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sexta-feira, 13 de abril de 2018

PROFECIA EM PALAVRAS - Gillian Macbeth-Louthan


Nós profetizamos o futuro pelas palavras que falamos no presente. As nossas palavras são sempre uma profecia auto realizável. Não plantemos sementes negativas, profetizemos apenas o bem e a intenção do bem. Nós podemos cancelar os melhores planos estabelecidos do Universo através das nossas palavras negativas e devaneios negativos.

A morte e a vida são o poder das nossas palavras. Nós teremos aquilo que dizemos. As nossas palavras vão dar vida exatamente àquilo que dizemos. Quando falamos estamos dando vida ao que estamos dizendo, estamos plantando uma semente. Nós vamos obter exatamente aquilo que estamos falando. As palavras são como as sementes: elas têm poder criativo. Nós somos o que somos hoje por causa das palavras que dissemos no passado.Todas as nossas palavras se tornam uma profecia auto realizável.

Ouçamos o que dizemos sobre nós mesmos. Pensamentos negativos não precisam tornar-se palavras negativas. No momento em que se diz algo abertamente isso ganha todo um novo significado e toda uma nova energia. Se não gostamos do que estamos vivenciando, comecemos a mudar as nossas palavras. É melhor não dizer nada do que dizer algo negativo. As palavras negativas anulam os planos de Deus, estão praguejando contra o nosso futuro, estão praguejando contra a nossa vida. Podemos usar as palavras para praguejar contra a nossa vida ou podemos usar as palavras para abençoar a nossa vida.

Digamos palavras de fé; declaremos a proteção de Deus na nossa luz e no nosso coração. Mudemos a atmosfera de todos os lugares onde vamos com as nossas palavras!Clamemos o bem! Clamemos a luz! Clamemos o amor! Clamemos por ajuda divina! Não falemos de problemas, falemos de soluções. Não somos repórteres das nossas histórias, mas protagonistas das nossas vidas.Devíamos clamar o invisível como se ele fosse realmente visível. Clamemos aquilo que nós desejamos! Clamemos com palavras cheias de fé! Clamemos com luz!

Mudemos o mundo à nossa volta mudando nossas palavras. A morte e a vida estão no poder da nossa língua. Estamos gerando ou estamos destruindo? As circunstâncias alinham-se com cada palavra que dizemos. As nossas palavras são profecias auto realizáveis. Nós somos os criadores de nossas próprias circunstâncias. O que criarmos através de nossas palavras, nós podemos alterar. Quando reagimos negativamente a mudanças repentinas e ao caos na nossa vida estamos atrasando o propósito da criação. Se aceitarmos o caos como uma oportunidade para a elevação espiritual, então a dor desaparecerá. O nosso próprio comportamento determina em que universo entramos. A profecia é ver o futuro nas nossas ações presentes.

"Gotas de Crystal" gotasdecrystal@gmail..com


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CANSAÇO - Carlos Nejar

Cansaço 
Estamos num tempo cansado, tempo que não sabe mais o que fazer de si, como não sabemos mais o que fazer ou esperar da Justiça. Outro dia, houve o julgamento de um habeas corpus de um ex-presidente. E o nobilíssimo Supremo Tribunal Federal revelou quanto a Justiça se mostra exaurida. E para não julgar, com exceções, deve estar pronta para longas férias na República. Talvez por estresse, talvez por interesses ou pressões. Pois não vi antes um habeas esquecer provas e condenações de colegiados jurisdicionais. Todavia, recordo os versos de Gonçalves Dias: “Meninos, eu vi!”

Antes o Supremo era o último baluarte da cidadania, hoje tende a ser — salvo melhor juízo, e o juízo é sempre mutável —, por tal benesse, um baluarte dos poderosos. Diz a digna presidente do Egrégio Tribunal que o tratamento ao ex-presidente é igual a qualquer um. Mas jamais vislumbrei, qualquer um, de repente, receber o benefício do salvo-conduto até o próximo julgamento. E os ministros do Supremo Tribunal Federal deram à ministra Rosa Weber a tranquilidade de exercitar a incoerência. As posições do plenário vão mudando com as estações, ou ventos. Ou as águas das constantes chuvas de violência que alagam a nação.

É humano que o Supremo canse, é humano que ele mereça solenes e incessantes férias. E é previsível até que algum dos julgadores peça vista dos autos e prolongue infinitamente o julgamento, pois a incoerência nasce da exaustão e a exaustão, do peso de julgar, nada valendo as anteriores decisões. Talvez também por serem todos os julgadores míopes, e só o Supremo saiba, tenha a claridade bem-aventurada na retina. “Não vai a Roma quem quer, mas quem pode” — advertia Machado de Assis. Todo esse processamento desvela um aspecto, além do cansaço, dos que são mais iguais diante da lei e os menos iguais — o mais não passa de remendo velho em pano velho.

Muitos aguardavam que viesse um vinho novo, um resultado de equilibrada justiça, a certeza de que ninguém está acima da Constituição. Já o tal salvo-conduto nos deixou atônitos, por inexistir precedente. Agora assistimos ao que vier, tristes, sem laivo de esperança. Porque o cansaço do Supremo, com exceções, é o cansaço supremo da Justiça, o recuo, o desabar de mais altas tradições. Se não falta coragem, falta fôlego. Se não falta fôlego, falta a ousadia no presente, que é sem futuro.
O Globo, 02/04/2018

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Carlos Nejar - Quinto ocupante da cadeira nº 4 da ABL, eleito em 24 de novembro de 1988, na sucessão de Vianna Moog, foi recebido em 9 de maio de 1989 pelo Acadêmico Eduardo Portella.

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