maus pensamentos e perdoado seus pecados.
No dia de procissão havia tanta gente na igreja e na praça
que uma agulha não cabia lá dentro nem no lado de fora. As botinas novas
apertavam os meus pés. Então pedi à minha mãe que me deixasse ir embora para
casa, não queria ficar para ouvir a fala do padre encerrando a procissão. “Os
calos estão doendo muito, não aguento mais”, disse aporrinhado, ameaçando
chorar. Ela ordenou baixinho no meu ouvido que ficasse comportado,
acrescentando que a procissão já estava chegando ao fim.
Preferi não obedecer minha mãe. Esperei que ela se
ajoelhasse com os demais fiéis na igreja para fazer a oração do
creio-em-deus-pai, de olhos fechados, para apressado tirar dos meus pés as
botinas. Em casa disse à minha mãe que tinha resolvido agir daquela maneira
porque não suportava mais as botinas apertadas queimando meus dedos. Tive que
tirá-las para evitar que acontecesse comigo uma situação pior do que a da beata
Detinha. Como ela, desmaiaria ali mesmo na igreja. Mas a água benta que o padre
passaria na minha testa, as orações e os cantos entoados com fervor pelos fiéis
pouco iriam adiantar para que eu não ficasse desmaiado durante muito tempo.
Claro que minha mãe compreendeu. Em vez de sermão, da sua
voz bondosa escutei que eu não me preocupasse. Não ia calçar mais aquelas
botinas apertadas. Mas uma vizinha da casa em frente, que sempre estava de
mal-estar com a vida, disse à minha mãe que não aprovava o meu procedimento,
observando que se fosse com um filho dela receberia um castigo. Achava que
menino mimado daquele jeito poderia não ser um homem de temperamento forte no
futuro.
*Cyro de Mattos é escritor, poeta e advogado aposentado.
Diplomado em capoeira regional pela Escola de Capoeira do Mestre Bimba, em
Salvador, 1960. Tem no prelo da Editora Mazza, de Belo Horizonte, o livro
“Poemas de Terreiro e Orixás”.
* * *
EX-MINISTRO CELSO LAFER FAZ, NA ABL, CONFERÊNCIA SOBRE A TRAJETÓRIA HISTÓRICA E OS 170 ANOS DE RUI BARBOSA
O Acadêmico, diplomata, escritor e ex-ministro Celso
Lafer fala, na Academia Brasileira de Letras, sobre Rui Barbosa (um dos fundadores
da ABL), na palestra de encerramento do ciclo de conferências intitulado Presenças
fundamentais, sob coordenação do Presidente Marco Lucchesi. O tema escolhido
foi Rui Barbosa, 170 anos. Dimensão da atualidade do seu percurso. O
evento está programado para quinta-feira, dia 4 de abril, às 17h30min, no
Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de
Janeiro. Entrada franca.
Serão fornecidos certificados de frequência.
A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos
ciclos de conferências de 2019.
Nas próximas quintas-feiras de abril, a ABL terá mais um
ciclo de conferências, intitulado A educação no Brasil hoje, sob
coordenação do Acadêmico e educador Arnaldo Niskier. Serão três palestras, no mesmo
local, nos seguintes dias, conferencistas e temas, respectivamente: dia 11,
Carlos Alberto Serpa, Análise crítica do ensino superior brasileiro; 18,
Simon Schwartzman, Perspectivas do novo ensino médio brasileiro; e 25,
Celso Niskier, Os desafios da educação a distância.
O CONFERENCISTA
Celso Lafer, quinto ocupante da cadeira 14 da ABL, exerce
atualmente a função de professor titular do Departamento de Filosofia e Teoria
Geral do Direito da USP, onde leciona desde 1971. É PhD em Ciência Política na
Universidade de Cornell, EUA, e livre-docência em Direito Internacional Público
na Faculdade de Direito da USP. Foi Ministro das Relações Exteriores, em 1992,
e Vice-Presidente, ex-officio, da Conferência da ONU sobre Meio-Ambiente e
Desenvolvimento, na Rio-92. Em 1999, foi Ministro do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio, e, de 1995 a 1998, embaixador na Missão Permanente do Brasil junto
às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio, em Genebra.
Entre suas inumeras publicações, estão: O Sistema
Político Brasileiro, Estrutura e Processo; O Convênio do Café de 1976: da
Reciprocidade no Direito Internacional Econômico; Gil Vicente e
Camões; Hannah Arendt: Persamento, persuação e poder; O Direito e o
Estado Moderno; Política Externa Brasileira: três momentos; A
Internacionalização dos Direitos Humanos – Constituição,Racismo e Relações
Internacionais.
28/03/2019
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