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terça-feira, 18 de julho de 2017

C O N V I T E – Joselito dos Reis, Poeta

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Grito sem Eco


Dia 27 de Julho 2017 o Poeta e Jornalista Joselito dos Reis (foto) estará homenageando Itabuna pelos 107 anos com magnífica  noite de autógrafos; é o lançamento do seu livro GRITO SEM ECO.

Certamente Grito sem Eco será um sucesso editorial. Poeta de grande sensibilidade, o fundador do Clube do Poeta Sul da Bahia, Joselito dos Reis, há algum tempo prepara cuidadosamente este momento tão aguardado pelos seus muitos amigos, que estarão festejando com ele no Centro de Cultura Adonias Filho a partir das 19 horas.

Itabuna Centenária, Artes & Literatura-ICAL  se une aos amantes da boa poesia na festa do grande jornalista /poeta.


Parabéns, Joselito dos Reis!

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DOM CESLAU NO CAMINHO DE REGRESSO AO BRASIL 18 JUL 2017

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Já estou no caminho de regresso ao Brasil.

Ao lado da igreja é o convento dos redentoristas em Varsóvia no bairro Wola, onde estou hospedado agora, está um lugar chamado "Memorial" em homenagem aos que foram executados durante o famoso levante de Varsóvia contra a ocupação nazista, de Hitler em 1944.

É o lugar de silêncio meditação e oração. Mas é inevitável a pergunta que se impõe a cada um que pisa este lugar: “e por que tudo isto? Numa das pedras lemos: a liberdade com a cruz se conquista, ou melhor traduzindo: a dimensão da liberdade é a cruz.

Os números dos executados é impressionante: só em agosto 1944, neste bairro de Wola, onde está a Igreja, foram executados 50.000 pessoas! Entre eles 30 meus confrades redentoristas!

Impressiona a execução de uma criança de 6 semanas; uns jovens escoteiros, pessoal da creche com as crianças, o pessoal de saúde do hospital das crianças junto com os pequenos pacientes...

No centro do memorial está o enorme cruzeiro e a Imagem da Virgem Maria Mãe dos exilados...

Deus te Abençoe. Boa Noite. Abraço de Varsóvia.

(Logo veja o registro fotográfico que fiz agora. Claro os dizeres são em Polonês, mas os números dizem a quantidade dos fuzilados e o lugar exato com o nome de rua).

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Bem-vindo, Dom Ceslau Stanula!




Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.

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ITABUNA CENTENÁRIA: UM SONETO - Luiz Gonzaga Dias

A carta que não foi rasgada


Era uma carta simples... Entretanto,
A saudade gemia na mensagem.
O infortúnio revestia o pranto,
Na tristeza infinita da viagem.

Expunha na missiva escrita em pranto,
O que dizer não tivera coragem...
E cada frase revolvia o canto,
Da alma onde guardava a sua imagem.

No término ele escrevia: “Leia,
Depois rasgue-a”... Li mas não rasguei-a
Pelo milagre da recordação.

Portadora de meiga despedida,
Ninguém rompe a missiva recebida,
Porque é rasgar o próprio coração!


(IMAGENS MUTILADAS - 1963)
Luiz Gonzaga Dias
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 Em lugar de Prefácio


          Como um derivativo à luta diária, neste século agitado, nesta época de progresso vertiginoso, aqui estão alguns versos reunidos neste volume, poesias na sua maior parte, dispersas nas publicações brasileiras.

            Sentencia o Evangelho, que nem só de pão vive o homem, sendo portanto estes versos, assim como um oásis, no deserto febril da civilização, da política, da atividade multifária dos seres, na era do avião a jato, dos inventos nucleares e do perene choque de interesse dos homens.

            Um momento de arte e descanso, não faz mal ao corpo ou ao espírito exausto.

            Se o leitor não acha que ler poesia é perder tempo, leia um pouco estes versos.

            Ao contrário, desculpe, e passe adiante.

            De qualquer modo, queira aceitar os agradecimentos do autor.



                                 São Felix, Estado da Bahia, Julho de 1962.

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ITABUNA CENTENÁRIA REFLETINDO: Eu, Domador de Mim

Contra quem lutamos...



Um ermitão, uma destas pessoas que por amor a Deus se refugiam na solidão do deserto, do bosque ou das montanhas para dedicar-se somente à oração e à penitência, muitas vezes reclamava que tinha muito que fazer.

Perguntaram-lhe como era possível que em sua solidão tivesse tanto trabalho.

- Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um asno e sujeitar um leão.

- Não vemos nenhum animal perto do local onde vives.
Onde estão estes animais?

O ermitão então explicou:
- Estes animais todos os homens têm, vocês também...

Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que domá-los para que só se fixem sobre uma boa presa.
São meus olhos.

As duas águias ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treiná-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir.
São minhas mãos.

Os dois coelhos querem ir onde lhes agrada, fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades. Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos mesmo que seja penoso, problemático ou desagradável.
São meus pés.

O mais difícil é vigiar a serpente, apesar dela estar presa numa jaula de 32 barras. Está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam, mal se abre a jaula. Se não a vigio de perto, causa danos.
É minha língua.

O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia.
É meu corpo.

Finalmente, preciso domar o leão. Quer ser o rei, o mais importante; é vaidoso e orgulhoso.
É meu coração.

Portanto, há muito que fazer...



(Autor desconhecido)



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A VENEZUELA EXISTE E É LOGO ALI - Percival Puggina

5 de julho de 2017
No Brasil, a violência política se faz visível em dois níveis de radicalização. Num, há a perda da noção de limites; o discurso se exaspera, os poderes e seus membros se retaliam verbalmente, xingamentos agitam as redes sociais, a verdade apanha e a razão é posta à prova. Noutro, tem-se algo mais perigoso. Refiro-me à violência que nasce da ideologia, que não ocorre em assomos de indignação, nem se manifesta naqueles momentos em que o sangue ferve e as estribeiras são perdidas. Trata-se de algo fora dos parâmetros pelos quais se orientam pessoas normais.

Ao entender isso começa-se a compreender a razão pela qual, sem quê nem porquê, certos grupos passam a incendiar ônibus, a dar “voadoras” nas vitrinas e a disparar rojões contra a autoridade policial. Mauro Iasi citando Brecht, Guilherme Boulos e João Pedro Stédile com seus exércitos, falam por eles.

Em 1968, o general vienamita Vo Nguyen Giap, em artigo publicado em “El hombre y el arma”, escreveu (tradução de Igor Dias): “… os revisionistas contemporâneos e os oportunistas de direita do movimento comunista e do movimento operário seguem vociferando sobre ‘paz’ e ‘humanitarismo’; não se atrevem a mencionar a palavra ‘violência’. Para estes, a violência é um tabu. Temem esta assim como a sanguessuga teme o cal. O fato é que negam a teoria marxista-leninista sobre o papel da violência na história”. Mais adiante, lecionará o general: “Os comunistas expõem o papel histórico que cumpre a violência não porque sejam ‘maníacos’ por esta, mas sim porque é uma lei que rege o desenvolvimento social da humanidade. Não poderá triunfar nenhuma revolução e nenhum desenvolvimento da sociedade humana sem entender tal lei.”

Para Marx a violência é a parteira de toda velha sociedade que leva em seu seio outra nova. Assim, ela acompanha a ação política de tantas referências da esquerda brasileira, começando, entre outros, pelos nossos patrícios Prestes, Marighela, Lamarca; e vai importando seus bandidos – Fidel Castro, Che Guevara, Tiro Fijo e por aí afora. Se há acusação que não se pode fazer a qualquer desses senhores é a de prezarem a democracia, seus valores e suas regras. Assim também se explicam 100 milhões de mortos com vistas ao tal “desenvolvimento social da humanidade”. Fala-me de teus amores e te direi quem és.

Para pôr freio nesses desequilibrados e em seus desequilíbrios, a democracia se afirma, aos povos, no horizonte das possibilidades. “Mas não se faz democracia sem democratas”, disse alguém, com muita razão. A democracia é um sistema e uma filosofia. Uma boa democracia exige que ambos sejam bons e andem juntos. O sistema é definido pelas regras do jogo político, ou seja, pelo conjunto de normas que legitimam a representação popular, regem eleições, determinam atribuições aos poderes, e definem o modo segundo o qual as leis são elaboradas, aprovadas e aplicadas. A filosofia é marcada por um conjunto de princípios e valores elevados, honestamente buscados e socialmente ratificados.

Sem a filosofia, o sistema pode dar origem a toda sorte de abusos, entre eles a ditadura da maioria. Sem o sistema, a filosofia pode descambar para a anarquia, ou para a ditadura da minoria, posto que faltarão os instrumentos de legitimação conforme a vontade social. Defender insistentemente o constitucionalismo e promover os princípios e valores que inspiram o regime democrático é a melhor proteção contra as perversões que se expressam pela violência. Não chegamos lá, mas tudo pode piorar. A Venezuela existe e é logo ali. Cuidado, pois.


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