Total de visualizações de página

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

A VOLTA DO PT PODERIA REPRESENTAR O CAOS, INCLUSIVE PARA SEUS MILITANTES, Por Juliano Oliveira


25 de setembro de 2018


Por Juliano Oliveira, publicado pelo Instituto Liberal

Inicio este texto com um alerta: é impossível manter um Estado de Bem Estar social num país pobre e contrário ao empreendedorismo.

As motivações dos eleitores de Fernando Haddad são, com poucas variações, quase sempre as mesmas. Todos, ignorando exemplos claros da destruição perpetrada pela confiança na suposta clarividência estatal, acreditam que um forte Estado de Bem Estar Social seria capaz de promover o fim de toda desigualdade (ainda que prosperidade e igualitarismo, como bem sabem os liberais, não possuam qualquer correlação) e que diversidades de toda sorte (leia-se bacanal) teriam seus assentos carimbados nas universidades, igrejas e locais públicos e/ou privados sob o risco, diante de objeções ainda que discretas, de se promover grande perseguição aos propagadores das idéias ditas conservadoras e liberais.

Enfrentamos longos 14 anos de petismo. O saldo dos discursos populistas e do relativismo moral propalado em nossas universidades pelos defensores de movimentos ditos sociais durante este período pode ser facilmente sentido pelo sentimento de impotência e de desalento da parcela da população que é “convidada” a pagar a fatura do discurso da preguiça, da inveja e da irresponsabilidade. No momento em que escrevo este texto, sites de extrema esquerda (que visitei depois de muito relutar), confiantes de que possuem um poder de influência decisivo nas escolhas de pessoas mais simples, estão comemorando um possível retorno do PT ao poder. Militantes travestidos de professores estão, por meio de suas elucubrações sobre coletivismo e igualitarismo, defendendo o ressurgimento do partido que tomou de assalto as nossas instituições, têm achincalhado o judiciário e reunido todas as suas estratégias sórdidas em torno da desconstrução do único candidato que, embora não seja o sonho dos liberais que defendem um Estado Mínimo, tem grandes chances de vencer este pleito (razão pela qual insisto que Bolsonaro é a resposta certa para essa situação de urgência).

O PT, sob a batuta de seu líder já encarcerado, é um partido cuja habilidade de explorar o pior dos sentimentos que o ser humano possui, a inveja, não deve ser desprezada. A inveja sobre a riqueza alheia e, a um só tempo, o desprezo por instituições de mercado que são capazes de elevar até o mais simples dos homens a uma posição de evidência são as principais matérias-primas que têm dado sustentabilidade a anos de demagogia e destruição petistas. Não se deve desprezar, igualmente, todo o esforço de teóricos e professores universitários que, presos na bolha do funcionalismo público, não se cansam de teorizar sobre as causas do desemprego e as mazelas da população mais carente e explorável da sociedade. Em seus discursos ressaltam que a crise que atravessamos, que ganhou contornos ainda mais assustadores com a greve dos caminhoneiros (greve a que me opus e que tem sido utilizada pelo pessoal da esquerda para reforçar que a crise que vivemos é de responsabilidade de uma elite que não suportou a legitimidade do governo Dilma, ressalte-se), foi criada pelo neoliberalismo. Estes intelectuais colocam num mesmo pacote Marina Silva, Alckmin, Jair Bolsonaro e Amoedo e dizem que todos são representantes do neoliberalismo de mercado (que absurdo!!) e que apenas com Haddad veríamos o crescimento econômico.

O efeito retórico do PT sobre os invejosos que veem luta classista em tudo, pode ser muito bem explicado por este pequeno fragmento de um dos textos de Jeffrey Tucker, um dos grandes nomes da Escola Austríaca de Economia:

 A inveja observa a excelência de terceiros e prontamente deseja acabar com ela. A inveja vê a fortuna de outro e imediatamente quer puni-la. A inveja é ativamente destruidora, e vê na destruição do sucesso alheio um fim em si mesmo. A consumação da inveja não traz felicidade para a pessoa que quer prejudicar terceiros; a inveja meramente alcança o objetivo de satisfazer a raiva que você sente ao ver a felicidade de terceiros. A inveja corrói. Destrói. Prejudica. Estraga. Machuca. Mata. Começa com um ressentimento contra as conquistas alheias e termina na agressão pessoal direta.

Quando se analisa a inveja que deseja o fim da riqueza alheia (ainda que construída a duras penas, diferentemente da riqueza erigida por Lula e seus empresários favoritos) e a busca constante por um pantagruélico Estado de Bem Estar Social que satisfaça este sentimento nefasto, entende-se porque o Brasil tem sérias dificuldades de abandonar seu estado já moribundo.

A triste notícia, no entanto, não se destina apenas aos empresários e trabalhadores da iniciativa privada que, apesar da forte intromissão estatal, continuam gerando riquezas para dar sustentação ao modelo progressista de pensamento. Ela se destina também aos recebedores líquidos de benesses que, inevitavelmente, verão suas fontes secarem quando o Brain Drain se intensificar e o esfriamento da economia se consolidar.

Para finalizar, a provocativa fala de Roberto Campos: Sou chamado a responder rotineiramente à pergunta: haverá saída para o Brasil? Respondo dizendo que há três: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo.

 Sobre o autor: Juliano Oliveira é administrador de empresas, professor e palestrante. Especialista e Mestre em Engenharia de Produção, é estudioso das teorias sobre liberalismo econômico.



----------
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.


* * *

ABL: CACÁ DIEGUES, ACADÊMICO ELEITO E CINEASTA, ENCERRA O CICLO DE CONFERÊNCIAS DA ABL ‘CINEMA E LITERATURA’



A Academia Brasileira de Letras encerra seu ciclo de conferências do mês de setembro de 2018, intitulado Cinema e Literatura, com palestra do Acadêmico eleito e cineasta, Cacá Diegues. A coordenação será do Acadêmico e poeta Geraldo Carneiro, e o tema escolhido foi “Letras e imagens: a literatura no cinema”. O evento está programado para o dia 27 de setembro, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica Ana Maria Machado é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.

O CONFERENCISTA

Carlos (Cacá) Diegues nasceu em Maceió, Alagoas, no dia 19 de maio de 1940, filho do antropólogo Manuel Diegues Jr. e de Zaira Fontes Diegues. Cinéfilo desde a adolescência, também era poeta e trabalhava como jornalista. Foi eleito para a Cadeira 7 da ABL, no dia 30 de agosto deste ano, na sucessão do Acadêmico e cineasta Nelson Pereira dos Santos.

Em 1958, aos 18 nos de idade, teve seus poemas publicados no Jornal do Brasil pelo ensaísta e crítico Mario Faustino, que o apresentou como uma revelação na poesia brasileira. Por essa mesma época, participou ativamente do movimento cineclubista no Rio de Janeiro, quando se integrou à nova geração de cineastas que buscava registrar a verdadeira imagem do Brasil, num movimento que seria conhecido como Cinema Novo, sob a liderança de Nelson Pereira dos Santos.

Depois de realizar alguns curta metragens, Cacá estreou profissionalmente em 1962, dirigindo um dos episódios do filme “Cinco vezes Favela”, produzido pelo Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE – um filme que se tornaria uma das obras inaugurais do Cinema Novo.

Ao longo de sua carreira de cineasta, realizou mais de 20 filmes de longa-metragem, entre os quais “Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Xica da Silva” (1976), “Chuvas de verão” (1978), “Bye Bye Brasil” (1980), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), “Tieta do Agreste” (1995), “Orfeu” (1999), “Deus é brasileiro” (2003), “O maior amor do mundo” (2005) e agora “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima. Todos esses filmes foram lançados comercialmente em diferentes países do mundo, nas salas de cinema e na televisão, além de sua presença e de prêmios nos festivais internacionais mais importantes, como Cannes, Veneza, Berlim, San Sebastian, Toronto, Nova York, Mar del Plata e outros.

Cacá publicou alguns livros, nem sempre sobre cinema, tendo começado com “Ideias e Imagens”, de 1988. Seus livros mais recentes são "Vida de Cinema”, mais de 600 páginas sobre o Cinema Novo, e “Todo Domingo”, uma coletânea de seus textos publicados semanalmente no jornal Globo. Recebeu homenagens de diversas naturezas, no Brasil e no mundo, entre as quais o titulo de Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres, do governo francês; o Prix de la Célebration du Centenaire du Cinématographe, do Instituto Lumière de Lyon; o Golden Reel Award, do Grupo HBO; o Lifetime Achievement Award, concedido pela cidade de Chicago; o Prêmio Roberto Rosselini, pelo conjunto de sua obra, dado pela Associação Nacional dos Críticos de Cinema da Itália; eleito Personalidade do Cinema Latino-Americano, pela Associação Internacional de Críticos (Fipresci); Ordem do Mérito Cultural de Portugal; Comendador da Ordem de Rio Branco, do governo brasileiro; Comendador da Ordem do Mérito Cultural do Brasil; e outros.

Casado com a produtora de cinema Renata Magalhães, Cacá tem um filho e três filhas.

21/09/2018



* * *