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quarta-feira, 29 de maio de 2019

VINICIUS DE MORAES É O TEMA DA CONFERÊNCIA DO PROFESSOR E POETA EUCANAÃ FERRAZ NA ABL



O professor e poeta Eucanaã Ferraz faz, na Academia Brasileira de Letras, a palestra de encerramento do ciclo de conferências “Poesia cantada: melodia e verso”, sob coordenação do Acadêmico e jornalista Zuenir Ventura, intitulada Vinicius de Moraes: a canção como destino. O evento está programado para dia 30 de maio, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203, Castelo, Rio de Janeiro) Entrada franca.

A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado é a coordenadora-geral dos ciclos de conferências de 2019.

Serão fornecidos certificados de frequência.


O CONFERENCISTA

Poeta e Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, onde leciona Eucanaã Ferraz publicou, entre outros livros, Martelo e Desassombro, Rua do mundo e Cinemateca. Para o público infanto-juvenil, destacam-se Bicho de Sete Cabeças e outros seres fantásticos; Palhaço, macaco, passarinho.

Eucanaã Ferraz ganhou o Prêmio de Melhor Livro para Criança (Água sim) pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ. Organizou, de Caetano Veloso, Letra Só, seleção de letras; e O mundo não é chato, reunião de textos em prosa. Assinou, ainda, os volumes Poesia completa e prosa de Vinicius de MoraesVeneno antimonotonia, antologia de poemas e letras. Na área ensaística, publicou Folha Explica Vinicius de Moraes.

23/05/2019

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NOTRE DAME DE PARIS, UM OLHAR, UMA VIRTUDE - Nelson R. Fragelli


29 de maio de 2019
Nelson R. Fragelli
  
           De longe ela atrai. Ela convida a se aproximar. Sente-se que ela quer se comunicar. Sente-se que ela tem palavras de reconforto. Há quase 900 anos ela é a casa da Mãe de Deus cuja bondade ao longo desses séculos penetrou suas pedras. Não há quem olhando-a não sinta promessas e esperanças. Em sua grandeza ela não espera que o peregrino lhe faça uma promessa a ser paga se uma graça lhe for concedida. Não, ela se adianta e faz sentir no íntimo dos corações seu desejo de ajudá-lo. Quem não necessita de ajuda? Basta aproximar-se para obtê-la.

           E os visitantes se aproximavam aos milhares. Nos últimos tempos, em quase todas as estações do ano, as filas eram longas. Bem mais longas do que no fim do século passado. Aspirações e esperanças formavam aquelas filas. O que são essas esperanças? É a certeza de que ali serão preenchidas partes vazias da alma que pena em meio a este mundo. Por isso ela atrai tanto. O visitante intui que no mais alto daquelas esperanças está o ponto de encontro com Deus.

           Essa mesma esperança um dia moveu um jovem incrédulo rumo à aceitação da Fé. Ele cedeu àquela atração bondosamente expressa pela imagem de Nossa Senhora, em meio à rosácea central, tendo nos braços seu divino Filho. Viu-a, aproximou-se e entrou. Entrando, encontrou um mundo repleto de tão fortes impressões que ficaria atordoado se elas não fossem inteiramente calmas e ordenadas. Silenciosamente percorreu as naves da catedral com os olhos fixos nas altas abóbodas e na magia das cores escachoantes dos vitrais, radiante de luzes espirituais recolhidas na penumbra do templo. Esse jovem tornou-se conhecido no mundo católico. Era o literato Paul Claudel (1868 – 1955).

            Naquele dia ele via esse santuário ao toque de sinos do Angelus, momento tranquilo em que Paris faz a pausa do meio-dia. Vejo a igreja aberta, escreveu Claudel. É preciso entrar. Ao entrar diz meramente, Mãe de Jesus Cristo, não venho rezar. Nada posso oferecer, nada tenho a Vos pedir. Venho somente, Mãe, vê-la de perto. Quero estar convosco no lugar onde estais.

           No lugar onde estais. Claudel sentia particular conforto em estar com a Mãe de Deus naquela Catedral. E ali se deu sua conversão. Convertido ele exprime com poesia o chamado feito por aquele lugar sagrado a cada um que o vê. Chamado que desde então se intensificou para incontáveis almas arrastadas pela voragem do mundo contemporâneo. Desde a conversão de Claudel a catedral se manteve a mesma, mas o mundo se distanciou de Deus. Olhá-la do fundo do vale obscuro deste século é vê-la numa expressão de esplendor que ela parecia não irradiar tão fulgente aos olhos daquele passado ainda não distante. Cresceu a impiedade. Cresceu também o fulgor da Catedral.

           Vê-la de perto era tudo o que Claudel queria. Vê-la “porque estamos neste século e Vós estais lá para sempre”. A sede de virtudes eternas o chamava a Notre Dame. A mesma sede atua hoje embora, para muitos, mais imprescindível.

            Sua majestade imóvel põe nobres sentimentos e inclinações em movimento. E ela atrai possantemente. “Derramai Vosso orvalho sobre esta Terra deserta e fazei cessar sua longa aridez”, pede Santo Agostinho em sua célebre oração ao Divino Espírito Santo. Este orvalho bem pode ser o outro nome para aquela doce atração exercida pela Mãe sobre filhos necessitados. Comentando este ponto da mesma oração Plinio Corrêa de Oliveira observa que tantas almas postas neste mundo, em razão de seus defeitos, sentem uma insuficiência e uma solidão interior. Muitas têm a ilusão de encontrar neste mundo o remédio para sua aridez. Não pode haver erro maior, pois as profundezas do coração humano são difíceis de discernir e sua obscuridade torna complexa a percepção do que nelas se passa. Este mundo não é capaz de entendê-lo.

            Quem não sente essa obscuridade complexa nos tormentosos dias atuais? Não é a resplandecência de Notre Dame a luz que sana aquela obscuridade interior e que atraiu almas desertas e sem Fé, como um dia atraiu Claudel? Não será a mesma procura de uma luz interior a atração exercida pela grandeza desse templo sobre tantos que nele entram e ali encontram elevação? Em meio à aridez espiritual deste século Nossa Senhora, em sua casa, concede luzes de sua materna afeição que vão ao fundo dos corações. Maria tem de seu Filho o poder de sanar. Ela repete maravilhas semelhantes às operadas por seu Divino Filho, como em Cafarnaum, onde uma mulher aproximou-se de Jesus por detrás, tocou-lhe a orla do manto e no mesmo instante foi curada. E Jesus percebeu que dele saíra uma virtude e olhava em derredor para ver quem o tocara. (Cfr. Mc 5, 25-34). Tocar Notre Dame significa dar-lhe um olhar. E entrar. Um olhar apenas. Uma visita somente. É o que pede Nossa Senhora em sua catedral a fim de dissipar tantas trevas interiores.


            No dia 15 de abril um incêndio devastou a parte superior da catedral e com ela a flecha esbelta e ousada. A flecha sublimava a catedral representando o voo ao Infinito. Simbolizava o dedo de Deus apontando o Céu (Marcel Proust). Se entre pilares e abóbodas, rosáceas e penumbras de seu interior a percepção da clemência de Maria elevava os corações ao desejo do Céu, a flecha era a confirmação no exterior do Templo dessa elevação. Vista de longe, para quem se aproximava, ela era arauto daquelas grandezas. Para quem partia, ela alimentava saudades daqueles espaços interiores benditos onde “a doçura de Nossa Senhora comunicava força” (Plinio Correa de Oliveira).

            O conde de Montalembert (1810-1870) descreve a igreja medieval de Marburg (Hesse), às margens encantadoras do rio Lahn. Uma igreja em ruínas. Nela fora sepultada Santa Isabel da Hungria (1207-1231). Ao descrevê-la Montalembert fez esta observação: “A Fé que deixara na pedra fria sua marca profunda nada deixara nos corações”. Pedras devastadas ainda ostentavam a beleza medieval do lugar onde repousara a grande santa. Os corações dos homens tinham-se tornado insensíveis. Donde a ruína daquela igreja. Este pensamento vem à tona no momento da restauração da catedral. Como será feita? Idêntica ao que era? As autoridades eclesiásticas e civis responsáveis conservarão no corpo sagrado da catedral elementos de irradiação da Fé esplendorosos tal como eram até o recente ultraje cometido pelas chamas? Ou serão essas chamas a apagar canduras e virtudes irradiadas por Maria?

1 comentário

José Antonio Rocha
29 de maio de 2019

Não tenhamos medo. Os escravos de satanás não vencerão. Deus é mais forte que todo o mal. Jesus Cristo venceu o mundo, a morte e o pecado. O coração imaculado da Virgem Maria triunfará. Notre Dame resplenderá uma Luz mais cristalina que a mente humana nunca será capaz de imaginar, mas todo coração receberá conforme e mansidão. Amém.


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O LADO BOM DA VIDA – Paulo Roberto Gaefke



Quando chegar em casa...
tire os sapatos, abaixe a voz, não grite,
não entre com seus problemas do dia
em seu recinto sagrado... Deixe-os lá fora!
Convoque todos em sua casa
a transformar seu lar em santuário.

Vou lhe dizer algo que você já sabe, já está gravado em sua alma, mas às vezes precisamos escutar e tentar entender essa verdade... A paz que procuramos e a felicidade estão dentro de nós, assim como sabemos todas as respostas para nossas dúvidas, está tudo dentro de nós mesmos...

A riqueza ou a pobreza, a saúde ou a doença, amor ou ódio, liberdade ou prisão, tudo está na maneira como enxergamos nossa vida, como encaramos os fatos que nos cercam, pelo lado positivo ou negativo das coisas e dos fatos.

Veja! Presta atenção! Naquela semana legal em que as coisas começam bem, emprego novo, ou presente surpresa, sei lá.... parece que tudo vai se encaixando, só coisas legais começam a acontecer... Pode até dar um tropeção em uma pedra que você leva na esportiva, se cair no meio da rua você ri de você mesmo...

Já, naquela semana que você recebe um não quando esperava um sim, quando é contrariado, quando não acontece o que espera... Ai... Meu Deus! Um urubu desce na sua cabeça, tudo fica cinza, tudo que é coisa ruim acontece. Aí vem: dores estranhas pelo corpo, palpitações, alterações bruscas na pressão, alterações no humor... e mais coisas ruins que atraem mais coisas ruins... E finalmente a dor se instala em sua casa, faz morada dentro de você! Para sair dessa situação é duro...

Então por que nos deixamos abater pelas dificuldades? Por que não vivemos na alegria? Porque na maioria das vezes colocamos nossas maiores expectativas em coisas que não dependem só de nós... Transferimos responsabilidades, queremos o que não temos chance de conseguir! Buscamos coisas, às vezes, que nem sabemos pra que, mas queremos por que queremos...

Aprenda de uma vez... A paz e a harmonia dependem da maneira que você conduz a sua vida, onde anda seus pensamentos, onde você coloca suas expectativas, onde está o seu amor próprio... E principalmente, na confiança que você coloca na justiça Divina... Afinal nada acontece por acaso... Absolutamente nada. Não se canse de buscar a paz!

Para iniciar, transforme a sua casa num templo... Faz de conta que você chegou em uma igreja! Quando chegar à sua casa... tire os sapatos, abaixe a voz, não grite, não entre com seus problemas do dia em seu recinto sagrado... Deixe-os lá fora! Convoque todos em sua casa a transformar seu lar em santuário. Veja o lado bom da vida em tudo, até na dor... Esse é o início da grande mudança.



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