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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SONHO DOURADO – Por Geraldo Carneiro

Sonho dourado

 Sempre cultivei um sonho dourado: quando eu ficasse velho, queria ser guia turístico do Jardim Botânico.

Mas meu sonho, como tantos outros, fracassou. O Jardim Botânico está cheio de plaquinhas em português e inglês, explicando quase tudo. E, como se não bastasse, é dirigido por Sérgio Besserman Vianna, que é muito culto, sabe esclarecer os visitantes sobre os babados da chegada de Dom João VI ao Rio, fugindo das tropas de Napoleão.

Só me restaria explorar alguns detalhes, como o merecido prestígio da Caesalpinia echinata — ou pau-brasil, para os íntimos. Dizem que o pau-brasil tinha uma resina da qual se extraía uma tinta de cor avermelhada, muito em moda na Europa. Por isso portugueses e franceses — que sempre foram fashionistas — vieram saquear nossa Mata Atlântica. Segundo os estudiosos, havia cerca de 70 milhões dessas árvores na costa do Brasil. Hoje é raro encontrar uma única por aí, a não ser na poesia de Oswald de Andrade. Com o perdão do trocadilho, é uma árvore ex-tinta.

Se eu fosse guia, indicaria para refúgio dos namorados o Mirante da Imprensa — até o nome é sugestivo —, espécie de coreto construído diante do Lago Frei Leandro, de onde se pode enxergar as vitórias-régias, o Cristo Redentor e, conforme a voltagem da paixão, uma boa parte do infinito.

De volta às maravilhas do mundo real, o visitante achará a Fonte de Eco e Narciso, cuja história completa não consta da plaquinha. As duas figuras, inspiradas num personagem da mitologia grega que se apaixona por si mesmo — o que é muito comum hoje —, foram esculpidas para o Passeio Público, por Mestre Valentim, no fim do século XVIII. Depois removidas para o Jardim Botânico, mas mantidas uma distante da outra. Só mais tarde foram reunidas, por campanha promovida pelo admirável Antonio Callado, glória da literatura brasileira, que está completando cem anos de nascimento.

O ponto alto de minha visita guiada, no entanto, seria a fachada da Escola Imperial de Belas Artes. Quando eu era menino, pensava que aquilo fosse um palácio fantasma. Depois descobri que aquele misterioso portal fora desenhado pelo arquiteto Grandjean de Montigny. Ele veio ao Brasil com a Missão Francesa, para ensinar nossos artistas a imitar o estilo mais moderninho da época, o neoclassicismo. Com a demolição da escola, sua fachada foi transferida para o JB.

Segundo cronistas, Grandjean de Montigny acabou por radicar-se no Rio e adotar os costumes locais. Botou pra quebrar durante o entrudo de 1850, em que os foliões arremessavam uns nos outros baldes d’água, limões de cheiro, ovos, lama, o diabo. Graças à brincadeira, o francês contraiu uma infecção e faleceu pouco depois, no início de março. Em suma, Grandjean tornou-se tão carioca que morreu de carnaval.
O Globo, 13/08/2017

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Geraldo Carneiro - Sexto ocupante da Cadeira 24 da ABL, eleito em 27 de outubro de 2016, na sucessão de Sábato Magaldi e recebido em 31 de março de 2017 pelo Acadêmico Antonio Carlos Secchin.

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COM APARECIDA - Por Rute Caldas

Imagens ICAL

COM APARECIDA
 (Música a Nossa Senhora Aparecida)


Com Aparecida eu quero andar,
Com muita fé, disposição e oração,
Para levar Jesus aos meus irmãos
E encontrarmos a salvação!


Aparecida no rio foi achada,
Achada ela está em nossos corações!
Por isso é que podemos dizer que não podemos viver sem você (bis)


É a Padroeira do Brasil
Que foi achada num rio,
Por isso é que até hoje  é venerada como Nossa Senhora (bis)


Aparecida, hoje estamos aqui
E pedimos a sua proteção,
Para fazer sempre o bem ao irmão
E pedirmos a sua proteção!


Porque a vida não é só curtir
Tem que parar, para refletir,
E saber que só Jesus é o Caminho, a Verdade e a Fé! (bis)



Rute Caldas

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PAULINA CHIZIANE, PELA PRIMEIRA VEZ NA BAHIA

FLICA 2017

Candidata ao Prêmio Nobel da Paz em 2005  participa da Flica em outubro


Com um vasto histórico na defesa de causas que lhe caras, como a justiça e igualdade nas relações humanas, Paulina Chiziane virá à sétima edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que acontece entre os dias 5 e 8 de outubro. Reconhecida como a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, a escritora compõe a mesa “A Máxima Potência que Habita as Palavras”, no sábado, dia 07, que terá a mediação de Lívia Natália e a participação de Elisa Lucinda.

Autora de trabalhos em forma de romance, conto e drama, ganhou o prêmio José Craveirinha pela obra "Niketche", em parceria com Mia Couto; a Ordem Infante Henrique, pelo governo português; a Ordem de Oficial do Cruzeiro do Sul, pelo Governo do Brasil; e o  troféu Raça Negra, edição 2014. Sua obra foi traduzida em vários idiomas, com homenagens nacionais e internacionais, transformadas em dramaturgia, dança, música, artes plásticas e radionovela.

Seu primeiro livro foi lançado em 1990, o romance "Balada de amor ao vento". Também é autora dos romances "Ventos do apocalipse" (1992), "O sétimo juramento" (2000), "Niketche – uma história de poligamia" (2002) e "O alegre canto da perdiz (2007)”. Em 2008 publicou o livro de contos "As andorinhas".

"As heroínas sem nome", em coautoria com a angolana Dya Kassembe (2008), e "Quero ser alguém" (2011) são seus livros de entrevistas. Escreveu também os ensaios "Na mão de Deus", em coautoria com Maria do Carmo da Silva (2012), Por quem Vibram os Tambores do Além, com coautoria de Rasta Pita (2013), e "Ngoma Yethu”, com Mariana Martins (2015). Também é autora do drama "Ocupali" (2016). Este ano, lançou os versos poéticos "O Canto dos Escravos".

Sua obra lhe valeu a nomeação como uma das mil mulheres pacíficas do mundo pelo Movimento Internacional de Paz, One Thousand Peace Women, 2005, publicações de contos em jornais da Europa, Ásia, Africa e América, e participação em conferências de arte e literatura em Moçambique e em diferentes universidades da Europa, Ásia, Africa e América.

Em 2005, foi candidata ao Prêmio Nobel da Paz pelo movimento One Thousand Peace Womem for Nobel Prize, em reconhecimento ao seu trabalho de escrita militante pela causa da justiça e igualdade nas relações humanas do seu país, reconhecimento do trabalho social na promoção da mulher e dos grupos esfavorecidos.

Flica 2017 - A sétima edição da Flica, entre os dias 5 e 8 de outubro, segue trazendo para o Recôncavo Baiano influentes nomes da literatura nacional e internacional, com programação para adultos e crianças. Em 2017, estão programados debates literários, lançamento de livros, exposições, apresentações artísticas, contações de histórias e saraus.

A festa costuma atrair mais de 20 mil visitantes a Cachoeira. Uma novidade deste ano será a curadoria. O escritor e jornalista Tom Correia assume a função ocupada, em 2016, por Emmanuel Mirdad, um dos idealizadores e coordenador geral da Flica.
  
O Governo do Estado da Bahia apresenta a Flica 2017. O projeto é realizado pela Cali e Icontent e tem patrocínio do governo, por meio do Fazcultura, e apoio do Hiperideal, Coelba e da Prefeitura Municipal de Cachoeira.

Serviço
Festa Literária Internacional de Cachoeira - Flica 2017
​Quando: ​5 a 8 de Outubro 
Onde: Cachoeira/Ba


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