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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA ARTES & LITERATURA PERDE SEU MAIS NOTÁVEL COLABORADOR.


Dia 18/02/2019 pp, faleceu o Poeta Oscar Benício dos Santos, grande colaborador e incentivador da ICAL, aos 83 anos, no auge da criatividade poética. Após 5 meses de luta pela vida, ele entregou a alma placidamente, cercado pelos seus filhos e netos. Seu corpo foi sepultado no jazigo da família Benício dos Santos, no cemitério Campo Santo, em Itabuna/BA.

Itabuna Centenária-ICAL, comovida, presta uma homenagem ao grande amigo que tanto contribuiu para o crescimento do blog e grandeza de Itabuna, sua terra natal.

Descanse em paz, amável poeta!
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SOBRE O POETA:
Oscar Benício dos Santos nasceu em Itabuna BA no dia 08 de dezembro de 1926, filho do desbravador de Itabuna e historiador Francisco Benício dos Santos e de dona Adelaide. Estudou em Itabuna e depois em Salvador no Instituto Baiano de Ensino e no Colégio Maristas. Fez o curso de Odontologia na Faculdade Federal da Bahia. Ao se formar montou consultório em Salvador e também cuidava das suas fazendas de cacau em Itabuna e de gado em Itaju do Colônia. Aposentou-se e passou a residir na Fazenda Guanabara de sua propriedade, em Itabuna. É autor do livro CACAU EM VERSOS lançado com grande sucesso na 1ª Feira Universitária do Livro da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC no dia 21/10/2013.

Cacau em Versos foi indicado pela UESC para ao Prêmio Portugal Telecom de Literatura/2014.

Oscar Benício dos Santos faleceu no dia 18 de fevereiro de 2019.

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"CACAU EM VERSOS é um belíssimo álbum, com ilustrações magníficas. Cada verso ali impresso é como uma gota de suor. É como uma chama que o caçula de Dona Adelaide e do historiador e desbravador Francisco Benício ficou encarregado pelo destino de manter acesa. Para iluminar Itabuna e fazê-la vibrar na esperança de que dias melhores virão..." 
(Eglê S Machado)

Existem vários textos da obra de Oscar Benício dos Santos postados no Blog Itabuna Centenária, Artes & Literatura- ICAL. https://cemanosdeitabuna.blogspot.com

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Foto: Itabuna Centenária – ICAL 



De Luta e Razão

Dueto formando espontaneamente entre os poetas Oscar Benício dos Santos e Eglê S Machado através de comentários, a partir de uma trova postada no Facebook.

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DE LUTA E RAZÃO...

E NESTA LUTA RENHIDA
QUERO MANTER A RAZÃO,
SEMEANDO FÉ NA VIDA
E AMORES EM PROFUSÃO!...

Eglê S Machado

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“E nesta luta renhida”,
Batalha que não tem fim,
É a da morte contra a vida
E desta a favor de mim.
(Oscar)

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“É a da morte contra a vida”
Uma luta sem igual,
Que excede toda medida
E jamais chega ao final!...
(Eglê)

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“E jamais chega ao final.”
Ah! Que nos dera fosse assim,
Claro, com de Deus o aval,
E a vida não teria fim.
(Oscar)

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“Claro, com de Deus o aval”
Chegamos à Eterna Glória,
O que é mesmo, afinal,
Da vida a GRANDE VITÓRIA!...
(Eglê)

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“Da vida a Grande Vitoria”
 Não está em fugir da Morte,
 Mas esquecer-se da sorte,
 Que é só, somente, ilusória.
(Oscar)

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“Mas esquecer-se da sorte”
Mantendo a essência serena,
Pois logo que chega a morte
Entramos na VIDA PLENA!...
(Eglê)

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 “Entramos na vida plena”

Ao sairmos da gaiola,
Livres da vida terrena
Voamos pela portinhola.

(Oscar)

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“Voamos pela portinhola”
-  Que imagem mais bonita!
E vamos dar cabriola
Na imensidão infinita!...
(Eglê)

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“Na imensidão infinita”
Almas se perdem nos céus,
Mas se encontram com Deus
Na Sua morada, onde habita.
(Oscar)

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“Na Sua morada, onde habita”,
O nosso Deus soberano
Livra-nos de sofrer dano
Porque em nós acredita!...
(Eglê)

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“O nosso Deus Soberano”
Reina só, mas não é Rei.
É o Superior Decano,
Que rege a Divina-Lei.
(Oscar)

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“É o Superior Decano”
Rege a Lei e a nossa vida,
É nossa meta querida
E jamais comete engano!...
(Eglê)

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“E jamais comete engano”.
E por não compreendê-lo
Aqui não lhe faço um apelo
Pois poderia ser profano.
(Oscar)

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“E por não compreendê-lo”
Sofremos de desencanto
Neste terrível duelo
Entre o mendaz e o santo!...
(Eglê)



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APRENDENDO A JOGAR NO INÍCIO DO GOVERNO - Ana Maria Machado


Chegamos à metade dos tais cem dias de lua de mel do governo. Teve de tudo : Davos, caso Queiroz/Flávio, cirurgia, Brumadinho, pacote penal, circo no Senado, incêndio no CT do Flamengo, laranjal no PSL desmentido, fritura. E o país, como na canção: vivendo e aprendendo a jogar.

Estamos todos aprendizes. Eles, a governar. Nós, a sermos governados por algo diferente. Com a perspectiva de um Estado menor. Um ministério com menos sindicalistas e mais militares. Situando-nos em outro mapa. Alguns, a desconfiar que talvez exista um caminho liberal, diverso do ideal socialista da esquerda e do autoritarismo da direita. Talvez, abandonar rótulos e ofensas da história recente e reconhecer que andamos chamando o centro de direita, que FH é diferente de Bolsonaro, Tony Blair não era Thatcher, Clinton não era Trump, Macron não é Le Pen. E, a partir daí examinar o que estamos vivendo.

Por um lado, há recuos sensatos. Declarações atabalhoadas dão espaço a teleprompter e porta-voz. Já o Twitter…

Nas relações exteriores, a realidade mostra os riscos de bravatas. A ambiguidade em relação à intervenção militar na Venezuela periga ter consequências nefastas. Restrições árabes às exportações brasileiras ensinam a ir devagar com o andor a caminho de Jerusalém.

Por aqui, Brumadinho e os efeitos do temporal no Rio provam que cuidado com meio ambiente é coisa séria, vai muito além de retórica ou indústria de multa. Também a tragédia no Ninho do Urubu reforça o dever e a responsabilidade de prevenção, manutenção, fiscalização.

Num governo com reduzida base de apoio no Congresso, as redes sociais entram em campo. Senadores fotografam e postam seus votos — que o STF, cumprindo a lei derretida, determinara que fossem secretos. Dão uma surra nos velhos caciques. Algo diferente de ganhar no grito e na manobra.

O Globo, 18/02/2019

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Ana Maria Machado - Sexta ocupante da Cadeira nº 1 da ABL, eleita em 24 de abril de 2003, na sucessão de Evandro Lins e Silva e recebida em 29 de agosto de 2003 pelo acadêmico Tarcísio Padilha. Presidiu a Academia Brasileira de Letras em 2012 e 2013.

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