20/08/2018
Uma brasileira de Roraima
Como me enoja ver gente de outros estados cobrando de nós
roraimenses a caridade que por três anos jorramos em cima dos venezuelanos que
fugiram do Socialismo.
Quando alguém de fora de Roraima nos chamar de xenófobos,
vamos lembrar que semana passada venezuelanos mataram um homem à pauladas para
roubar os tênis dele e também venezuelanos montaram uma emboscada para matar um
senhor, roubar seu carro e vender as peças na Guyana.
Quando disserem que somos cruéis vamos lembrar que três
semanas atrás venezuelanos agrediram as ÚNICAS médicas plantonistas da única
maternidade de Boa Vista, fazendo assim com que elas saíssem assustadas para
fazer um B.O e resultando em bebês mortos no ventre de suas mães.
Quando disserem que somos desumanos vamos lembrar das vezes
que as marmitas entregues em TODOS os abrigos, muitas vezes, foram parar no
lixo porque os venezuelanos diziam que frango e peixe eram comida pra cachorro,
eles queriam carne vermelha. Cavalo dado não se olha os dentes? Esse ditado só
existe pra gente.
Quando nos chamarem de covardes vamos lembrar que no HGR nós
não temos preferência e que se eu estiver grávida e chegar num posto da
prefeitura só vou conseguir uma consulta pra dali uns dois meses, ao passo que
a venezuelana que atravessou a fronteira com um filho doente em cada braço e
mais um na barriga consegue uma consulta pro outro dia. Ainda falando em
grávidas venezuelanas, vamos lembrar que 40% dos partos na maternidade são de
bebês filhos de imigrantes.
Quando disserem que somos bárbaros vamos nos recordar do
casal de idosos que foi morto à pauladas (impressionante como eles adoram matar
roraimense à paulada) por um casal de venezuelanos que tinham conseguido
emprego de caseiros no sítio do casal, lembremos do senhor de Mucajaí, seu
Japão, que numa festa da cidade foi também foi morto à pauladas por um
venezuelano, o que foi a gota d'água para os moradores de lá, que fizeram a
mesma coisa que os moradores de Pacaraima.
Quando nos chamarem de egoístas vamos lembrar que há duas
semanas um moleque venezuelano de 17 anos matriculado em escola estadual,
tendo moradia, família e recebendo auxílio do governo, resolveu entrar em uma
facção criminosa que atua no país todo e foi morto e decapitado por uma facção
rival que também atua no país todo. Vamos lembrar dos venezuelanos que bateram
num militar do EB porque este disse que eles não poderiam entrar bêbados no
abrigo e o que fizeram? Tiraram o militar de lá, colocaram outro e deixaram os
venezuelanos bêbados entrarem.
Quando falarem que somos insensíveis vamos lembrar dos
moradores do bairro Caimbé que vendem suas casas à preço de banana, pois o
bairro inteiro virou ponto de prostituição das "oitchenta", venda de
drogas e está entregue aos arrombamentos. Meninas de 15/16 anos saem para
comprar pão e são assediadas por quem passa por lá e acha que elas são
prostitutas ou que entregam drogas. Já pensou você sequer poder pintar seu
muro, pois de noite ele já vai tá pichado com o preço dos programas, que aliás,
subiu, não é mais 80; é 100.
Quando falarem que somos irracionais vamos lembrar da dona
do restaurante da Ataúde Teive que oferecendo água e comida para dois
venezuelanos que apareceram chorando na porta dela quase foi morta à pauladas
por eles (adoram bater na gente usando pau, impressionante).
Eu mudo de nome se aparecer alguma mulher que já foi
assediada por um haitiano ou por um guyanense, e também mudo de nome se não
aparecer uma roraimense que já não ouviu "gostôsssa"
"delíssia" "chupa mi verga mi amor" de algum venezuelano na
rua. Aliás, quem é de fora não tem a pífia noção do respeito que temos pelos
haitianos e eles por nós.
Nós nem sabíamos mais o que era sarampo e, nossos muros
passaram a ser adesivados com "esta casa está imunizada" para que
agentes de endemias que passassem soubessem que todos ali já foram vacinados.
Sem mencionar as vezes que os agentes de saúde do bairro pediam 'por favor'
para nós vacinarmos. Eu me senti no Antigo Egito com o sangue do cordeiro no
batente da minha porta para espantar o Anjo da Morte na hora que vi aquele
adesivo no muro da casa da minha mãe. Mas eu não estava no Antigo Egito, estava
num estado com 500 mil habitantes que por conta da imigração desenfreada viu em
2018 sua população atingir o número de habitantes esperado para 2040. Eu estava
num estado onde vi o número de furtos, roubos, assassinatos e estupros subir de
um jeito a ponto de eu deixar de amar um pouco a terra onde nasceram meus
ancestrais maternos. Eu tenho medo de morar em Roraima, eu tenho medo de sair
de casa depois das 21:00 ainda que seja pra ir a duas esquinas de casa comprar
espetinho com farofa.
Não nos importemos com a opinião de quem não sabe nada de
nós ou dos males da imigração sem freios, deixem que os grandes jornais com
jornalistas safados redigindo matérias mentirosas digam que somos ímpios,
enquanto eles não têm coragem de dizer que é o Socialismo de Chavez e Maduro
apoiado pelo preso que eles querem como presidente que trouxe isso aos venezuelanos,
e agora, os males disso aterrorizam até a nós.
Nós sabemos o que é ter um terreno invadido enquanto um
socialista membro de ONG ensina os venezuelanos a dizerem ao dono do terreno
que só sairão de lá com mandado. Nós sabemos o que é passar a noite inteira com
dor e não ir ao HGR por medo da meningite bacteriana que isolou áreas inteiras.
Nós conhecemos a impotência em vermos venezuelanos criando associação para
lutar pelos seus direitos no Brasil (?) enquanto a nós, aparentemente, nos
resta o medo. Nós sabemos que o número de venezuelanos é tão grande, mas tão
grande que, se eles pudessem votar e algum candidato fizesse campanha SÓ para
eles, ele seria eleito e entre os primeiros.
Roraima foi povoado por gente que viu no nosso pedaço de
chão uma esperança para um futuro que não existia mais em sua terra natal.
Roraima sempre abrigou quem veio trabalhar ainda que não tivesse onde dormir no
fim do dia. Nunca iríamos negar aos venezuelanos as oportunidades que demos aos
haitianos e os brasileiros de outros estados. Meu pai saiu de São Paulo e em
1981 chegou em Roraima, casou com uma Makuxi e foi pai de duas índias. Roraima
tem mais gente de fora que do próprio estado, com que direito esses apedeutas
dizem que somos xenófobos se somos filhos de imigrantes que desbravaram essa
terra quando tudo era só mato? Sempre acolhemos todo mundo. E por três anos, três longos anos ajudamos do jeito que podíamos. Há um ditado que diz que toda
caridade deve ser anônima, do contrário, é vaidade. E nada do que fizemos por
eles foi por vaidade, sempre fomos um povo generoso, sempre acolhemos quem veio
sem nada, sozinho, assustado. A nobreza em se pôr no lugar do venezuelano, que
tanto nos cobram, nós já tivemos antes mesmo das pessoas que nos xingam
conseguirem apontar Roraima no mapa do Brasil.
Não se preocupem em explicar porque não ajudamos, quando nós
sabemos que ajudamos até demais, além das nossas forças. Eu lembro de matéria
da TV Roraima de uma senhora no Paraviana que abrigou venezuelanos dentro de
casa e o marido a chamou de louca. Também lembro que Pacaraima não tinha um
homicídio há três anos e numa tarde teve dois assassinatos em plena luz do dia
no meio do comércio. Quem nos julga não sabe que venezuelanos em massa já
conhecem audiência de custódia, já falam que somos nós que temos que aprender
espanhol e não eles o Português, e não é que estavam certos? Afinal, no edital
PCRR estão pedindo espanhol para os candidatos que querem ser policiais.
Todo roraimense já sustentou a frase "mas nem
todos" e todo roraimense sabe que isso não se aplica mais ao que vivemos.
Já se foi o tempo que podíamos separar o ruim, doente e ilegal daqueles poucos
que vieram trabalhar. E que diga-se de passagem nem estão mais em Roraima. São
Paulo, Mato Grosso e Rio de Janeiro já receberam venezuelanos com nível
superior, solteiros, sem filhos, sem passagens pela polícia, com cartão de
vacina em dia e passaporte em mãos. O que sobrou para nós? Os doentes, os que
furtam, roubam, assediam, entram no crime e, ainda há os que defendem Chavez.
Eu não vi brasileiros xenofóbos em Pacaraima, eu vi pessoas cansadas, com medo,
abandonadas pelo Governo Federal enquanto assistem a construção de mais um
abrigo no estado ao passo que comerciantes de lá tem que dormir nos seus
mercados para impedir que estes sejam arrombados.
Não demos explicações a ninguém. Ninguém sabe quantos
roraimenses estão neste momento com medo, ou mutilados, ou internados depois de
espancamento, ou quantos estão de LUTO por causa da imigração.
Quem é de fora e nos critica não tem envergadura moral para
falar nada, nem a mais rasa e respeitosa crítica, pois nenhuma dessas pessoas
teve culhão ou grelo duro (como dizem as feministas apoiadores do Lula) para
apontar o nome do sistema que levou os venezuelanos à ruína ou se fez de cego e
surdo quando começamos a dizer que vivíamos à beira de uma tragédia anunciada.
Nós não devemos explicações a quem fechou os olhos para os
nossos males e só os abriu agora que estamos cansados. A essa gente que nos
critica, mas não tece(u) nenhum comentário sobre Chavez, Maduro ou o Socialismo
covarde que destruiu o país vizinho nos limitemos a dizer "vão à
merda".
(Texto de Daniele
Custódio, de Roraima)
da Redação
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