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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

MULHER, A POESIA DA FORÇA HUMANA



Que um dia, nós saibamos brindar a existência desse ser que luta, inspira o mundo, é foda demais, é a força, o suor, o trabalho, o descanso, é a beleza universal de coragem, é quem vai mesmo quando todo mundo acha que ela não vai dar em nada, é ela que se ama em primeiro lugar, acredita em seus sonhos e bota a cara para que o mundo seja mais bonito, mais humano, mais igual.



Mulher. A feminilidade se expande há uma roupa bonita, uma maquiagem bem feita, uma estética. O ser mulher tem uma raiz que é o maior atributo e a maior beleza dessa divindade humana. É a força, a mulher luta como ninguém para ser quem ela é e buscar o espaço que merece na sociedade. É sangue no mesmo olhar que transpassa amor. É persistência, luta, verdade, sororidade.

Quantas mulheres nos enchem os olhos por ser de uma autenticidade gigante? De uma beleza interna que só nos resta admirar, de uma disposição para correr atrás dos sonhos e que nos inspira, faça chuva ou faça sol, elas estarão lá lutando com uma coragem e dizendo eu posso sim, se tem uma coisa que eu posso é isso.

A alma feminina não é só delicadeza, docilidade, afago. É uma alma que acredita nos seus desejos e nutre a liberdade de ser quem ela quiser ser. Sabe aquela mulher que você enxerga de forma estereotipada como um anjo frágil? Vou te contar um segredo, ela não tem nada de frágil. Não há conheça por um estereótipo. Mulher é muito mais que isso. Todos nós somos. Por exemplo, você já se sentiu intimidado por uma mulher? Pensou “como ela pode ser tudo isso?” ou “ela é demais, eu não quero estar com alguém que é tanto”. São muitas as barreiras que o ser mulher tem que enfrentar, cada dia é um novo estereótipo, um novo julgamento, e é preciso persistir para obter a visibilidade que a mulher merece, o respeito que merece, pra quem sabe um dia também receber o amor que também merece.

Cada uma tem as suas qualidades, os seus defeitos, as suas peculiaridades. E cada uma deve ter a liberdade de escolher o que quer ser, como quer viver. Cada um tem a sua vida, então se você acha bom viver de tal forma, vive a sua vida assim, e não a do outro, essa quem tem que saber como quer viver é ele, não você. Não é difícil entender, né?

É incrível a diversidade de personalidade que temos no mundo, e se possível, admirar cada uma, cada singularidade. Enxergar o outro com os olhos de quem quer ver, e não com os olhos de quem quer julgar. Mulheres é preciso sororidade. Não tem competição nesse mundo não, tem a autenticidade de ser aquilo que você é e então ser verdadeiro consigo pra poder ser verdadeiro com o mundo.

Torço para chegar o dia em que as mulheres sejam vistas como merecem, e que a sociedade aos poucos deixe de estereotipar, que a gente saiba reconhecer o outro e respeitar. Que um dia, nós saibamos brindar a existência desse ser que luta, inspira o mundo, é foda demais, é a força, o suor, o trabalho, o descanso, é a beleza universal de coragem, é quem vai mesmo quando todo mundo acha que ela não vai dar em nada, é ela que se ama em primeiro lugar, acredita em seus sonhos e bota a cara para que o mundo seja mais bonito, mais humano, mais igual.

Mulheres, vocês são o auge, a fortaleza, o horizonte. Vocês podem, e ainda mais juntas. Lutem!



Um ser humano aprendiz da vida, do mundo, das sensações, um ponto sem fim regido pela arte...

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ESCRITORA E DRAMATURGA MARIA ADELAIDE AMARAL FAZ PALESTRA NA ABL SOBRE ‘LITERATURA E TELEDRAMATURGIA: DIFERENÇAS E CONFLUÊNCIAS’


A Academia Brasileira de Letras dá continuidade a seu ciclo de conferências do mês de setembro de 2018, intitulado Cinema e Literatura, com palestra da escritora e dramaturga Maria Adelaide Amaral. A coordenação será do Acadêmico e poeta Geraldo Carneiro, e o tema escolhido foi “Literatura e teledramaturgia: diferenças e confluências”. O evento está programado para o dia 20 de setembro, às 17p0min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.

Maria Adelaide Amaral fez um resumo sucinto de sua conferência: “O máximo que posso dizer é que vou falar sobre A Muralha, Os Maias, A casa das sete mulheres e Queridos amigos”.

Cinema e literatura terá mais uma palestra, na quinta-feira, dia 27, no mesmo local e horário, com o cineasta Cacá Diegues (Acadêmico eleito), que falará sobre o tema Letras e Imagens: a literatura no cinema.


A CONFERENCISTA

Escritora e dramaturga, Maria Adelaide Amaral nasceu em Portugal e chegou ao Brasil em 1954. Cursou Jornalismo na Fundação Cásper Líbero, concluindo em 1978.

Em 1975, escreveu seu primeiro texto dramatúrgico, A Resistência, mas o primeiro a ser encenado, no entanto, foi Bodas de Papel, escrito em 1976 e montado em 1978, em São Paulo.

Seu primeiro livro, Luisa, quase uma história de amor, publicado em 1986 pela Editora Nova Fronteira, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor romance daquele ano e deu origem à peça teatral De Braços Abertos, com Irene Ravache, Juca de Oliveira e direção de José Possi Neto.

Foi para a TV a convite de Cassiano Gabus Mendes, em 1990, para escrever com ele a novela Meu Bem, Meu Mal. Após trabalhar como colaboradora em diversas novelas, em 1997 escreveu, como autora principal, o remake da novela Anjo Mau, do mesmo autor. Continua trabalhando ativamente desde então.

14/09/2018


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ENTREVISTA COM O FICCIONISTA E POETA CYRO DE MATTOS


Autor de diversas títulos pela Editus, editora da Universidade Estadual de Santa  Cruz, Cyro fala sobre uma de suas últimas antologias que organizou,  premiações literárias e a projeção global que elas oferecem para o conteúdo de suas obras.


Cyro de Mattos é contista, romancista, poeta, cronista, ensaísta, organizador de antologia e coletânea,  e também autor de livros infantis. Já publicou mais de 44 livros no Brasil e 13  no exterior, sendo 9 deles com o selo editorial da Editus - Editora da UESC. Em setembro de 2017, o escritor foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela UESC. Em sua trajetória, ele já recebeu mais de 40 prêmios literários, entre eles o Prêmio Vânia Souto Carvalho, concedido pela Academia Pernambucana de Letras, com o livro “Berro de Fogo e outras histórias”, que em 2013 ganhou nova edição pela Editora da UESC, o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes, o Prêmio Pen Clube do Brasil, o Segundo Prêmio Internacional de literatura Marengo d’Oro, em Genova, Itália, duas vezes,   e, recentemente, o Prêmio Literário Nacional Cidade de Manaus. . Seu livro “Vinte Poemas do Rio”, português-inglês, foi indicado para o vestibular da Universidade Estadual de Santa Cruz, durante três anos, como também “O Conto em Vinte e Cinco Baianos”, antologia que ele organizou.

Recebeu ainda Menção Honrosa no Prêmio Jabuti e Menção entre os quatro finalistas no Concurso Internacional da Revista Plural, México, concorrendo com mais de 600 autores. Algumas de suas obras destacam a civilização cacaueira baiana como um dos espaços do seu imaginário fecundo, no qual retrata a paisagem, personagens, lugares, hábitos e histórias. Dois outros grandes acontecimentos marcaram a vida do escritor.  Foi eleito para a cadeira nº 22 da Academia de Letras da Bahia, que tem como fundador Rui Barbosa, e o seu livro, “Histórias dos Mares da Bahia”, foi lançado na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no estande da Associação Brasileira de Editoras do Nordeste - ABEU. A obra faz parte da Coleção Nordestina, projeto editorial que reúne livros produzidos pelas editoras da ABEU Nordeste.  Essa coletânea reúne dezesseis escritores baianos, e, entre eles, João Ubaldo Ribeiro, Hélio Pólvora, Ruy Espinheira Filho, Guido Guerra, Gláucia Lemos e Aramis Ribeiro Costa. Alguns anos atrás, seu livro "Cancioneiro do Cacau", Prêmio Nacional Ribeiro Couto da União Brasileira de Escritores (Rio) e Segundo Prêmio Internacional Maestrale Marengo d’Oro, Gênova, Itália, foi lançado na Bienal Internacional do Livro do Rio, em segunda edição, pela Editus...

1. As suas obras expressam muito da cultura do sul da Bahia, com destaque especial para a civilização nascida ao longo do tempo pela implantação da lavra cacaueira. Essas representações ganharam projeções internacionais e também importantes premiações no cenário nacional. Como é ver o local de suas criações ganhar uma projeção global? Como o senhor avalia pessoal e profissionalmente essas importantes premiações? 

Canta a tua aldeia e serás universal, disse o russo Tolstoi. Para Fernando Pessoa, o genial poeta português, o melhor rio não era o Tejo, mas o rio que passava ao pé de sua aldeia, porque era o rio de sua aldeia. Houve quem observasse que o homem faz o lugar e não o contrário. E o lugar é onde se registra a memória. O lugar tem sido motivação e símbolo para algumas de minhas criações. Minhas origens e vivências locais têm sido uma das vertentes de minhas produções em prosa e verso. Isso acontece quando às vezes, das germinações à execução da ideia, tomo como ponto de partida minhas vivências na infância, em outras vou buscar ou imaginar o assunto no cerne da história, aproveitando o que vi, colhi nos mais velhos ou até pesquisei.  Pode até mesmo acontecer que imagine um espaço sem localização geográfica, identificável com alguma parte do sul da Bahia, como no romance “Os Ventos Gemedores”, no qual criei o condado de Japará para desenvolver a trama, auscultar os personagens através de conflitos no drama.  Assim, desde que meu texto leve aos outros uma nova forma de conhecimento da vida, através da linguagem que poetiza a vida, situações e gente com nervos e sentimentos, tendo como resultado um alcance universal e reconhecimento, aqui na região e fora de nossas fronteiras, fico contente, torno-me menos incompleto na existência, que para nós humanos é falha, limitada, precária, vulnerável, não basta. É gratificante, um verdadeiro prêmio que é dado ao autor esse tipo de reconhecimento. Acho sensato ser reconhecido em vida pelo meu trabalho, depois de morto só serve para o orador, que passa como herói, ao ressaltar no sepultamento as qualidade de quem se foi para sempre, não está mais neste mundo, ficou submetido ao inexorável.

2. O senhor foi eleito para ocupar a cadeira 22 da Academia de Letras da Bahia e recebeu o primeiro título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz pela sua contribuição à literatura e à cultura.  O que significam esses novos reconhecimentos na sua carreira literária?

São qualificações de meu trabalho no mais alto nível. Sinto-me honrado, fortalecido, incentivado para continuar a jornada nessa estrada solitária, a essa altura comprida.  Nela, paro às vezes, olho para trás, vejo à direita e à esquerda, sigo em frente com tantas vozes no peito, dos outros, mas que no fundo são também minhas. Vou formando com elas e a minha voz o diálogo necessário, o disfarce múltiplo que desfaz o real e projeta outra realidade com novos sentidos, externa outra linguagem através dos sinais visíveis da escrita, com seu poder metafórico intenso e de proliferação, que me ajuda a sobreviver e a conhecer um tanto mais do que sou, entre o alegre e o triste, o transitório e o permanente, o belo e o feio. Vou cumprindo uma missão, usando as palavras para explicar o inexplicável, mas que é belo, com suas verdades retiradas da vida, a ela devolvidas com razão e emoção, porque assim deve ser.

3. O seu último livro, “História dos Mares da Bahia”, foi lançado na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no estande coletivo da ABEU pela Editus. A publicação traz 16 contos de importantes escritores baianos, que revelam um cenário de muitas histórias. Por que o mar como fonte de inspiração e ambientação? Como foi a escolha dos autores?

Como se vê sem esforço, trata-se de antologia temática. As histórias têm como foco o mar da Bahia, que entra como o cenário, ora interferindo no destino dos personagens, ora como elemento de composição da paisagem humana. O mar é assim a fonte de inspiração e ambientação de cada história. O mar sempre exerceu uma sedução e atração aos seres humanos. E, como temos ficcionistas na Bahia da melhor qualidade, que souberam focar o mar como fonte de suas criações, resolvi fazer uma antologia com o tema e com esses autores expressivos. O critério da escolha dos contistas se deu em função da qualidade do texto. Convenhamos que, como em toda a antologia, ocorre a omissão, mas os autores selecionados para a coletânea “Histórias dos Mares da Bahia” são os mais representativos do gênero na Bahia. Eu diria sem hesitar que são contistas brasileiros da Bahia, fortes no discurso coeso.  Com seus projetos estéticos e resultados positivos, todos eles vêm contribuindo para que as letras brasileiras operem como meio eficaz de comunicação humana em sua função social.


Fonte: ABEU- Associação Brasileira das Editoras Universitárias

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