Total de visualizações de página

segunda-feira, 6 de maio de 2019

NAMASTÊ



A palavra NAMASTÊ é o cumprimento em sânscrito que literalmente significa “Curvo-me perante a ti”.

NAMAS (reverenciar, saudar, curvar-se) TE (ti) Namastê é a forma mais digna de cumprimento de um ser humano para outro. Expressa um grande sentimento de respeito. Invoca a percepção de que todos nós compartilhamos da mesma essência, da mesma energia, do mesmo universo. Namastê possui uma força pacificadora muito intensa.

Em síntese é “Saúdo a você, de coração”! e deve ser retribuído com o mesmo cumprimento. O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você. O Deus que há em mim saúda o Deus que há em ti. O Espírito em mim reconhece o mesmo Espírito em você. A minha essência saúda a sua essência. As pessoas que trocam indiferença, desconfiança ou ódio, são pessoas que esqueceram que Deus habita cada ser.

Conhecido pelos budistas como Anjali Mudra, consiste no simples ato de pressionar as palmas das mãos ante o coração e os dedos apontando para cima, no centro do peito. Inclina-se levemente a cabeça sem ser acompanhado de palavras. Frequentemente fecha-se os olhos, para então curvar-se a coluna, em sinal de respeito à divindade que preenche todos os espaços do universo. A coluna retorna à posição ereta mais lentamente do que quando abaixou, também simbolizando respeito à outra pessoa. Os cinco dedos da mão esquerda representam os cinco sentidos do coração, enquanto os dedos da mão direita representam os cinco órgãos da razão.

Significa então que mente e coração devem estar em harmonia, para que nosso pensar e agir estejam de  acordo com a Verdade. Também é um reconhecimento da dualidade que existe no mundo, simbolizando a união das polaridades, esquerda e direita, bem e mal e sugere um esforço de nossa parte para manter essas duas forças unidas em equilíbrio. Dez dedos unidos no Namastê. O número dez é símbolo da perfeição, da unidade, do equilíbrio perfeito.Os dez Mandamentos As dez emanações da Árvore da Vida, Os dez vértices da estrela de Pitágoras. A Parábola dos Dez Talentos (Mt,25) Toda a criatura é um reflexo dos Dez Atributos Divinos: Apego, Bondade, Conhecimento, Entendimento, Esplendor, Harmonia, Perseverança, Realeza, Sabedoria, Severidade.

Namastê traz o Sagrado  para dentro de cada ser humano, afirmando que Deus não está no céu, num templo ou mesmo na natureza. Deus está em tudo, em cada um de nós e qualquer dissociação da imagem do divino da nossa é inútil. Ao fazer o Namastê, afirmamos que todos somos filhos e partes do Sagrado, indissociáveis e iguais.


(Autor não mencionado)


* * *

POESIA ROMÂNTICA: TERCEIRA GERAÇÃO- Castro Alves


Condoreirismo

            Sofrendo influência de Victor Hugo, a poesia romântica da terceira geração (Castro Alves, Tobias Barreto) é chamada de “condoreira”. O CONDOREIRISMO caracteriza-se pela linguagem pomposa e oratória, pelos ideais de liberdade que prega e pelas imagens grandiosas que utiliza. O principal representante desta poesia é Castro Alves que, além da poesia social, fez também poesia amorosa.

CASTRO ALVES
            Antônio de Castro Alves nasceu em Muritiba, BA, hoje Castro Alves, em 1847, e faleceu na Bahia em 1871.

            Em 1864, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Apaixonou-se pela atriz de teatro Eugênia Câmara. Transferiu-se, em 1868, para São Paulo. Abandonado por Eugênia Câmara, para esquecê-la, dedicou-se à caça. Um dia disparou a arma contra o próprio pé e acabou morrendo de tétano e tuberculose.

            Obras: Espumas Flutuantes (poemas); Gonzaga ou A Revolução de Minas (teatro); A Cachoeira de Paulo Afonso (poema).

            Poemas famosos: O Navio Negreiro – Vozes d’ÁfricaO Livro e a América.
..............
Poesia social

          Superando o extremado subjetivismo dos poetas que o antecederam, Castro Alves significa o último momento do Romantismo, quando este adquire um sentimento social e revolucionário. A poesia deixa de ser pura expressão do EU, torna-se uma arma de combate a serviço da justiça e da liberdade. Defensor dos oprimidos, Castro Alves fez da escravidão negra o alvo predileto de seus poemas humanitários e abolicionistas. “O Navio Negreiro” e “Vozes d’África” são dois dos melhores poemas da literatura brasileira. É possível ficarmos indiferentes diante da força dramática de “O Navio Negreiro”?
            ..............................................................................................
Existe um povo que a bandeira empresta 
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... 
E deixa-a transformar-se nessa festa 
Em manto impuro de bacante fria!... 
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, 
Que impudente na gávea tripudia? 
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto 
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... 

Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!... 

Fatalidade atroz que a mente esmaga! 
Extingue nesta hora o brigue imundo 
O trilho que Colombo abriu nas vagas, 
Como um íris no pélago profundo! 
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga 
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! 
Andrada! arranca esse pendão dos ares! 
Colombo! fecha a porta dos teus mares!


                         ALVES, A. de Castro – O Navio Negreiro,
                   em ANTOLOGIA ESCOLAR BRASILEIRA, de
                   Marques Rebelo, MEC, RJ, 1967.

...........
Poesia amorosa
 
            Ao contrário dos primeiros românticos, versando sobre o amor, Castro Alves não se esquiva, não negaceia: o amor é, nele, sensual e realizado. As relações amorosas são apresentadas de maneira viril, saudável, objetiva. Suas mulheres são de carne e osso e são amadas concretamente. Do poema “Boa noite”:

“Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio.
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.”



(NOVO HORIZONTE - Português Vol.II)
Izaías Branco da Silva & Braz Ogleari – Companhia Editora Nacional

* * *