Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

O QUE A MEMÓRIA AMA, FICA ETERNO - Adélia Prado




Quando eu era pequena, não entendia o choro solto da minha mãe ao assistir a um filme, ouvir uma música ou ler um livro. O que eu não sabia é que minha mãe não chorava pelas coisas visíveis. Ela chorava pela eternidade que vivia dentro dela e que eu, na minha meninice, era incapaz de compreender. O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocada por pequenos milagres do cotidiano.

 É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos. Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

Diante do tempo envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente parte. Porém, para a memória ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis. Nossos filhos são crianças, nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem.

Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente. Quando nos damos conta, nossos baús secretos – porque a memória é dada a segredos – estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

 A capacidade de se emocionar vem daí: quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira. Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você – foi o fundo musical de um amor, ou a trilha sonora de uma fossa – e mesmo que tenham se passado anos, sua memória afetiva não obedece a calendários, não caminha com as estações; alguma parte de você volta no tempo e lembra aquela pessoa, aquele momento, àquela época...

Amigos verdadeiros têm a capacidade de se eternizar dentro da gente. É comum ver amigos da juventude se reencontrando depois de anos – já adultos ou até idosos – e voltando a se comportar como adolescentes bobos e imaturos. Encontros de turma são especiais por isso, resgatam as pessoas que fomos, garotos cheios de alegria, engraçadinhos, capazes de atitudes infantis e debilóides, como éramos há 20 ou 30 anos. Descobrimos que o tempo não passa para a memória. Ela eterniza amigos, brincadeiras, apelidos... mesmo que por fora restem cabelos brancos, artroses e rugas.

 A memória não permite que sejamos adultos perto de nossos pais. Nem eles percebem que crescemos. Seremos sempre "as crianças", não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos. Prá eles a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das estórias contadas ao cair da noite... ainda são muito recentes, pois a memória amou, e aquilo se eternizou.

 Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas. Dizem que o tempo cura tudo, mas não é simples assim. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na dor. Mas aquilo que amamos tem vocação para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando. Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que amamos pode ser facilmente reativado por novos gatilhos: somos traídos pelo enredo de um filme, uma música antiga, um lugar especial.

Do mesmo modo, somos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex-amores, amigos, irmãos. E mesmo que o tempo nos leve, daqui seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.

..................

Adélia Luzia Prado de Freitas (Divinópolis13 de dezembro de 1935), mais conhecida como Adélia Prado, é uma poetisaprofessorafilósofa e contista brasileira ligada ao Modernismo.
Sua obra retrata o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único. Em 1976, enviou o manuscrito de Bagagem para Affonso Romano de Sant'Anna, que assinava uma coluna de crítica literária no Jornal do Brasil. Admirado, acabou por repassar os manuscritos a Carlos Drummond de Andrade, que incentivou a publicação do livro pela Editora Imago em artigo do mesmo periódico.
Professora por formação, ela exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de escritora tornou-se a atividade central. Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa.

(Wikipédia)

* * *

QUAL A ATITUDE CATÓLICA FRENTE AOS ESCÂNDALOS NA IGREJA?


28 de Fevereiro de 2019

♦  Fonte: Revista Catolicismo, Nº 818, Fevereiro/2019
Resposta do Padre David Francisquini

Pergunta — A mídia vem noticiando, com frequência cada vez maior, casos escandalosos de abusos sexuais por parte de clérigos, o que leva alguns a duvidarem da Fé católica e se afastarem da Igreja, ou pelo menos da prática religiosa. Outros dizem que seria melhor eliminar o celibato sacerdotal, alegando que ele é o responsável por tais abusos. Qual a melhor defesa que um católico pode fazer da Igreja nessa situação constrangedora? Esses fatos podem ser denunciados, ou isso equivaleria a levar água para o moinho dos inimigos da Igreja?

Resposta — Começamos por esclarecer que nem todas as denúncias de abuso divulgadas pela mídia ou investigadas pela Justiça são verdadeiras. Sabe-se que em muitos países os veículos de divulgação, como também muitas autoridades da Justiça, são hostis à Igreja Católica, e vão acusando e condenando sacerdotes e prelados sem ouvi-los, desrespeitando assim a presunção de inocência de que goza qualquer acusado até o julgamento.

É inegável, contudo, que muitas das investigações confirmaram grande número de casos de abuso sexual por parte de clérigos, incluindo bispos e até mesmo um cardeal de muito destaque. Revelou-se ainda a existência de verdadeiras redes de corrupção dentro de alguns seminários e em organismos ligados à Igreja.

O celibato sacerdotal nada tem a ver com a difusão dessa praga moral do abuso sexual. Estudos estatísticos sérios provam que em mais de 80% dos casos trata-se de abusos de adolescentes ou de jovens de sexo masculino por parte de clérigos homossexuais. Um estudo, em particular, provou que o número desses abusos cresceu exatamente na mesma proporção em que aumentou o número de pessoas com atração homossexual nas fileiras do Clero.

A arca de Noé continha animais puros e impuros

A Arca de Noé, que continha animais puros e impuros
(Gn 7, 2; 1 Pd 2, 6; cfr. At 10, 9; 11, 4-18), era também
uma imagem e semelhança desta Igreja [militante].

Essa infiltração se deu de modo especial a partir da década de 1960, devido ao relaxamento nas condições para a admissão nos seminários e na disciplina destes, bem como pela relativização da Moral nos estudos de Teologia após o Concílio Vaticano II. Contribuiu também a difusão da chamada “homo-heresia”, ou seja, o erro de afirmar que a atração homossexual não é contrária à natureza, e que as relações homossexuais são lícitas.
  
Não é a primeira vez na história da Igreja que a heresia e a corrupção moral se espalham como câncer entre os que são chamados a ser “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5, 13-14). Mas, em cada circunstância, os Papas e os Santos conseguiram reformar o Clero e restaurar tanto a disciplina eclesiástica como a pureza dos costumes, que deve caracterizar os ministros de Deus. No tenebroso período que atravessamos hoje, essa necessária reforma moral das fileiras do Clero e da Hierarquia nem sequer começou.

Diante desses escândalos, e para fortalecer a nossa fé, convém relembrar que, de acordo com o Catecismo do Concílio de Trento, a Santa Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo não é como a imaginavam Lutero e seus sequazes, ou seja, como uma comunidade puramente espiritual e constituída somente por justos que têm fé.

Ao falar da Igreja militante — “o conjunto dos fiéis que ainda vivem na Terra” —, diz o referido Catecismo: “Há na Igreja militante duas categorias de homens: bons e maus. Certo é que os maus participam, com os bons, dos mesmos Sacramentos, professam a mesma fé, mas não lhes são semelhantes nem na vida, nem nos costumes”. Mais adiante, ainda repete: “A Igreja comporta não só os bons, mas também os maus. Assim o demonstra o Evangelho por muitas parábolas, quando diz, por exemplo, que o Reino dos céus – isto é, a Igreja militante – se compara a uma ‘rede lançada ao mar’ (Mt 13, 47); a um ‘campo semeado em que se espalhou joio’ (Mt 13, 24); a uma ‘eira, na qual o trigo se acha misturado com a palha’ (Mt 13, 12; Lc 3, 17); a ‘dez virgens’, umas loucas, outras prudentes (Mt 25, 1). Muito antes [de tais parábolas], a Arca de Noé, que continha animais puros e impuros (Gn 7, 2; 1 Pd 2, 6; cfr. At 10, 9; 11, 4-18), era também uma imagem e semelhança desta Igreja [militante]. A fé católica sempre ensinou, expressamente, que à Igreja pertencem bons e maus; não obstante, devemos explicar aos fiéis cristãos, em virtude das mesmas normas de fé, que entre ambas as partes há grande diferença de condição. Os maus assistem na Igreja, à semelhança da palha que na eira se mistura com o trigo; ou, como os membros quase mortos, às vezes continuam ligados ao corpo”.

Pagãos, hereges, cismáticos e excomungados não pertencem à Igreja

Henrique VIII, negando a supremacia do Papa,

se distanciou da Igreja Católica até cair em heresia,
dando origem à igreja anglicana.
Retrato de Henrique VIII (detalhe)
Hans Holbein, O Jovem, séc. XVI.
Walker Art Gallery, Liverpool, Reino Unido


Em consequência, conforme continua o mesmo Catecismo, somente três classes de homens estão excluídas da comunhão com a Igreja: os pagãos, que nunca estiveram no seu seio; os hereges e cismáticos, porque apostataram; e os excomungados que foram excluídos judicialmente, enquanto não se reconciliarem com Ela. E acrescenta sabiamente, referindo-se de modo específico aos pastores que levam vida má, mas nem por isso perdem sua autoridade dentro da Igreja: “Quanto aos demais, não há dúvida que continuam ainda no grêmio da Igreja, apesar de maus e perversos. Sejam os fiéis bem instruídos neste ponto, para que tenham a firme convicção de que os prelados da Igreja continuam no grêmio da mesma, não obstante qualquer deslize moral; e que nem por isso lhes fica diminuída a jurisdição [eclesiástica]”.

Acrescenta ainda o Catecismo que o fato de haver no seio da Igreja membros maus, e até pastores que dão escândalo, não lhe diminui em nada a santidade, porque a santidade lhe vem do fato de ser “consagrada e dedicada a Deus” (Lv 27, 28-30); de estar “unida como corpo a uma Cabeça santa, a Cristo Nosso Senhor (Ef 4, 15-6), fonte de toda a santidade (Dn 9, 24; Is 41, 14; Lc 1, 35); e da qual dimanam os dons do Espírito Santo e as riquezas da bondade divina (Ef 2, 7; 3, 8; 3, 16-19)”; e também do fato de Ela ser a única a possuir “o culto legítimo do Sacrifício e o uso salutar dos Sacramentos”, que são “os meios eficazes, pelos quais Deus opera a verdadeira santidade”. O Catecismo ainda acrescenta: “É impossível haver verdadeiros santos fora desta Igreja”.

A Igreja é santa, apesar dos numerosos pecadores

O Catecismo conclui: “não é de estranhar que a Igreja tenha o nome de santa, apesar de haver nela muitos pecadores. Pois são chamados santos os fiéis que se fizeram povo de Deus (1 Pd 2-9; Os 2, 1), e que pela fé e a recepção do Batismo se consagraram a Cristo, embora sejam fracos em muitos pontos e não cumpram o que prometeram”.

Sendo de fé que a Igreja é santa, mas nela há muitos pecadores junto aos bons, não é preciso cobrir com um manto de silêncio os pecados de seus membros que se tornaram públicos, e que dão escândalo aos fiéis (e até aos infiéis). Nas situações históricas em que a imoralidade do Clero se generaliza, e às vezes é até aceita como normal pelas autoridades eclesiásticas, a denúncia pública desse câncer por parte dos fiéis é benéfica e pode tornar-se até obrigatória, por ser o primeiro passo para a necessária reforma.

A esse respeito, no livro Igreja e homens de Igreja o teólogo passionista Pe. Enrico Zoffoli escreve: “Não temos nenhum interesse em cobrir as culpas dos maus cristãos, dos sacerdotes indignos, dos pastores vis e ineptos, desonestos e arrogantes. Seria ingênuo e inútil o intento de defender sua causa, atenuar suas responsabilidades, reduzir o alcance dos seus erros ou fazer uso do ‘contexto histórico’ e de ‘situações específicas’, com a pretensão de tudo explicar e tudo absolver”.


A Igreja Triunfante – Fra Angélico, 1423. National Gallery, Londres.


Como dissemos, a veracidade e a santidade da Igreja Católica não dependem da virtude dos seus filhos, os quais, por fraqueza ou por maldade, podem tornar-se infiéis ao seu Batismo, à sua ordenação sacerdotal, à sua sagração episcopal, ou até mesmo ao seu ministério petrino (a história registra, infelizmente, não poucos casos de Papas que deram grande escândalo). E isso porque a santidade da Igreja provém da sua condição de Corpo Místico de Cristo. Basta, portanto, que um “pequeno rebanho” (Lc 12, 32-34) permaneça inteiramente fiel aos ensinamentos de Nosso Senhor em meio à corrupção geral – como já aconteceu, por exemplo, nos séculos IV e XI –, para que a Igreja não só permaneça santa, mas cresça ainda em graça e santidade, como o Divino Mestre na sua vida terrena.

Nas aparições de 1848, Nossa Senhora afirmou em La Salette que os sacerdotes tinham se tornado cloacas de impureza. Peçamos a Ela o envio de almas generosas, que dia e noite implorem misericórdia e perdão para o povo, a fim de que Deus se reconcilie com os homens e Jesus Cristo seja novamente servido, adorado e glorificado.
...............
1 comentário

José Antonio Rocha
28 de Fevereiro de 2019

Amém. Os escravos de satanás não vencerão. Não tenhamos medo. Deus é mais forte que todo o mal. Jesus Cristo venceu o mundo, a morte e o pecado. O imaculado coração da Virgem Maria triunfará. Amém.


* * *

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: Máscaras – Gilberto Lazan


Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade, fingindo ser o que não sou, faço-o para atrair o outro... E logo descubro que só atraio a outros mascarados, distanciando-me dos outros devido a um estorvo: A Máscara.

Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades... E logo descubro que  ao não verem minha humanidade, os outros não podem me querer pelo que sou... senão pela Máscara.

Faço-o para preservar minhas amizades, e logo descubro que, quando perco um amigo por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo... E sim, amigo da Máscara que eu usava.

Faço-o para evitar ofender alguém, e ser diplomático, e logo descubro que aquilo que mais ofende às pessoas das quais quero ser mais íntimo... É a Máscara.

Faço-o convencido de que é melhor que posso fazer para ser amado, e logo descubro o triste paradoxo... O que mais desejo obter com minhas Máscaras, é precisamente o que não consigo com elas.


"Gotas de Crystal" <gotasdecrystal@gmail.com>

* * *

A HOMOFOBIA, O STF, A RELIGIÃO E A OPINIÃO DE RENOMADOS CIENTISTAS – Jurandir dias


26 de Fevereiro de 2019

♦  Jurandir Dias

Teve início na quinta-feira passada no STF a votação das ações que pedem a criminalização da homofobia e da transfobia. O relator foi o Ministro Celso de Mello. O seu voto fez-me lembrar de Gilmar Mendes quando declarou: “De vez em quando somos esse tipo de Corte que proíbe a vaquejada e permite o aborto”[1]. Essa mesma Corte que, de vez em quando, permite o aborto, pode vir a condenar pessoas contrárias à prática do homossexualismo, mesmo se por questões morais ou religiosas.

Durante o seu voto, o Min. Celso de Mello atacou uma declaração da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que, ao assumir o cargo, afirmou: “meninos vestem azul e meninas vestem rosa”. Segundo o ministro: “Essa visão de mundo fundada na ideia artificialmente construída de que as diferenças biológicas entre homem e mulher devem determinar seus papéis sociais, ‘meninos vestem azul e meninas vestem rosa’, essa concepção de mundo impõe notadamente em face dos integrantes da comunidade LGBT uma inaceitável restrição a suas liberdades fundamentais, submetendo tais pessoas a um padrão existencial heteronormativo incompatível com a diversidade e o pluralismo que caracterizam uma sociedade democrática, impondo-lhes ainda a observância de valores que além de conflitar com sua própria vocação afetiva, erótico-afetiva conduzem à frustração de seus projetos pessoais de vida”.[2]

O Min. Celso de Mello, sem perceber a contradição de seu argumento, chega a chamar de “cultores da ignorância” e “mentes sombrias” as pessoas que não concordam com o vício do homossexualismo: “Eu sei que em razão deste voto e da minha conhecida posição em defesa dos direitos das minorias que compõem os denominados grupos vulneráveis, serei inevitavelmente mantido no índex dos cultores da intolerância, cujas mentes sombrias que rejeitam o pensamento crítico, que repudiam o direito ao dissenso, que ignoram o sentido democrático da alteridade e do pluralismo de ideias, que se apresentam como corifeus e epígonos de sectárias doutrinas fundamentalistas, desconhecem a importância do convívio harmonioso e respeitoso entre visões de mundo antagônicas.” (grifo nosso)

O que está em jogo é, exatamente, calar o dissenso a respeito do tema do homossexualismo, impondo uma espécie de dogma laico contra a moral Católica, cujos transgressores estariam sujeitos até mesmo à pena de prisão. Há algo mais radicalmente contrário ao senso crítico e ao pluralismo de idéias do que ameaçar de prisão quem não concorda com a prática homossexual? Não seria isso algo fundamentalista, sectário e desrespeitoso?

Todos os brasileiros são defendidos pela Lei quando agredidos. Querer criar uma categoria de pessoas cuja prática moral não pode ser discutida não é defender o pluralismo de idéias, mas silenciar e perseguir os contrários.

Causa estranheza ainda o fato de Celso de Mello ter apoiado a sua argumentação na feminista francesa Simone de Beuvoir, que diz: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”. Tal afirmação não tem base científica, como observaram o Prof. Shmauel Pietrovski e o Dr. Moran Gershoni, pesquisadores do Departamento de Genética Molecular do Instituto Weizmann de Ciências. Esses pesquisadores revelaram que cerca de 6.500 genes humanos codificadores de proteínas reagem de forma diferente nos sexos masculino e feminino.

Os referidos cientistas identificaram milhares de genes através de um grande estudo da expressão genética humana em órgãos e tecidos do corpo de aproximadamente 550 doadores adultos. “Este estudo — comentam — permitiu, pela primeira vez, o mapeamento integral da estrutura genética do sexo humano diferencial”.

A Dra. Michelle Cretella, M.D., presidente do Colégio Americano de Pediatria (foto ao lado), por sua vez, declarou que “homem e mulher não podem ser tratados igualmente em medicina. Por causa dessas diferenças genéticas, mulheres são mais propensas a doenças autoimunes do que homens. Devemos tratar nossos pacientes de acordo com sua biologia, não de acordo com suas percepções ilusórias.”

Além do mais, a palavra “homofobia” não aparece nos dicionários antigos, como o “Aurélio”, por exemplo. Ela foi criada pelo psicólogo norte americano George Weinberg em 1966, a pedido de uma organização denominada Gay Activist Alliance (GAA). Esse psicólogo publicou em 1972 o livro Society and the Healthy Homosexual (capa ao lado), no qual forjou o termo “homofobia”.

Para o psiquiatra peruano, Honório Delgado MD (1892-1969), fobia é uma obsessão sob a forma de temor patológico. Em artigo publicado no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira em 29 de março de 2011, observou Alejandro Ezcurra:

“Em psiquiatria, fobia é uma obsessão sob a forma de temor patológico. Só ocorre em casos extremos e muito específicos: pode haver fobias, por exemplo, contra o que ameace a saúde ou a integridade de uma pessoa. Mas seria absurdo qualificar de fóbico a quem, por exemplo, evita normalmente aquilo que prejudica sua saúde ou sua integridade física. E muito menos se pode carimbar de “homofóbica” — ou seja, de doentes mentais! — a esmagadora maioria de pessoas que, em países como o Brasil, seguindo princípios de razão natural ancorados na Lei moral e admitidos unanimemente durante milênios por todos os povos civilizados, defendem a saúde do organismo social e desejam proteger a família face à presente ofensiva publicitária e legal de poderosos lobbies homossexuais. Até agora ninguém conseguiu demonstrar a existência de tal patologia, nem poderá fazê-lo. Mais fácil será demonstrar que existe o lobisomem ou a sereia… Em suma, o epíteto só procura neutralizar a reação das grandes maiorias e estigmatizar os que se preocupam deveras pelo porvir da Nação e da família, e pela proteção à população infantil.”[3]

O Cardeal Gerhard Ludwig Müller Prefeito Emérito da Congregação para a Doutrina da Fé (foto ao lado), declarou que a palavra homofobia é uma invenção do lobby homossexual para o “domínio totalitário” sobre as mentes dos outros.

“A homofobia — afirma o Cardeal — simplesmente não existe, é claramente uma invenção, um instrumento de dominação totalitária sobre o pensamento dos outros. O movimento homossexual carece de argumentos científicos e por isso construíram uma ideologia que quer dominar, buscando construir a sua realidade. É o esquema marxista, segundo o qual não é a realidade que constrói o pensamento, mas o pensamento que constrói a realidade. Quem não aceita esta realidade deve ser considerado doente. Como se, entre outras coisas, pudéssemos agir contra a doença com a polícia ou com os tribunais”.[4]
*   *   *
A ideologia de gênero, sem base científica e sem o apoio do público — como tem demonstrada a calorosa receptividade da população aos jovens caravanistas do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira em todo o território nacional —, quer impor-se por medidas judiciais. Se for aprovada a criminalização da homofobia, como quer o Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero, teremos no Brasil uma severa perseguição, inclusive com prisões, contra as pessoas, religiosos ou pais de famílias, que dentro da Moral e dos bons costumes se opuserem a tal investida do lobby homossexual. Estaria caracterizada uma verdadeira ditadura homossexual.
____________
Referências:



* * *

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A REALIDADE BRASILEIRA – Eduardo Proença


Amigos,


Se vocês acham que fazer um bom governo é baixar a idade mínima da aposentadoria para 50 anos, diminuir a contribuição, extinguir a maioria dos impostos, criar milhões de empregos da noite pro dia, eu sinto te informar, mas já pode começar a bater a cabeça na parede.

O Brasil se encontra no pior momento econômico da sua história e vocês sabem quem vai pagar por isso?

Durante as últimas décadas nós fomos pilhados pelos últimos governos e o povo só se preocupava com BBB, futebol e carnaval... Então amigos, se preparem pro remedinho amargo ou então pra picada da injeção... E com agulha grossa, viu?

Não se iludam que vamos virar uma Noruega nos próximos 4 anos... E sem querer ser pessimista, nem nos próximos 8 ou 12 anos.

Hoje o único objetivo é interromper a pilhagem e tomar um rumo decente.

E se deem mais que satisfeitos se conseguirmos.

O "mundo de Alice" fica ali na frente à esquerda... Lá eles acreditam que bandidos e terroristas são heróis, acreditam que o Brasil deveria ter permanecido no mesmo caminho e ainda acreditam que na Venezuela existe democracia.

Nós temos que enxergar a realidade nua e crua e Lutar cada vez mais por um país melhor.


Texto de: Eduardo Proença

(Recebi via WhatsApp)


* * *



https://mail.google.com/mail/u/0/images/cleardot.gif
https://mail.google.com/mail/u/0/images/cleardot.gif

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

SOBRE O HINO NACIONAL NAS ESCOLAS


Falando sobre o Hino

Transcrevo minha vivência. Estudei até o final do ginásio no colégio Nossa Senhora das Mercês, onde fomos extremamente felizes e trago comigo milhares de lembranças, boas lembranças, dentre elas todo final do mês o Encontro das turmas ao ar livre, para o hasteamento da bandeira!!!

Todos nós adorávamos este momento, que significava festa e respeito aos símbolos. Aprendemos com isto a valorizar o que nos representa...

E ao longo da minha vida, nos mais diversos eventos, quer seja técnico, cultural, de lazer o Hino é cantado, já em várias versões e acredito emociona a todos.

Concordo que esse exagero de filmar não procede, mas como vamos conhecer as coisas, que são parte, pois traduzem a Nossa Terra, infundindo noções de liberdade, respeito aos símbolos, zelo e cidadania? 

Estaremos escrevendo um novo livro para gerações futuras.


(Recebi via WhatsApp. Autor não mencionado)


* * *

domingo, 24 de fevereiro de 2019

MEMENTO PELA VENEZUELA – Santiago Escobar


24 de Fevereiro de 2019
Venezuelanos impedidos pela guarda bolivariana de atravessar a fronteira com o Brasil, onde desejavam comprar alimentos para suas famílias

♦  Santiago Escobar

Aumenta a cada dia a pressão nacional e internacional pela saída do ditador venezuelano Nicolas Maduro e, em consequência, o fim de sua agenda política chamada “revolução bolivariana”.

No dia 2 de fevereiro recordamos com execração os 20 anos da ascensão ao poder do tirano Hugo Chávez Frias, que mergulhou o país na pior crise de sua história em nome do “bolivarianismo”, uma utopia marxista criada para a esquerdização do continente latino-americano. Essa ideologia abertamente socialista estava comprimindo a Venezuela e empurrando-a para uma situação virtualmente sem saída, na qual está sendo debatida atualmente.

O mundo inteiro conhece o sofrimento do povo venezuelano por causa da grave crise que permeou todas as instituições da lei natural, como a família, a propriedade privada etc. Essa franca ditadura socialista transformou uma das nações mais prósperas da América Latina em um país com uma das maiores hiperinflações do mundo, atingindo quase 10.000.000%[i].

Por que aconteceu tudo isso com a Venezuela? — Por uma perda sistemática de fé e valores morais, cuja consequência foi levar os venezuelanos a eleger Hugo Chávez como presidente.

Como circunstância agravante, houve um aumento de cultos e feitiços esotéricos que se espalharam por todas as camadas da sociedade.

Jovens da TFP venezuelana numa campanha em Caracas

Não posso deixar de mencionar que existia na Venezuela uma organização de jovens católicos idealistas que por muitos anos denunciaram toda essa crise e, por razões de suma injustiça, foram difamados e expulsos de seu próprio país. Refiro-me aos jovens da TFP venezuelana, criticados alguns anos depois por Chávez e Maduro como militantes de uma das “piores” entidades possíveis, “fascista”[ii] e “seita de direita”[iii], por defender a tradição a família e a propriedade.

Uma das consequências da ditadura comunista é a emigração de mais de 2,3 milhões de venezuelanos, ou seja, 7% da população, que, carentes de tudo, se refugiam em países limítrofes, na maioria das vezes passando pelas piores situações.

É por isso que fazemos um memento pela Venezuela, para que a Divina Providência, por intercessão especial de Nossa Senhora de Coromoto, Padroeira do País, mais uma vez perdoe e ajude seus filhos venezuelanos que sofrem sob o peso da bota comunista que os oprime.
 ___________


* * *

PALAVRA DA SALVAÇÃO (119)


7º Domingo do Tempo Comum -24/02/2019

Anúncio do Evangelho (Lc 6,27-38)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “A vós, que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam.
Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica.
Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles.
Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam.
E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim.
E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia.
Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.
Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque, com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

---
Ligue o vídeo abaixo e acompanhe o Evangelho encenado:

---

“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso” (Lc. 6,36) 

Tornar presente o Pai como Amor e Misericórdia foi, para Jesus, o cerne de sua missão: toda a sua vida foi uma eloquente demonstração da misericórdia divina para com a humanidade. Jesus, que encarna e torna visível no mundo a misericórdia do Pai, se faz também misericordioso. Anuncia aos pecadores que eles não estão excluídos do amor do Pai, mas que Ele os ama com infinita ternura. O Evangelho só aparece como Boa-Nova se compreendermos esta novidade introduzida por Jesus. Ele, em sua presença misericordiosa, revela um Deus desprovido de dogmatismos, de controle e de poder. O Deus de Jesus não é um juiz com um catálogo de leis que tem necessidade de mandar, controlar, verificar; o seu Deus é o Deus da misericórdia, da bondade sem limites e da paciência para com todos.

Jesus propõe um modo de ser humano inseparável da misericórdia do Pai:

“Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” (Lc. 6,36)

Ser misericordioso “como” Deus constitui o mais elevado convite e a mensagem mais profunda que o ser humano recebe sobre como tratar a si mesmo e aos outros. Deus, em sua misericórdia reconstrutora,  libera em nós as melhores possibilidades, riquezas escondidas, capacidades, intuições... e nos faz descobrir em nós, nossa verdade mais verdadeira de pessoas amadas, únicas, sagradas, responsáveis... É ele que “cava” no nosso coração o espaço amplo e profundo para nos comunicar a sua própria misericórdia. A força criativa do seu amor misericordioso põe em movimento os grandes dinamismos de nossa vida; debaixo do modo paralisado e petrificado de viver, existe uma possibilidade de vida nova nunca ativada. 

A experiência de misericórdia gera em nós uma atitude correspondente de misericórdia. O Deus misericordioso cria em nós um coração novo, feito de acordo com o Seu, capaz de misericórdia (“bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”). É exatamente este o maior sinal da sua Misericórdia: ama-nos a ponto de enviar-nos ao mundo como instrumentos de Sua reconciliação, pondo em nosso coração um Amor que vai além da justiça. 

A misericórdia é não só o atributo primeiro de Deus, mas também a mais humana das virtudes. É aquela que melhor revela a natureza do Deus Pai e Mãe de infinita bondade. É a que revela igualmente o lado mais luminoso da natureza humana. Por isso é a que mais humaniza as relações entre as pessoas.

A misericórdia presente em nós é modelada e alimentada pela Misericórdia divina, que se visibiliza no perdão, na compaixão, no consolo, na ternura, no cuidado... Nossa atitude misericordiosa nos configura à imagem do Deus misericordioso. É onde somos mais semelhantes a Ele. A misericórdia como estilo-de-vida cristã nos descentra de nós mesmos e nos faz descer em direção ao outro, numa atitude de pura gratuidade. A vivência da misericórdia nos torna  realmente livres, e isso nos proporciona profunda alegria interior. 

Uma misericórdia superabundante, generosa... é gesto gratuito e positivo de encontro, de acolhida, de cordialidade, que se torna hábito de vida: ser “presença misericordiosa”. A espiritualidade da misericórdia contém em si a gratuidade do relacionamento, a dimensão desinteressada da doação. É a partir da misericórdia que a pessoa é capaz de amar os inimigos, de fazer o bem aos que a odeiam, de bendizer os que a amaldiçoam, de oferecer a outra face, de emprestar sem esperar recompensa, de perdoar sem limites... 

A misericórdia é humilde e não humilha, porque é discreta e silenciosa. Ser presença misericordiosa não significa pôr o outro de joelhos para que reconheça seus erros; ela nasce de um coração “educado” pela Misericórdia divina e se manifesta externamente com uma atitude mansa e condescendente. Essa Misericórdia é uma força poderosa, não se rende diante do mal, porque é sempre capaz de redes-cobrir o bem ou de salvar a intenção do próximo, de abrir-lhe novamente a esperança... 

Entrar no movimento da misericórdia humaniza e cristifica essencialmente a pessoa, porque a misericórdia constitui “a estrutura fundamental do humano e do cristão”. Fundamentalmente, a misericórdia significa assumir como própria a miséria do outro, inicialmente como sentimento que comove, mas que, logo em seguida, leva à ação. Ela brota das “entranhas” e se dirige instintivamente ao próximo na forma de proximidade, acolhida e compaixão. 

Misericórdia é exatamente: “ter coração” para o outro, dando preferência aos pequenos e pobres.

A misericórdia é a caridade que “toma mãos e pés”, ou seja, o amor que se expressa em uma ação decidida e generosa, capaz de transformar e libertar. Em hebraico, a palavra “misericórdia” – “rahamim”, significa ter entranhas como uma mãe. É comover-se diante da situação de fragilidade do outro; é sentir-se intimamente afetado e, por isso, com a disposição de ser magnânimo, clemente e benevolente para com ele. A misericórdia recebida e experimentada é a base da atitude compassiva, não como ato ocasional mas como estilo de vida evangélico. Torna-se o fundamento e a perene inspiração de uma existência de par-tilha e solidariedade. 

Ser presença misericordiosa é um “modo de proceder”, um “estilo de vida” que não está ligado a uma transgressão; é muito mais um estilo de bondade, compreensão, magnanimidade, estilo de quem não se fixa no que o outro merece nem se escandaliza com sua miséria. "Devemos ser presença misericordiosa como pecadores, e não como justos”.

A misericórdia é fundamentalmente uma mensagem de estima e confiança no outro, crer na sua amabilidade. Por isso, a presença misericordiosa é força que provoca no outro a re-descoberta de sua própria identidade (uma pessoa amada e acolhida pelo Deus misericordioso) e ao mesmo tempo desata nele as ricas possibilidades de vida que estavam latentes.

Quem é misericordioso está convencido de que o irmão é melhor que aquilo que aparenta ser. A misericórdia é expansiva, ela abre um novo futuro e ativa os melhores recursos no interior de cada um. Ela não se limita ao erro, mas impulsiona o outro a ir além de si mesmo.

Onde não há misericórdia, não há sequer esperança para o ser humano. 

Textos bíblicos:   Lc 6,27-38

Na oração:

- Pedir maior consciência do Amor Misericordioso do Pai por você; que você possa deixar-se surpreender pelo Amor criativo do Deus Pai/Mãe... e participar em sua festa de reconciliação.

- Ao mesmo tempo, pedir um coração “desarmado”, pronto a re-criar (perdoar é re-criar, é dar oportunidade para alguém viver de novo).

- Entrar no “fluxo” da misericórdia divina: ser canal por onde ela circula para chegar até os outros.

Pe. Adroaldo Palaoro sj

* * *

sábado, 23 de fevereiro de 2019

PRADO - Antonio Baracho


PRADO

Terra de áreas verdes e doces riachos
Caminhando para o mar.
Busco na amplidão dessa planície
O oxigênio puro e a natureza intocável,
E me embriago nessa visão,
Fazendo o encontro do passado e do presente:
Antes os gentios e os colonizadores,
Hoje gente alegre nas ruas.
Assim, piso o seu solo como conquistador,
Sequioso de penetrar no seu ventre,
Deixando a marca indelével dos banhos de cachoeiras,
Dos passeios de barco e pescaria,
E dos encontros fortuitos na areia monazítica
Do seu lindo corpo.
E depois que mergulhar nesse oceano de prazeres
Quero transformar um pouco de seu urânio
Em energia perene do amor.

ANTONIO BARACHO – Poeta, psicólogo.
Membro da Academia Grapiúna de Letras- AGRAL, ocupante da cadeira nº 11.
Tel. (73) 99102-7937 / 98801-1224

* * *



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

STF PODE TORNAR CRIME DEFENDER A MORAL CATÓLICA


22 de Fevereiro de 2019

Todos os brasileiros são defendidos pela Lei quando agredidos. Querer criar uma categoria de pessoas cuja prática moral não pode ser discutida não é defender o pluralismo de idéias, mas silenciar, discriminar e perseguir os contrários.

Comunicado do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

Há mais de 30 anos, Plinio Corrêa de Oliveira dizia que ser católico se tornaria inconstitucional no Brasil por causa do avanço do homossexualismo[i].

Segundo a doutrina católica, a prática do ato homossexual constitui um pecado grave, intrinsecamente desordenado, que “brada aos céus e clama a Deus por vingança”. Tanto as Sagradas Escrituras (a Bíblia) como a Tradição da Igreja condenam claramente essa prática.

Nas últimas décadas, entretanto, fez-se um silêncio crescente a respeito da moral natural e da moral católica nessa matéria, ao mesmo tempo em que uma ampla campanha favorável à prática homossexual foi lançada através dos meios de comunicação de massa.

Mesmo assim, dentro da sociedade democrática em que vivemos, tanto os defensores da moral católica como os seus opositores podem se manifestar livremente, publicar livros, fazer campanhas públicas e defender suas posições.

Essa liberdade, agora, está ameaçada pelo julgamento no STF, que pode considerar inconstitucional ser contra o homossexualismo; equiparando o repúdio à prática homossexual ao crime de racismo e aplicando as mesmas penas, inclusive a pena de prisão.

Nesse sentido, o voto do Min. Celso de Mello, relator do processo, foi de grande gravidade, praticamente “criando” um novo tipo penal de “homofobia”.

Em uma época em que a esquerda defende que o aborto deixe de ser crime, assim como deseja liberar as drogas, e ataca o que considera como punitivismo (punir em demasia), essa mesma esquerda entra com um processo querendo criminalizar e punir os que são contrários à prática homossexual.

Em nome da “não discriminação”, discriminam-se os que defendem publicamente a posição católica nessa matéria.
 
Sobre isso, é preciso esclarecer que a palavra “discriminar” está sofrendo uma mudança de conceito com o propósito de quebrar a resistência da sociedade a essas transformações morais.

Toda lei discrimina, tanto a lei de Deus como a lei dos homens, ao separar o lícito do ilícito, o certo do errado, e punir o crime. Toda pena de prisão é uma discriminação contra um ato considerado crime. A palavra, portanto, é neutra. O ato de discriminar se torna censurável, errado, na medida em que ele é usado para perseguir o bem, como está se dando agora.

O ministro Celso de Mello, embora reconheça o direito dos que seguem a Lei de Deus de “narrarem” passagens da Bíblia contra o homossexualismo, por outro lado também afirma que nenhuma liberdade religiosa ou mesmo liberdade de expressão é absoluta e que nenhum discurso de ódio pode ser tolerado…

O termo “discurso de ódio” é suficientemente amplo para poder ser usado contra qualquer pessoa que critique, publicamente, o ato homossexual. Mesmo podendo relatar o que está nas Sagradas Escrituras, os cristãos poderão dizer que o homossexualismo constitui um vício? Poderão eles repudiar uma conduta que consideram intrinsecamente desordenada, como está no Catecismo Católico?

A Bíblia, quando afirma taxativamente que os efeminados não herdarão o Reino de Deus (1, Coríntios, 6, 9-10) está apenas narrando um fato? Ou essa afirmação pode ser considerada como uma discriminação a um grupo social? Ficará a circulação da Sagrada Escritura dependendo das interpretações de cada juiz?

Assim ocorreu em diversos regimes totalitários, notadamente com os comunistas, que chegaram a proibir ou a censurar a Bíblia por conter trechos que não eram do agrado do regime.

Apesar de enaltecer a democracia brasileira, o relator do STF acusava os contrários ao homossexualismo de serem: cultores da intolerância, cujas mentes sombrias rejeitam o pensamento crítico, …repudiam o direito ao dissenso, …ignoram o sentido democrático da alteridade e do pluralismo de ideias”… que se apresentam como corifeus e epígonos de sectárias doutrinas fundamentalistas. (Grifos nossos).

Ora, o que está em jogo é, exatamente, censurar o dissenso a respeito do tema do homossexualismo, impondo uma espécie de dogma laico contra a moral Católica, cujos transgressores estariam sujeitos até mesmo à pena de prisão. Há algo mais radicalmente contrário ao senso crítico e ao pluralismo de idéias do que ameaçar de prisão quem não concorda com a prática homossexual? 

Todos os brasileiros são defendidos pela Lei quando agredidos. Querer criar uma categoria de pessoas cuja prática moral não pode ser discutida não é defender o pluralismo de idéias, mas silenciar, discriminar e perseguir os contrários.

No Direito penal, não há “analogia em prejuízo do réu” (analogia in malam partem), não há “pena e nem crime sem lei anterior que os defina” (Nullum crimen, Nulla poena sine praevia lege).

Entretanto, nada disso importou. Usando uma interpretação ampla dos direitos constitucionais, o Ministro relator considerou que a homofobia poderia ser enquadrada no tipo penal de racismo.

Na prática, equivale a penalizar uma ação que antes não era penalizada.

Sobre isso, os juristas irão discutir. O fato inconteste, entretanto, é que não foi o Legislativo — a quem cabe criar leis e definir penas — que criminalizou a chamada homofobia, mas terá sido uma decisão de uma corte de justiça, baseada em interpretação subjetiva em matéria penal feita em prejuízo do réu.

A prevalecer essa decisão, estaremos diante de uma perseguição religiosa sem paralelo na história moderna. Através de uma simples interpretação, a Moral católica — e a da imensa maioria do Brasil — terá se tornado inconstitucional.

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira não poderia ficar inerte diante da gravidade desse momento.

Cabe aos Ministros do Supremo, homens que ocupam uma posição privilegiada e de alta responsabilidade nos destinos de nosso País, cumprir a sua função jurisdicional, dizer o Direito. Que eles não se deixem levar pela sedução de mudar a sociedade através da força do Estado, pois esse não é o papel dos juízes.

Que Nossa Senhora Aparecida, invocada pelo ministro Toffoli em sua posse como Presidente do STF, não permita que essa perseguição religiosa seja imposta ao País do Cristo Redentor.


São Paulo, 21 de fevereiro de 2019
Festa de São Pedro Damião
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira




* * *