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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ITABUNA ONTEM - Por Fátima Barros

Diversão dos Jovens Itabunenses  na década de 60 e início anos 70


- Assistir filmes nos Cines Catalunha, Itabuna, Marabá ( o mais cotado), Plaza e Oásis em sessões denominadas: Matinal (manhã), Matinê ( tarde), Soirée (noite). Vestia-se a melhor roupa e usava-se um "bom" perfume: Lancáster ou Rastro, Toque de Amor.
Quem não se lembra dos filmes: Romeu e Julieta, Dr. Jivago, Ao Mestre com Carinho...

- Matinês dançantes no T.E.I. (Teatro Estudantil de Itabuna) na Rua Francisco Benício, ao som de envolventes canções românticas onde o objetivo dos jovens era paquerar, iniciar um namoro  “certo", e curtir o amor. Não se pensava em cometer nenhum tipo de violência. 
Quanta pureza. Que saudade me dá!

- Passear à noite, principalmente nos finais de semana no jardim da Praça Olinto Leone. Era comum as mães costurarem vestidos para as filhas durante a semana para elas desfilarem aos domingos à noite no jardim. Enquanto algumas pessoas ficavam passeando ao redor da praça, à procura de paquera, outras formavam grupinhos para conversar. Geralmente grupos só de homens ou só de mulheres.

- Ir a Shows de cantores da época como Orlando Dias, Valdik Soriano, Adilson Ramos , Os Vips, Jerry Adriany, Vanderlei Cardoso e outros. Os Shows  aconteciam no Cine Catalunha, na maioria das vezes pela manhã.

- Festas dançantes de formaturas nas próprias escolas ou clubes, isto quando era concluído o curso de Magistério do 1° grau, Curso Técnico em contabilidade e Científico (curso considerado de grande valor em conhecimentos para o exame do vestibular).

- Namorar na "porta" com o consentimento dos pais, sentados no sofá ou em cadeiras, no passeio da frente da casa, sempre acompanhados de olhares dos pais ou de algum irmão mais velho. Mas era muito gostoso. Era muita emoção, muitos planos para o noivado e futuro casamento. Era compromisso, respeito e ao mesmo tempo diversão.

- Matinal dançante no Clube do Pontalzinho ao som do conjunto Lordão e outros da própria cidade.

- Festa de Carnaval nos clubes Grapiúna Tênis Clube, Itabuna Esporte Clube e Clube do Pontalzinho ao som de músicas puramente carnavalescas chamadas marchinhas que cantavam o amor. (Bandeira branca amor, não posso mais ... , Oh jardineira, por que estás tão triste...).

- Grito de Carnaval no Clube do Pontalzinho - Era como se fosse um ensaio, uma prévia do Carnaval Oficial

Relembrar é Viver! Falar dos anos 70 me emociona muito.
Vivi grandes emoções nessa época.

Fátima Barros

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A FAVOR DA VIDA - João Baptista Herkenhoff

A favor da vida 



Sou a favor da Vida. Contra a pena de morte e a guerra.

A favor de políticas públicas que favoreçam o parto feliz e a maternidade protegida.

Contra a falta de saneamento nos bairros pobres, causa de doenças e endemias que produzem a morte.

Discordo da percepção limitada, embora possa ser honesta e sincera, dos que reduzem a defesa da vida à proibição do aborto quando, na verdade, a questão é muito mais ampla.

Abomino a hipocrisia dos que sabem que a defesa da vida exige reformas estruturais, mas resumem o tema a um artigo de lei porque as reformas mexem com interesses estabelecidos e ofendem o deus dinheiro.

Sou contra o pensamento dos que não admitem o aborto nem quando é praticado por médico para salvar a vida da mãe, mas aceitariam essa opção dolorosa se a parturiente fosse uma filha.

Sou contra a opinião que obscurece as medidas sociais, pedagógicas, psicológicas, médicas que devem proteger o direito de nascer. Reprovo a opinião dos que lançam anátema contra a mulher estuprada que, no desespero, recorre ao aborto quando, na verdade, essa mulher deveria ser socorrida na sua dor. Se não tiver o heroísmo de dar à luz a criança gerada pela violência, seja compreendida e perdoada.

Hoje eu debato esta questão doutrinariamente, mas, quando fui Juiz, eu me defrontei com o aborto em concreto.

Lembro-me do caso de uma mocinha. Quase à morte foi levada para um hospital que a socorreu e comunicou depois o fato à Justiça. O Promotor, no cumprimento do seu dever, formulou denúncia que recebi. Designei interrogatório.

Então, pela primeira vez, eu me defrontei com o rosto sofrido da mocinha. Aquele rosto me enterneceu, mas não havia ainda nos autos elementos para uma decisão. Designei audiência e as testemunhas me informaram que a acusada tinha o costume de toda noite embalar um berço vazio como se no berço houvesse uma criança. No mesmo instante percebi o que estava ocorrendo. Nem sumário de defesa seria necessário. Disse a ela, chamando-a pelo nome:

“Madalena (nome fictício), você é muito jovem. Sua vida não acabou.
Essa criança, que estava no seu ventre, não existe mais.
Você pode conceber outra criança que alegre sua vida. Eu vou absolvê-la, mas você vai prometer não mais embalar um berço vazio como se no berço estivesse a criança que permanece no seu coração.
Eu nunca tive um caso igual o seu. Esse gesto de embalar o berço mostra que você tem uma alma linda, generosa, santa. Você está livre, vá em paz. Que Deus a abençoe.”

A decisão nestes termos, em nível de diálogo, foi dada naquele momento. Depois redigi a sentença no estilo jurídico, que exige técnica e argumentação.



João Baptista Herkenhoff - Magistrado aposentado (ES), palestrante e escritor. Tem ministrado Cursos de Hermenêutica Jurídica e de Direitos Humanos, de curta duração, no Espírito Santo e fora do Estado.



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ITABUNA CENTENÁRIA: UM POEMA - O Nascimento de um Bebê

O Nascimento de um Bebê


Chegaste,
e a casa encheu-se de fragrância.
Parece primavera.
Em ti, Pai Santo, manancial de toda paternidade,
Em ti estão todas as nossas fontes.
Mandaste-nos um presente desejado e sonhado:
Uma criança chegou para o banquete da festa.
Seja bem-vinda!
Como é que vamos te agradecer,
Senhor da vida, com quê palavras?
Obrigado por seus olhos e por suas mãos,
Obrigado por seus pés e por sua pele,
Obrigado por seu corpo e por sua alma,
Em Tuas mãos de ternura nós a depositamos
Para que cuides dela, e lhe faças carinhos
E a enchas de doçura.
Pai Santo e querido, põe um anjo ao seu lado
Para que impeça a passagem da doença e
De todo o mal,
E a guie pelas sendas da saúde e bem estar.
O bem, a paz e a Bênção
Acompanhem-na todos os dias de sua vida
Amém




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CARNAVAL - Arnaldo Jabor

Arnaldo Jabor...


Jamais vou entender este fenômeno chamado, Carnaval. Um povo sofrido, roubado, explorado, muitas vezes sem perspectivas, de uma hora pra outra, explode numa alegria sem motivo...sem limites, sem pudor. Homens que até sexta feira, trabalharam de terno e gravata, no sábado vão para as ruas, maquiados, vestidos de mulher, sutien por cima de peitos peludos, braços e pernas cabeludas, numa imitação grotesca e sem sentido do sexo feminino. Mulheres que se matam em trabalhos, muitas vezes degradantes e mal remunerados...sofrem nas filas de hospitais e creches, aparecem na passarela, cobertas de brilho e rebolando, como se não houvesse o amanhã.

Os canalhas no poder, adoram esta orgia sem sentido, porque pelo menos por alguns dias, o povo está olhando pro outro lado, enquanto eles continuam sugando cada gota de sangue e cada centavo que puderem roubar.

As ruas estão tomadas de foliões urrando de alegria...e eu me pergunto: VOCÊ ESTÁ ALEGRE PORQUÊ, OTÁRIO? Sua vida melhorou de ontem pra hoje? Seu salário aumentou? Seu filho entrou numa boa escola? Se você cair de um trio elétrico e quebrar a cabeça, vão te levar para um bom hospital? Você terá água em casa, pra tomar banho, quando voltar da gandaia?

Então me explica, seu trouxa... TA RINDO DE QUE? Você irá pra rua com esta mesma vontade, pra protestar contra esta roubalheira absurda, que está destruindo a você e ao nosso país?

Por estas e outras que os governantes adoram Carnaval e eu jamais vou entender porque nosso povo é tão alienado.




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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

NENHUM POLÍTICO MERECE APOIO INCONDICIONAL - Rodrigo Constantino

27 de fevereiro de 2017


Eis um artigo que não gostaria de escrever, por vários motivos. Em primeiro lugar, sei que vou incomodar uma ala de leitores fiéis que tenho. Em segundo lugar, sei que esse tipo de texto pode servir como munição para meus adversários da esquerda, tudo o que não desejo no momento. Em terceiro lugar, posso ser confundido com os “isentões” que tanto condeno. Ainda assim, vou seguir adiante, pois acho necessário esclarecer certos pontos aos meus leitores sérios.

Como muitos já perceberam, tenho escrito vários textos em defesa de Trump, ou mais precisamente sobre a hipocrisia de seus detratores. Em que pesem textos em que faço alertas ou mesmo críticas ao que julgo equivocado na visão de mundo do presidente americano, como seu claro ranço mercantilista no comércio internacional, essa defesa toda fez com que alguns me tomassem por um “trumpete”, ou seja, um daqueles apoiadores incondicionais do homem.

Nada mais falso. Trump tem um estilo que desperta em mim vários receios, principalmente no que tange a liturgia do cargo, ou seja, o caráter institucional republicano que precisa ser preservado e protegido de arroubos individualistas, o que nós latino-americanos conhecemos tão bem dessas experiências com caudilhos. Eu poderia, na verdade, escrever vários textos contra Trump. Por que não o faço? Simples: há na grande imprensa uns 50 textos e reportagens que demonizam o “homem laranja” para cada um “equilibrado”, “neutro”.

Ou seja, se em nome da honestidade intelectual eu fosse manter o meu equilíbrio entre críticas e elogios, eu nada estaria fazendo para equilibrar o jogo na mídia, dominada por quem só faz distorcer fatos para pintar Trump como uma espécie de Hitler. É justamente porque o pêndulo extrapolou tanto para o lado esquerdo que me vejo na obrigação, em nome da honestidade, de compensar a coisa com notícias positivas ou mostrando os acertos dele. Para muitos leitores, sou talvez a única fonte que mostra esse outro lado.

Mas isso não faz de mim um defensor incondicional dele. Na verdade, sou contra o apoio incondicional a qualquer pessoa, ainda mais políticos. O papel da imprensa deveria ser sempre o de confrontar governantes, exercendo assim um poder moderador dentro do mecanismo de pesos e contrapesos. O problema é que a mídia virou bajuladora de Obama e agora inimiga mortal de Trump. Sua acusação de “fake news” é legítima: veículos como o NYT, a CNN e a MSNBC fazem de tudo para manipular as informações contra Trump.

Isso não é razoável, e presta um enorme desserviço ao papel da imprensa. Por isso aplaudo as tiradas engraçadas de Trump que levam esses jornalistas de esquerda ao desespero. Trump tem merecido apoio muito mais pelo que tem combatido do que pelo que tem defendido, apesar de também ter louváveis acertos em certas medidas, como a escolha para a Suprema Corte, o corte de regulações, a mudança de postura quanto ao “aquecimento global” etc.

Mas seu grande mérito vem mesmo de expor a canalhice da esquerda globalista, representada no establishment de Washington, na ONU e na própria mídia. É claro que atacar a política em si é sempre algo perigoso, pois as mudanças sustentáveis precisam passar pela política: temos evolução institucional ou revolução, sempre algo muito arriscado. Mas o grau de hipocrisia e de domínio esquerdista tinha chegado a um patamar tão absurdo que era necessário alguém com o perfil de Trump para “jogar merda no ventilador” e começar um processo de reversão disso. Trump talvez seja a alternativa a uma revolução sangrenta!

Eu poderia até me sair bem como um “isentão”, algo que não faço questão, pois tomo partido. E tomei o partido de Trump, no sentido de apoiar o grosso do que ele tem feito para desarmar essa maquinação perversa dos politicamente corretos. Isso não quer dizer, porém, que vou aplaudir tudo o que ele faz. Isso seria eu me transformar em torcedor também, um reflexo invertido do que condeno do outro lado. Não faço torcida; faço análise. E por isso esse texto.

Bernard Goldberg, autor do livro Bias, que expõe o viés de esquerda na imprensa, e também de outro em que analisa só o caso de amor dos jornalistas com Obama, escreveu um texto recentemente sobre esses defensores incondicionais de Trump. Entendo o nível de revolta com as mentiras da imprensa, com a asfixia do PC, com os riscos do globalismo, que levam muitos ao êxtase quando alguém como Trump aparece para apontar dedos e combater a praga. Mas, como mostra Goldberg, não é razoável o fanatismo com que alguns passam a defender esses “messias”.

Para esses, não importa o que Trump diga ou faça, ele sempre estará certo! E isso não é aceitável, não é razoável. É postura de seita fechada, algo que liberal algum ou os conservadores de boa estirpe podem aplaudir. Muitos votaram ou defenderam Trump de nariz tampado, ou seja, como um remédio amargo para impedir alguém feito Hillary Clinton de tomar o poder. Mas há uma ala que efetivamente idolatra o cara, e isso não combina muito com a postura cética que liberais e conservadores deveriam adotar na política.

Algo similar ocorre no Brasil com Jair Bolsonaro. É claro que compreendo a empolgação que o “mito” tem gerado por aí, naqueles cansados da esquerda hegemônica, do sistema corrompido, da hipocrisia das elites culpadas e da marcha das “minorias oprimidas”. É legítimo se rebelar contra isso tudo, e qual meio melhor do que o apoio a Bolsonaro, o inimigo número um dessa gente? Mas daí a passar a considerá-lo um “messias” vai uma longa distância.

Sabemos que há uma turma que se recusa a enxergar qualquer defeito no homem, a conviver de forma civilizada com qualquer crítica. De amigo, o crítico pode passar a inimigo mortal antes de se converter em simples adversário. Tal postura novamente remete ao fanatismo, e não pode ser tolerada por liberais ou conservadores. Não combatemos o PT e a esquerda totalitária para cair numa nova forma de totalitarismo, onde ou se está do meu lado 100%, ou se está totalmente contra mim. Isso não é ser “isentão”, mas simplesmente resgatar o bom senso.

Todos conhecemos petistas que poderiam ver Lula até mesmo estuprando uma criança em praça pública que dariam um jeito de defendê-lo, de justificar seu ato, de torná-lo uma vítima. Isso é simplesmente patético, e não podemos aceitar postura parecida do nosso lado. Sei que falo o óbvio, e que a maioria compreende muito bem o que estou dizendo. Mas há, sim, uma pequena parcela da “nova direita” que tem copiado os métodos dessa gente, só que com sinal trocado. Isso não é saudável para o avanço da própria direita.

Repito: eu entendo o grau de revolta, eu entendo o cansaço com a esquerda hipócrita, eu entendo perfeitamente a indignação com o sistema carcomido. Mas nada justifica – nem mesmo a “guerra cultural e política” – transformar essa raiva em algo destrutivo ou num novo tipo de fanatismo cego, em vez de canalizá-la para uma transformação positiva da sociedade. Construir sempre foi muito mais difícil do que destruir.

Vamos resgatar valores morais perdidos, vamos lutar pelas liberdades individuais asfixiadas, vamos reconquistar a soberania nacional; mas sem jogar o bebê fora junto com a água suja, sem matar aquilo que pretendemos salvar: a própria civilização. Para tanto, será fundamental tomar partido eventualmente. Dante reservou um lugar bem ruim no inferno para os “isentões”.

Mas saibamos fazer isso sem aderir a seitas fechadas, mantendo nossa cabeça no lugar e nossa capacidade de julgamento crítico. E, principalmente, sem a idolatria a políticos, pois nenhum deles merece apoio incondicional. Deixemos o conceito de infalibilidade para Deus, pois nós homens somos todos falíveis, e o próprio conservadorismo nasce dessa premissa. Quem não tolera crítica alguma não deve fazer parte de debates civilizados e democráticos, pois rejeita sua própria essência.

Rodrigo Constantino


Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.



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ITABUNA CENTENÁRIA SORRINDO – Teste Cerebral

Teste Cerebral


Recebi esse e-mail e achei engraçado. O nome é TESTE CEREBRAL. Esses testes são importantes para avaliarmos nosso nível de stress, cansaço mental, demência cerebral precoce, enfim, são perguntas fáceis Lá vai:


Responda:

(no final confira as respostas)


1)
O que se coloca na torradeira?

2) Repita 5 vezes: EITE, EITE, EITE, EITE, EITE. Agora soletre: EITE
O que bebem as vacas?

3) Um trem elétrico segue no sentido norte sul. O vento está no sentido contrário, ou seja, sul norte. Qual a direção da fumacinha desse trem?

4) Essa dizem que aconteceu há mas de 30 anos, na Alemanha. Naquela época a Alemanha era divida em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental. Um avião sobrevoava as duas Alemanha, quando o piloto percebeu que ambas as turbinas falharam, e o avião caiu, no meio do nada. Onde você acha que devem enterrar os sobreviventes?

5) A última, finalmente. Não use calculadora, faça as contas mentalmente: Você está dirigindo um ônibus entre Rio e São Paulo. Na primeira parada sobem 6 e descem 2. O ônibus segue viagem e na parada seguinte descem 3 e sobem 4. O ônibus continua sua rota parando pela última vez antes de chegar ao seu destisno, onde sobe 1. Qual o nome do motorista?

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RESPOSTAS:

1) A resposta certa é PÃO. Se você respondeu TORRADAS começou mal Se você respondeu certo, é um bom sinal.

2) As vacas bebem ÁGUA. Você disse leite? Xiiiii... É preocupante! Se você respondeu certo sua mente não está tão cansada.

3) Você está em dúvida? Está tentando adivinhar? O trem é elétrico, logo não tem fumaça! Vai querer continuar?

4) Respondeu algo do tipo "no país de cada um deles", ou está queimando seus neurônios pra tentar acertar? Quem em sã consciência enterraria SOBREVIVENTES? Se você quis enterrá-los, lamento, mas seu caso é preocupante!

5) Não sabe? Tem certeza? Se você não sabe, procure um médico. URGENTE! Você não sabe seu próprio nome? Leia novamente a questão. O motorista é VOCÊ!



(Recebi por e-mail, sem menção de autoria)

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GENTE QUE AMA ITABUNA: Plínio de Almeida

Plínio de Almeida


          Poeta, orador, Jornalista, pintor, escritor, desenhista amador, ex-vereador em Santo Amaro, vereador  em Itabuna e criador de passarinhos, Plínio de Almeida foi, como veem, um homem de sete instrumentos.

          Nascido na velha cidade dos engenhos de açúcar – Santo Amaro da Purificação, pai de nove filhos, chegou a Itabuna em 1951.

          Foi membro da Academia de Letras de Ilhéus e da Academia Castro Alves. Pertenceu  também à Casa Euclidiana, da qual foi Embaixador no Estado da Bahia.

          Seu primeiro emprego foi o de caixeiro de padaria, na cidade de Cachoeira. Seria mais tarde, redator de “O Estado da Bahia” e do “Diário da Bahia” e colaborador de “A Tarde”. No Rio, escreveu para “Vida Doméstica” e “O Malho”.

          É autor dos seguintes livros:  “A Grande Mensagem”, “Datas Históricas de Santo Amaro”,  “Poetas da Emoção e da Saudade”,  do romance “Chão de Massapê" e de dois livros de versos: “Asas” e “Fulô de Pau D’Arco”.

          Plínio foi também pintor, e como pintor realizou 26 exposições no Brasil e no exterior. Apareceu em  três Antologias diversas sobre poetas baianos de várias gerações e, em 1936, foi enviado a Portugal como “Embaixador da Cultura Baiana”.

          Sócio efetivo do Conselho Nacional de Geografia, correspondente da Sociedade de Geografia de Montevidéu, trabalhou para as emissoras de radio Nacional e  Tupy do Rio de Janeiro.
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          Em Itabuna foi professor e político, ensinou em várias escolas. Também trabalhou no jornal “Diário de Itabuna” e na Rádio Jornal, onde apresentou  a crônica "Nós pensamos assim!", que era um grande sucesso de público ouvinte.

          Faleceu em Itabuna dia 26 de Setembro de 1976.


Fonte de pesquisa:
(Figuras e fatos de ITABUNA)
HELENA MENDES

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ADOÇÃO SUPREMA – Mirian Warttusch

Clique sobre a foto, para vê-la no tamanho original
Adoção suprema


Quero adotar-te louca e prontamente,
Quero adotar-te desse meu modo irreverente...

Quero adotar-te para suprir a minha solidão,
Quero adotar-te, pra fazer morada no teu coração.

Quero adotar-te sem esperas, nem demoras,
Quero adotar-te... Contarei todas as horas.

Quero adotar-te como uma prenda preferida,
Quero adotar-te, para te ensinar como se vive a vida.

Quero adotar-te tão simplesmente... Assim...
Quero adotar-te... Adota também a mim?



Mírian Warttusch

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domingo, 26 de fevereiro de 2017

CARNAVAL DE BLASFÊMIA - Paulo Roberto Campos

26 de fevereiro de 2017


24 de fevereiro de 2017 — dia lutuoso na História do Brasil.

Dia em que nossa Rainha e Padroeira foi profanada. Ela foi conduzida forçadamente a participar de um desfile de horrores e imoralidades.

Uma imagem de Nossa Senhora Aparecida foi blasfemamente levada ao Sambódromo da capital paulista para desfilar na Escola de Samba Unidos da Vila Maria. Entre diversas outras condutas hediondas, uma componente de tal escola, vestida como se fosse Nossa Senhora… sambava. Pior. Este horror foi promovido por alguns prelados da própria Igreja Católica. E muitas outras autoridades eclesiásticas foram complacentes. A CNBB, cruzando os braços, não fez nada para impedir tal sacrilégio.  “A escola procurou dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, há dois anos, para pedir a autorização. Ele levou o pedido a um conselho, que concordou e sugeriu que o reitor do Santuário de Aparecida, padre João Batista, acompanhasse o processo” — revelou o diário carioca “O Globo” (17-2-17).

Há quase 40 anos, um outro sacrílego atingiu brutalmente a veneranda imagem de nossa Rainha e Mãe: no dia 16 de maio de 1978 sua imagem foi quebrada por um seguidor de uma igreja protestante. Este arrancou a imagem de seu altar e a espatifou. A bendita imagem, jogada ao chão, ficou reduzida a 200 pedaços [foto abaixo].

Naqueles idos, os fieis católicos de norte a sul do Brasil ficaram transtornados e fizeram atos de reparação.

E hoje, com essa terrível afronta a sagrada imagem de Nossa Senhora Aparecida, levada no carnaval pornográfico do Sambódromo, como reagem os católicos? Vamos aguardar os próximos dias para se avaliar adequadamente a possível reação e os eventuais atos de desagravo.

Em reparação à Santa Mãe de Deus, tão gravemente afrontada neste carnaval, transcrevemos abaixo um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira (publicado na “Folha de S. Paulo” em 29 de maio de 1978), no qual ele expressa a dor que lhe causou a notícia do sacrílego ato protestante.

Pedaços da Imagem de Na. Sra. Aparecida, após o sacrílego atentado em 1978

A Imagem que se partiu

Plinio Corrêa de Oliveira

O Brasil, há mais de dois séculos, venera Nossa Senhora como sua especial Padroeira. E essa veneração se dirige a Ela sob a invocação de Imaculada Conceição Aparecida.

— Nossa Senhora Aparecida!

A exclamação acode frequentemente ao espírito dos brasileiros. E sobretudo nas grandes ocasiões. Pode ser o brado de uma alma aflita que se dirige a Deus pela intercessão da Medianeira que nada recusa aos homens, e à qual Deus, por sua vez, nada recusa. Pode igualmente ser a exclamação de uma alma que não se contém de alegria e extravasa seu agradecimento aos pés da Mãe, de quem nos vêm todos os benefícios.

A história da pequena imagem de terracota escura — com o seu grande manto azul sobre o qual resplandecem pedras preciosas, e cingindo à fronte a coroa de Rainha do Brasil — encheria livros. Esses livros, se fossem concebidos como eu os imagino, deveriam conter não só os insignes fatos históricos que a Ela se prendem, mas também, em apêndice, as legendas que a piedade popular a respeito deles teceu. É da amálgama de uma coisa e outra — história séria e incontestável, e legenda graciosa — que resulta a imagem global da Aparecida como ela existe no coração de todos os brasileiros:

— o escravo que rezava aos pés da Senhora concebida sem pecado original, ao mesmo tempo que dele se acercava o dono inclemente, quando as algemas se rompem, o coração do amo que se comove etc.;

— o Príncipe Regente que saudava a imagem no decurso do trajeto que o levava do Rio a São Paulo, onde iria proclamar a Independência e fazer-se imperador;

— o ato do novo monarca colocando oficialmente o Brasil sob a proteção da Virgem Imaculada Aparecida;

— a coroação da imagem com a riquíssima coroa de ouro cravejada de brilhantes, oferecida anos antes pela Princesa Isabel, coroação feita em 8 de setembro de 1904 pelos bispos da Província Meridional do Brasil e de outros pontos do País, em razão do decreto do Cabido da Basílica Vaticana, aprovado por São Pio X;

— o velho Venceslau Brás, ex-presidente da República, assistindo piedoso, no jubileu de prata da coroação da imagem, à missa hieraticamente celebrada por D. Duarte Leopoldo e Silva, reluzente daquela como que majestade episcopal tão caracteristicamente dele;

— a solene proclamação do decreto do papa Pio XI, de 16 de julho de 1930, constituindo e declarando “a Beatíssima Virgem Maria, concebida sem mácula, sob o título de Aparecida, padroeira principal de todo o Brasil, diante de Deus”;

— a apoteótica manifestação do dia 31 de maio de 1931, em que o episcopado nacional, diante da milagrosa imagem levada triunfalmente ao Rio de Janeiro em trem-santuário, na presença das maiores autoridades civis e militares e em união com todo o povo — mais de um milhão de pessoas! — consagrou o País a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

E assim por diante, sem falar das curas, aos milhares. Quantos milhares? Cegos, aleijados, paralíticos, leprosos, cardíacos, que direi eu mais! Multidões e multidões sem conta de devotos, vindas do Brasil inteiro, com as mães contando às criancinhas, ao voltarem para os lares, alguma narração piedosa sobre a santa, inventada na hora ou ouvida da avó ou da bisavó. Bem entendido, narração enriquecida, de geração a geração, com mais pormenores maravilhosos.

Tudo isso levava o Brasil inteiro a emocionar-se — e com quanta razão — ante a pequena Imagem de terracota escura, vendo nela o sinal palpável da proteção de Nossa Senhora.


E o sinal se quebrou.

Por sua vez, essa quebra não será um sinal? Sinal de quê?

A julgar pelas narrações da imprensa, os pormenores do fato ocorrido estão envoltos em mistério. [...] Nosso público, habitualmente informado com inútil luxo de pormenores acerca de qualquer crime do gênero dos que entram na triste rotina das grandes cidades contemporâneas, entretanto pouco sabe desse sacrilégio trágico que marca a fundo a história de Aparecida, a história religiosa do Brasil e por isto, pura e simplesmente, a história do Brasil. [...]

Amigos meus que conversaram há dias com altíssima personalidade eclesiástica, dela ouviram que o sacrilégio teria relação com a aprovação do divórcio no Brasil.

A hipótese faz pensar. Talvez, entristecida a fundo pela promulgação do divórcio, Nossa Senhora, ao permitir o crime, tenha querido fazer ver ao povo brasileiro seu desagrado pelo fato. Seria bem isso? Sem dúvida, a introdução do divórcio foi um gravíssimo pecado coletivo cometido pela Nação brasileira. [...]

Há dois aspectos pelos quais a aprovação do divórcio pode ser relacionada com o crime sacrílego. De um lado, se o divórcio foi aprovado, é porque a resistência contra o mesmo foi insuficiente. Quando o sr. N. Carneiro era aclamado aos brados pelo plenário do Congresso e por uma minoria que abarrotava as galerias, logo depois da aprovação da lei, a Nação dormitava. E essa soneira em hora tão grave exprime, por sua vez, uma flagrante falta de zelo. Pois não nos basta não fazer uso da lei. Se não a queríamos, por que não a impedimos?

Por outro lado, como não reconhecer nesse censurável indiferentismo, não um estado de espírito de momento, mas uma atitude de alma resultante de efeitos ainda muito mais profundos?

Quando a moralidade das modas decai assustadoramente, quando os costumes sociais se degradam a todo momento e a limitação da natalidade, praticada por meios condenados pela Igreja, vai ganhando proporções assustadoras, prepara-se o caldo de cultura para o comunismo. Este, embuçado em criptocomunismos, eurocomunismos, socialismos e outros disfarces ideológicos, vai avançando. Como não reconhecer nisto um complexo de circunstâncias nas quais se insere, com toda a naturalidade, o divórcio?

Isto dito, como não lembrar a profecia de Nossa Senhora, feita em Fátima pouco depois da queda do tzarismo?

Eis as palavras d’Ela: “Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

É impossível não perguntar se existe uma relação entre essa trágica e materna previsão, desatendida pelo mundo ao longo dos últimos sessenta anos, e a também trágica ocorrência de Aparecida. Não será esta um eco daquela? Um eco destinado especialmente ao Brasil, pois que entre nós, e contra a Imagem de nossa Padroeira, o crime se deu.

Especialmente para o Brasil, sim; exclusivamente para o Brasil, quiçá não. Pois nosso País é o que tem hoje em dia a maior população católica do globo. E Aparecida é, depois de Guadalupe, o santuário mariano de maior afluxo de peregrinos em todo o orbe. Pelo que, quanto aqui ocorra em matéria de devoção marial tem um significado para o mundo inteiro.

Muitos dirão que a ilação entre Fátima e Aparecida não pode ser afirmada, por falta de provas cabais. Não entro aqui na análise da questão. Pergunto simplesmente se há quem se sinta com base para negá-la…



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TERRAS DE ITABUNA: CONVERSA DE BOIADEIROS – Carlos Pereira Filho

Conversa de Boiadeiros



          A rancharia, onde apearam, era alguma coisa ignóbil, como as rancharias do resto das estradas, até o sertão.

          Carlos Sousa e João Pereira armaram as redes,  soltaram os animais e foram jantar numa pensão, perto da farmácia do Cabral.

          Enquanto, na pensão, sentados, pacientemente, esperavam o jantar,  dois viajantes boiadeiros, conversavam numa mesa próxima. Um dizia ao outro: “Este Inácio Costa é um sujeito levado do diabo. Não tem medo de nada e, cada dia que passa, vai ficando mais rico. Agora ele comprou os açougues de Antônio Setenta e quer ficar com a fazenda do Riacho de areia, do velho Terto. Ele disse-me que aquilo é “anel de ouro em focinho de porco”.

          - Também, concordou o outro, ele tem razão de ser tão sabido. Já nasceu sabido, na terra sergipana. Os tolos, por lá nascem mortos ou ficam para tomar conta da terra pobre. Ele mesmo conta a sua vida e diz que, ainda criança, nas feiras de Sergipe, vendia bode por ovelha e ovelha por bode. Cresceu assim, enganando,  nesta escola, dando golpes, sendo mestre de sabedoria. Só tem um defeito: é ambicioso de mais, a sua barriga não enche nunca ou, como diz o povo, tem os olhos maiores que a barriga. No mais é um sujeito bom, amigueiro, trabalhador e boa paga. Falam até que, ao chegar nesta terra, vendia rolete de cana para viver.

          - Isto não tem importância, replicou o outro viajante, aqui ninguém é filho de príncipe. Misael Tavares, rei do cacau, foi tropeiro. Firmino Alves, trabalhador de roça, Oscar Marinho, caixeiro de armazém. Aqui não se pergunta quem foi, pergunta-se quem é.

          Carlos Sousa e João Pereira ouviram as prosas sobre Inácio Costa e, tranquilamente, jantaram o feijão com arroz e mais um bife duro, à moda da casa, temperado com muito sal, pimenta e cominho.

          Depois do jantar, saíram da pensão, desceram pela rua principal, e um mostrou ao outro, numa velha casa de esquina, um letreiro antigo da loja comercial de Arquimedes Amazonas, meio apagado, mas, ainda visível, como a recordar passados tempos de atividade, naquela terra que dormia p sono da decadência.

          Na rancharia, depois de soprarem as brasas de uma fogueira feita no chão, subiram para as redes.

          O relógio de uma casa próxima batia oito horas, ouvidas, distintamente, no silêncio da noite de um verão abrasador. Uma brisa suave agitava levemente as folhas das árvores e, lá em baixo, o rio Cachoeira corria, aumentando ou diminuindo o sussurro das suas águas, com a maior ou menor velocidade da viração que soprava na sua superfície.

          Um galo cantou na vizinhança, advertindo que a noite ia alta. As labaredas da fogueira estavam reduzidas a pálidas chamas.

          Os dois companheiros, vencidos pelo cansaço, silenciaram e mergulharam no sono, depois de um dia estafante de viagem sob o sol ardente nas margens arenosas do rio Cachoeira.



(TERRAS DE ITABUNA)

Carlos Pereira Filho

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ITABUNA CENTENÁRIA: UM POEMA - Canção do amor que chegou

Canção do amor que chegou


Eu não sei, não sei dizer

Mas de repente essa alegria em mim

Alegria de viver

Que alegria de viver

E de ver tanta luz, tanto azul!

Quem jamais poderia supor

Que de um mundo que era tão triste e sem cor Brotaria essa flor inocente

Chegaria esse amor de repente

E o que era somente um vazio sem fim

Se encheria de cores assim

Coração, põe-te a cantar

Canta o poema da primavera em flor

É o amor, o amor chegou

Chegou enfim!

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in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"

PENSADOR.INFO

"Um bebê nasce com a necessidade de ser querido. E nunca perde esta necessidade. Que nosso bebê se encontre entre os seres mais queridos de nosso planeta."



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PALAVRA DA SALVAÇÃO (15)

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8º Domingo do Tempo Comum - 26/02/2017


Anúncio do Evangelho (Mt 6,24-34)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa?
Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso?
E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?
Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso.
Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo.
Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas”.


— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão de Dom Alberto Taveira, Arcebispo de Belém do Pará:

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Não é possível servir a Deus e ao dinheiro



Quem quer servir a Deus precisa ser uma pessoa desprendida

“Ninguém pode servir a dois senhores, pois, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. (Mt 6,24)


Há, nessa Palavra, uma afirmação categórica de Jesus: não dá para ocuparem o mesmo espaço, o dinheiro e Deus. Porque, se o dinheiro existe, é para estar a nosso serviço e a serviço de Deus. Nunca para colocar o Senhor a serviço do dinheiro nem para fazermos o pior, que é colocar o dinheiro como o “deus” da nossa vida.

Preciso dizer para que você não tenha nenhuma dúvida: o dinheiro é o “deus” deste mundo, ele manda neste mundo, compra as pessoas que se vendem por causa dele. Há pessoas que comandam pelo dinheiro que têm e pelo que não têm, e vivemos em função de ter ou não ter dinheiro. Enfim, as pessoas falam o tempo todo dele, preocupam-se em demasia com ele.

Muitas vezes, nossas igrejas vivem em função do dinheiro, mas nosso modelo é o Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele é para nós modelo primeiro de desprendimento. O desprendimento de Jesus está no Seu nascimento até a hora de Sua morte.

Ah, mas Jesus não pegou em dinheiro! É óbvio que sim! O grupo precisava de dinheiro, e havia alguém que cuidava disso. Você sabe que aquele que cuidava do dinheiro se corrompeu, porque fazia mau uso dele. O dinheiro, quando vem a nós, ele nos domina, corrompe-nos.
Não preciso dizer quantas pessoas são corrompidas por causa do dinheiro. Não falo nem da grande escala, porque isso já está nos noticiários, mas no nosso dia a dia, no cotidiano, o quanto as pessoas se deixam levar pela sedução que o dinheiro exerce. As pessoas até tratam melhor alguém pelo dinheiro que este tem, e desmerece aqueles que não o têm.

Que lógica mais diabólica, mais perversa e mundana! Estamos nos escravizando pelo “deus” deste mundo, que se chama dinheiro. Por isso, Nosso Senhor Jesus Cristo está dizendo: “Vós não podeis a Deus e ao dinheiro”.Quem quer servir a Deus precisa ser uma pessoa desprendida, não pode ser apegada, não pode ser refém do dinheiro.

Para que, afinal, ele serve? Para estar a serviço da vida, para torná-la melhor; não para fazer nossa vida difícil, complicada. E quando é que ela se torna complicada? Quando nos deixamos seduzir pelo dinheiro, quando não sabemos usá-lo, quando ele comanda as nossas ações.

Não é nenhum pecado trabalhar para ter honestamente o seu dinheiro, ter muito ou pouco, mas se soubermos usá-lo, nós nos perdemos, corrompemo-nos e nos deixamos seduzir. Precisamos ter ordem na coisa, e a ordem é justamente essa: só Deus pode ocupar o primeiro lugar da nossa vida. Se você já colocou outras coisas na frente de Deus, desculpe, é impossível realmente servir-Lhe, porque Aquele que você serve é quem manda no seu coração. Se servirmos a Deus, é ele quem nos comandará, que vai nos ensinar a usarmos corretamente o dinheiro, os bens, as coisas deste mundo.

Se quisermos, no entanto, servir a Deus, mas primeiro ao dinheiro, só nos perderemos. Desculpe-me, mas estamos endividados com situações complicadas, porque deixamos essa desordem entrar na nossa vida. Não é possível servir as duas coisas.

Que Deus seja Deus em nossa vida e que o dinheiro esteja a serviço do bem e da fraternidade, no cuidado dos outros e na construção do Reino dos Céus.

Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.




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