Os Diabos Grapiúnas
Quando o
ataque da seleção de Itabuna dispara, fulminante, rumo ao campo adversário, o
coração dos torcedores para de bater. De repente, um locutor de rádio grita,
quase estourando o microfone:
-
Gôôôôôôôôôl de Fernando Riella!
Riella é
uma das estrelas do onze famoso da cidade de Itabuna. É o Leônidas, é o
Zizinho, é o Pelé, é o Heleno de Freitas, é o craque absoluto, genial,
assombroso, que dá alegria ao público.
Poucas vezes,
em todo o mundo, uma seleção tem conquistado tantos triunfos como a de Itabuna:
são nove anos de superioridade, embora o título tenha sido disputado apenas
seis vezes. Em 1957 conquistou o seu primeiro troféu arrasando as seleções de
Belmonte, Ubaitaba, Valença e Salvador. Em 1961 conseguia o bicampeonato,
eliminando as representações de Belmonte, Itajuípe, Jequié, São Félix e Feira
de Santana. Em 1962, a Taça ficou definitivamente em Itabuna, quando os diabos
grapiúnas da Liga Itabunense de Desportos Atléticos venceram Ilhéus e
Alagoinhas, sagrando-se tricampeões do Intermunicipal.
Em 1963,
de posse definitiva da Taça Estado da Bahia, a LIDA conquistou nova taça,
eliminando Ilhéus e Santo Amaro. Em 1964, ganhou o pentacampeonato cinco títulos!
Na marcha batida, novamente derrotou Ilhéus e foi buscar sua segunda taça em
Alagoinhas. No dia seguinte, houve o tradicional Carnaval da Vitória, com toda
a cidade cantando e sambando nas ruas. Não esqueçamos, porém, os nomes de
Asclepíades, Plínio, Luiz Carlos,
Abiezer, Nininho, Santinho, Carrapeta, os irmãos Riella, Piaba, Ronaldo, Gagé,
Florizel, Humberto, Zé Reis, Carlito, Carlos Modesto, e tantos outros que deram,
ou dão, ainda, toda a sua alma pelas cores de Itabuna nos gramados baianos. Não
esqueçamos também os nomes de Gérson de Souza, Gil Nery de Souza, Demóstenes de
Carvalho, Yêdo Nogueira, José Maria Gettschalk, Hemetério Moreira, Raimundo
Campos, José Carlos de Brito Carmo, José Anselmo de Souza – dirigentes e
técnicos da Liga Itabunense de Desportos Atléticos (LIDA), que, dirigindo e
orientando seus jogadores, transformaram
a seleção Grapiúna em verdadeiro fantasma para os times da Bahia.
Helena Mendes
(figuras e fatos de ITABUNA)
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