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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

RATAZANAS DEVEM SER EXTERMINADAS - Mario Sabino

Ratazanas devem ser exterminadas
18 de Novembro de 2016
Por Mario Sabino

Muitos cidadãos que bradaram contra o PT e pediram o impeachment de Dilma Rousseff relutam em voltar às ruas para evitar que o PMDB e partidos aliados melem a Lava Jato. Não porque sejam peemedebistas; não porque achem Michel Temer um ótimo presidente; não porque estejam felizes com a nossa situação econômica.

Os cidadãos relutantes têm medo de que o país não consiga superar a queda de outro presidente, se tal for o caso. Ter medo, no entanto, significa dar aval para que a Lava Jato seja ferida de morte pelas ratazanas do Congresso.

O medo dos cidadãos relutantes é alimentado por colunistas que atacam os procuradores e o juiz Sérgio Moro. Esses colunistas afirmam, sem nenhum rubor de vergonha, que a Lava Jato fere o estado de direito; esses colunistas sugerem, sem nenhuma evidência concreta, que a economia vai desmoronar de vez se as investigações avançarem sobre os atuais ocupantes do poder.

Balela. Tudo vem sendo feito dentro da lei. Quanto mais limparmos o país, mais forte será a nossa democracia; quanto mais limparmos o país, mais sólida a nossa economia se tornará.

As ratazanas estão acuadas — e, quando acuadas, guincham alto e avançam sobre quem as acua. Não tenhamos medo de terminar o serviço. Ratazanas devem ser exterminadas. Todas elas.

O Antagonista

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NOTA: VALÉRIA LEAL - O CRIME POR UM FIO - Lançamento

Clique sobre as fotos, para vê-las no tamanho original
Estreia literária de Valéria Leal mistura realidade e ficção no universo da perícia criminal brasileira

 Indícios. Sotaques. Vozes. Imagens borradas, indistinguíveis ao olhar leigo. Para a perita forense  Isadora Romanesky, tudo isso se transforma sem mistérios num quadro muito nítido.  E assim os crimes vão sendo desvendados.
O Crime por um Fio surgiu da uma sólida experiência na área da Perícia da fonoaudióloga Valéria Leal, que decidiu transformar alguns dos mais importantes casos policiais dos últimos anos em relatos emocionantes, do ponto de vista de uma perita. Casos reais, relatos ficcionais.
A glamorosa, elegante e corajosa Isadora trabalha para a fictícia Agência Nacional de Inteligência, órgão com sede no Rio de Janeiro. Como seu contraponto nas narrativas com jeito de thriller policial está o jornalista investigativo Beto Lopez, repórter do Jornal da Manhã. 
Nas tramas policiais, os dois profissionais buscam, em comum, a verdade e justiça. A obra inspirada em casos reais e destaca o papel da ciência forense nos crimes cometidos em todo canto - da favela ao Planalto Central do Brasil. 
Beto representa ali o faro da imprensa e seu papel na busca de uma sociedade mais justa. Ele é um incansável investigador, enfrentando os perigos da profissão de jornalista investigativo numa sociedade cada vez mais intolerante e violenta. A luta contra a impunidade se torna o principal combustível nos casos que envolvem o poder do narcotráfico, das organizações criminosas e da corrupção de governos locais. Pelo menos na ficção, nenhum crime ficará sem resposta.
A origem
Filha de jornalista – Manuel Leal, assassinado pelas denúncias de desvio de verba pública e de obras superfaturadas numa cidade do interior da Bahia [1] – Valéria viu o assunto virar pauta na sua vida da autora há oito anos, quando iniciou uma formação em perícia forense. A experiência de observar o trabalho de peritos forenses em diversos casos criminais e a realizar perícias originou o desejo de narrar histórias com finais surpreendentes.
O prefácio tem as palavras do jornalista Ricardo Trotti, diretor executivo da SIP- Sociedade Interamericana de Imprensa-, órgão que combate exaustivamente a impunidade nos casos de violência contra profissionais da imprensa.  “A obsessão pela verdade e a justiça são dois elementos que me fascinam nos contos de Valéria Leal. O CRIME POR UM FIO constrói uma ficção real, dolorosa e desesperada, como o clima de violência e corrupção que envolve uma sociedade e descreve uma impressionante similitude de caráter, conhecimentos e destreza que precisa possuir quer um perito forense, quer um jornalista para fazer um trabalho de investigação eficiente, com a esperança de construir uma sociedade melhor”. 
 Valéria Leal, nascida em São Paulo, é fonoaudióloga graduada na PUC-SP, especialista em voz e perita forense de vestígios em arquivos digitais. É também consultora em Comunicação Humana com experiência em Análise Perceptivo-Auditiva e Acústica dos Padrões de Voz, Fala e Linguagem. É membro do Conselho Técnico Científico da Acadeffor — Academia Brasileira de Fonoaudiologia Forense — e certificada em workshop com o expert Paul Ekman Group em Microexpressions Expert Level, que deu origem à série Lie to Me.
 Desenvolveu estudos de aperfeiçoamento na Universidade do Arizona, Universidade de Indianapolis, nos EUA, e na British Columbia, em Vancouver—Canadá. Membro do LEVA — Law Enforcement Emergency Service and Video Association.
Serviço 
O Crime por um fio
​Autora:  Valéria Leal
Editora:​Chiado
​Paginas: 120 pp
​Valor: R$ 32​,00​
​Onde  vai vender: ​Vendas online Livraria Saraiva, Cultura, da Travessa.
Lançamento no Rio: Quarta, 7/12, a partir das 19h
Livraria da Travessa do Barra Shopping
Av. das Américas, 4666, 220 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
21 2430-8100

[1] Ele, e outros milhares de jornalistas, têm seus nomes estampados no Newseum, museu da imprensa em Washington, num memorial em homenagem aos jornalistas assassinados no exercício da profissão.



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20 DE NOVEMBRO: DIA NACIONAL DE ZUMBI E DA CONSCIÊNCIA NEGRA NO BRASIL

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra no Brasil reafirma o primeiro local de liberdade dos negros nas Américas

            O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, resultado de mais de quarenta anos de luta do movimento negro brasileiro, comemorado no dia 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. A data, em sua ideia original, significa a afirmação da história povo negro no Brasil, especialmente porque reafirma, coloca como um marco histórico a morte de Zumbi, em 1695. Ele era então o líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil.
            Por Davi Nunes

            O Quilombo dos Palmares pode ser considerado o primeiro local, nas Américas, onde os negros da diáspora africana conseguiram a liberdade. Foram quase cem anos de existência no período da era colonial portuguesa no Brasil. Ele surgiu no final do século XVI e teve o seu apogeu na segunda metade do século XVII. Todo esse tempo de resistência à ordem escravocrata vigente, só foi possível devido à capacidade de organização: o quilombo era todo cercado por uma alta cerca de pau-a-pique, além da imensidade de palmeiras que o escondia, tinha três entradas protegidas por duzentos guerreiros, possuíam armas e munições, conseguiram derrotar várias vezes às expedições do governo colonial, que visavam estabelecer a sua destruição – tinham uma organização politica e social sofisticada que o fez ficar conhecido como a República dos Palmares.

            Zumbi nasceu no quilombo, aproximadamente em 1655. Criança ainda foi raptado por soldados e doado ao Padre Antônio Melo. Ele o batizou com o nome Francisco e lhe ensinou português e latim. No ano de 1670, com apenas quinze anos, fugiu da paróquia e voltou ao quilombo e depois da morte do líder poderoso, Ganga-Zumba, se tornou o chefe absoluto na luta contra a sociedade escravocrata. Ele detinha grande poder espiritual, os ancestrais africanos o protegia, resistiu a várias expedições militares ao ponto do rei de Portugal escreve-lhe uma carta propondo um acordo. Não aceitou ficar sob o julgo da coroa portuguesa, queria a liberdade plena até o fim e em 20 de novembro de 1695, depois de resistir, e lutar contra várias expedições militares, ele foi morto.

            No dia da consciência negra acontecem passeatas por todo Brasil, a depender da região as pautas podem se diferenciar, porém nos últimos anos há uma em comum, o genocídio da juventude negra, impetrada por uma política de estado estruturalmente racista. O mês de novembro, principalmente depois da implantação, em 2003, da lei 10 639 que tornou obrigatório o ensino de história e cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas de ensino Fundamental e Médio, acontece muitos eventos relacionados à negritude: palestras, seminários, lançamentos de livros, as escolas organizam gincanas temáticas com os estudantes, porém o grande problema é que isso só ocorre nesse espaço de tempo, determinado oficialmente, pois durante todo o ano a história e cultura negras são negligenciadas, invisibilizadas em um país, que apesar da sua diversidade, apresenta o branco como o padrão universal.

            No entanto, vendo de outra forma também, o dia 20 significa a vitória de uma geração de intelectuais do movimento negro que disputaram a memória histórica e ganharam. Contestaram a historiografia oficial (a versão paternalista da princesa branca que libertou os escravizados por um simples decreto) contada pelos descendentes dos europeus, e ergueram um herói negro para sintetizar a trajetória de luta de mais da metade da população brasileira.
No Brasil, pelo fato da mídia de massa ser o veículo onde a elite branca transpassa as suas ideologias e exercem o controle mental sobre grande parte da população, os lideres negros, os fatos e feitos, como os de Zumbi, que ajudaram a construir o país, são propositalmente negligenciados. O racismo brasileiro trabalha sempre no silenciamento e apagamento de vozes e histórias negras. Por isso ainda boa parte da população se encontra preso aos grilhões psicológicos, mas muitos já se empoderam do conhecimento dos ancestrais, engrossam as passeatas que tomam as ruas e começam a constituir o que pode se chamar de vontade própria para se libertarem das prisões.

            A liberdade a qual se comemora no dia 20 é a da luta constante, àquela que se deposita a vida para se conquistar. E é por esse propósito que as ruas ficam cheias, que as bandeiras são hasteadas, que os tambores são tocados: a força de Zumbi se estende a cada brasileiro que busca lutar por igualdade. A memória se reaviva sobre as batalhas vencidas pelos antepassados e dão alento para, no presente, continuar lutando para alcançar, de fato, a libertação.

            A República dos Palmares, dentro desse contexto, é um signo ancestral importante e simboliza para os afro-brasileiros, como poderá simbolizar para qualquer negro da diáspora africana nas Américas, o lugar onde se foi vencida, já nos séculos iniciais, as primeiras batalhas em busca pela liberdade e igualdade racial no continente. Foi onde se desdobrou, primeiramente, modelos civilizatórios africanos, ou seja, uma organização cultural, político-social para se proteger da máquina escravagista que estava funcionando em pleno vapor. De certa forma, em Palmares, a África se reinventou durante quase um século livre, onde o orgulho não foi suplantado e os guerreiros foram grandes e intrépidos. Palmares é um espirito, o fogo que arde no peito em busca de justiça, sua memória revivida no Dia da Consciência Negra no Brasil, celebra um grande feito e reafirma a luta pela igualdade sociorracial, pela liberdade plena, almejada constantemente pelos negros na África e em todo continente americano.

Davi Nunes, natural de Salvador-Bahia, é um poeta e escritor negro Brasileiro.


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PARTI SEM DESTINO NO BARCO DAS ILUSÕES- Expedita Maciel

Parti sem destino no barco das ilusões


Resolvi partir, dizer adeus;
Partir, para onde, não sei;
Em busca do que não sei;
Em busca de você, de mim, do meu eu consciente,
Ou simplesmente FUGIR.
 
Fugir de te, de mim,
Ou do peso das responsabilidades,
Nesta idade do condor,
Vou com dor,
Mais vou navegar em outras plagas,
Seguirei em meu barco das ilusões, em meu veleiro!
Sem rumo, nem prumo, nem bússola.

Serei conduzida pelas asas do vento;
Soprando as velas do meu veleiro;
Deixarei para trás a depressão, a insatisfação e a
Preocupação  que querem  fazer de mim um vulto a vagar;
Que insiste em dar lugar aos medos;

Estou no meio do mar, com um lindo céu azul;
E brancas brumas.

Vou  voando nas asas da liberdade, já com saudades;
Mas  na esperança de ancorar em um porto seguro;
Sou ao longe acompanhada por traineiras;
Que vem tirar do mar um pouco de sua vida;
Mas, dando alegria as gaivotas e outras aves;
Que se alimentam dos peixes por eles pescados;
E felizes voam e revoam perto do meu veleiro;

Hoje à noite,  no mar sem o luar,  me deixa trêmula de medo;
Medo da solidão,  solidão de amigos.

Falta-me um pouco o ar, mas devagar respiro aliviada;
e a respiração ofegante vai se suavizando me deixa mais leve,
mais relaxada

E agradeço a Deus dos Mares, Poseidon, por me segurar,
proteger, e acolher,
pois esta aragem fria
que o vento marinho assovia me amedronta!

Mas sei que meu veleiro singrando os mares;
Saberá me levar ao um porto seguro,
onde certamente dormirei no colo de Netuno.

Vai amanhecer!
Vou ver o alvorecer sem padecer;
Viverei um novo dia de esperança!

Se Deus quiser vou te encontrar; e em paz;
Recomeçar apesar da idade jogar tudo para o alto;
e viver e sonhar!

Salve Deus! Criador dos mares.
Salve Deus do Mar e das Matas
E de tudo que há na terra
Salve Deus!


Expedita Maciel

Autora do Livro: Vim, vi e venci

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O RESPEITO - João de Paula

O Respeito

O respeito é bom e todo mundo gosta. Senhor, Senhora...

Aprendemos desde cedo a respeitar pai, mãe, a respeitar os mais velhos, as autoridades e as pessoas de destaque na comunidade em que vivemos. Respeitar para ser respeitado. Respeito é bom e eu gosto!
São os valores morais e cívicos que aprendemos que nos fortalecem por toda vida, valores que adquirimos na família, na igreja e na escola, nas instituições e entidades filantrópicas.
São as lições de vida e da boa educação que aprendemos, que nos engrandecem como pessoa de nível elevado e de uma postura impar para vivenciarmos os bons costumes; as boas maneiras, a bondade e a cortesia por onde passamos.
Devemos plantar jardins sempre... Os jardins da beleza que vem de Deus.
O respeito ao próximo é essencial  todos os dias, porque não vivemos isolados para sempre. Respeitar é amar, é saber ceder para conquistar, perder para ganhar, calar, ouvir, consentir, saber dizer sim e não com razão e em respeito as nossas convicções e aprendizagens,
O respeito aos nossos mestres, orientadores, professores, conselheiros, educadores; e ao vigário, ao policial, ao empresário, ao homem de bem e, inclusive, aqueles que também que vivem a margem da sociedade, nos torna capazes de relacionarmos uns com os outros, mantendo a boa vizinhança, o amor altruísta e a boa vivencia.
Respeitar é tão bom!
O respeito aproxima pessoas, unem pessoas, unem ideais e corações, corpos e pensamentos, ideais e objetivos.
O respeito é bom e todo mundo gosta!
Vamos respeitar às leis que regem a sociedade; respeitar as hierarquias, respeitar os sentimentos dos outros, as opiniões e o modo deles ver e viverem a vida, o amor à vida em suas particularidades, ou não. Viva o respeito. Viva o saber. Viva o conhecimento.
O respeito deve andar acompanhado do amor, amor as pessoas, amor aos animais, amor as plantas, amor ao patrimônio de todos, porque quem ama não desrespeita ninguém, não maltrata, não gera sofrimentos. Vamos respeitar e amar nossa cidade, nossa casa, nosso patrimônio.
O respeito pode ser amplo mediante a realidade em que vivemos, que aprendemos, que exemplificamos. O ideal é colocar em pratica o amor, a tolerância e a humildade, numa corrente de ser benfeitor e do bom exemplo.
Ser o amigo... O parceiro.
Ser o parceiro...O jardineiro.
Ser o Jardineiro... Gente boa.
Ser gente boa... O Justo.
Ser justo... O respeitoso.
Ser o Respeitoso... Sincero.
Ser sincero e benquisto.
Tudo é possível com o amor, porque o respeito, a disciplina e o desejo de felicidade para todos, são armas que devemos usar na conquista do bem maior.
Basta a gente agir com respeito nos mínimos detalhes, agir naturalmente, sendo sincero em nossas atitudes e colocando mais cortesia e gentileza em nossas ações, para sermos apontados como verdadeiros filhos de Deus, uma bênção, amados de Deus.
Respeito à vida!
Respeito a Deus!
Respeito ao irmão!
Respeito ao vizinho!
Respeito aos direitos do cidadão!
Respeito às regras, normas, leis e as convenções.
Temos que respeitar às leis e as normas da sociedade; respeitar o direito adquirido das pessoas, respeitar as opiniões e as diferenças.
Todo mundo tem o direito de ser feliz, ser benquisto, almejar valores materiais e espirituais. E no dia-a-dia manter o respeito e o amor às pessoas e as coisas: vogam muito mais, porque respeitar é uma atitude de gente do bem, bem educada, bem disciplinada, bem cumpridora de seus deveres e obrigações.
Respeito, ordem, disciplina, tranquilidade, segurança, direito e justiça ficam bem em qualquer lugar. E quando somos orientados a ampliar nossos conhecimentos em favor da paz e da ordem, os princípios básicos que regem as relações com outras pessoas, outras sociedades, outros grupos de amigos, ficam viáveis por causa da nossa formação e conhecimento disciplinar.
O respeito e o amor amplo vogam muito mais por uma evolução e crescimento que propagam o bem-estar de todos.
Vamos respeitar sim, nossos pais.
Respeitar sim, os mais velhos.
Respeitar sim, nossos mestres, professores, orientadores, educadores e conselheiros.
Respeitar sim, as autoridades.
Respeitar o direito de ir e vir das pessoas.
As opiniões e as diferenças, os pensamentos e as atitudes por um mundo melhor.
Vamos respeitar sim, às leis de Deus.


João Batista de Paula  
Escritor e Jornalista

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COM A VITÓRIA DE TRUMP, TORNAR-SE-Á O PAPA FRANCISCO O LÍDER DA ESQUERDA INTERNACIONAL?

Republicanos comemoram a vitória de Donald Trump. Apesar de toda a mídia (nacional e internacional) ter previsto a derrota do candidato republicano, este venceu com folga (como se pode ver no mapa abaixo).

18 de novembro de 2016
Roberto de Mattei (*)

O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, enviou a Donald Trump os augúrios da Santa Sé, exprimindo sua esperança de que o novo Presidente trabalhe a serviço da pátria e da paz do mundo. Dom Joseph Kurtz, Arcebispo de Louisville e Presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, felicitou o recém-eleito, instando-o a governar para o bem comum de todos os cidadãos. A diplomacia do Vaticano parece querer corrigir ou temperar a posição do Papa Francisco, que nunca escondeu sua aversão ao candidato à presidência americana.
Em 18 de fevereiro deste ano, no voo de volta do México [foto abaixo], comentando o projeto de Trump de construir um muro entre os EUA e o México a fim de conter o fluxo de migrantes, o Papa disse que “uma pessoa que só pensa em fazer muros e não fazer pontes não é cristão”. Em outro voo de regresso, o de 2 de outubro de Baku para Roma, quando perguntado sobre qual era o candidato de sua preferência nas eleições americanas, Francisco não se pronunciou. No entanto, por mais fortes que sejam as reservas devidas em relação a Trump, para um católico seria difícil adotar uma posição equidistante entre o candidato republicano e Hilary Clinton, que tinha incluído oficialmente em seu programa uma implementação maciça do aborto e da agenda LGBT. A menos que se considere a autodefesa em relação à invasão migratória um pecado maior do que a legalização do aborto e do chamado casamento homossexual.
Além do julgamento moral sobre essas questões, o problema subjacente que divide o Vaticano da nova presidência norte-americana é de ordem política. A questão da imigração é, de fato, desde o início do atual pontificado, a espinha dorsal da política bergogliana, mas também uma pedra angular do programa de Donald Trump. Sobre este ponto, as visões de Francisco e do Presidente eleito dos Estados Unidos se opõem. “Uma nação sem fronteiras não é nação, assim como não é nação um país sem leis”, afirma Trump, enquanto para o Papa Bergoglio a hospitalidade ilimitada aos imigrantes é quase um locus teológico. Se Trump seguir adiante em seu caminho, não só porá um freio no multiculturalismo galopante que impera em seu país desde a era Kennedy, mas também dará inevitavelmente impulso aos partidos de direita e “identitários” que nas próximas semanas e meses irão às urnas na Áustria, Holanda, França e Alemanha.
Por sua vez, após a derrota de H. Clinton, Francisco permanece como o único ponto de referência da esquerda internacional, privada de líder. Ao concluir em 5 de novembro no Vaticano o Terceiro Encontro Mundial dos chamados “movimentos populares”, com a presença de agitadores revolucionários dos cinco continentes, o Papa Francisco virou-se para eles e disse: “Faço meu o vosso grito.” Mas o grito de protesto que se levanta desses movimentos congregados na sala de audiência Paulo VI é infelizmente caracterizado pelo fanatismo ideológico e a incitação à violência.
A tendência é clara. Em sua última viagem à América do Sul, Francisco expressou sua simpatia pelos presidentes da Bolívia e do Equador, e em 24 de outubro recebeu em audiência privada no Vaticano o presidente venezuelano, Nicolás Maduro Moros [foto à esq.], também da extrema-esquerda, a quem assegurou o seu apoio. Nenhuma palavra de aprovação e comprazimento, entretanto, partiu do Vaticano pelo extraordinário gesto do presidente Pedro Pablo Kuczynsky, do Peru, que em 21 de outubro, no Café-da-manhã de Oração, na presença da presidente do Congreso e de outras personalidades, consagrou seu país ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria.
Quão oportuno seria se, abandonando a política, o Papa e os bispos do mundo unissem seus esforços em atos religiosos desse gênero, começando pela tão esperada consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, por ocasião do centenário de Fátima de 2017, que coincide com o da funesta Revolução bolchevique de outubro.
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(*) Fonte: “Il Tempo”, Roma, 11-11-16. Matéria traduzida do original italiano por Hélio Dias Viana.



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