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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

FAÇA AMOR NÃO FAÇA GUERRA - Arnaldo Niskier


Maurício Sherman foi um amigo querido. Produtor, ator e diretor de rádio, TV e teatro, teve uma vida profissional de muitos e retumbantes êxitos. Trabalhou praticamente em todas as televisões do Rio de Janeiro e deixou em todas elas profundas marcas de competência. Na Manchete, lançou Xuxa e Angélica, dando vida ao Clube da Criança. Na Globo foi responsável pelo sucesso de “Faça humor não faça guerra”, “Zorra Total”, a direção de “Chico Anísio Show” e alguns pitacos bem sucedidos nos espetáculos de Renato Aragão. É preciso dizer mais?

Do nosso bom convívio, nasceram sucessos marcantes, como os musicais “Evita” e “Carmen”, que levaram milhares de pessoas ao Teatro João Caetano. A direção segura desses espetáculos, garantida por Sherman, era uma tranquilidade para os seus produtores. Em todas as cenas, protagonizadas por artistas como Cláudia e Marília Pêra, sentia-se a mão genial do grande diretor.

Maurício Sherman, depois de uma experiência em rádio, entregou-se de corpo e alma ao teatro e à televisão. Foi pioneiro também no teatro israelita desde os primórdios vividos na sua amada Niterói.

Faleceu aos 88 anos de idade quando ainda se poderia esperar muito do seu indiscutível talento. Como disse o Boni, “ele é a própria história da televisão brasileira”. No caso da TV Globo, foi o criador do “Fantástico” (sucesso de 30 anos) e do bem sucedido “Vídeo Show”, sempre com geniais pitadas de bom-humor. Difícil é ter quem a ele se compare.

Na TV Manchete, cheguei a acompanhar de perto o seu trabalho. Os shows por ele criados tinham “cheiro de Broadway”, sua fascinação. Por isso aproveitava os seus raros momentos de folga para viajar aos Estados Unidos, em busca de qualidade em seu trabalho. E trazia sempre boas ideias.

Foi dele a sugestão de criar o “Debate em Manchete”, aos domingos à noite, por mim apresentado durante quase 10 anos. Rigoroso em tudo o que fazia, exigiu cenários maravilhosos (elaborados por Arlindo Rodrigues) e uma iluminação especial. Isso garantiu um bom IBOPE ao programa.

A genialidade de Maurício Sherman fará falta à televisão brasileira. Mas ficará entre nós, além do exemplo de um bom amigo, uma soma apreciável de programas que ele conduziu com incrível maestria.

O Globo, 03/11/2019


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Arnaldo Niskier - Sétimo ocupante da Cadeira nº 18 da ABL, eleito em 22 de março de 1984, na sucessão de Peregrino Júnior e recebido em 17 de setembro de 1984 pela acadêmica Rachel de Queiroz. Recebeu os acadêmicos Murilo Melo Filho, Carlos Heitor Cony e Paulo Coelho. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 1998 e 1999.

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O ECONOMISTA GUSTAVO FRANCO É O PALESTRANTE DA TERCEIRA CONFERÊNCIA DO CICLO “EM BUSCA DE NOVOS HORIZONTES: ECONOMIA E DISCIPLINAS AFINS”


A Academia Brasileira de Letras dá continuidade ao seu Ciclo de Conferências do mês de novembro, intitulado Em busca de novos horizontes: economia e disciplinas afins, com palestra do economista Gustavo Franco. O tema escolhido é Economia e Literatura. A coordenação é do Acadêmico e economista Edmar Bacha. O evento será realizado no dia 21 de novembro, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson, 203 – Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.
A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado é a coordenadora-geral dos Ciclos de Conferências de 2019.
Os Ciclos de Conferência, com transmissão ao vivo pelo Portal da ABL, têm o patrocínio da Light.
 Serão fornecidos certificados de frequência.
 A intitulação Em busca de novos horizontes: economia e disciplinas afins, segundo o Acadêmico Edmar Bacha, refere-se à relação da Economia com outras disciplinas, como História, Literatura e Direito.
O Ciclo de Conferências Em busca de novos horizontes: economia e disciplinas afins terá mais uma palestra, na quinta-feira, dia 28/11, no mesmo local e horário, com a conferencista Elena Landau, sobre o tema Economia e Direito.
 O Conferencista
Gustavo H. B. Franco está entre os mais importantes e influentes economistas do país. Começou sua carreira no setor público em maio de 1993, como Secretário Adjunto de Política Econômica quando Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda.
Foi presidente do Banco Central do Brasil e também diretor da Área Internacional do Banco Central entre 1993 e 1999. Teve participação central na formulação e operacionalização do Plano Real, bem como nos debates associados à estabilização e às reformas que se seguiram.
Depois de deixar o Banco Central, fundou a Rio Bravo Investimentos, instituição líder em investimentos alternativos no Brasil. Com cerca de R$ 13 bilhões sob gestão, a Rio Bravo está associada, desde 2016, à Fosun, um dos mais destacados grupos privados chineses.
Participa e participou de diversos conselhos consultivos e de administração (empresas como NuBank, Banco Daycoval, Pottencial Seguradora, Unik, BM&FBovespa, Via Varejo, Telemig entre outras), é professor do Departamento de Economia da PUC-Rio (desde 1986) e escreve regularmente para O Globo e O Estado de S. Paulo.
Franco organizou diversos livros sobre intersecções entre economia e literatura reunidos em uma coleção iniciada em 2005 dos escritos de Machado de Assis, Fernando Pessoa, Goethe e Shakespeare.
É bacharel (1979) e mestre (1982) em economia pela PUC do Rio de Janeiro e PhD (1986) pela Universidade de Harvard.

Leitura complementar
Para consultar mais materiais como os citados, acesse o link abaixo e visite os "Levantamentos bibliográficos" realizados para este evento.


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