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quinta-feira, 9 de março de 2017

FILHOS DE ITABUNA - Zélia Lessa

Zélia Oliveira Lessa 
(Pianista, Maestrina, Compositora, Educadora Musical e Flautista).


Nasceu em Itabuna, em 12 de julho de 1926. Foi professora de música e Educação Artística em várias escolas de 1º e 2º graus de Itabuna, de 1946 a 1976.

Fez vários cursos na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, no Departamento de Itabuna, Seminários Livres da Música - Extensão do qual foi coordenadora de 1962 a 1965.

Fundou o coral Cantores de Orfeu em 1955. Também fundou o Coral Universidade de Santa Cruz, regendo-o de 1976 até 1985. Foi professora de Teoria, Percepção e Flauta Doce na mesma entidade.

Liga-se profundamente ao Folclore da Região Cacaueira pelos seus trabalhos de colheita, arranjos e harmonizações dos temas, inclusive os colhidos por seu irmão Edson José de Oliveira e pelo professor Plínio de Almeida.

Consta entre seus trabalhos de pesquisa: brinquedos infantis, costumes nas roças de cacau, quadrinhas populares, pregões, terno de zabumba da fazenda Juçara e temas cantados e falados da Região Cacaueira. Suas composições e arranjos são, na maioria, para coro misto a 4 vozes e também de vozes iguais, ainda para piano e canto, piano percussão e coro misto, flauta doce, clarineta, bandinha e conjunto de câmera.

Concursos: de Composição e Arranjos Corais, promovido pelo Madrigal Renascentista da Fundação de Arte de Belo Horizonte, classificada em 1974 apresentando seis temas e premiada duas vezes em 1976, apresentando 10 temas da “Rapsódia Grapiúna”.

Em 1986 foi homenageada, com o seu nome colocado na Escola Profissionalizante da Prefeitura Municipal de Itabuna. A sala Zélia Lessa foi inaugurada com um concerto pelo coral Cantores de Orfeu.

Em 1991, recebeu o Troféu do Festival de Arte de Vitória da Conquista, apresentando 15 temas da “Rapsódia Grapiúna”, na interpretação do Coral Cantores de Orfeu. Em 1995 fundou e dirigiu o coral infantil do Sítio do Menor. Fundou também, o coral infantil “Os Verdinhos” com filhos e netos dos coralistas, aberto a toda a comunidade.

Participou do Concurso Hino Maramata em 1998, pela Universidade do Mar e da Mata, obtendo o 4º lugar.

Em 2004 foi homenageada com a apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia sob a regência de Leandro Gazineo, em Itabuna, com a obra - Paisagem Bahiana VII “Grapiúna”, a qual o maestro Ernst Widmer dedicou-lhe e foi baseada em alguns temas da “Rapsódia Grapiúna”.
 
Fonte: FICC
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Obs: Zélia Lessa é membro efetivo da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL).

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A LENDA DO VAGA-LUME

A  lenda do vaga-lume


Conta  a lenda que uma  vez uma serpente começou  a perseguir um vaga-lume.

Este fugia rápido da  feroz predadora, e a  serpente não desistia.

Primeiro  dia , ela o seguia.

Segundo dia ,ela  o seguia...

No terceiro  dia, já sem forças,  o vaga-lume parou e  falou à serpente :

- Posso te fazer três perguntas?

-  Não estou acostumada  a dar este precedente  a ninguém, porém, como  vou te devorar, podes   perguntar, contestou  a serpente.

-  Pertenço a tua  cadeia alimentícia ?  Perguntou o Vaga lume.
-  Não, respondeu a serpente.

-  Eu te fiz algum  mal ? Diz o vaga-lume.

-  Não. Tornou a responder  a serpente.

-  Então  por que queres acabar  comigo ?

-  Porque não suporto  ver-te brilhar.

Conclusões 

Muitas  vezes nos envolvemos  em situações nas quais  nos perguntamos:

Por  que isso me acontece  se não fiz nada  de mal , nem causei  dano a ninguém?

Certamente  a resposta seria :  Porque não suportam  ver-te  brilhar... !

Quando  isso acontecer, não  deixe diminuir seu brilho.

Continue  sendo você mesmo,  segue fazendo o melhor!

Não permita que te  lastimem, nem que te  retardem.

Segue brilhando  e não poderão tocar-te...  porque tua luz continuará  intacta.

Tua  essência permanecerá, aconteça  o que acontecer...

 Seja  sempre autêntico, embora tua luz incomode  os predadores...

                                         
(Autor não mencionado)




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EMBUSTE DO “MOVIMENTO FEMINISTA” PREJUDICA A PRÓPRIA MULHER

9 de março de 2017
Paulo Roberto Campos

Mãe e filhas jogando xadrez (obra de Francis Coates Jones, 1857 – 1932)

A respeito deste dia “Dia Internacional da Mulher” publicou-se, ad nauseam, textos e mais textos em todos os jornais impressos ou on-line. Tal dia não passa de uma absurda invencionice imposta pelo movimento feminista, copiando uma imposição de propaganda do regime comunista na antiga URSS. Hoje vemos que realmente o comunismo não morreu — ele “espalhou seus erros pelo mundo”, sendo um deles o chamado “feminismo”. E certa mídia colabora lampeiramente para espalhar tais erros.

Assim, a mídia repetiu baboseiras infindas e duras críticas a mulheres que se defendem enquanto esposas e mães, como se esses substantivos tão nobres e elevados não pudessem ser considerados “direitos da mulher”. Para a mídia esquerdista e para o “movimento feminista” o “direito da mulher” é, por exemplo, o “direito ao aborto” — o direito da mulher matar o próprio filho que está gestando!

Entretanto, em meio às mencionadas baboseiras, encontrei um texto primoroso. Ele foi publicado há exatos cinco anos no “Dia Internacional da Mulher”, (“Folha de S. Paulo”, 8-3-12), de autoria da jovem Talyta Carvalho [foto abaixo]. Imagino que esse texto foi rasgado, pisado e queimado pelas “feministas” radicais, que, no fundo, desejariam mesmo era “queimar” como “herege” a própria autora, acusando-a de ser contrária ao “empoderamento feminino”, à “igualdade de gênero”, à “lei do feminicídio”, de ser “politicamente incorreta”, “preconceituosa” etc.. Acusações levianas, mas que nos estimulam a divulgar largamente o interessantíssimo artigo, que abaixo transcrevo.

Talyta Carvalho (Filósofa especialista em 
renascença e mestre em ciências da religião 
pela PUC-SP)
Não devemos nada ao feminismo

Talyta Carvalho (*)

As feministas chamaram de libertação a saída forçada do lar para trabalhar; sua intolerância tornou constrangedor decidir ser dona de casa e cuidar dos filhos.

Na história da espécie humana, a ideia de que a mulher deveria trabalhar prevaleceu com frequência muito maior do que a ideia de que deveria ficar em casa cuidando dos filhos.

Não raro, o trabalho que cabia à mulher era árduo e de grande impacto físico. Para a mulher comum na pré-história, na Idade Média, e até o século 19, não trabalhar não era uma opção.

Uma das conquistas do sistema econômico foi que, no século 20, a produtividade havia aumentado tanto que um homem de classe média era capaz de ter um salário bom o suficiente para que sua esposa não precisasse trabalhar.

No período das grandes guerras e no entreguerras, a inflação, os altos impostos e o retorno da mulher ao mercado de trabalho (que significou um aumento da mão de obra disponível) diminuíram de tal modo a renda do homem comum que já não era mais possível que maioria das mulheres ficasse em casa.

Esse movimento forçado de saída da mulher do lar para o trabalho as feministas chamaram de libertação.

Óbvio que não está se defendendo aqui que as mulheres não possam trabalhar, não casar, não ter filhos ou que não possam agir de acordo com as suas escolhas em todos os âmbitos da vida. Não é essa a questão para as mulheres do século 21 pensarem a respeito.

O ponto da discussão é: em que medida a consequência do feminismo, para a mulher contemporânea, foi o estrangulamento da liberdade de escolha?

Explico-me. Por muito tempo, as feministas reivindicaram a posição de luta pelos direitos da mulher, exceto se esse direito for o direito de uma mulher não ser feminista.

Assumir uma posição crítica ao feminismo é hoje o equivalente a ser uma mulher que fala contra mulheres. Ilude-se quem pensa que na academia há um ambiente propício à liberdade de pensamento.

Como mulher e intelectual, posso afirmar sem pestanejar: nunca precisei “lutar” contra meus colegas para ser ouvida, muito pelo contrário. A batalha mesmo é contra as colegas mulheres, intolerantes a qualquer outra mulher que pense diferente ou que não faça da “questão de gênero” uma bandeira.

Não ser feminista é heresia imperdoável, e a herege deve ser silenciada. Até mesmo porque há muito em jogo: financiamentos, vaidades, disputas de poder, privilégios em relação aos colegas homens — que, se não concordam, são machistas e preconceituosos, claro.

Outro direito que a mulher do século 21 não tem, graças ao feminismo, é o direito de não trabalhar e escolher ficar em casa e cuidar dos filhos — recomendo, sobre a questão, os livros “Feminist Fantasies”, de Phyllis Schlaffly, e “Domestic Tranquility”, de F. Carolyn Graglia. Na esfera econômica, é inviável para boa parte das famílias que a esposa não trabalhe.

Na esfera social, é um constrangimento garantido quando perguntam “qual a sua ocupação?”. A resposta “sou só dona de casa e mãe” já revela o alto custo sóciopsicológico de uma escolha diferente daquela que as feministas fizeram por todas as mulheres que viriam depois delas.

O erro do feminismo foi reivindicar falar por todas, quando na verdade falava apenas por algumas. De fato, casamento e maternidade não são para todas as mulheres. Mas a nova geração deve debater esses dogmas modernos sem medo de fazer perguntas difíceis.

De minha parte, afirmo: não devo nada ao feminismo.




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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS ELEGE SUCESSOR DE IVO PITANGUY


ABL elege, por unanimidade, o embaixador e escritor João Almino para a cadeira 22, na sucessão do Acadêmico Ivo Pitanguy


A Academia Brasileira de Letras elegeu, quarta-feira, dia 8 de março, o novo ocupante da Cadeira 22, na sucessão do Acadêmico e médico Ivo Pitanguy, falecido no dia 6 de agosto do ano passado. O vencedor, por unanimidade, foi o embaixador e escritor João Almino. Votaram 23 Acadêmicos presentes e 10 por cartas. Os ocupantes anteriores da cadeira 22 foram: Medeiros e Albuquerque (fundador) – que escolheu como patrono José Bonifácio, o Moço –, Miguel Osório de Almeida e Luís Viana Filho.

Saiba mais:
O embaixador João Almino nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950. É conhecido sobretudo pelos seguintes seis romances, aclamados pela crítica e cujas histórias se passam em Brasília: Ideias para onde passar o fim do mundo (Brasiliense, 1987; editora Record, 2003); Samba-Enredo (Marco Zero, 1994; editora Record, 2012); As cinco estações do amor (editora Record, 2001); O livro das emoções (editora Record, 2008); Cidade Livre (editora Record, 2010) e Enigmas da Primavera (editora Record, 2015).

Todos esses livros, à exceção do segundo, receberam prêmios ou foram finalistas de prêmios literários. Entre os prêmios recebidos, incluem-se o Casa de las Américas 2003 (para As Cinco Estações do Amor) e o Zaffari & Bourbon 2011 (para Cidade Livre, que também foi finalista do Jabuti e do Portugal-Telecom).

Parte da obra de ficção está traduzida para o inglês, o francês, o espanhol, o italiano e outras línguas.
É também autor de livros de ensaios de filosofia política ou de história, considerados referência para os estudiosos da democracia e do autoritarismo: Os democratas autoritários (Brasiliense, 1980), Era uma vez uma constituinte (Brasiliense, 1985), A Idade do Presente (Tempo Brasileiro, 1985; Fondo de Cultura Económica, México, 1986), O Segredo e a Informação (Brasiliense, 1986) e  Naturezas Mortas (Francisco Alves, 2004).

Entre os ensaios literários incluem-se: Balanço Poético: Brasil-Estados Unidos (Memorial da América Latina, 1996); Escrita em Contraponto (Tempo Brasileiro, 2008; Leviatán, Buenos Aires, 2009) e O Diabrete Angélico e o Pavão (UFMG, 2009).

João Almino foi Diretor do Instituto Rio Branco. Medalha de ouro no Curso de Preparação à Carreira Diplomática do Instituto Rio Branco, bacharel em direito pela UERJ e mestre em sociologia pela UNB. Defendeu tese de doutorado em História Comparada das Civilizações Contemporâneas em 1980 pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, de Paris, sob a direção do filósofo Claude Lefort. Ensinou na UnB, na Universidade Nacional Autônoma do México e nas universidades de Berkeley, Stanford e Chicago.

Resenhas e outras informações sobre sua obra estão disponíveis em www.joaoalmino.com

08/03/2017



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