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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

ABL DISPONIBILIZA ACESSO AOS MANUSCRITOS ORIGINAIS DE DOIS ROMANCES E UM POEMA DE MACHADO DE ASSIS

ABL disponibiliza acesso aos manuscritos originais de dois romances e um poema de Machado de Assis


Pesquisadores, estudantes e o público em geral, no Brasil e no mundo, podem, a partir de agora, acessar, por intermédio da internet, os manuscritos originais de dois romances e de um poema de seu fundador e primeiro Presidente, Machado de Assis.

O Arquivo Múcio Leão, da Academia Brasileira de Letras, dirigido pelo Acadêmico e historiador José Murilo de Carvalho, disponibilizou, on-line, no site da Instituição, os documentos que, antes, somente podiam ser consultados nos terminais de computadores instalados em sua sede.

Os documentos mostram o processo criativo do autor, inclusive as correções nos textos, assim como mudanças dos nomes de determinados personagens. Isso, agora, pode ser constatado pelos interessados, de suas casas ou trabalho, em seus próprios equipamentos, sem a necessidade de comparecer ao Arquivo da Academia.

O Presidente da ABL, Acadêmico e professor Domício Proença Filho, destacou a importância do novo serviço: “Constitui uma das etapas do Projeto de preservação e difusão da totalidade dos arquivos de Acadêmicos e Acadêmicas, desenvolvidos pelo Arquivo Múcio Leão da ABL, dirigido pelo Acadêmico José Murilo de Carvalho. A antecipação do presente processo de migração para sua Base de Dados deve-se à solicitação de um grande número de interessados de todas as partes do mundo, de conhecer os manuscritos do escritor. Com isso, a Academia dá sequência ao cumprimento de seus objetivos primeiros vinculados ao culto da língua e da literatura nacional".

De acordo com a Chefe do Arquivo da ABL, Maria Oliveira, existem dois caminhos de acesso para o usuário:

Acervos ABL/Acervo Arquivístico: Selecionar a opção ARQUIVO: Arquivo Machado de Assis/Clicar no item ACAD Textual;
Memória da ABL/Arquivo/Consulta ao Acervo Arquivístico: Selecionar a opção ARQUIVO: Arquivo Machado de Assis/Clicar no item ACAD Textual.

A disponibilização dos originais dos romances Esaú e Jacó e Memorial de Aires, assim como do poema O Almada, segundo Maria Oliveira, é a primeira de um processo, que prevê, dentro de pouco tempo, a de todos os manuscritos do autor: “A equipe de arquivistas do Múcio Leão vem desenvolvendo a alimentação da Base de Dados, com a inclusão das informações e imagens digitais para o novo sistema. O trabalho está sendo realizado pela Coordenadora dos Arquivos dos Acadêmicos, Juliana Amorim”.

Ainda de acordo com Maria Oliveira, “a decisão de permitir o acesso aos originais, antes mesmo da conclusão do processo de migração de todo o arquivo, foi tomada a partir do grande número de usuários, provenientes de diversas partes do mundo, interessados nos manuscritos da obra de Machado de Assis que estão depositados no Arquivo Múcio Leão”.

Maria Oliveira informou, também, que o acervo documental do Arquivo Machado de Assis está dividido em um fundo arquivístico e uma coleção de documentos. “O fundo arquivístico é o conjunto de documentos produzidos e/ou recebidos pelo titular no exercício de suas atividades e no decorrer de sua vida, naturalmente acumulados pelo próprio. Já a coleção de documentos é o resultado daqueles reunidos pela ABL, por intermédio de parentes do autor, amigos, estudiosos e correlatos, cujo conteúdo trata de temas, assuntos, impressões e aspectos relativos ao Acadêmico titular do arquivo e que complementam as informações do fundo arquivístico”.

10/01/2017



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NATAIS DE MINHA INFÂNCIA - Plinio Maria Solimeo

Natais de minha infância
11 de janeiro de 2017
Plinio Maria Solimeo


         Quem não viveu por volta dos anos 40 ou 50 do século passado, dificilmente poderá imaginar como eram os Natais naqueles idos tempos, e o que eles significavam para as crianças.

Lembro-me, com saudades, dos Natais de minha infância, na minha querida e pequenina cidade de Duartina natal (SP), onde passei os mais belos anos de minha meninice.

Éramos então seis filhos, todos eles homens, em escadinha. Meu pai trabalhava duro para sustentar a família, e minha mãe desdobrava-se no serviço da casa, cuidando de toda a filharada, cozinhando, limpando, e mesmo costurando nossas roupas, pois naquele tempo as lojas de roupa feita nas cidades do interior eram muito raras. Além disso, o orçamento de meu pai não permitia comprar nessas lojas.

Apesar de todas essas limitações, nossa infância era feliz, a família era muito unida, educada no temor de Deus e no cumprimento dos deveres religiosos.

Como acontecia com todas as crianças naquela época, o Natal era para nós a grande festa do ano! E o esperávamos com sofreguidão. Não porque iríamos ganhar presentes, pois sabíamos que nossos pais não poderiam comprá-los. Entretanto, isso não nos preocupava, pois fôramos educados numa disciplina espartana, e sabíamos compreender a situação.

Aliás, sendo tantos, não nos faltavam ocasiões de entretenimento, pois jogávamos bola ou brincávamos de esconde-esconde na rua, que ainda era de terra, íamos nadar no rio Serrote, e frequentemente comprávamos frutas numa chácara, onde nós mesmos tínhamos que subir nas árvores para apanhá-las, pois comprávamos por cento. Quando brincávamos na rua, um assobio nos dava a entender que a hora de parar chegara. E que cada novo assobio significaria uma palmada. Não adiantava dizer “eu não ouvi”. Era disciplina militar!

Uma das coisas que mais nos encantava no Natal era o clima de alegria e de festa. Principalmente o da vigília pascal. Havia uma bênção no ar, um imponderável qualquer no ambiente, que tornava tudo atraente, diríamos santo, e que nos atraía. E o ponto culminante era a “Missa do Galo”, sem a qual não havia Natal. Isso perdurou mesmo com a calamidade da II Guerra Mundial.

Nesse dia tínhamos que nos deitar mais cedo, para acordarmos às 23,30 horas, a fim de nos prepararmos para a Missa. Evidentemente, tínhamos receio de não acordar e perder assim a Missa. — “Mamãe, a senhora me acorda?”, era a nossa súplica antes de nos deitarmos. — “Sim, meu filho, não se preocupe”. — “A senhora não se esquece?”. — “Não, pode dormir”. Insistíamos, e só depois de muitas promessas íamos dormir.

Quando ela nos acordava, que alegria! Vestíamos logo nossa melhor roupa e, sôfregos, atravessávamos a praça onde ficava nossa casa, correndo para a igreja.


Nesse dia a nossa humilde igreja, dedicada a Santa Luzia, parecia transfigurada com luzes e flores! Tudo parecia mais belo! Tudo nos fazia lembrar o Céu! Todos estavam alegres e de bom humor. Até o Pe. Jorge, nosso pároco, parecia mais ameno, mais cordato, e nos fazia esquecer os pitos que nos dava na hora da confissão. Revestido dos paramentos dourados para a Missa solene, ele se nos afigurava um Bispo!

O Santo Sacrifício da Missa nos agradava de modo especial, e não tínhamos tanta pressa em sair da igreja. Cantava-se o “Noite Feliz”, o “Adeste Fidelis”, e outras músicas natalinas que nos enchiam de alegria, apesar do nosso pequeno coro paroquial estivesse longe de ser um coro profissional.

Nossa alegria era ainda maior se tivéssemos sido escalados para ajudar na Missa como coroinhas. Com uma pequena batina preta e sobrepeliz branca, corríamos até o Hotel Santos, na esquina da praça, a fim de pegar brasas para o turíbulo a ser usado durante o Santo Sacrifício. A cozinheira, negra retinta, gorda e sorridente, escolhia para nós as melhores brasas. Saltitando, corríamos para a igreja, balançando nosso turíbulo, com medo de os carvões se apagarem, chegando ofegantes à sacristia, bem no início da Missa.

Quando, durante a cerimônia, o sacerdote colocava o incenso sobre as brasas do turíbulo, nós o balançávamos com força, para que as lufadas de fumaça azulada e cheirosa se espalhassem pela igreja.

À saída da Missa havia os cumprimentos, dos quais nos desvencilhávamos logo que podíamos para correr para casa, pois sabíamos que lá alguma surpresa nos aguardava.

Com efeito, minha mãe, com os parcos recursos de que dispunha, sempre preparava alguma coisa especial, ora algum bolo diferente, ora biscoitinhos, e sempre uma xícara de chocolate quente. Punha na mesa a melhor toalha e também algumas flores, sempre que possível. Os seis irmãos nos regalávamos com tudo, como se tratasse de um banquete de reis, em meio a grandes exclamações e muita algazarra, até nossos olhinhos começarem a se fechar de sono. Íamos então para a cama. Mas a festa não terminava aí.

No dia 25, após o café da manhã, corríamos para a praça onde ficava o jardim público, pois nesse dia as crianças das famílias mais abastadas iam ostentar seus ricos presentes. Nós nos deleitávamos em vê-los, sem inveja, alegrando-nos com os que estavam alegres. E voltávamos para o almoço, sabendo que teríamos um franguinho assado, criado no nosso quintal.

Nosso módico presente geralmente consistia em uma moeda de mil réis para cada um, que utilizávamos para ir à matinée nesse dia, ou para gastar comprando bombons ou sorvetes. Isso representava para nós uma fortuna, e ficávamos tanto ou mais felizes do que as crianças receberam regalos muito mais valiosos. Tratava-se da “felicidade de situação”, na qual nos contentávamos com o que tínhamos, sem invejar o que não tínhamos.

Isso tudo era possível porque naquele tempo, muito antes do Concílio Vaticano II, tinha-se muito mais fé e espírito sobrenatural do que agora, em que o materialismo desfigurou tanto as festas cristãs, como o Natal, que se tornaram ocasiões apenas para incrementar o comércio.



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MORRE O PENSADOR ZYGMUNT BAUMAN, ‘PAI’ DA “MODERNIDADE LÍQUIDA”

Sociólogo denunciou com lucidez o individualismo e a desigualdade até o fim de seus 91 anos

Zygmunt Bauman, no início de 2016, em Burgos, na Espanha. SAMUEL SÁNCHEZ

Madri - 9 JAN 2017

Com Zygmunt Bauman se apaga uma das vozes mais críticas da sociedade contemporânea, individualista e desumana, que definiu como a “modernidade líquida”, aquela em que nada mais é sólido. Não é sólido o Estado-nação, nem a família, nem o emprego, nem o compromisso com a comunidade. E hoje “nossos acordos são temporários, passageiros, válidos apenas até novo aviso”. Essa voz soou lúcida até o fim de seus 91 anos. Escrevia um, dois ou até três livros por ano, sozinho ou com outros pensadores, dava palestras e respondia aos jornalistas em entrevistas em que era preciso escolher muito bem as perguntas, porque as respostas se estendiam por vários minutos, como em uma sucessão de breves discursos. Esses sim, muito sólidos.

MAIS INFORMAÇÕES

Falava devagar porque lapidava cada uma de suas frases, um fio de ideias que daria para mais livros do que assinou em sua prolífica carreira. Alguns ditados, cabe acreditar que de um fôlego só. Talvez com uma ou outra pausa para fumar um cachimbo.

O sociólogo e filósofo de origem polonesa (Poznan, 1925) morreu no domingo “na sua casa em Leeds, junto da família”, anunciou a colaboradora Aleksandra Kania em nome dos familiares. Em sua longa vida sofreu os horrores do século XX — a guerra, a perseguição, os expurgos, o exílio — mas nada disso o tornou conformista em relação ao que veio depois.

Durante mais de meio século, foi um dos mais influentes observadores da realidade social e política, o flagelo da superficialidade dominante no debate público, crítico feroz da bolha liberal inflada por Reagan e Thatcher nos anos 1980 e que estourou mais de 30 anos depois. Retratou com agudeza o desconcerto do cidadão de hoje diante de um mundo que não oferece seguranças às quais se agarrar.
Referia-se ao novo proletariado como “precariado”, com a diferença de que não tem consciência de classe. Figura muito respeitada pelos movimentos de indignados do novo século (do 15 de Março espanhol ao Occupy Wall Street), ele entendia seus motivos e se interessava por suas experiências, mas apontava suas debilidades e incongruências, convencido de que é mais fácil unir no protesto que na proposta.
Desconfiava do “ativismo de sofá”, que quer mudar o mundo por meio de cliques, e relativizava o poder que se atribui às redes sociais, porque pensava que o verdadeiro diálogo só se produz nas interações com os diferentes, e não nessas “zonas de conforto” onde os internautas debatem com quem pensa igual a eles.

Sua trajetória corroborava sua autoridade intelectual. Tinha 13 anos quando sua família — judia, mas não religiosa — escapou da invasão nazista na Polônia em 1939 e se refugiou na União Soviética. Mais tarde, o jovem Zygmunt se alistou na divisão polonesa do Exército vermelho, o que lhe valeu uma medalha em 1945. Depois da guerra, voltou a Varsóvia, casou-se com Janina Lewinson (sobrevivente do gueto de Varsóvia, também escritora e sua companheira até a morte, em 2009) e conciliou sua carreira militar com os estudos universitários, além da militância no Partido Comunista.

A decepção chegou quando se viu, mais uma vez, na mira do antissemitismo durante os expurgos realizados na Polônia em 1968, depois de uma série de protestos estudantis e de grupos de artistas contra a censura do regime e no contexto internacional da Guerra dos Seis Dias. Naquele mesmo ano, Bauman teve de deixar sua terra natal pela segunda vez.
Instalou-se primeiro em Tel Aviv e, a partir de 1972, na Universidade de Leeds (Inglaterra), de onde só saía para explicar seu pensamento pelo mundo.

Quando chegou a Leeds, Bauman já era uma autoridade no campo da sociologia. Logo se tornou o equivalente mais próximo a uma celebridade que poderia haver nessa disciplina: foi a partir do livro Modernidade Líquida, publicado em 2000, o mesmo ano que surgiu em Seattle o movimento de protesto contra a globalização.

Resistente ao termo “pós-modernidade” (porque falta perspectiva histórica para dar por terminada a modernidade), Bauman dizia: “O que temos é uma versão privatizada da modernidade”. Hoje a esfera pública se resume a um “palco onde se confessam e se exibem as preocupações privadas”. E advertia contra as “comunidades-cabide”, momentâneas, declarava “o fim da era do compromisso mútuo”, alertava que “não há mais líderes, só assessores”. E concluía: “Uma vez que as crenças, valores e estilos foram privatizados (....), os lugares que se oferecem para a reacomodação lembram mais um quarto de hotel que um lar”.

Voltou a essas obsessões em dezenas de livros. Em alguns dos mais recentes (Estado de Crise e A Riqueza de Poucos Beneficia Todos Nós?), dirigiu seu olhar aos perdedores de uma crise que ele não via como um buraco, mas como o novo cenário. E, em sua última obra publicada, Estranhos à Nossa Porta, observa a crise dos refugiados a partir da compreensão da ansiedade que gera na população e da rejeição a cercas e muros. O pensador voltava, assim, a um dos temas que mais o preocuparam: a rejeição do outro, o medo do diferente, de que já tinha tratado em seus primeiros anos em Varsóvia em relação ao antissemitismo.

Com sua figura espigada, seus cabelos brancos revoltos e seu cachimbo nos lábios, Bauman posava para o fotógrafo há um ano nas ruas de Burgos com a atitude de uma estrela do rock.
Podia ser pessimista, mas nunca foi ranzinza. Nunca quis escrever para nos agradar. Mas para nos agitar.




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TEMER CHEGA A PORTUGAL E PARTICIPA NESTA TERÇA DE FUNERAL DE MÁRIO SOARES

Ex-líder português morreu no sábado (7), aos 92 anos; pela agenda, Temer se encontrará com presidente português, participará de cerimônia e embarcará à tarde para Brasília.


Por Luciana Amaral, G1, Brasília
10/01/2017

Mario Soares, ex-presidente de Portugal (Foto: Miguel Riopa/AFP)

O presidente Michel Temer chegou na madrugada desta terça-feira (10) a Portugal para participar do funeral do ex-presidente e ex-primeiro-ministro português Mário Soares, que morreu no último sábado (7), aos 92 anos, em Lisboa.
A homenagem dos chefes de Estado a Mário Soares está prevista para as 11h (horário de Brasília), no Mosteiro dos Jerônimos, segundo a assessoria do Palácio do Planalto.
Antes da cerimônia, Temer se encontrará com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. Do local, os dois (e outros líderes mundiais) partirão em direção ao funeral de Soares.

Temer embarcou para Portugal na tarde desta segunda (9), acompanhado do ex-presidente José Sarney, do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

O presidente Michel Temer chega a Portugal acompanhado do ex-presidente José Sarney (Foto: Isac Nóbrega/PR)
Segundo a agenda divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, a comitiva brasileira retornará a Brasília no início da tarde.

Enquanto Temer estiver no exterior, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será o presidente em exercício. Maia já despachou do Palácio do Planalto ontem, e a previsão é que ele volte a trabalhar no local nesta terça.

decisão de Temer de ir a Lisboa para o funereal de Mário Soares ocorre em meio a críticas ao presidente por ele não ter viajado, na semana passada, a Manaus (AM) e a Boa Vista (RR), após rebeliões em presídios nas duas cidades resultarem na morte de cerca de 100 presos.

Luto

Morre, aos 92 anos, ex-presidente de Portugal Mário Soares
Histórico dirigente socialista com quatro décadas de atividade política, Mario Soares foi presidente de Portugal entre 1986 e 1996 e ocupou o cargo de primeiro-ministro em duas ocasiões, entre 1976 e 1978, e entre 1983 e 1985.

Ele contribuiu para a instauração da democracia em 1974 e para a integração europeia do país.

Após a morte do ex-presidente, o governo português declarou luto oficial de três dias em todo o país. Um dos símbolos da luta contra a ditadura portuguesa, Mário Soares foi uma das figuras mais populares da política de Portugal no século 20.
Segundo a agência EFE, o ex-dirigente socialista estava internado desde 13 de dezembro em um hospital na capital portuguesa. Ainda de acordo com a agência, Soares chegou a ficar inconsciente e em cuidados intensivos durante três dias e, após apresentar uma melhora na saúde, chegou, inclusive, a ser transferido da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI).

Na noite de 24 de dezembro, porém, a saúde dele piorou de forma súbita, e Soares voltou à UCI. Dois dias depois, entrou em "coma profundo", conforme a EFE.

Funeral

Corpo de ex-presidente português Mario Soares chegou ao Mosteiro dos Jerónimos para ser velado (Foto: Armando Franca/AP)

O funeral de Mário Soares foi realizado em várias etapas. O cortejo começou nesta segunda em Lisboa, na residência do ex-presidente português, passou pela Câmara Municipal e seguiu para o Mosteiro dos Jerônimos, onde fica até o final da manhã desta terça para homenagens da população e de políticos.

O corpo dele então será levado para o Cemitério dos Prazeres. No caminho serão realizadas breves paradas em frente ao Palácio de Belém, à Assembleia da República, à Fundação Mário Soares e à sede do Partido Socialista, do qual foi co-fundador.

Repercussão no Brasil

No último sábado (7), após a morte de Mário Soares, a assessoria de Temer divulgou uma nota, na qual o presidente afirmou: "Recebi com tristeza a notícia da morte de Mário Soares, figura-chave do Portugal moderno, amigo do Brasil. O mundo perde um estadista e um defensor da democracia e da liberdade. Meus sentimentos à família e ao povo português".

Além de Temer, outros líderes brasileiros, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também se pronunciaram sobre a morte.

"Mário Soares foi um dos grandes homens públicos do século XX, não só de Portugal, mas da Europa e do mundo. Um homem comprometido durante toda a sua vida com os ideias do socialismo democrático e a construção de um mundo mais justo", publicou o ex-presidente no Facebook.

A ex-presidente Dilma Rousseff também utilizou a rede social para prestar solidariedade. "Recebi com tristeza a notícia do falecimento do ex-primeiro ministro português Mário Soares. Adorado pelo povo e respeitado pelos adversários, Mário Soares marcou minha geração como um militante da liberdade", publicou Dilma.




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