O trabalho é bom, mas precisa ser equilibrado com o
descanso. Só assim poderemos imitar o nosso Criador
Estudos recentes afirmam que jornada média de trabalho no
mundo está aumentando, com mais e mais pessoas trabalhando em média 50 horas
por semana. Isso é ainda mais preocupante quando se leva em conta o número de
trabalhos home office, onde se confundem trabalho e vida familiar.
Além disso, em muitas países, o domingo não é mais um dia de
descanso; é simplesmente incluído na semana de trabalho quando há necessidade
de concluir determinados projetos, por exemplo. Como resultado, o conceito de
descanso está desaparecendo lentamente da vida de muitas pessoas.
São João Paulo II escreveu, em sua encíclica Laborem
Exercens, que precisamos ler o livro de Gênesis para entender a dignidade
de nosso trabalho, bem como nossa necessidade inerente de descanso.
A descrição da criação, que encontramos no primeiro capítulo
desse livro, também é, em certo sentido, o primeiro “evangelho da obra”, pois
ensina que o homem deve imitar Deus, seu Criador, trabalhando. Porém o homem
deve imitar a Deus tanto no trabalho quanto no descanso.
Deus nos mostra claramente, por meio de sua atividade
criativa, que os humanos não foram projetados para levar vidas de trabalho
constante. Até mesmo os nossos corpos revelam essa realidade, pelo fato de ser
impossível ficar sem dormir.
João Paulo II chega ao ponto de dizer que os trabalhadores
têm “direito ao descanso. Em primeiro lugar, isso envolve um descanso semanal
regular, que inclui pelo menos o domingo, e também um período mais longo de
descanso, a saber: as férias tiradas uma vez por ano ou, possivelmente, em
vários períodos mais curtos durante o ano.”
A nossa alma precisa de descanso não apenas para sobreviver
neste mundo, mas também para nos preparar para o que está por vir.
João Paulo II explica que “o trabalho do homem também não
exige apenas um descanso a cada sete dias”. Em outras palavras, o Céu é o
“descanso eterno” a que estamos destinados a desfrutar e, a fim de preparar
nossa alma para esse descanso, devemos praticá-lo agora.
Ao prosseguirmos em nossas vidas diárias, lembremo-nos de
que, embora o trabalho possa ser importante, o descanso também deve ser um
lugar primordial em nossas vidas, permitindo, assim, que nossos corpos e almas
possam descansar na paz de Jesus Cristo.
Estão reclamando que Bolsonaro não se pronunciou contra as
alucinações do STF.
Não vai, não!
Quem tem que se manifestar é o Legislativo.
Desde quando o Judiciário legisla?
Bolsonaro deve sentar-se confortavelmente com todos os
ministros deste governo de excelência em trabalho, competência e coesão para
assistir de camarote o desenrolar dos fatos.
Estamos sob a tutela de um grupo de césares dantescos com
cetro nas mãos e tacando fogo em Roma como se Nero fossem. E tem a pachorra de
virar o dedinho pra baixo, para o presidente eleito e o povo, que enfiaram no
Coliseu e jogaram aos leões.
Cuidado...
Androclus e o Leão
Existe uma história real que conta o seguinte: Androclus foi
feito escravo, tentou escapar e correu por uma floresta. Deu de cara com um
leão. Mas ao invés de correr observou que o leão chorava com um enorme objeto
que trespassava sua pata.
Androclus então passou horas tentando retirar o objeto.
Quando conseguiu, fez um curativo com pedaços de suas roupas, ajudou-o a
caminhar. O animal seguiu até uma caverna. Lá ficaram. Androclus cuidou do
leão. E o animal depois caçava e trazia comida para ambos.
Mas... foram capturados pelos romanos.
Como Androclus era um escravo fugitivo foi condenado a morte
e a lutar na Arena.
E jogado na arena aos leões...
O maior e mais bravo deles trucidava as vítimas,
rapidamente.
E lá estava Androclus diante do animal sob os olhares de um
Coliseu lotado.
O enorme leão correu e se posicionou à frente dele.
Em vez de atacá-lo pulou nele e lambeu seu rosto, depois
suas mãos e se deitou no chão. Ele o reconheceu!
A platéia foi ao delírio: gritava e aplaudia.
Assim, o escravo Androclus (no grego Androklos) ganhou a
liberdade e o leão como presente.
Juntos, Androclus puxando o leão pelas ruas de Roma, foram
saudados e presenteados com dinheiro, alimentos, o leão recebeu coroas de
flores no pescoço.
E assim seguiram juntos.
Moral da História
Androclus e o leão são Bolsonaro e o povo.
Não adianta tentarem jogar um contra o outro.
O leão representa o povo ferido e traído. Bolsonaro como
Androclus, salvou o povo do fim.
Não estão mais na arena, portanto...
Césares supremos do STF: os senhores terão que se resolver
com o "Senado" (o Legislativo). Ou ambos serão jogados aos leões.
O povo ruge!
E tem ao seu lado, o presidente eleito e sua equipe de
governo.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo
Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, os apóstolos disseram ao Senhor:
“Aumenta a nossa fé!”
O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como
um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e
planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. Se algum de vós tem um empregado
que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele
volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa?’
Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o
jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás
comer e beber?’ Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe
havia mandado?
Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos
mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”.
Os relatos evangélicos nos oferecem a possibilidade de
conhecer o “caminho” aberto por Jesus. É o que revela a mensagem do evangelho
deste domingo, a partir do pedido dos apóstolos: “aumenta nossa fé!”. Jesus não
responde diretamente, pois quer dar a entender que a petição não está bem formulada.
Não se trata de quantidade, mas de autenticidade. Jesus não lhes podia aumentar
a fé, por mínima que fosse. A fé não pode ser aumentada a partir de fora; ela
deve crescer a partir de dentro, como o grão de mostarda. A fé é uma vivência
de Deus; por isso, não tem nada que ver com a quantidade.
Efetivamente, podemos dizer que a fé é um dom de Deus, mas
um dom que já foi dado a todos; à medida que a pessoa entra em sintonia com a
presença de Deus em tudo e em todos, sua fé se expande e amadurece, ativando
todas suas potencialidades humanas e abrindo-a a um compromisso de vida.
Precisamos revisar nosso modo de entender e viver a fé
cristã, muitas vezes, passiva e estática, infantil e imatura. A fé não é “algo”
que uns tem e outros não. A fé é uma vida que se desperta, cresce, se
expande... Segundo S. Paulo, se cremos em Jesus Cristo “nosso interior vai se
renovando de dia em dia” (2Cor. 4,16). A fé viva e operante amadurece no
coração de quem vive como discípulo(a) e seguidor(a) de Jesus.
Nesse sentido, a imagem da amoreira transplantada no mar
está nos dizendo que toda a força de Deus já está presente em cada um de nós.
Aquele que tem confiança em Deus, poderá expandir toda essa energia. A fé não é
um ato, nem uma série de atos, mas uma atitude pessoal fundamental e total que
imprime uma direção definitiva à existência. Confiar naquilo que realmente
somos nos dá uma liberdade de movimento para desatar todas as nossas
possibilidades humanas.
Sabemos que Jesus desencadeou um movimento profético em
favor da vida, mobilizando seguidores(as) a quem confiou a missão de anunciar e
promover o projeto do Reino de Deus. Por isso, o mais importante para reavivar
a fé cristã é ativar a decisão de viver como seguidores(as) seus(suas).
Nesta perspectiva, o critério primeiro e a chave decisiva
para entender e viver a fé cristã é seguir Jesus Cristo. Quem o segue vai
descobrindo o mistério que se revela n’Ele, situa-se na perspectiva correta
para entender Sua mensagem e vai aprendendo a trabalhar a serviço do Reino de
Deus. O seguimento constitui o núcleo, o eixo e a força que permite a uma
comunidade cristã expandir sua fé em Jesus Cristo. Por isso, mais que ter fé em
Jesus, o decisivo é “viver a fé de Jesus”; seguir Jesus é a opção primeira que
há de fazer um cristão. Esta decisão muda tudo. É começar a viver, de maneira
nova e criativa, a adesão a Jesus e a pertença à sua comunidade. Encontrar, por
fim, o caminho, a verdade, o sentido, a razão do viver cotidiano.
Concretamente, viver a “fé de Jesus é crer no que Ele acreditou, dar
importância ao que Ele dava, interessar-nos por aquilo que Ele se interessou,
defender a causa que Ele defendeu, olhar as pessoas como Ele as olhava,
aproximar-nos daqueles que sofrem como Ele se aproximava, sofrer por aquilo que
Ele sofria, confiar no Pai como Ele confiava, enfrentarmos a vida e a morte com
a esperança com a qual Ele enfrentou.
No seguimento, vamos buscando uma maneira criativa de viver
hoje o que Jesus viveu no seu tempo.
Jesus, narrado nos evangelhos, nos ensina a viver a fé, não
por obrigação, mas por atração. Faz-nos viver a vida cristã, não como um dever,
mas como discípulos(as) e seguidores(as), seduzidos(as) por Ele. No encontro
com seu Evangelho, aprendemos seu estilo de viver e descobrimos formas mais
humanas e evangélicas de pensar, viver, celebrar e contagiar nossa fé. Parece
uma afirmação óbvia: ser cristão é ser seguidor de uma Pessoa, Jesus Cristo. No
entanto, grande parte dos cristãos estão mais preocupados em seguir uma
doutrina, uma religião, ou centrar a vida na prática fundamentalista de leis ou
normas morais. Muitos buscam mais uma religião que dá segurança e não o
Evangelho que inquieta e desinstala.
Ter fé é, sobretudo, viver de acordo com os valores segundo
os quais vivia Jesus. Uma primeira afirmação importante: vida. A fé é uma vida,
uma relação pessoal que nos faz caminhar para aquela expressão feliz de S.
Paulo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). Um
caminho, durante o qual vamos vivendo uma relação pessoal e um progressivo
crescimento.
A fé, portanto, é vida e, como tal, tem todas as
características da vida, com um suplemento a mais: é vida aberta à vida eterna,
à imortalidade; vida que se inspira no modo de viver de Jesus: vida oblativa,
inspiradora, comprometida em favor da vida.
O seguimento exige uma dinâmica de movimento. E seguimento
não é questão de razão (doutrina) mas de paixão, sedução, afeto (coração).
Seguir Jesus significa viver a aventura da fé: fazer caminho com Ele,
identificar-se cada vez mais com Ele, revestir-se do Seu estilo de vida...
Infelizmente, tal como é vivida hoje por muitos, a fé cristã
não suscita “seguidores”, mas só adeptos de uma religião. Não gera
“discípulos(as)” que, identificados(as) com seu projeto, se entregam a abrir
caminhos ao Reino de Deus, mas membros de uma instituição que cumprem melhor ou
pior suas obrigações religiosas. Muitos deles correm o risco de não conhecer
nunca a experiência mais originária e apaixonante: o encontro pessoal com
Jesus. Na realidade, nunca tomaram a decisão firme de segui-lo.
A maioria dos cristãos não querem amadurecer na fé por medo
das exigências que isso implica. Alguns se instalam interiormente: já não
crescem, não se deixam questionar pelo Evangelho; não creem em sua própria
conversão, não se arriscam em aproximar-se de Jesus... Outros vivem sua fé de
maneira rotineira e repetitiva: com isso, a oração se faz fórmula, o evangelho
torna-se letra morta, a Igreja se transforma em “ong”, a autoridade se faz
poder, a missão se reduz a propaganda, o culto vira ritualismo, a ação moral se
revela ação de escravos e a fé viva na pessoa de Jesus vai se apagando.
Finalmente, a parábola do empregado cuja única obrigação é
fazer o que lhe fora pedido, sem mérito algum, está na linha da crítica de
Jesus aos fariseus por confiarem no cumprimento da Lei como único caminho de
salvação. Trata-se do eterno problema da fé ou das obras. Quantos
problemas teríamos evitado se não tivéssemos esquecido o evangelho! Nem Deus
tem que aumentar nossa fé, nem somos “servos inúteis”. Descobrir o que
realmente somos seria a chave para uma verdadeira confiança em Deus, na vida,
na pessoa humana...Nesse sentido, “somos servidores e nada mais, fizemos o que
devíamos fazer”.
A expressão “somos servos inúteis”, revela uma tradução
muito limitada. Se o servo fosse inútil, o senhor não lhe pediria serviço
algum. Pelo contrário, ele é extremamente útil. Seu trabalho tem muito valor
aos olhos do senhor. Mas o servidor não é nenhuma personalidade de destaque.
Ele não está acima do senhor, Ele faz seu trabalho; é servidor, e nada mais.
Mas serve.
Servindo com simplicidade, não em função de compensações
egoístas, mas em função da retidão, da fidelidade e da gratuidade, seremos indispensáveis
para o projeto de Deus.
Texto bíblico: Lc 17,5-10
Na oração: na vivência cristã, sua fé se resume a algumas
“práticas religiosas” ou é expressão de uma profunda identificação com o modo
de ser e de agir de Jesus?
- sua vida deixa transparecer a “fé de Jesus”? – sintonia
com o Pai, serviço humilde aos outros, empenho em favor da vida, compromisso
com os mais pobres e excluídos...