O
poeta Álvaro Alves de Faria foi distinguido com o Prêmio “POESIA E LIBERDADE
Alceu Amoroso Lima”, de 2018, pelo conjunto de sua obra poética. O prêmio será
entregue no dia 5 de dezembro, no Centro Alceu Amoroso Lima – o Tristão de
Athayde -, da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. O poeta é autor
de mais de 50 livros no Brasil, especialmente de poesia. É também autor de
peças de teatro. Álvaro Alves de Faria se considera um militante da poesia,
desde os tempos de “O Sermão do Viaduto”, nos anos 60, quando realizou 9
recitais no Viaduto do Chá, em São
Paulo, com microfone e quatro alto-falantes.
Por esse
motivo foi detido cinco vezes pelo Dops. O Sermão do Viaduto acabou proibido.
No final dos anos 70, também foi proibido pela censura seu livro “4 Cantos de
Pavor e alguns Poemas Desesperados”. Sua peça “Salve-se quem puder que o jardim
está pegando fogo”, que recebeu o Prêmio Anchieta para Teatro, na época um dos
mais importantes do país, também foi proibida de encenação nos anos 80 e
permaneceu censurada por 8 anos.
Em 1969,
o poeta foi preso por 11 meses, como subversivo e por desenhar os cartazes do
então Partido Socialista Brasileiro. Três anos depois, levou um tiro no ouvido
e tem até hoje na cabeça a bala calibre 38, como herança da ditadura militar.
Ao longo do tempo, dedicou-se por 15 anos à poesia portuguesa. Tem 19 livros de
poesia publicados em Portugal e 7 na Espanha, além de participar de mais de 50
antologias de contos e poesia no Brasil e no exterior. O Prêmio POESIA E
LIBERDADE é um dos mais importantes e significativos do Brasil no
reconhecimento de uma obra poética que sempre foi testemunha de seu tempo, num
ato de resistência.
Antes do
poeta Álvaro Alves de Faria receberam o prêmio “POESIA E LIBERDADE Alceu de
Amoroso Lima” os poetas João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Adélia
Prado, Paulo Henrique Brito, Armando Freitas Filho, Marco Lucchesi, Antonio
Cícero e Leonardo Fróes.
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