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segunda-feira, 30 de abril de 2018

PORNOGRAFIA: ABISMO QUE ATRAI OUTROS ABISMOS! - Sergio Bertoli


5 de Abril de 2018
Sergio Bertoli

“Foi a experiência mais tenebrosa, desesperadora e solitária da minha vida. Eu me sentia no fundo de um abismo. Tudo ao meu redor era silêncio: silêncio dos amigos, da família e, aparentemente, até de Deus. Vivia completamente sem esperança de que alguém me estenderia a mão para me resgatar.”

Assim se inicia o artigo intitulado “Aprisionados pela pornografia”, publicado no jornal “Correio Braziliense” (18-3-18), de autoria de Gabriela Vinhal e Hellen Leite. As palavras são de “Sônia” (nome fictício), uma viciada em sites de pornografia.

A matéria em nenhum momento aborda o aspecto religioso e moral, sem dúvida o mais importante, mas abunda em referências cientificas, opiniões de estudiosos e psicólogos. Esse lapso mostra o quanto ela é “insuspeita”, pois alguém poderia dizer: “Aí vai mais uma opinião religiosa sobre pornografia”…

Segundo Fábio Augusto Caló, especializado em terapia sexual no Instituto de Psicologia Aplicada (Inpa), “esta trajetória se assemelha à de pessoas que se tornam dependentes de substâncias químicas. Uma atividade inicialmente prazerosa passa a ser buscada cada vez mais, até um ponto em que prejudica a escola ou o trabalho e afeta os relacionamentos pessoais”.

Especialistas dizem o caminho tomado por Sônia não é raro e pode levar a quadros de desespero quando a pessoa acha que perdeu o controle sobre a própria vontade. “Não é incomum que o dependente enfrente sérios riscos de suicídio e também se coloque em situações que podem afetar sua saúde física”.

O tema está diretamente ligado à era digital. Impressiona a afirmação de Caló: “Com a internet, a pessoa abre 15 vídeos de uma vez. Ela pode adiantar cenas, ver diferentes tipos de sexo. A quantidade de estímulos a que fica exposta em uma hora é muito maior do que a de um indivíduo, há 40 anos, teria ao longo da vida inteira.”

Dados da revista americana “The Week” indicam que 12% dos sites — cerca de 76 milhões de endereços — são dedicados a “conteúdo explícito”. Um só site pornográfico recebeu por dia, em 2017, a visita de 81 milhões de pessoas (sic!) de todo o mundo. O Brasil é o 10º lugar no ranking dos países que mais buscam esse mesmo portal.

A facilidade de acessar conteúdos assim na internet é tal, que até crianças estão sujeitas ao consumo dessas imagens e vídeos.
Assim como acontece com todos os outros vícios, quanto mais se afunda no consumo da pornografia, menos satisfação se recebe e mais difícil se torna abandoná-lo. O que parecia um mundo de felicidades, um “paraíso”, torna-se um inferno.
Nossa conclusão não é a mesma do “Correio Braziliense”, cujo artigo aconselha a busca de ajudas meramente científicas e naturalistas.

Todo este assunto é novidade para quem não tem formação religiosa verdadeira, mas não surpreende os que acompanham o desvario dos acontecimentos anunciados por Nossa Senhora em Fátima.

Por sua vez, aqueles a quem incumbiria condenar, invectivar e repreender, se calam, omitem-se, para dizer pouco.

Uma pergunta que inevitavelmente vem ao espírito é: até onde nos conduzirá essa marcha de depravação em depravação? Segundo os autores de vida espiritual, se o homem não colocar um basta nas suas tendências más, não há limites aonde ele não possa chegar. Já se divisam no horizonte aberrações que me poupo de citar aqui por respeito aos leitores.

O alerta em relação aos vícios, especialmente aos de impureza, vem sendo abordado há dois mil anos. Aliás, até muito antes. O Antigo Testamento está repleto de elogios à virtude da castidade. Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos a louvaram magnificamente; os primeiros Padres da Igreja, os Santos, os Doutores, exaltaram-na de maneira toda especial.

Nada disto é novidade para um bom católico. Antes de tudo, a Doutrina da Igreja nos ensina que sem a graça de Deus — que nunca falta a quem pede — jamais conseguiríamos praticar a virtude da pureza, que nos faz semelhantes aos Anjos do Céu.
Enquanto este mundo não se converter à totalidade da moral ensinada pela única Igreja verdadeira do único Deus verdadeiro, não há abismo em que não se precipite.

Peçamos Àquela que foi concebida sem pecado, a Imaculada Mãe de Deus, que nos ajude a preservar essa santa virtude, ou a recuperá-la, para que se realizem assim em nós as palavras do Divino Mestre “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus”(Mt 5,8).


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DOM CESLAU STANULA - O laicato > Novas Comunidades Cristãs


O laicato:Novas Comunidades Cristãs

23/4/2018

Continuando as nossas reflexões sobre o laicato, gostaria deter-me de um fenômeno surgido nas últimas décadas na Igreja, de iniciativa na maioria das vezes,  dos leigos, em sintonia com o ensinamento da Igreja que são as Novas Comunidades Cristãs.

O Espirito Santo continua agindo na Igreja. Se olharmos na sua história podemos perceber a sua ação em cada época de forma diferente, mas sempre como a resposta às necessidades no seu tempo. Assim vemos, por exemplo, o surgimento das comunidades cristãs relatadas nos Atos dos Apóstolos. Depois século II e IV surgiu o movimento chamado monarquismo, em defesa da Santíssima Trindade, depois surgiu o movimento mendicante no século XIII. (O movimento foi chamado assim por sua característica de “mendigar” humildemente ao apoio das pessoas para viver o voto de pobreza e levar a cabo a missão evangelizadora. Aqui se destacam São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão com grandes famílias religiosas Franciscanas e Dominicanas. Estes santos tiveram a capacidade de ler com inteligência “os sinais dos tempos”, intuindo os desafios que a Igreja da sua época deveria enfrentar).

Depois, as congregações voltadas à caridade, nos séculos XV e XVI; e nos séculos XVII e XVIII formam-se as congregações missionárias com Santo Afonso, São Paulo da Cruz etc., e assim por diante.

E hoje o Espirito Santo se manifesta nas Novas Comunidades Cristãs. (continuará).

Com a minha oração e a benção. Uma boa noite.

Dom Ceslau.
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24/4/2018

As Novas Comunidades surgiram na década de 1970 na França e nos EUA. No Brasil, as primeiras Comunidades Novas apareceram na década de 80.  Hoje temos inúmeras Novas Comunidades. Alguns afirmam que são mais de 500.

O que são estas Novas Comunidades?

Primeiro não são religiosos como nós conhecemos, e não vivem nos conventos, nem atrás de clausura. São os grupos  compostos por homens e mulheres, por clérigos ou leigos, casados, celibatários ou solteiros, que seguem um estilo particular de vida sob a espiritualidade de um carisma particular. Eles vivem no mundo (não na clausura ou conventos) guiando-se com mesmo carisma e vivendo radicalmente o evangelho de Jesus. Quantos destes trabalham com você no escritório, consultório, no comercio, nas empresas etc., (trabalham com você, ao seu lado, sem você até perceber). Eles fazem, espontaneamente, depois de uma caminhada de preparação, as promessas, compromissos ou votos de obediência, pobreza e castidade, cada um segundo o seu estado de vida.

Este estilo de vida guiado por um carisma particular se chama: Novas Comunidades Cristãs (Continuaremos).

Com o desejo de uma repousante noite, com a minha humilde oração e a benção. Boa Noite.

Dom Ceslau.
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 25/4/2018

O Concílio Vaticano II pedia que a Igreja fosse inserida no mundo e capaz de atraí-lo para Cristo. Ao mesmo tempo que a Igreja desse a resposta aos desafios de seu tempo.

O Papa São João Paulo II, na Vigília de Pentecostes de 1998, chamou as Novas Comunidades de “providencial resposta do Espírito”. Isso porque, através das Novas Comunidades, leigos que se consagram a Deus a partir de um carisma vivem o seu Batismo de forma autêntica num mundo cada dia mais secularizado.

Foi precisamente o Papa São João Paulo II que sublinhou a importância das Novas Comunidades Cristãs no seio da Igreja. E o Papa Bento XVI deu continuidade à iniciativa de seu antecessor. Desde o Concílio Vaticano II, depois as Conferencias Latino Americanas, principalmente de Santo Domingo, nas Diretrizes da Ação Evangelizadora do Brasil da CNBB, Igreja proclama o protagonismo dos leigos. E tudo isto foi o incentivo para o surgimento das Novas Comunidades, e muitas vezes de iniciativa dos próprios leigos. (continuará). Com a benção e oração. Uma Boa Noite.

Dom Ceslau.
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26/4/2018

A Conferencia de Aparecida reconhece e valoriza as Novas Comunidades. Lemos: “Os novos movimentos e comunidades são o dom do Espírito Santo para a Igreja. Nelas, os fieis encontram a possibilidade de se formar cristãmente crescer e comprometer-se apostolicamente até ser verdadeiros discípulos missionários” (Ap. 311).

No sequencia fala: “Os movimentos e novas comunidades constituem valiosa contribuição na realidade da igreja particular” (nas dioceses). Por sua própria natureza, expressam a dimensão carismática da Igreja (...) “nova comunidades são uma oportunidade para muitas pessoas afastadas possam ter uma experiência de encontro vital com Jesus Cristo e assim recuperar a sua identidade batismal e a sua ativa participação na Igreja” (Ap. 312).

Assim as Novas Comunidades, são o sopro do Espirito Santo quando vivem o seu carisma, mas na unidade com a Igreja diocesana, não só de fé mas também de ação. Por isso, para que estas comunidades tenham maior força evangelizadora precisam do discernimento e a aprovação do bispo diocesano, e caso já saírem das fronteiras da diocese e até do país, da Santa Sé.

Com a minha benção e oração. Uma repousante noite.

Dom Ceslau.
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27/4/2018

Eis algumas Novas Comunidades mais conhecidas entre nós: A “Canção Nova”, de inspiração de Mons. Jonas Adib, que após o estudo  da Exortação Apostolica do Papa Paulo VI sobre a Evangelização: Evangeli Nuntiandi, e depois de ouvir o desejo do Dom Afonso de Miranda (hoje com 98 anos!), na época bispo de Lorena SP, de encontrar alguma forma para uma nova evangelização dos jovens, teve uma luz. Reuniu jovens, e lançou o desafio: Precisamos catequizar e evangelizar.

Desta decisão assumida corajosamente em 1978, por ele e pelo  grupo de jovens, nasceu, com o apoio de Dom Antônio Miranda, a Canção Nova, cujo carisma é evangelizar, usando os meios de comunicação acessíveis em cada época. Hoje a Canção Nova tem a disposição para anunciar o Evangelho: a rede de rádios Canção Nova, a TV Canção Nova, as revistas e livros da Editora Canção Nova.

A Comunidade foi reconhecida pela Santa Sé. A outra Comunidade é a Comunidade Shalon, fundada por Moysés Azevedo. A Comunidade nascida no meio da juventude, com o objetivo de evangelizar os jovens mais afastados de Deus.

O seu início se deu em Fortaleza em 1982. Várias pessoas vindas da Renovação Carismática Católica transformaram uma lanchonete em um meio de atração dos jovens a Deus. Hoje é a maior Nova Comunidade no país, com mais de 8 mil membros. Esta, já está espalhada pelo mundo inteiro. Tem o reconhecimento da Santa Se desde 2007.

Admirável é Deus em suas obras. Um boa noite. Com a minha benção e oração.

Dom Ceslau.
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28/4/2018

Encerrando estas reflexões dentro do tema do laicato, sobre as Novas Comunidades, constatamos que a maioria tem a origem na Renovação Carismática Católica.

“Na Igreja não há contraste ou contraposição entre o dinamismo institucional e a dimensão carismática, da qual os movimentos são expressão significativa, porque ambos são igualmente essenciais para a constituição divina do Povo de Deus” (Bento XVI) Ap.312).

Da Carismática, nasceu em Itabuna a Comunidade Rainha da Paz. As jovens Gracinha, sua irmã Márcia e outro ajudavam ao Pe. Edvaldo. Com tempo elaboraram algumas orientações de ação. Com a minha chegada, ajudei a organizar a base da sua vivencia isto é o Estatuto – Regra de Vida. Estruturamos a comunidade, que hoje segue seu curso evangelizando por meio da música e trabalhos apostólicos na Diocese de Itabuna.

A Comunidade recebeu o reconhecimento e aprovação da Diocese. Assim já tem o seus “status” juridicamente definido. Da mesma forma ajudamos a estruturar a comunidade formada (em 1993) pelo Pe. Manuel Carlos de Jesus Cruz, a Comunidade chamada: Instituto Missionário Amigos de Cristo, Mensageiros da Paz. Tem como o objetivo e carisma evangelizar os ambientes (as famílias), e rezar pela paz. Já tem dezenas de membros espalhados pela Bahia e outros estados. Esta comunidade também tem a aprovação do Estatuto e Regra de Vida e recebeu o reconhecimento e aprovação diocesana.

Não podemos limitar as ações do Espirito Santo. Ele sopra quando e onde quer, sempre vai ao encontro das necessidades do povo de Deus. Com a minha oração e a benção. Boa noite. .

Dom Ceslau.
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Dom Ceslau Stanula - Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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