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domingo, 12 de maio de 2019

MAMÃE - Oscar Benício dos Santos


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Mamãe


Para a família que lhe adorava,
Mamãe, boa, alegre, plena de luz
Ao marido e filhos sempre dava
Aquela paz que ao amor conduz.

À noite, da janelinha abençoava:
(Fazendo co’a mão o sinal da cruz),
O filho retardatário que chegava,
Dando-lhe a bênção em nome de Jesus!

Era assim aquela santa nesta vida,
Por todos muito amada e querida,
Da família tendo toda devoção!

Por isso foi, então, entronizada,
Aqui na terra santa mui amada!
- Nossa Senhora do Bom Coração!
  
Oscar Benício dos Santos
Poeta itabunense
1926 - 2019

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MÃE - Cyro de Mattos


Mãe
Cyro de Mattos

        
            A mãe era afeto, dedicação, bons conselhos. Apressada dizia: “Menino, já para dentro,  que  vem o vento ventoso   levado, levando cisco!   Menino, já para  dentro!” Alertava: “ Boa romaria faz  quem em sua casa está em  paz.” Gostava de fazer adivinhas.  Sobre o sol:  “ O que é,  o que é, o ano todo no deserto o mais quente é?”  Para estimular na resposta correta, ela recomendava: “Responda certo como um menino esperto.” De pura carícia era a adivinha sobre a própria mãe.  “O que é,  o que é, o beijo da noite, de dia a melhor sombra é?” Para facilitar na resposta dizia  que todos os dias essa pessoa acompanhava de coração  o filho onde ele estivesse.
 
           A casa era pequena, mas os dias tinham sempre as  mãos zelosas da mãe. Colocavam nos vasos aquelas  rosas,  como sonho deixavam a manhã rosada e perfumada. Esbanjavam pelos ares só ternura. Davam vida à máquina de costura as suas pernas ativas. Os bordados, como beleza tecida por mãos até certo ponto divinas, ganhavam admiração de quem fizesse a encomenda e fosse recebê-la pronta.   Como o mundo de Deus era grandão. Os  doces que a mãe fazia   cativavam com açúcar.

          Uma mãe  é para cem filhos, mas cem filhos não são para uma mãe, ela  disse. Só depois como homem crescido,  o filho saberia o sentido justo do que  ela quis dizer com isso. Conheceria então   nos dias quanta falta suas mãos faziam, pois já não mais  cuidavam, não limpavam os caminhos do filho na lei da vida, agora teria  de ser sem ela   a  travessia.

        - Você quer ser peixe ou ser gente? – preocupada,  a mãe perguntou. - Primeiro a obrigação, depois a diversão, você só anda agora nadando e pescando no rio com o bando de amigos.  Finalizou e se dirigiu  calada para a cozinha.

          Com os queridos amigos, o filho nadava, mergulhava e pescava no rio,  que descia sereno com as águas de fontes puríssimas, dividindo a cidade em duas partes. Ultrapassava os seus limites na aventura da vida e alcançava as linhas do horizonte.  A mãe comungava com o desejo do pai. Sonhava com o filho formado  na profissão de advogado. Ao lado do marido,  não poupava esforços para que isso acontecesse um dia. O filho foi estudar interno no Colégio Irmãos Maristas,  em Salvador. Foi quando o tempo cor de sombras hospedou-se no corpo da  mãe com a doença traiçoeira. Não sabia  como,  em Salvador, conseguia estudar à noite no quarto enquanto ouvia no outro os gemidos da mãe. Doíam, como doíam. Das noites sem madrugada não houve nela revolta enquanto perdurou a agonia. Sem abraçar o rancor, escondia o choro no travesseiro.

          Sem esquecê-la, anos depois, andou solitário nas terras longes. Certo dia,  entre medos e sombras,   pressentiu  que as horas ultimavam  a vez de a mãe ser do vento memória. Chorou. Teve  saudades de si. Procurou  razões que explicassem essa hora do inevitável,  a mais certa de nossos momentos.  Nada, nada achou  nessa noite que se cobre com um sossegado manto eterno.   O que é, o que é, viver para morrer? Eis a questão, ser ou não ser. Quem é o mais sábio dos humanos que já achou a  resposta certa dessa adivinha? Cada um no seu canto, nesse  vale de lágrimas,  sofre o seu tanto, dissera a mãe.


Cyro de Mattos é escritor e poeta. Da Academia de Letras da Bahia. Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz.

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PARABÉNS, MAMÃE QUERIDA!


Mãe, Você que me deu o bem mais precioso. “A vida” Me esperou com tanto carinho. Me ensinou os primeiros passos. As primeiras palavras. Das lembranças mais antigas que tenho A mais linda é sua mão segurando a minha para me proteger, me ensinar a caminhar. Sua voz doce, cantando cantigas de ninar,  para que eu dormisse e sonhasse. Sonhos serenos, tranquilos, sabendo que você estaria ali a me proteger.

Você sempre lutou, sorriu, chorou. Nunca deixou a tristeza tomar conta de seu coração. Você me ensinou a crescer e continuar com meus sonhos de criança. Você me ensinou a ser forte, sem amargura. Você conseguiu sempre abrir meus caminhos, tomando sempre cuidado que eu não pisasse nas plantinhas ao redor.

Com você aprendi a ser “gente” que respeita “gente”. Aprendi a ter fé! Aprendi a aceitar os defeitos das pessoas. Aprendi que o amor tem que ser incondicional. As minhas melhores lembranças são as da minha infância, sempre com você.

Em tudo o que você faz, sinto seu grande amor por mim. No brilho do seu olhar, que salpica amor, me vejo refletido com o brilho do meu próprio olhar. Mãe querida! Que Deus a proteja sempre, a ilumine e dê forças para continuar sua batalha. E que eu possa sempre sentir e ter esse amor maior em todos os momentos de minha vida.

(Autor não mencionado)


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A ATUALIDADE DOS CLÁSSICOS - Merval Pereira


A atualidade dos pensadores, brasileiros e estrangeiros, diante de nossa realidade politica e social demonstra que os problemas que enfrentamos no momento são questões há muito debatidas. E que retrocedemos nesse debate, que pareciam estar superados pelos avanços de nossa sociedade.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências, professor Luis Davidovicht, enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Educação Abraham Weintraub, protestando contra a decisão anunciada de reduzir as verbas públicas para o ensino de Humanas, tendo sido citadas especialmente a Sociologia e a Filosofia.

Davidovich começa lembrando, em contraposição à afirmação do ministro de que o Estado só deve financiar profissões que gerem retorno de fato, como veterinária, engenharia, medicina, que é preciso “formar profissionais preparados para os desafios de um mundo em que as profissões tradicionais têm dado lugar a outras inexistentes no século passado”.

Esse rápido desenvolvimento exigiria “conhecimento amplo não só de seus campos estritamente profissionais, mas também do país e da sociedade onde atuarão”. Davidovicht lembrou então que Benjamim Constant, um dos fundadores da República brasileira, já no século XIX tinha a percepção da importância das humanidades e das ciências sociais na formação profissional: incluiu a sociologia no curso da Escola Militar.

Muito além de um retorno imediato, elas ensinam a pensar, condição necessária para a construção de uma sociedade ilustrada, democrática e produtiva, ressalta o presidente da Academia Brasileira de Ciências na carta ao presidente.

Recentemente, em palestra na Academia Brasileira de Letras, da qual é membro, sobre a presença fundamental de Ruy Barbosa na vida brasileira, o ex-ministro Celso Lafer lembrou que ele exprimiu na trajetória da sua vida e obra a trama dos problemas políticos da sociedade brasileira, “não só do seu tempo, mas as dos nossos dias, com destaque para os desafios da consolidação e vigência das instituições democráticas”.

Lafer citou alguns exemplos bem atuais. Sobre as relações do Brasil com os EUA, Ruy Barbosa, na Conferência "A Imprensa e o dever da verdade": escreveu “Não quero, nem quererá nenhum de vós, que o Brasil viesse a ser o símio, o servo ou a sombra dos Estados Unidos. Não acho que devemos nos entregar de olhos fechados à sua política internacional, se bem haja entre ela e a nossa, interesses comuns bastante graves e legítimos, para nos ligarem na mais inalterável amizade, e nos juntarem intimamente em uma colaboração leal na política do mundo. Tal é o meu sentir de ontem, e amanhã.”

Celso Lafer destacou também que Ruy Barbosa promoveu, desde o governo provisório (Decreto nº 119-A, de 7/01 de 1890) a separação da Igreja e do Estado, e a laicidade do Estado, consagrada na Constituição de 1891 e nas constituições subsequentes.

Implantou-se deste modo, ressaltou Lafer, uma nítida distinção entre, de um lado, instituições, motivações e autoridades religiosas e, de outro, instituições estatais e autoridades políticas, “de tal forma que não haja predomínio de religião sobre a política”.

A laicidade significa que “o Estado se dessolidariza e se afasta de toda e qualquer religião, em função de um muro de separação entre Estado e Igreja, na linha da primeira emenda da Constituição norte-americana”.

Em um Estado laico como Ruy Barbosa institucionalizou no Brasil, esclareceu Lafer, “as normas religiosas das diversas confissões são conselhos e orientações dirigidas aos fiéis, e não comandos para toda a sociedade’. 

Esta contribuição de Ruy para a consolidação e vigência do espaço público e das instituições democráticas em nosso país é da maior atualidade, lembrou Celso Lafer, pois “contém o muito presente risco do indevido transbordamento da religião para o espaço público”.

O filósofo britânico Berrando Russell, na História da Filosofia Ocidental, trata de um tema muito atual no Brasil: a influência dos filósofos, relativizando-a: “Quando vêem algum partido político dizer-se inspirado pelos ensinamentos de Fulano de Tal, pensam que as ações desse partido são atribuíveis a esse fulano de tal, enquanto não raro o filósofo só é aclamado porque recomenda o que o partido teria feito de qualquer modo”. 

Dou um descanso aos leitores e retomo a coluna no dia 14.

O Globo, 03/05/2019

http://www.academia.org.br/artigos/atualidade-dos-classicos
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Merval Pereira - Oitavo ocupante da cadeira nº 31 da ABL, eleito em 2 de junho de 2011, na sucessão de Moacyr Scliar, falecido em 27 de fevereiro de 2011, foi recebido em 23 de setembro de 2011, pelo Acadêmico Eduardo Portella.


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PALAVRA DA SALVAÇÃO (130)



 4º Domingo da Páscoa – 12/05/2019

Anúncio do Evangelho (Jo 10,27-30)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus: "As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

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Ligue o vídeo abaixo e acompanhe a reflexão do Pe. André Teles:


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Uma voz que move

 “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (Jo 10,27) 

Todo quarto domingo de Páscoa é dedicado ao tema do “Bom Pastor”; a liturgia não apresenta outros relatos de aparições, mas continuamos com mais um texto profundamente pascal. No relato deste domingo, a alegoria do Pastor fala de “escuta”, “conhecimento”, “seguimento” e “vida eterna”, que é a chave do tempo pascal; ao mesmo tempo, num aprofundamento progressivo, o texto remete ao Pai e culmina na Unidade, como Fonte de onde tudo procede e para onde tudo retorna. São estas realidades que nos permitem conectar com o sentido originário da imagem do Pastor, sem cair na literalidade pastor/ovelhas, paternalismo/cordeirinho, poder/submissão..., que acabam provocando uma justificada resistência e rejeição. 

Jesus quer estabelecer com seus(suas) amigos(as) uma relação que seja o reflexo daquela que Ele mesmo tem para com o Pai: uma relação de pertença recíproca, na confiança plena, na íntima comunhão. Para expressar esta realidade profunda, esta relação de amizade, Jesus utiliza a imagem do pastor com suas ovelhas: ele as chama e elas reconhecem sua voz, respondem a seu chamado e o seguem. 

Esta parábola é muito instigante. O mistério da voz é sugestivo: desde o ventre de nossa mãe aprendemos a reconhecer sua voz e, quando nascemos, vamos reconhecendo outras vozes. Pelo tom de uma voz percebemos o amor ou o desprezo, o afeto ou a frieza, a acolhida ou a rejeição. A voz de Jesus é única! Se aprendemos a distingui-la de outras vozes, Ele nos guiará pelo caminho da vida, um caminho que supera também o abismo da morte. 

O contexto do relato deste domingo é o embate de Jesus com as autoridades religiosas judaicas. Depois de dizer que elas não são suas ovelhas, Jesus descreve com todo detalhe o que significa ser dos seus. Destaca dois traços, os mais essenciais e imprescindíveis: “Minhas ovelhas escutam minha voz... e elas me seguem”. Não se trata só de ouvir a Jesus, mas de escutá-lo. Muitas vezes só ouvimos e aceitamos somente o que está de acordo com nossos interesses. Escutá-lo significa aproximar-nos sem pré-juízos e acolher o que Ele nos diz, mesmo que isso implique mudar nossas convicções; escutar é pôr toda nossa atenção para tratar de compreender.

“E elas me seguem”. Não basta escutar, é preciso colocar-nos em movimento e entrar na nova dinâmica da vida. Escutar tem ressonância interna e ativa todas as nossas potencialidades ali presentes. A boa notícia de Jesus consiste em manifestar que há uma nova maneira de assumir a existência humana, uma maneira de viver que esteja mais de acordo com as exigências profundas do nosso ser. Quando alguém é capaz de escutar esse chamado interior e de viver conforme ele, vive uma existência feliz. Vive de acordo com seu mais íntimo e esta adequação entre a vida exterior e a vida interior é a felicidade.

Em um mundo onde há tanto ruído, discursos ocos e palavreado intolerante, não é fácil prestar atenção a alguma voz em especial. O fato é que às vezes vivemos em bolhas onde raramente entram vozes que nos comovam de verdade. E, no entanto, debaixo de gritos, ruídos, músicas estridentes, anúncios, peças publicitárias e frases que apelam ao conservadorismo, continua brotando palavras cheias de verdade. Palavras que valem a pena escutá-las. Talvez, detrás de muitos gestos petrificados, palavras sem sentido, falsas seguranças, estarão vozes que clamam por ajuda, ou simplesmente expressam dor, desejo de paz, de consolo.

O verdadeiro desafio é aprender a escutar, por debaixo desses discursos, a palavra profunda, o canto tranquilo ou a voz que põe em movimento. 

Saber escutar o outro é uma simples, mas profunda acolhida humana; trata-se de um ato de hospitalidade, pois consiste em abrir espaço para a presença do outro, sem preconceito. Porque quem escuta de verdade recebe toda palavra como nova e ativa a sensibilidade para deixar-se “tocar” pela voz que alarga a vida.

Vivemos mergulhados num mundo de vozes; um “vozerio” nos cerca: vozes que nos levam à morte, vozes que nos chamam à vida; vozes contaminadas pelo egoísmo, adulteradas pelo medo, deturpadas pela impureza, e vozes que são o eco do paraíso convidando para a festa, comunicando paz, convocando à comunhão... É possível que as vozes do egoísmo, do orgulho e da ambição tentem se disfarçar em voz de Cristo, a fim de arrastar-nos para o vazio e a ruína. Mas o Pastor verdadeiro não fala por ruídos, e sim pelo silêncio; não fala pela força dos pulmões, e sim pelo vento suave de seu Espírito...

Para escutá-la requer-se interioridade e atenção aos sinais de sua presença: pode ser a voz de um irmão pedindo socorro; pode ser a linguagem de um acontecimento alegre ou triste; pode ser uma palavra lida ou proclamada; pode ser uma inspiração misteriosa captada no silêncio... 

Na arte do discernimento das vozes, o importante é, através da escuta interior, perceber de onde vem e para onde nos conduz cada voz que ressoa em nós. Se ela nos conduz  para o outro, para o Reino...é clara manifestação da voz do Pastor. 

Depois de mais vinte séculos, nós seguidores(as) precisamos recordar de novo que o essencial para ser a Igreja de Jesus é escutar sua voz e seguir seus passos. Primeiramente, é preciso despertar a capacidade de escutar Jesus; ativar muito mais em nossas comunidades essa sensibilidade, que está viva em muitos cristãos simples que sabem captar a Palavra que vem de Jesus em todo seu dinamismo e sintonizar com sua Boa Notícia de Deus.

Mas não basta escutar sua voz. É necessário seguir a Jesus. Chegou o momento de decidir-nos entre contentar-nos com uma “religião burguesa” que tranquiliza as consciências mas afoga nossa alegria, ou aprender a viver a fé cristã como uma aventura apaixonante de seguir a Jesus. Parece óbvio afirmar isso: somos seguidores de uma Pessoa (Jesus Cristo) e não seguidores de uma religião, de uma doutrina, de uma moral... Estas são mediações que deveriam nos ajudar a crescer na identificação e vida d’Aquele é o Bom Pastor. 

A aventura cristã consiste em crer naquilo que Ele acreditou, dar importância àquilo que Ele deu, defender a causa do ser humano como Ele a defendeu, aproximar-nos dos indefesos e desvalidos como Ele se fez presente, ser livres para fazer o bem como Ele, confiar no Pai como Ele confiou e enfrentar a vida e a morte com a esperança com que Ele enfrentou. 

Se, aqueles que vivem perdidos, sozinhos e desorientados podem encontrar na comunidade cristã um lugar onde se aprende a viver juntos de maneira mais digna, solidária e libre, seguindo a Jesus, a Igreja estará oferecendo ao mundo de hoje um de seus melhores serviços.

Texto bíblico:  Jo 10,27-30

Na oração: minha voz, está a serviço de quem? Da vida ou da morte? Como ela se expressa: com intolerância, julgamento, preconceito? Sou canal através do qual a Voz de Vida chega até os últimos..., ou coloco minha voz à disposição daqueles que estão a serviço da violência e da morte? Sei distinguir as diferentes vozes que se fazem ouvir ao meu redor? Purifico minha voz no fogo do silêncio ou ela é expressão do ruído da superficialidade? 

Pe. Adroaldo Palaoro sj


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