Total de visualizações de página

sábado, 20 de janeiro de 2018

DOM CESLAU STANULA - Do laicato e dos leigos (5)

15/01/2018

Continuando as nossas reflexões sobre o Ano do Laicato, devemos passar da teoria para os casos concretos, como o leigo deve agir para cumprir a sua missão sacerdotal no meio das realidades temporais.

O ponto de partida é o nosso batismo, que é, como vimos, o comum denominador de todos os cristãos. O Batismo não é só uma cerimônia, uma simples celebração, mas é o compromisso assumido com Cristo Jesus na sua Igreja. “Viver como Jesus viveu, sonhar como Jesus sonhou, agir como Jesus agiu”. O Batismo é que nos qualifica de ser sacerdócio régio de Cristo. Este, não exige nada além de que sincronizar os nossos pensamentos e ações com os de Cristo Jesus e motivar estes, com a sua inspiração dentro da sua lei. (Por isso a pergunta constante que devemos nos colocar é: como Jesus agiria, se estivesse no meu lugar neste concreto momento?).

O professor que ensina é verdadeiro sacerdote para com o seu aluno tirando-o da ignorância e transportando para o mudo do saber (que no fim das contas é Deus).

O médico é verdadeiro sacerdote que cuida e defende a vida. Deus criou mais lindo e completo mecanismo que existe no planeta, que é a pessoa, mas “não nos deu manual de instrução”. São os médicos, a medicina, os pesquisadores da saúde, que agora escrevem este manual, prolongando a qualidade da nossa vida. Que lindo e nobre é este  sacerdócio comum dos médicos,  fiéis leigos.... (Continua)

Com a benção e minha oração.
Dom Ceslau
----

16/01/2018

O advogado que defende a verdade e luta pela verdade sem se deixar corromper com o lucro fácil da corrupção, é o sacerdote leigo que sofre, faz sacrifício, mas continua mantendo a sua dignidade e dos outros. 

O Político, que no mundo corrupto de hoje se mantem incólume, é o sacerdote que sofre pressão, e toda classe de tentações para se desviar do caminho, mas resiste ouvindo a voz de Deus, eis a sua grandeza.

O artista, poeta, ator ou escritor, que na sua maneira própria apresenta a realidade concreta e anuncia ou denuncia o que destoa da beleza do plano de Deus para com a sociedade é o sacerdote importantíssimo na sociedade. Só é precisa ser ouvido e entendido.
O Papa São João Paulo II foi mais temido pelos comunistas não por causa dos seus sermões contrários ao comunismo, mas pelo contato cotidiano com a juventude com a qual se reunia fazendo teatros, noites literárias e poéticas etc. (Famoso teatro rapsódia em Cracóvia por ele criado).

O varredor de rua, que com carinho recolhe a sujeira que nós deixamos, limpa o ambiente para nós, é o sacerdote do asseio, do mundo limpo, com Deus o criou para nós.

O agricultor que lavra a terra e com consciência procura ao máximo evitar a contaminação da sua produção rural com os toxico, que aparentemente aumentariam a produção, mas arruinariam a vida dos irmãos, é o sacerdote consciente da Casa Comum que é o mundo.  E assim por diante.

Cada um que se localize na sua área do ambiente em que vive e trabalha e descubra sua função sacerdotal para o sérvio comum de todos.  Para isto nos capacita o nosso batismo, e nos inclua ao grande Organismo místico que é a Igreja de Jesus, e nos torna seus sacerdotes. (Continua)

Com a benção de Deus e a minha oração.
Dom Ceslau.

------------

17/01/2010

Ainda, continuando os casos práticos sobre o sacerdócio comum dos leigos, temos o trecho da Sagrada Bíblia muito claro, lindo e atual para os nossos tempos. O trecho é do Livro do Deuteronômio do Antigo Testamento, referente aos juízes e julgamentos. O Moisés recebe a orientação de Deus para conduzir bem o seu povo: “Ordenei aos vossos juízes: ouvireis vossos irmãos para fazerdes justiça entre um homem e seu irmão ou o estrangeiro que mora com ele. Não façais acepção de pessoas no julgamento: ouvireis igual modo o pequeno e o grande. A ninguém temais, porque a justiça é de Deus”. (Deut. 1, 16-17).

Hoje, pela complexidade das questões, infinidade das leis, as vezes até contrarias às leis naturais, leis de Deus, a tarefa do juiz se torna muito difícil. Caminha entre duas pressões: de um lado a pressão das potências econômicas, midiáticas e políticas e, de outro lado a consciência bem formada na lei natural e divina, e o seu juramento de honestidade. Precisa muita força e fé em Deus para seguir incólume entre todas as pressões, tentações e conveniências. Feliz quando não se deixa corromper, abalar e vencer, e segue a sua consciência, para o bem da sociedade, consciente que a justiça é de Deus e que age em determinado momento, em seu nome (em nome de Deus). É também o ministério do sacerdócio comum a serviço do bem comum.

Uma benção especial de Deus e a minha humilde oração. Uma repousante noite.
Dom Ceslau.

------
18/01/2018

O Ano do laicato reanima os fieis leigos

Os leigos estão na linha mais avançada na vida da Igreja. Eles têm como vocação própria,  procurar construir o Reino de Deus, exercendo funções do mundo, trabalhando entre as realidades temporais, reatando as relações interpessoais, agindo na arena política etc. Para isto os chama, os habilita o batismo que receberam. Todos, mas principalmente os leigos devem ser “sal da terra e luz do mundo (Mt,5 13.14).  Levar a luz de Cristo onde o ministro ordenado não pode chegar. No mundo vivem o seu sacerdócio comum.

Para melhor desempenhar o sacerdócio comum os fiéis, contam com a ajuda o sacerdócio ministerial com quem estão ligados intimamente.  O sacerdócio ministerial, tem a missão, além daquela que vem do batismo, ainda por uma consagração especial que recebem pela ordenação sacerdotal, explicar aos fiéis a vontade de Deus no dia a dia, evangelizar, celebrar Eucaristia, e confortar-nos com os sacramentos. Assim juntos prestar o louvor eterno de Deus.

Neste sentido a Igreja por meio do Pontifício Conselho “Justiça e Paz” elaborou o Compendio da Doutrina Social da Igreja, (no Brasil a edição Paulinas, 2005) que é o guia para o cristão seguir, semeando o bem e testemunhando a Cristo, no meio das realidades temporais neste mundo.

Um grande abraço com a minha benção e oração para que eu possa ser bem entendido e você enriquecido com estas reflexões.
Dom Ceslau.

................

Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

* * *



EM JOÃO PESSOA ‘A MEMÓRIA É UMA ESPÉCIE DE CRAVO FERRANDO A ESTRANHEZA DAS COISAS’

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Lau Siqueira nasceu em Jaguarão (RS), mas atualmente reside na Paraíba. Siqueira publicou 7 livros, quais sejam: “O Comício das Veias”, Editora Ideia, 1993; “O Guardador de Sorrisos”, Editora Trema, 1998; “Sem Meias Palavras”, Editora Ideia, 2002 e “Texto Sentido”, Editora Bagaço, 2007, todos esgotados.

Pela Editora Casa Verde, de Porto Alegre, publicou “Poesia Sem Pele”, 2011, “Livro Arbítrio”, 2015 e “A memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”, lançado em dezembro de 2017 em Jaguarão e Porto Alegre (RS). Teve poemas incluídos em importantes antologias no Brasil, Portugal, Argentina e Moçambique. Tem poemas traduzidos para outros idiomas e escreve para jornais, blogs, portais e revistas.

“Em João Pessoa será no dia 2 de fevereiro, a partir das 19 horas, na Budega Arte Café, um lugar onde tem acontecido muita coisa importante na arte contemporânea da Paraíba.”

Boa Leitura!

Escritor Lau Siqueira, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais o encanta na arte poética?

Lau Siqueira - Definitivamente, são os estranhamentos. As provocações que muitas vezes encontramos num único verso. Muitas vezes, até mesmo o que eu não entendo direito e de certa forma nem sei como me ganhou,provoca um imenso prazer estético. A emoção inesperada é indescritível para um leitor. Um prazer sem parâmetros fora da leitura. Tem texto que desafia o leitor, e isso é o que mais me interessa na poesia. Isso não significa que esse encantamento venha de uma imensa complexidade.
Algumas vezes vem da simplicidade, ainda que a simplicidade seja exatamente o que há de mais complexo. Mas, observe por exemplo esses dois versos de James Joyce: “O vento indomável que passa não vai mais/ Voltar, não vai voltar.” Há um tipo de deslumbramento aí que leva você a pensar que ele não está falando exatamente do vento. E realmente não está. O vento é só o motivo. Esses versos estão como epígrafe no meu livro.

Apresente-nos o processo para seleção dos textos que compõem o seu livro “A memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”.

Lau Siqueira - Na verdade nunca levo muito a sério qualquer critério para a seleção dos textos nos meus livros. Escrevo de forma quase compulsiva com silêncios absurdos, às vezes. Quando escrevo um poema e sinto que ele não se completou, não tenho o menor pudor em rasgar ou deletar. Trabalho num poema enquanto vejo nele uma possibilidade. Quando não, tanto faz o tempo que tenha investido na criação. Elimino imediatamente. Acredito que em todos os meus livros aconteceu praticamente o mesmo processo. No mais, não tenho compromisso com temáticas e apenas vou escrevendo. O desafio é a linguagem. As domas da palavra. A forma é o conteúdo. É como se eu estivesse escrevendo um único livro publicado em capítulos. Assim, quando vou finalizar o livro me importo menos com isso. É como se cada poema tivesse vida própria. Como se cada poema justificasse o livro. Um processo, aliás, que se dá quase que naturalmente, com poucas intervenções mais objetivas.

Como foi a escolha do título?

Lau Siqueira - Eis a parte mais difícil. Até porque comecei a escrever esse livro com outro propósito. Seria outro livro, bem diferente. Era para atender o convite de outra editora com uma proposta muito específica. No meio do caminho mudei tudo, e o título que eu tinha para o outro livro perdeu o sentido. Então comecei a recompor tudo, escrever outros poemas, até decidir colocar um ponto-final. Mas, e o título? Eu tinha ficado sem perspectiva de título com as mudanças. Essa, talvez, tenha sido a parte mais difícil. Foi então que percebi o quanto a estrofe de um poema completava o meu olhar sobre o conjunto da obra. Daí, resolvi bater o martelo e a editora topou.

Quais temáticas estão sendo abordadas nesta obra literária?

Lau Siqueira - Na verdade, a minha preocupação maior é com a forma. Gosto de desconstruir meus próprios motivos. Os temas abordados são o que menos importa. No entanto, parece que tem sido uma tendência nos meus últimos livros. Vou realizando rupturas sequenciais, mas sempre com um pé na filosofia, no minimalismo, abordando o tempo, a condição humana, a vida contemporânea. Os temas realmente dialogam com o momento vivido. Ah, também, este talvez seja o meu livro com o maior número de poemas eróticos. Ainda escrevo um livro apenas com poemas eróticos ou mesmo pornográficos. Acho desafiador demais. Difícil demais não cair na mesmice e na vulgarização da própria linguagem poética.

Como foi a escolha da imagem para capa?

Lau Siqueira - A Editora Casa Verde cuida muito bem disso para mim, mesmo me consultando sempre. Por isso as escolhas não são difíceis. O projeto gráfico e a capa são assinados pelo poeta Roberto Schmitt-Prym, um dos mais competentes profissionais da área que conheço. Ele convocou a artista plástica Bianca Santini para fazer um desenho abstrato, conforme eu tinha solicitado e, particularmente, adorei o resultado. As três capas dos meus livros pela Casa Verde são excelentes. Criativas, diferenciadas. Portanto, o contato com esses profissionais me tranquiliza. A editora Laís Chaffe cuida de tudo com muito profissionalismo.

O que mais o encanta em “A memória é uma espécie de cravo ferrando a estranheza das coisas”?

Lau Siqueira - O que mais me encanta é conseguir fazer um livro viável, do ponto de vista do custo da edição.Mesmo estando radicalmente fora dos grandes esquemas de distribuição e das grandes editoras. Mesmo sem grandes atenções da mídia. Temos vendido por e-mail, e sempre existe a possibilidade de um novo lançamento. Essa “sustentabilidade” é desafiadora, mas me encanta. Ou seja: sem patrocínio, meus livros vão sendo pagos pelos leitores e leitoras aos quais sou sempre muito grato.

Sabemos que todos os textos publicados na obra o marcaram de forma peculiar e enigmática. Cada texto é um pedacinho do Lau Siqueira. Apresente-nos um dos textos publicados no livro.

Lau Siqueira - Tem um texto que responde de forma mais objetiva essa questão. É o poema “Sessenta”, um longo poema que escrevi no dia em que completei 60 anos. Mas vou colocar aqui o poema “Tapera”, bem mais curto:

“O tempo é uma casa
desabitada e esquecida
no meio da estrada.

Quem passou por ela
e viu apenas uma
casa, na verdade não
viu nada.”

Comente o momento da criação deste texto.

Lau Siqueira - Eu tenho viajado muito pelo interior da Paraíba a trabalho. Gosto de fotografar e então fotografo muita coisa. Paisagens, pessoas, imagens aleatórias. Muitas dessas fotografias acabam virando poemas. Certa vez, nas minhas “andanças sertânicas”, me deparei com uma casa abandonada. Era tão significativa aquela imagem entre pedras e mandacarus, que eu parei e fui tragado pelo que vi. Depois, já no computador e revendo aquela imagem, comecei a pensar no que representava tudo aquilo. Aquela confluência enorme de linguagens habitando uma imagem de abandono. Comecei a pensar nas pessoas que circularam por ali, suas vidas, suas tragédias, suas vitórias... quem sabe? Assim nasceu esse poema. É um olhar sobre o abandono, o imperceptível.

Após o lançamento do livro no Rio Grande do Sul, teremos lançamento da obra em João Pessoa. Qual o dia, horário e local do evento?

Lau Siqueira - Em João Pessoa será no dia 2 de fevereiro, a partir das 19 horas, na Budega Arte Café, um lugar onde tem acontecido muita coisa importante na arte contemporânea da Paraíba. Em dezembro, fiz dois lançamentos no Sul: em Jaguarão e Porto Alegre. Depois de João Pessoa, vamos ver onde mais é possível. Já existem alguns lançamentos previstos em Natal (RN), Maceió (AL) e Aracaju (SE). Com calma, vamos vendo onde mais poderemos promover o livro.

Por quanto será comercializado o livro no local do evento?

Lau Siqueira - Nos lançamentos têm sido vendidos a R$ 30,00 à vista; no cartão, R$ 32,00.

Quem não puder comparecer, como deve fazer para comprar o livro?

Lau Siqueira - A editora também está recebendo pedidos por e-mail: casaverde@casaverde.art.br ou lchaffe@gmail.com. Aliás, na editora os meus três últimos livros estão disponíveis. Recomendo não apenas por serem meus livros, mas por representarem um tipo de resistência ao mercado formal do livro que tanto tem excluído a literatura brasileira contemporânea.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Lau Siqueira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Lau Siqueira - Estejam atentos e atentas às ebulições da literatura brasileira. Claro que alguns dos “jovens escritores” já vêm de uma longa estrada, como eu. Mas, uma novíssima geração vem escrevendo com muita qualidade. A novidade é que no mundo machista dos livros nunca vi tanta mulher escrevendo tão bonito. Não deixe de comprar livros. Leia, mas também presenteie amigos e amigas. Surpreender alguém com boa literatura é sempre um tipo de sedução. Que tal começar com meus livros?

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura



* * *

LUZES - Mauricio Pareja

Luzes


As portas agora se abriram. Não há mais resistência, nem gravidade, nem trevas. Você despertou de um sono profundo através dos cristais de luz. Não há mais diferenças, tudo isso já passou.
Você cresceu e já pode desfrutar dos sonhos mais profundos, dos desejos mais puros.

Agora, você está brilhando como se fosse chama da salvação. Não se orgulhe, nem erga seu ego, pois essa luz brilhante é para iluminar o caminho de seus semelhantes. É preciso que você viaje para dentro de si mesmo e lá enxergue a luz divina, a centelha de esperança que o traz à tona para trabalhar como guerreiro do bem, brandindo sua espada de luz, salvando seus irmãos carentes, necessitados e famintos.
Sua luz cura, e muito.

Não tema as boas novas, nem a elevação do saber. O conhecimento dignifica e amplia sua magnitude. Nada poderá detê-lo quando buscar as chaves do bem, para abrir os portais de luz. Faça com que cada dia seja um dia feliz. Quando disso duvidar, creia nas palavras dos grandes mestres e sábios.
Espelhe-se nas experiências desses seres celestiais e aprenda o caminho a seguir.

Não pense que será coberto de pétalas de flores, nem tampouco sugira a si mesmo que seja ordenado a andar sobre adagas. Lembre-se de que você é humano, portanto, viva como tal, e não perca o passo de sua jornada. Viaje para o interior de seu ser e descubra lugares e situações que você jamais sonhou.
Estando na luz, na sua presença sempre estará o Criador para acalentar-lhe quando necessitar.

Oh, pequena criatura!  Seja como criança, cheia de vida e vontade de crescer, de conhecer, de saber. Não perca essa preciosa chama de luz e de cores que lhe foi oferecida. Sua jornada representa glória a muitos de seus irmãos!

Faca com que sua luz radiante esteja em todo o tempo e lugar, na bem-aventurança de seu ser, que foi criado a imagem e semelhança de Deus...

(Mauricio Pareja)


"Gotas de Crystal" <gotasdecrystal@gmail..com>

* * *