Total de visualizações de página

segunda-feira, 16 de março de 2020

A ESQUERDA QUER A INSTABILIDADE, MAS O BRASIL NÃO!


16 de março de 2020
Comunicado do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

Derrotada nas eleições, a esquerda pretende tornar o Brasil inviável para voltar ao Poder.

Os acontecimentos dos últimos anos são motivos de esperanças, mas também de apreensões.

Livramo-nos de uma seita vermelha, socialista, profundamente contrária à índole cristã de nosso povo, que estava nos conduzindo para uma situação semelhante à da Venezuela.

Derrotada nas últimas eleições, a esquerda não descansa um minuto em seu afã de tornar o Brasil inviável, de criar uma crescente instabilidade e de propalar em todo o mundo uma suposta deriva autoritária decorrente da eleição do atual presidente Jair Bolsonaro.

Em sucessivos estrondos publicitários, somos continuamente caluniados por entidades internacionais, em palestras e jornais de grande tiragem, e até mesmo em certos púlpitos e sacristias.

Contrariando a realidade, boa parte da imprensa nacional interessada em reconduzir a esquerda ao Poder faz eco contínuo a tais acusações, numa verdadeira campanha para impedir o reerguimento moral e material de nossa Pátria.

Nenhuma menção é feita ao gradual desaparelhamento do Estado, ao processo de desburocratização, ao espetacular sucesso do agronegócio, à melhoria dos índices econômicos e da segurança pública, à tranquilidade das ruas marcada pela natural bonomia do brasileiro. Nada disso interessa aos “profetas do fracasso”.

Para tais “profetas”, o alvo não é apenas o atual governo, mas também toda a reação conservadora surgida na última década no Brasil.

Há mais de 60 anos o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, grande líder católico, homem de pensamento e ação, iniciou uma cruzada ideológica em defesa dos valores básicos de nossa civilização ocidental e cristã — a tradição, a família e a propriedade —, a qual se difundiu rapidamente pelos cinco continentes, tornando-se a maior reação anticomunista de inspiração católica do mundo.

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, que assume hoje no Brasil esses ideais, continua sempre presente nas ruas e nas redes sociais, alertando a opinião pública, denunciando a esquerda e conclamando os brasileiros para uma reação autenticamente anticomunista em nossa Pátria.

Tal reação – cuja expressão mais característica pode ser sintetizada no brado em uníssono “quero o meu Brasil de volta”, ouvido nas manifestações multitudinárias —, é a recusa de uma sociedade desfigurada pela agenda da esquerda, que incluía, entre outras propostas, a aprovação do aborto, do “casamento homossexual”, da ideologia de gênero… Os brasileiros de bem se sentiam discriminados e perseguidos por aqueles mesmos que tanto falavam contra a “discriminação”.

O que nosso povo realmente quer é um Brasil fiel a si mesmo, ao seu passado glorioso, que realize o futuro promissor que lhe está destinado pela Divina Providência, progredindo sempre na obediência à Lei Natural, isto é, àquela lei que, segundo o Apóstolo São Paulo, está “escrita pelo dedo de Deus na alma do homem”.

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é apartidário, mas não pode omitir-se quando a esquerda — com o apoio de políticos, de boa parte da mídia e de líderes socialistas estrangeiros — pretende impor a “velha política”, chegando a aventar um absurdo impeachment do Presidente da República. Para isso procuram criar o desânimo e a divisão entre aqueles que se levantaram em defesa do País.

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação” (Mt 26, 41), é o que ensina nosso Divino Salvador. O Brasil se livrou de um regime que caminhava para o fim da família e o desrespeito dos valores mais caros ao Cristianismo. Incumbe-nos agora consolidar a reconquista ocorrida, confiando sempre na Divina Providência, que nunca nos faltou.

Nascido sob o Cruzeiro do Sul, tendo como primeiro ato oficial uma Santa Missa e como primeiro nome Terra de Santa Cruz — não é por acaso que o Cristo Redentor no alto do Corcovado é o monumento mais expressivo dessa realidade —, o Brasil saberá, como sempre soube, ser fiel a si mesmo e, acima de tudo, ser fiel a Deus Nosso Senhor.

Não cederemos, não recuaremos! Essa reação conservadora não veio para ser uma onda passageira, mas para marcar os séculos futuros; para denunciar e desmascarar a esquerda em todas as suas formas; e para combater, de modo firme e claro, dentro da lei e da ordem, todos os desvios que os socialistas tentaram — e continuam tentando — impor ao nosso País.

Que Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, nos mantenha firmes nesse propósito.

São Paulo, 15 de março de 2020
Instituto Plinio Correa de Oliveira



* * *

FERRADAS – Cyro de Mattos


Clique sobre a foto, para vê-la no tamanho original:
Ferradas
 Cyro de Mattos


Uma das povoações mais antigas da Bahia. Em 1815 recebeu a visita do príncipe alemão Maximiliano Alexandre Felipe. Recebeu também as visitas dos naturalistas Spix e Martius. Teve no início da civilização cacaueira baiana nome aristocrático: Vila de Dom Pedro de Alcântara.

Reconhecida como bairro mãe de Itabuna, sua história está ligada à catequese dos índios, sobressaindo-se a figura do capuchinho Frei Ludovico de Livorno, que era tido pelos desbravadores e conquistadores da terra como alguém que possuía poderes sobrenaturais. Antes de exercer missão evangelizadora entre os índios, Frei Ludovico de Livorno serviu como capelão no exército de Napoleão.

Em Ferradas, na fazenda Auricídia, nasceu Jorge Amado, o escritor mais popular do Brasil, o mais traduzido no mundo. É também berço do poeta Telmo Padilha. Na época do desbravamento, havia em Ferradas um comércio ativo, com armazéns de portas largas e tropas de burro que chegavam carregadas de cacau. A luta pela posse da terra, que acenava com as suas léguas férteis, fez do povoado cenário de crimes praticados por jagunços. Jorge Amado mostra no romance “Terras do Sem Fim” essa paisagem violenta de Ferradas, um dos domínios do coronel Horácio.

Naqueles idos, o povoado era uma rua comprida e sem calçamento. Ali tropeiros e viajantes ferravam os animais, burros e mulas, que enfrentavam estradas estreitas e perigosas, veredas pedregosas no verão, lamacentas no inverno. Dirigiam-se em suas marchas incansáveis para a Vila de Vitória da Conquista, no alto sertão. Surgiu depois do povoado o bairro de Ferradinhas. Muito depois. Há pouco menos de trinta anos surgiu outro bairro, o de Nova Ferradas, com casas populares em ruas mal traçadas e sem calçamento.

Anoto em Ferradas a paisagem monótona. Tudo é natural. Mulher janeleira como uva na parreira. Gente velha sentada na cadeira, no passeio da casa. O céu de almofadas. Casas que cochicham e espiam as ruas sonolentas. O silêncio gordo em tudo. A abelha nas flores do jardim pequeno da única praça. O ar verde das árvores nos quintais frutíferos. Passarinhos em alarido bicam a manhã luminosa. Vento morno da manhã aquece os passos do homem barbudo que entra no açougue. Longe das avenidas, ruas que não têm fim, viadutos e túneis, carros velozes que cantam no asfalto, meus passos compartilham com essa proposta de vida em andamento vagaroso.

Acho agradável o menino a brincar com os pombos no passeio da igrejinha. Todos os dias, vejo o burro que está pastando agora na praça.



Cyro de Mattos é ficcionista e poeta. Também editado no exterior. Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia. Doutor Honoris  Causa da UESC.

* * *