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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

DE ARREPIAR: Mulher Reserva Cadeira Em Seu Casamento Para Seu Falecido Filho E Noivo Faz Surpresa Emocionante

Da Redação 19/01/2018
Uma mulher residente do Estado do Alasca, Becky Turney, (EUA) perdeu seu filho de 19 anos e sofreu muito com a tragédia. Apesar da aflição e o sofrimento que ela estava passando por sua perda, a americana de 40 anos precisava seguir a vida.

Passado dois anos, decidiu se casar com o homem tão sonhado, Kelly Turney. O casamento seria um momento tão especial que ela não poderia esquecer do seu filho. Então Becky  resolveu deixar uma cadeira reservada para o seu querido filho.

“Estou no céu para o teu casamento, então o que devo fazer? Eu vou à terra para passá-lo contigo. Por isso, guarda-me um lugar, só uma cadeira vazia. Podes não me ver, mas eu vou lá estar.” – dizia uma placa na cadeira vazia, mas o que Backy não esperava era a surpresa que seu noivo preparou para esse dia muito especial algo tão lindo que a deixou literalmente sem palavras e muito emocionada.

Pouco  antes da cerimonia começar,havia um rapaz que deveria ser apresentado a noiva. O jovem de 21 anos era Jacob Kilby, ele foi ate a cerimonia de avião apenas para conhecer Becky, o Jacob reside em San Diego. A reação dela ao ver foi emocionante, Becky começou a chorar, pois já sabia do que se tratava.

Há dois anos quando seu filho  veio a falecer, seus órgãos foram doados. Esse gesto lindo que Becky teve ao autorizar a doação, ajudou a salvar pelo menos cinco vidas.  E uma das pessoas era justamente Jacob, que recebeu o coração do seu filho Triston. O plano do noivo foi arquitetado durante meses, pois foi uma maneira de fazer jacob trazer  uma parte de Triston para estar com eles durante a cerimonia.

O encontro foi de arrepiar. Becky podê escutar o coração do seu filho mais uma vez com ajuda de um estetoscópio. Mesmo ele não estando presente fisicamente, seu coração estava ali. Emocionada Becky contou: Eu estava fora de mim. Chorei como uma garotinha, não parava de pular. Foi incrível.
Nunca me surpreenderam assim. Eu sempre abro os presentes de Natal antes da hora certa. Que ele tenha conseguido fazer isso sem que eu soubesse é incrível”.



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O MEU QUARTO E ÚLTIMO EMPREGO – Francisco Benício dos Santos

O meu quarto e último emprego


            Era ao tempo eu que decorreram estes acontecimentos, Cândido Correia da Silva, negociante e possuidor de alguns haveres. Conhecia-me dos tempos de Conceição do Saco, onde tivera ele pequeno negócio.

            Resolveu mudar o seu negócio para a Rua da Lama, hoje, “doutor Seabra”, para a casa em cujo local hoje está a Farmácia Carvalho. Estava a casa pronta, só faltava a pintura. Pedi-lhe o seu consentimento para que trabalhasse como ajudante de pintor. Consentiu.

            Terminada a pintura, convidou-me para ser empregado. Aceito como uma dádiva do céu, o convite. Era seu empregado e gerente, o seu filho Thadeu, já falecido.

            Não me marcou ordenado, e eu fazia as refeições em casa de sua família. O tempo que ali passei,  não me recordo, não chegou, porém, a um ano.

            Há dias que vinha notando no meu patrão, modos grosseiros comigo, receios e desconfiança.

            Eu morava na república dos pedreiros, onde eles, aos sábados, faziam bailes, para os quais eram convidados as mundanas e rapazes desocupados. Eu também tomava parte nestas festas, pois lá morava.

            Acho e julgo que por esse motivo, gerou-se o espírito do homem, a ideia de que eu estava lhe prejudicando, ou roubando a sua casa, e começou a desconfiar de mim e por à prova a minha honestidade.

            Um dia, pela manhã, ele, acompanhado de diversas pessoas, antes de abrir o comércio, penetrou na república onde eu residia, chamou-me, e, na vista de todos os presentes e dos companheiros de morada, abriu minha velha mala, remexeu a pouca roupa que tinha (molambos e uma coberta de três contos, já usada) sem nada, graças a Deus, encontrar.

            Ficou contrariado por não ter dado resultado satisfatório a sua infeliz diligência e disse-me grosseiramente:

            - Não vá me dar um tiro na tocaia, não.

            Coitado de mim e coitado dele. Sofri imensamente. Sofri amargamente. Não sei como não sucumbi de dor e de vergonha. Santo Jesus! Quanto mais se eu fosse culpado...

            Quedei-me preso de forte depressão nervosa, com vergonha de tudo e de todos. Tinha medo da própria casa. Não podia suportar o olhar de pessoa alguma, parecia que todos me culpavam. Não sei como não tentei contra a existência. Deus é muito bom e não consentiu que eu pensasse em tal.

            Envergonhado, sucumbido, acabrunhado, resolvi ir embora. É verdade que a minha consciência estava livre, e que ninguém encontrou na minha mala nada alheio. Saí-me bem da terrível prova. Porém ficava a desfeita, a vergonha e os comentários gratuitos e levianos. 

            Disposto a ir para São Paulo, saí à noite, às ocultas, com vergonha do mundo e temendo a maldade humana, para Água Branca e para a casa de Domingos Silva, meu amigo e meu inquilino, que me acolheu carinhosamente, dando-me guarida, comida, dormida e conforto moral ao meu sequioso espírito, encorajando-me para a luta e para enfrentar a vida.

            Foi-me um grande consolo e apoio moral.

           Devo aqui consignar que, da casa de palhas, a cozinha já estava coberta de telhas e que Domingos Silva, sócio de José Kruschewsky, nela era estabelecido,  com molhados e compra de cacau.

            Encorajado e resoluto, voltei para Tabocas mais animado.

            O velho Domingos Lopes (cujo nome é dado a uma das ruas de Itabuna), era estabelecido onde está hoje a casa dos meus, com negócios de importação de fumo, toucinho e feijão, de  Teófilo Otoni, Minas. Tendo sabido da injustiça por mim sofrida chamou-me a casa e paternalmente, santamente, disse-me:

            - Coragem, rapaz, calma, e atente bem, com destemor, resignação e economia, vencem-se as maiores dificuldades da vida.

          Isso me disse com um meigo sorriso.

            - Não vá a São Paulo, fique aqui. Venda a sua casinha e bote uma “cachacinha” (um pequeno negócio).

            Fez-me imenso bem o seu conselho, foi como se um bálsamo, ou como um fluido magnético me envolvesse. Tremi, chorei e, confortado, aceitei o seu conselho santo, justo e caridoso.

            Ele fora apenas o portador da mensagem de Jesus e Nossa Senhora do Rosário, e dos meus guias, que me falaram pela boca de Domingos.

            Belo caráter, austero, nobre, justiceiro, probo e, sobretudo bom.

            Deus, lá de cima onde está o velho Lopes, lhe pague o bem que me fez cujos conselhos decidiram, de todo, o meu futuro e a minha existência. Deus ilumine e guie o seu nobre espírito.

            Também agradeço a Deus a dor purificadora, a mágoa que me causou a ignorância do meu patrão. Sem ela, sem o seu estímulo, talvez eu não tivesse despertado para o cumprimento da minha missão aqui na terra.

            Deus é muito bom. Deus lhe perdoe como eu há muito lhe perdoei e do fundo, do íntimo do meu ser, lhe perdoo o mal que me fez que sem ele eu não seria nada na terra; sua maldade é que me despertou para enfrentar a vida, com alegria e coragem.


(MEMÓRIAS DE CHICO BENÍCIO)

Francisco Benício dos Santos

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