Neste dia 29 de setembro, a Santa Igreja Católica celebra o
dia de São Miguel Arcanjo. Em memória dessa efeméride, reproduzimos uma
história impressionante ocorrida durante a Guerra da Coréia (1950).
Trata-se de uma verdadeira história que se passou com
um marine (fuzileiro naval norte-americano), ferido naquela guerra.
Escrevendo para sua mãe, ele lhe contou sobre um fascinante
encontro que teve durante a guerra. O Padre Walter Muldy, um capelão da Marinha
que conversou com o jovem fuzileiro e sua mãe, como com o comandante do grupo
de combate, sempre confirmou a veracidade desta história prodigiosa. Nós a
ouvimos de uma pessoa que leu a carta original e relata a história em todos
seus detalhes e o faz em primeira pessoa, para melhor transmitir algo do
impacto que o fato deve ter causado quando pela primeira vez escrita pelo filho
à sua mãe.
"Querida mamãe:
Estou escrevendo à senhora de uma cama de hospital.
Mãe não se preocupe, eu estou bem. Fui ferido, mas o médico disse que logo estarei de pé. Mas, não é sobre isso que preciso escrever-lhe. Algo aconteceu comigo que não ouso contar a ninguém com medo de que não acreditem. Mas, preciso contar a senhora — única pessoa em quem posso confiar, embora mesmo a senhora possa julgar como inacreditável.
A senhora se recorda da oração a São Miguel que me ensinou a
rezar, quando eu era pequeno? “Miguel, Miguel da manhã…*” Antes de
partir para a Coréia, a senhora recomendou com insistência que eu me lembrasse
dessa oração antes de qualquer confronto com o inimigo. Mas, realmente, mãe, a
senhora não precisaria me ter lembrado isso. Eu sempre a rezei e quando cheguei
à Coréia, frequentemente eu a rezava, várias vezes durante o dia, enquanto
marchava ou descansava.
Certo dia, fomos convocados para fazer um reconhecimento em
busca de guerrilheiros comunistas.
Era um dia em que fazia muito frio. Quando já havia
caminhado um tanto, percebi outro soldado andando ao meu lado e olhei para ver
quem era. Era um rapaz alto, um fuzileiro alto de quase 2 metros e constituição
forte. Estranho, mas eu não o conhecia e pensei que nunca o havia visto em
minha unidade. Fiquei satisfeito por ter companhia e quebrei o silencio entre
nós.
— “Faz frio, hoje, não?” Comecei então a rir
baixinho, porque de repente me pareceu um absurdo conversar sobre o clima,
quando estávamos avançando para enfrentar o inimigo!
Ele também sorriu.
— “Acho que conheço todo mundo em minha unidade, mas
nunca o vi antes”.
— “Não”, ele concordou. “Eu acabo de chegar, meu
nome é Miguel!”
— “Verdade? É também o meu nome”.
— “Eu sei. Miguel, Miguel da manhã…”
Mamãe; fiquei realmente surpreso que ele soubesse assim
minha oração, mas eu havia falado dela a tantos rapazes, que supus que o
recém-chegado ouvira falar disso através de algum deles. Na verdade, isso se
tornara tão conhecido, que alguns de meus companheiros me chamavam de “São
Miguel”.
Então, de repente, Miguel disse:
— “Vamos ter problemas à frente”.
Surpreendi-me, pois não podia perceber como ele sabia disso.
Eu respirava fortemente, por causa da marcha e meu hálito enchia o ar frio com
densas nuvens de neblina. Miguel parecia estar em ótima forma, porque eu não
percebera sua respiração, até então. Nesse momento, começou a nevar tão
fortemente, que logo não mais pude ouvir ou ver o restante da minha unidade.
Fiquei um pouco assustado e gritei:
— Miguel !!”
Senti, então, sua forte mão em meu ombro e ouvi sua voz:
— “Vai clarear logo”.
De repente, a nevasca parou. E então, a uma pequena
distância de nós, assustadoramente reais, estavam sete guerrilheiros
comunistas, eu diria quase cômicos com seus chapéus típicos. Mas não havia
nenhuma graça em suas atitudes: suas armas estavam engatilhadas e apontadas exatamente
em nossa direção.
— “Para baixo, Miguel”, gritei, e mergulhei para me
proteger.
No chão, olhei para cima e vi Miguel ainda em pé,
paralisado, e achei que era por medo, como julguei naquele momento. Balas
espocavam de todos os lados e não havia lugar que os comunistas não atingissem
a tão curta distância.
Eu pulei para fazê-lo deitar-se e foi então que fui ferido. Senti a dor como uma forte queimadura em meu peito e desmaiei. Enquanto ia perdendo os sentidos, ainda me recordo que pensei: “devo estar morrendo”.
Alguém estava me erguendo, um braço forte me segurava e me colocava com cuidado sobre a neve. Apesar do choque, abri os olhos e o sol pareceu penetrar neles. Miguel ainda estava em pé e havia um enorme clarão em sua face. De repente, abrasou-se como o sol, um resplendor o rodeava intensamente, como as asas de um anjo. Quando perdi a consciência, ainda vi que Miguel segurava uma espada em sua mão e que ela faiscava como milhares de luzes.
Mais tarde, quando recobrei os sentidos, meus companheiros
vieram me ver, com o sargento, que me perguntou:
— “Como você fez aquilo, rapaz?”
— “Onde está o Miguel?” O sargento pareceu
perplexo. “Miguel, o fuzileiro alto, que andou comigo até o último
momento. Eu o vi, quando desmaiei”
— O sargento disse gravemente: “Você é o único Miguel
em minha unidade. Posso pesquisar entre todos os demais soldados, mas só há um
Miguel, que é você. Ademais, você não estava caminhando com ninguém. Eu o
observava, porque você se distanciou muito de nós, e fiquei preocupado. Agora,
conte-me, como você fez aquilo?”
Era a segunda vez que me fazia essa pergunta, e eu me
irritei.
— “O que eu fiz?”
— “Como você enfrentou e conseguiu matar aqueles sete
guerrilheiros comunistas?”
— “O quê?”
— “Rapaz, os guerrilheiros estavam estendidos ao seu
redor, cada um morto por um golpe de espada”.
Esta é, mamãe, a minha história. Pode ter sido o ferimento,
o clarão do sol ou o frio. Eu não sei, mamãe, mas de uma coisa estou certo:
ISTO REALMENTE ACONTECEU! …
Com todo amor de seu filho Miguel.
* Eis o texto da oração (em inglês e a tradução):
Amém!
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Fonte: Revista da TFP americana Cruzade,
Novembro/dezembro de 2002.
Saint
Michael the Archangel Saves U.S. Combat Marine – TFP Student Action
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