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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

CINEACADEMIA NELSON PEREIRA DOS SANTOS EXIBE O FILME “RIO 40 GRAUS”


Academia Brasileira de Letras, em parceria com a Cinemateca do Museu de Arte Moderna e com o apoio do Espaço Itaú de Cinema, encerra o CineAcademia Nelson Pereira dos Santos em homenagem ao saudoso acadêmico falecido em 2018. A coordenação desse ciclo é do Acadêmico Carlos Diegues.
O primeiro filme projetado foi "Limite", de Mário Peixoto, o segundo, "Argila", de Humberto Mauro, e "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos, será o último filme do ciclo a ser exibido.
Após a projeção do filme, haverá uma mesa de debates com profissionais ligados à obra cinematográfica em exibição, além de cineastas, críticos, professores e pensadores reconhecidos. A mesa será composta pelo cineasta Luiz Carlos Barreto e pelo Acadêmico Geraldo Carneiro. José Quendal será o mediador do debate. 
Os ingressos poderão ser obtidos na bilheteria do Espaço Itaú de Cinema, situado à Praia de Botafogo, 316, Botafogo, ou pelo site www.ingresso.com. Os valores são R$10,00 para inteira e R$5,00 para meia-entrada.
Rio 40 Graus
No Rio de Janeiro, em um dia intenso de verão, cinco garotos pretos e pobres saem da favela onde vivem para vender amendoim pela cidade. Percorrendo os quatros cantos do Rio, eles vivem e presenciam casualidades e incidentes cariocas, verdadeiras desventuras urbanas que destrincham a realidade urbana carioca daquele período.
 10/12/2019


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UMA ROSA ME DISSE – Heber Salvador de Lima

Clique sobre as fotos, para vê-las no tamanho original


É no fundo
das noites sem luar
que brilham
muito mais
as estrelas!

Olha no teu jardim as rosas entreabertas e nunca as pétalas caídas... Observa em teu caminho a distância vencida e nunca o que ainda falta.... Guarda do teu olhar os brilhos de alegria e nunca as névoas de tristezas... Retém da tua voz risadas e canções e nunca os teus gemidos...

 Conserva em teus ouvidos as palavras de amor e nunca as de ódio... Grava em tua pupila o nascer das auroras e nunca os teus poentes... Conserva no teu rosto as linhas do sorriso e nunca os sulcos do teu pranto... Conta aos homens o azul das tuas primaveras e nunca as tempestades do verão... Guarda da tua face apenas as carícias, esquece as bofetadas...

 Conserva de teus pés os passos retos e puros, esquece os transviados... Guarda de tuas mãos as flores que ofertaram, esquece os espinhos que ficaram... De teus lábios conserva as mensagens bondosas, esquece as maldições... Relembra com prazer as tuas escaladas, esquece o prazer fútil das descidas...

 Relembra os dias em que foste água limpa, esquece as horas em que foste brejo... Conta e mostra as medalhas das tuas vitórias, esquece as cicatrizes das derrotas... Olha de frente o Sol que existe em tua vida, esquece a sombra que fica atrás...

 A flor que desabrocha é bem mais importante do que mil pétalas caídas; E só um olhar de amor pode levar consigo calor para aquecer muitos invernos... A bondade é mais forte em nós e dura muito mais do que o mal que nós mesmos praticamos... Sê otimista e não te esqueças de que... É no fundo das noites sem luar que brilham muito mais as estrelas!


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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

OS REIS MAGOS E A ESTRELA DE BELÉM


Quem foram os santos reis magos? A providencial e esplendorosa estrela foi um novo astro vindo do Oriente? Ou seria um anjo para anunciar a vinda do Rei dos Judeus, o Messias Redentor de todos os homens?

Tradução, resumo e adaptações: Renato Murta de Vasconcelos*
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 828, Dezembro/2019

Os varões privilegiados, conhecidos pela Cristandade como Três Reis Magos, foram escolhidos para estar entre os primeiros — depois de Nossa Senhora, São José e os pastores — a adorar o Divino Infante na gruta de Belém. Quem foram eles? E o que foi propriamente a radiosa estrela que os conduziu pelas áridas montanhas da Judéia, para se colocarem junto ao Salvador?

Cornélio a Lapide (1567-1637) no-lo explica em seus comentários sobre o trecho do Evangelho de São Mateus onde o episódio é narrado: “Tendo, pois, nascido Jesus em Belém de Judá, nos dias do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, dizendo: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Porque nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo’”(Mt 21, 12).

Nasceu Jesus em Belém de Judá, nos dias do rei Herodes

Adoração dos Reis Magos – Corrado Giaquinto (1690-1765). Coleção Particular

Judá significa aqui a tribo de Judá, à qual a tribo de Benjamim aderiu após o cisma das dez tribos, provocado pelo rei Jeroboão. Essas duas tribos formaram o reino de Judá. São Mateus acrescenta a referência a Judá para distinguir Belém da cidade de mesmo nome situada na tribo de Zebulão, na Galileia (cf. Josué, 19, 15). Assim também comenta São Jerônimo.

Este Herodes, aqui citado por São Mateus, era o Antipas, filho de Herodes o Grande, idumeu de raça, que o Senado estabeleceu, por recomendação de Antônio, como primeiro rei da Judéia conquistada pelos romanos (cf. Flávio Josefo, livro 14, Ant. cap. 18). São Mateus faz menção a Herodes para deixar claro que o cetro fora transferido de Judá para um alienígena, como o era Herodes. Portanto havia chegado o tempo do Messias ou Cristo, pois o patriarca Jacó havia predito que esse deveria ser o sinal de seu advento (Gen. 49, 10). Assim comentam São João Crisóstomo e Teofilato. Herodes, o Grande, ciente dessa profecia, aplicou o oráculo a si mesmo para fortalecer seu reino. Queria ser aceito como Messias, e por isso construiu um templo magnífico para os judeus e o dedicou no aniversário do dia em que iniciou seu reinado (Cf. Josefo, livro 15, Ant. c. 14 e livro 20, c. 8).

Herodes Antipas foi quem mandou decapitar São João Batista e revestiu Nosso Senhor com a túnica branca e zombou d’Ele em sua paixão. Seu filho, Herodes Agripa, matou São Tiago, irmão de São João, e morreu ferido por um anjo. E o filho deste Agripa foi Herodes Agripa II, diante de quem pleiteou São Paulo quando prisioneiro (Atos 25, 23).

Magos vieram do Oriente a Jerusalém

Adoração dos Reis – José Juárez (1617-1661). Museu Nacional de Arte, México.

A palavra magos era comum entre os persas, donde a tradução persa de São Mateus trazer aqui magusan — magos ou sábios, astrólogos ou filósofos. A palavra parece derivar do hebraico, oriunda do radical haga, meditar; daí magim, aqueles que meditam. Com efeito, a meditação é a chave da sabedoria, como diz Ptolomeu. Portanto, aqueles que meditam são ou se tornam sábios. De acordo com São Jerônimo, os caldeus chamavam seus filósofos de magos, seguindo os hebreus. Daí os árabes, sírios, persas, etíopes e outros orientais — cujas línguas são derivadas do hebraico, ou a ele semelhantes — chamarem seus sábios e astrólogos de magos, segundo asseveram Plinio e Tertuliano.

A expressão correspondente em grego (α̉πό α̉νατολών) significa das partes orientais, indicando que esses Magos vieram de várias regiões ou províncias do leste. A opinião comum dos fiéis é que eles eram reis, régulos ou príncipes. Esta crença é claramente defendida por São Cipriano, São Basílio, São Crisóstomo, São Jerônimo, Santo Hilário, Santo Isidoro, São Beda e Tertuliano, todos citados por Maldonado, Barônio e Barradio. No entanto, São Mateus não os chama de reis, e sim de magos, porque coube a eles reconhecer Cristo por meio da estrela. Daí também que eles sejam chamados de reis de Tarsis e Reis da Arábia e de Sabá (Salmo 71, 10).

Como afirma São Leão, os Magos pensavam que o rei dos judeus deveria ser procurado em Jerusalém, pois na cidade real estavam os sumos sacerdotes, escribas e doutores da lei, os quais, pelos oráculos proféticos, provavelmente sabiam onde e quando Cristo deveria nascer. E de fato eles informaram que o Messias nasceria em Belém. Os Magos, embora tivessem a orientação da estrela, prudentemente desejavam consultar também os intérpretes vivos da vontade de Deus. E foi assim que a estrela se retirou por um tempo, como que obrigando-os a procurar os escribas. Pois é vontade de Deus que os homens sejam ensinados a encontrar o caminho da salvação por meio dos homens e doutores que Ele próprio indica.

O número de Magos

 Adoração dos Reis Magos (iluminura) – Georges Trubert (1469-1508).

Seriam três, de acordo com as três espécies de presentes que ofereciam: ouro, incenso e mirra (Santo Agostinho, Serm. 29 e 33, de tempore). A tradição piedosa dos fiéis favorece a mesma opinião, e a Igreja a introduz no ofício da Epifania. São Beda, no início de sua Collectanea, assim os nomeia e descreve: “O primeiro foi Melchior, ancião de cabelos grisalhos, barba longa e abundante, que ofereceu ouro ao Rei Senhor. O segundo foi Gaspar, jovem, imberbe e rubicundo, que honrou a Deus pelo incenso, uma oblação digna da divindade. E o terceiro Baltasar, de pele escura e barba cerrada, que pela mirra significou que o Filho do Homem deveria morrer para a salvação dos homens”.

Os magos foram homenagear o rei dos judeus que acabara de nascer


É preciso ressaltar a fé e a grandeza da alma dos Magos, que em uma cidade real procuravam outro rei, em vez do monarca reinante, sem temer a ira e o poder de Herodes, porque confiavam em Deus.

É provável que alguns outros, além dos Magos, tenham visto a estrela. Pois, se ela era grande, brilhante e visível para eles, por que não o seria para outros? Deus quis que Cristo fosse conhecido por todo o mundo. Ainda assim, ninguém seguiu a estrela com os Magos, tanto por não lhe entenderem o mistério, quanto por causa dos cuidados mundanos. Aprendemos assim quão necessária é a graça poderosa e eficaz para buscar a Cristo. A respeito disso nos admoesta São João: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (Jo. 6, 44). O eclipse do sol, que ocorreu durante a Paixão de Cristo, foi visto em Atenas por São Dionísio Areopagita, e ele se converteu posteriormente ao saber que o eclipse fora no mesmo dia e hora da crucifixão de Nosso Senhor.

O autor da Obra imperfeita sobre São Mateus, citado por São João Crisóstomo, afirma que, depois da Ressurreição de Cristo, o Apóstolo São Tomé foi ao país desses Magos, batizou-os e os associou à obra da pregação do Evangelho. Não poucos exegetas afirmam que esses Magos, enquanto pregavam a Cristo, foram mortos pelos idólatras e ganharam a coroa do martírio. Eles se ofereceram a si mesmos em holocausto a Cristo, como ouro, incenso e mirra. Em sua Crônica, L. Dexter diz que “na Arábia Feliz, na cidade de Sessânia, ocorreu o martírio dos três santos Reis Magos, Gaspar, Melchior e Baltasar”. De Sessânia seus restos sagrados foram trazidos para Constantinopla, de lá para Milão, e de Milão para Colônia, onde são venerados por grande concurso de fiéis.

A estrela que era do Rei dos judeus

A estrela era do Rei dos judeus, isto é, de Cristo ou Messias recém-nascido. Parece que daí essa estrela estendeu seus raios com maior comprimento e brilho na direção de Judéia — da mesma maneira que os cometas alongam suas caudas em direção a tal ou tal país — para que os magos entendessem que deveriam ir em direção da Judéia, onde o Messias nasceria. Sabiamente diz São Gregório: “Todos os elementos testemunharam que seu Criador havia chegado. Os céus O reconheceram como Deus, e assim enviaram sua estrela. O mar O reconheceu, sentindo-O andar sobre suas ondas. Quando de sua morte, a Terra O reconheceu pelos terremotos. O sol O reconheceu ocultando seus raios. E também as rochas e as pedras ao se romperem. O inferno O reconheceu, ejetando os mortos que continha. Contudo, Aquele a quem os elementos inanimados sentiram ser o Senhor não foi reconhecido como Deus pelos corações dos judeus incrédulos” (Hom. 10).

Os Magos, ao verem a estrela, souberam que Cristo havia nascido

Balaão havia profetizado a respeito: “Nascerá uma estrela de Jacó” (Num. 24, 17). Mas os Magos eram sucessores de Balaão, e também sabiam por meio da Sibila que essa estrela era precursora de Cristo. Essa é a opinião de São Basílio, São Jerônimo, Orígenes, São Leão, Eusébio, Próspero, São Cipriano, Procópio e outros. Donde Suetônio (De vita Caesarum, Vespasianus) e Cícero (lib. 2, de Divinat., e Orosio, lib. 6, c. 6) dizerem que era então uma crença geral que um rei surgiria da Judéia e teria um domínio universal.

Provavelmente por um instinto e uma revelação divina, inspirados por um dom celestial, “eles ouviram uma língua do céu dizer-lhes que Cristo nascera na Judéia. E assim seguiram a estrela até Belém e o berço de Cristo” (Santo Agostinho, Serm. 2 de Epiph.). Com efeito, o brilho e a majestade da estrela de tal modo eram grandes, que os Magos entenderam que ela pressagiava algo divino, isto é, a vinda de Deus encarnado, como lhes inspirou o Espírito Santo.

O semblante divino de Cristo menino lançava um raio de luz celestial que iluminava os olhos, mas sobretudo a mente dos Magos, de modo que eles percebessem que aquele recém-nascido não era um mero homem, mas o Deus verdadeiro. Pois, como diz São Jerônimo comentando o nono capítulo de São Mateus: “O esplendor e a majestade da divindade oculta, que brilhava mesmo em seu rosto humano, foram capazes de atrair imediatamente aqueles que O contemplavam”.

A estrela de Belém seria um novo astro? Um anjo?

Nada mais apropriado do que uma estrela para conduzir os três Reis Magos a Cristo, o Rei dos reis, pois uma estrela tem a aparência de uma coroa real, com seus raios resplandecentes. Portanto, uma estrela é um emblema de um rei e de um reino, donde Deus prometer a Abraão: “Olha para o céu; e conta, se podes, as estrelas”. Depois acrescentou: “Assim será a tua descendência” (Gen. 15, 5). Aqui Deus designou os reis de Israel e Judá que deveriam brotar de Abraão, mas especialmente a Cristo Rei. Por isso Deus diz a Abraão explicitamente: “E de ti sairão Reis” (Gen. 17, 6). Assim diz São Fulgêncio: “Quem é esse Rei dos judeus? Pobre e rico, humilde e exaltado, carregado como um recém-nascido e adorado como um Deus; pequeno na manjedoura, imenso no céu, indigente entre panos, precioso entre as estrelas” (Serm. in Epiph. 5).

Pode-se perguntar de que tipo e quão grande foi essa estrela. Era da mesma natureza das demais? Ou era peculiar e diversa delas? O autor de De mirabil. S. Script. sustenta que essa estrela era o Espírito Santo, que desceu sobre Cristo como uma pomba, e por meio de uma estrela guiou os Magos (livro 3, c. 40). Orígenes, Teofilato, São Crisóstomo e Maldonado pensam que se tratava de um anjo; porque, de fato, um anjo era motor e, por assim dizer, condutor da estrela. Outros defendem que era um astro real semelhante ao que apareceu na Constelação de Cassiopeia no ano de 1572 d.C. Ainda outros pensam que era um cometa. Mas eu respondo que era uma estrela nova e desconhecida, inteiramente diferente de outras estrelas, formada pelos anjos para arrebatar a admiração dos Magos e levá-los à certeza do presságio de algo novo e divino.

Era superior às outras estrelas em nove privilégios e portentos:

1.       Quanto à sua criação, esta estrela superou todas as demais, que foram produzidas no quarto dia da Criação (Gen. 1, 14), enquanto aquela foi produzida na própria noite da Natividade de Cristo. Era, portanto, uma nova estrela, nunca vista antes nem depois desse período. Assim comenta Santo Agostinho (liv. 2, Contra Faustum, c. 5).

2. Quanto à matéria, os anjos formaram-na a partir do ar condensado, infundindo-lhe seu esplendor.

3. Quanto ao local, as demais estrelas estão no firmamento, mas essa estava na atmosfera. E precedeu os três Reis Magos em sua viagem da Arábia à Judéia.

4. Quanto ao movimento, as estrelas se movem em círculos, mas essa de modo linear. Com efeito, ela procedeu em uma linha reta do Oriente para o Ocidente.

5. Quanto ao tempo, as estrelas brilham apenas à noite, e a luz do sol as obscurece durante o dia. Mas essa era claríssima, tanto de dia quando brilha o sol, quanto de noite.

6. Quanto à duração, as estrelas brilham continuamente, mas essa brilhou de modo temporário, apenas durante o período da viagem dos Magos, desaparecendo depois.

7. Quanto ao tamanho, as estrelas são maiores que a Terra e a Lua, mas essa foi menor. No entanto, parecia maior porque estava mais próxima da Terra. Assim como a Lua parece maior que as estrelas fixas, porque está mais próxima de nós, embora na realidade seja muito menor.

8. Quanto à mobilidade, essa estrela às vezes se escondia, como em Jerusalém, outras vezes se mostrava visível e era guia da viagem. Quando os Magos avançavam, ela avançava; quando descansavam, ela descansava. Por fim, pairou sobre a casa onde estava o Menino Jesus. Realizada sua missão, ela desapareceu. As outras estrelas não têm essa propriedade.

9. Quanto ao esplendor, ela superou todas as demais estrelas. Santo Inácio, que viveu pouco tempo depois de Cristo, assim escreveu em sua Epístola aos Efésios: “A estrela brilhou para superar em brilho tudo o que havia antes. Sua luz era indescritível e impressionou a todos que a viram”. E Prudêncio, em seu hino para a Epifania: “Aquela estrela que ultrapassa o sol em beleza e esplendor”. São João Crisóstomo diz a mesma coisa. Donde São Leão dizer no Sermão de Epiphania“Uma nova estrela apareceu na região do Oriente aos três Reis Magos. Era mais brilhante e mais bela que todas as outras estrelas. Atraiu para si os olhos e a mente dos que a contemplavam, de modo que se percebeu imediatamente que essa visão estranha não era sem propósito”.

Vimos sua estrela no Oriente

Suárez acrescenta que a estrela só brilhava durante o dia em locais próximos aos Reis Magos, mas estava mais alta durante a noite e era menos visível. Os Magos eram astrônomos, e foram chamados de modo muito adequado por uma estrela. Por isso mesmo sabiam que essa não era uma estrela comum, mas um prodígio que anunciava um acontecimento divino. Assim entenderam que havia nascido o Criador e Senhor das estrelas, a Quem todas as demais obedecem. Por isso a Igreja celebra com tanta solenidade a Festa da Epifania, na qual os Magos foram chamados a adorar Cristo, porque neles e por eles começou o chamado e a salvação dos gentios.

No sermão de Epiphania, diz São Leão: “Diletíssimos irmãos, reconheçamos nos Magos, que adoraram Cristo, as primícias de nossa vocação e de nossa fé. E com a alma exultante celebremos o início da bem-aventurada esperança, pois começamos a entrar na posse de nossa herança eterna”. E Santo Agostinho confirma: “Os Magos foram as primícias dos gentios, e nós somos o povo dos gentios. Isso nos foi anunciado pela língua dos apóstolos, mas aos Magos o foi pela estrela, como uma língua do céu. E os apóstolos, como outros céus, nos narraram a glória de Deus” (Serm. 2 de Epiph.).
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* Fonte: Cornelius a Lapide, Commentaria in Scripturam Sacram, in Matthaeum, Cap. II, Ludovicus Vives, Paris, 1860, vol. 15, pp. 70-78.


Cornélio a Lapide

Exegeta belga, nasceu em Bocholt, no Limburgo flamengo, no dia 18 de dezembro de 1567; morreu em Roma, a 12 de março de 1637. Estudou humanidades e filosofia nos colégios jesuítas de Maastricht e Colônia. Cursou teologia durante um semestre na Universidade de Douai, e depois, por quatro anos, em Louvain. Entrou para a Companhia de Jesus em 11 de junho de 1592. Após dois anos de noviciado, e mais um de teologia, foi ordenado sacerdote em 24 de dezembro de 1595. Ensinou filosofia durante seis meses, e em 1596 foi nomeado professor de Sagrada Escritura em Louvain; no ano seguinte, professor de hebraico. Vinte anos depois, na mesma qualidade de professor, seus superiores o enviaram a Roma, onde granjeou grande fama no exercício do magistério. Nos últimos anos de sua vida, devotou-se exclusivamente a terminar e corrigir seus famosos comentários.



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domingo, 29 de dezembro de 2019

NÃO ESTAMOS EM 1823… — BALANÇO DA SAFRA AGRÍCOLA


Publicado em 27 de dezembro de 2019

Helio Brambilla

Lady Maria Dundas Graham Callcott (1785 – 1842), conhecida como Maria Graham, retratada por August Callcott

A Sra. Maria Graham [foto ao lado] gostava de viajar por países exóticos. Foi o que motivou essa dama inglesa a visitar o Brasil em 1823, pouco depois de Dom Pedro I proclamar a Independência. Além de muito fina e distinta, era também muito inteligente, segundo opinião do próprio Imperador.

Em suas memórias, registradas no livro “Journal of the voyage to Brasil”, ela relata que ao desembarcar no porto do Rio de Janeiro, “ficou muito admirada ao ver que o povo não andava nu”. Ao que, o secretário de Dom Pedro, gracejando, comentou: “Ela pensava que aqui todos éramos bugres de tanga e penas…”.

Recebida pela alta aristocracia do Rio, ela pôde visitar inúmeros lugares e ficou encantada. Foi tal a sua impressão, que voltou por uma segunda vez no ano seguinte (1824), tendo assistido à abertura da Assembleia Constituinte, da qual resultou a melhor Carta jamais havida no Brasil, sobretudo se comparada à verdadeira colcha de retalhos votada em 1988, que além de não representar os anseios do povo brasileiro, tornou-se velha e decrépita em tão pouco tempo.

Se viva estivesse e voltasse hoje ao Brasil, outra surpresa com a qual Sra. Graham se depararia seria constatar que, apesar da nossa péssima Constituição, e de seus incondicionais defensores no Legislativo e no Judiciário, o Brasil se alçou à condição de sexta potência mundial, ultrapassando a própria Inglaterra. E isso graças ao agronegócio!

Trabalhando dignamente de sol-a-sol, com alta tecnologia, nos tornamos o segundo país em número de drones utilizados na agropecuária, e dispomos da segunda maior frota de aviões… agrícolas. Portanto, altíssima tecnologia para alimentar um bilhão e quinhentos milhões de pessoas mundo afora.

Do mesmo povo, quando necessário, que não foge à luta, e sabe combater rijamente os revolucionários semeadores do caos e da desordem, a ilustre visitante poderia parafrasear o que se dizia outrora da Áustria, cuja influência mundial se fazia pelo casamento de suas Arquiduquesas: “Enquanto outros povos fazem guerra, tu, feliz Brasil, plantas!”.

Ainda há pouco, nos quatro cantos da Terra, num estrondo publicitário universal contra o Brasil, só se falava em internacionalização da Amazônia, nas queimadas que a devastavam, no genocídio de brasileiros indígenas — quase tudo fake news, ora disseminadas comendo caviar, ora camembert regado por Romanée-Conti, ora sorvendo o uísque dos capitalistas ingleses.

Conversando recentemente com o prefeito de uma das cidades mais emblemáticas de Portugal, comentei que por ocasião dos incêndios que destruíram suas florestas milenares, inclusive matando muita gente de seu país, o mundo inteiro acorreu para ajudá-lo a debelar o fogo. O mesmo aconteceu com incêndios na Grécia, na Sibéria, na Austrália e nos Estados Unidos.

Aqui no Brasil, pelo contrário, segundo notícias veiculadas pela grande imprensa, ONGs ajudaram a atear o fogo! Não adianta ficar com ‘achismos’ sobre a Amazônia. É preciso conhecê-la.

O nosso maior especialista em clima, Prof. José Luís Molion [foto ao lado], falando recentemente em Roma por ocasião do Sínodo dos Bispos, afirmou que “se na Amazônia chove, não é porque tem floresta, mas se existe floresta é porque chove!” Para o estudioso, entram a cada segundo na Amazônia 200 milhões de metros cúbicos de água vaporizada, vindas do Oceano Atlântico.

O cientista W. James costumava dizer que a ciência é antes de tudo um espírito sem prevenções, e supor que ela seja uma espécie de fé que se deve abraçar é enganar-se completamente sobre a natureza e rebaixar os sábios ao nível dos sectários. Muito bom recado para os ongueiros e afins no Brasil e alhures.

Nossos produtores rurais estavam lutando durante o ano todo para produzir e aliviar as necessidades alimentares do mundo, inclusive daqueles que nos atacam com ódio sectário. Apesar de alguns percalços com secas e às vezes excesso de chuvas, conseguimos bater o recorde de 240 milhões de toneladas de grãos, que redundaram em mais de 100 bilhões de dólares de exportação de produtos do agronegócio.

Os produtores brasileiros estão alimentando inclusive a China com grande quantidade de carne bovina, porque o povo chinês não tem proteínas suficientes para trabalhar como escravo no capitalismo estatal lá implantado, devido à peste suína que está dizimando os criatórios deles.

Isto em detrimento do povo brasileiro, que está pagando mais caro pela carne bovina. Entretanto, é preciso deixar claro que há mais de cinco anos a arroba do boi não era reajustada, e muitos criadores acabavam fechando as contas no vermelho. Ou ainda eram abatidas novilhas, causando uma transitória escassez de carne no mercado, que de acordo com todos os analistas é apenas sazonal.

Por sua vez, a produção de etanol extraído da cana-de-açúcar foi muito boa, e o Brasil está conseguindo vender combustível barato à sua população, diminuindo drasticamente a emissão de metais pesados na atmosfera, provenientes de combustíveis fósseis.

Enquanto isso, na Índia, nos 200 quilômetros do entorno de Nova Delhi, a poluição aumentou 22 vezes em relação ao ano passado, fazendo com que o governo tivesse que distribuir mais de sete milhões de máscaras antigás à população, pois em um único dia entrava nos pulmões dos habitantes a fumaça equivalente a 40 cigarros.

Prezado leitor, por acaso você viu algum protesto de ONGs ambientalistas e do Sínodo dos Bispos contra isso? Por que apenas o Brasil seria o culpado por todos os males existentes no mundo?

Porventura prestaram atenção a Sra. Merkel, o Sr. Macron e os desavisados bispos presentes no Sínodo da Amazônia, que de dentro de suas salas confortáveis querem impor a vida tribal aos habitantes da Amazônia, coisa que nem os índios e os outros 20 milhões de amazônicos querem?

Estão tentando substituir a fracassada ditadura do proletariado pela ditadura das ONGs, da ONU e do Episcopado. Nossas almas católicas repudiam isso! Recorro aqui às palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, contidas no seu histórico manifesto de resistência à política de distensão do Vaticano com os regimes comunistas: “Mandai-nos o que quiserdes. Só não mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho [provisoriamente pintado de verde] que investe. A isto nossa consciência se opõe”.



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PALAVRA SALVAÇÃO (163)


Sagrada Família: Jesus, Maria, José – Domingo, 29/12/2019

Anúncio do Evangelho (Mt 2,13-15.19-23)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.

José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”.

Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois aqueles que procuravam matar o menino já estão mortos”.

José levantou-se, pegou o menino e sua mãe, e entrou na terra de Israel. Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


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Ligue o vídeo abaixo a acompanhe a reflexão do Pe Cleberson Evangelista:

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A sua família é muito sagrada para Deus


“José levantou-se, pegou o Menino e Sua mãe, e entrou na terra de Israel” (Mateus 2,21).

Neste domingo, celebramos a graça da Sagrada Família, Jesus Maria e José. É preciso dizer que nada é mais sagrado para Deus do que a família, porque Ele é a família divina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Deus nos deu o Seu Filho para que viesse morar numa família. Jesus poderia ter vindo morar sozinho, ter nascido de forma milagrosa, mas, nos desígnios eternos de Deus, a salvação passa pela família.

Em primeiro lugar, é a família que precisa ser salva para que a humanidade seja salva. Não há como salvarmos a humanidade e a vida, se não salvarmos nossas famílias, se não tomarmos consciência do valor sagrado da nossa família. Deus quis se fazer homem na família para que toda família se torne, n’Ele, sagrada.

A sua família é muito sagrada para Deus, ela é sublime. Nada é mais importante para você do que a sua família. Lute, reze e esteja com a sua família, valorize a sua família acima de qualquer coisa. Nenhum amigo, nenhum trabalho, nenhuma conquista da vida é maior do que a conquista, o resgate e a salvação da família.

A nossa sociedade moderna não promove a família como família, pelo contrário, promove muitos ataques à família. E quem é que pode defender as nossas famílias? Aquele que veio salvá-la: Jesus.

Por isso, no centro de nossas casas e das nossas famílias, Jesus precisa estar em primeiro lugar. Mas se você coloca a situação econômica, os valores materiais, o consumismo, se no centro da sua casa o mais importante é a televisão e os meios de comunicação e tantas outras coisas, a sua família vai diluindo o valor sagrado que ela tem. Se você coloca os seus interesses em primeiro lugar, a sua família vai se dilacerando.

Deus quis se fazer homem na família para que toda família se torne, n’Ele, sagrada.
Eu digo a você, de todo o meu coração: coloque Jesus no centro da sua família e da sua casa, deixe Ele morar na sua família como Ele morou na família de Nazaré, no meio de Maria e de José. Jesus também quer estar na sua casa.

Que a sua casa se reúna em torno de Jesus, que a sua casa se reúna para se entregar a Jesus, que a sua casa se reúna para invocar o nome d’Ele.

Isso tem de começar das nossas próprias refeições. É triste como as famílias se alimentam porque não se alimentam de Deus, da Palavra de Deus, e, quando se reúnem para comer juntos, outras coisas têm mais importância; um vai para a sala ver televisão, o outro não tira o celular da mão e mal se faz uma oração para expressar a comunhão familiar.

Comece a prestar atenção em coisas que parecem simples e insignificantes, mas são tão importantes para resgatar o valor sagrado de uma família.

Quando a sua família se reúne para rezar? Quando vocês expressam a comunhão de Deus na vivência familiar?

Reflitamos, hoje, sobre a importância sagrada que a nossa família tem.

Deus abençoe você!


Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.com – Facebook


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sábado, 28 de dezembro de 2019

CARLOS VEREZA: QUEM NÃO SABE BRINCAR NÃO DESCE PRO PLAY


27/12/2019
Quem não sabe brincar não desce pro play: as donzelas da “porta” estão indignadas.

O gregorio nome de rua foi pego pela Polícia Federal porque foi cúmplice de um hacker para acessar números de celular da alta direção da TV Globo.

Aí acabou a valentia. Uns radicais jogaram uns molotov na sede dos fundos. Ahinn...temos que parar com essa violência - reclamou João Vicente de Castro, como não fosse violência o que os esquerdinhas de iPhone fizeram, ofendendo a crença e fé de milhares de pessoas em plena data de Natal, que simboliza o nascimento do maior Ser que veio a este planeta.

Jogo jogado. Vocês chamaram as pessoas de bem para dançar; o baile, mal começou.

Otários! Fazendo a pauta da agenda progressista, desconstrução da religião e da família, homossexualizando o Símbolo do Amor - escolinha de Frankfurt mal decorada!

Rebeldeszinhos de uma causa contra a humanidade! No meu vídeo citei a Lei do Retorno. Começou a vir mais rápido que o imaginado!

Vocês mexeram com uma energia que, cientificamente, não pode ir apenas em uma direção - bumerangue, rapaziada!

Dialética de forças que não aceitam espaços vazios - vem mais porrada por aí!

E não me refiro às físicas; não: é o descrédito, as portas ( outras) fechadas, existencial e sobretudo, espiritual!

Quem não sabe brincar não desce pro play!

Carlos Vereza

Ligue o vídeo abaixo:




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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

PROSA DE ANO NOVO – Cyro de Mattos



Prosa de Ano Novo
Cyro de Mattos 


Grupos de pessoas vestidas de branco ocupam desde cedo as areias de Copacabana. Branco é a cor que se usa nesse dia especial. Dizem os fiéis que o branco nesse dia dá sorte, atrai os fluidos bons dos ventos que vão ser trazidos pelo Ano Novo. Festa de chegada do Ano Novo na praia de Copacabana atrai muita gente de várias partes do Rio, de todo o país e do exterior. Os fiéis vêm fazer suas preces e entregar presentes a Iemanjá. Flores, perfumes, espelhos, pentes e fitas no pequeno barco enfeitado são levados às ondas. Em sua linguagem mágica, atabaques tocam no tom cativante. Cânticos orantes saem de vozes suaves e contritas. Lamentos e pedidos.

Os pedidos são para que a Rainha do Mar apague o fogo dos inimigos com a força de suas águas. Traga ondas cheias de paz, saúde e prosperidade. Que sejam levados para os espaços mais profundos do mar desconhecido as dores, privações e ressentimentos.

Com o sol se pondo, o movimento de pessoas vai aumentando nas areias de Copacabana. À noite vai ser difícil alguém encontrar um espaço para se instalar de maneira cômoda. Turistas em trânsito pelo calçadão vão querer se aproximar dos grupos de pessoas que estarão entoando cânticos em torno do círculo de velas acesas na praia. Mais um ano que se vai e outro que vem, quando os ponteiros do relógio se encontrar nesse momento mais aguardado, irromperem as sirenes, soarem as buzinas no asfalto. Fogos de artifício soltarem suas flores e cores no céu, cascata cair do edifício num visual que emociona.

Todos os anos a mesma espera, a trégua igual, ritmo de onda que se estende por uma antevisão melhor de vida neste planeta. Sem que os dias sejam ofendidos por nós, humanos. Sem mistério, violência e medo. Sem o trauma da criança que morre com a boca no peito murcho da mãe, o corpinho com os ossos furando a pele, em terras sangrentas e áridas da Somália. Sem que menores sejam fuzilados com tiros na cabeça em pleno centro do Rio. Sem o sofrimento de guerra horrenda na Bósnia Herzegovina, a deixar um saldo de mais de 125000 mortos. Sem o extermínio de 73 índios ianomâmis por garimpeiros na aldeia brasileira de Haximu. Sem a vergonha da putrefação de políticos do Brasil, a vítima sendo como sempre o povo indefeso.

Despedindo-me do ano que se vai e, com desconfiança, acenando para o que vem, não gostaria de lembrar também dos rios que morrem de sede, do ar que tosse, do mar com águas viscosas pelas milhas de óleo despejado no azul. Das ruínas na fauna e da tristeza na flora.

Ah, como gostaria de não lembrar a droga que mata a maravilha. E fazer uma crônica, nesse momento que aguardamos a vinda do Ano Novo, com o verde brotando dos quatro pontos cardeais. Se fazendo em nuvem sem tamanho, assistirmos esse verde molhar neste planeta os nossos insensatos corações. E mais que a esperança tivesse nesse instante certeza de que dessa vez o Ano Novo vai chegar para valer, rico calendário de voos naturais, sem o gosto amargo de mãos que matam e subtraem.

Apesar de tudo, como diz o sabido grilo Cricrilo, personagem de um livro infantil nosso, ainda inédito, a vida é bela, muita gente é que não dá valor a ela.

...............

Cyro de Mattos é escritor e poeta. Premiado no Brasil, Portugal, Itália e México. Publicado nos Estados Unidos, Dinamarca, Rússia, Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha. Membro efetivo da Academia de Letras da Bahia. Doutor Honoris Causa pela UESC.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

MANTRA DA GRATIDÃO - Joanna de Ângelis


Gratidão à vida que me inspira, me renova e me dá chances de evoluir diariamente.

Gratidão ao lugar onde estou aqui e agora, pois esse lugar precisa de mim e eu dele.

Gratidão a todos os órgãos do meu corpo que funcionam em plena harmonia e perfeição.

Gratidão a casa onde moro, que me serve de refúgio e descanso.

Gratidão as oportunidades de trabalho, conquistas, sucesso e evolução que se abrem diante de mim diariamente.

Gratidão a cada dívida paga, porque dessa forma honro meu nome, honro meus compromissos e meu dinheiro se multiplica.

Gratidão a tudo aquilo que eu compro, adquiro pois é fruto do meu trabalho.

Gratidão a todas as pessoas que cruzam meu caminho

Gratidão as pessoas que me fizeram mal, porque assim desenvolvi força e coragem para seguir sempre adiante.

Gratidão as pessoas que me fizeram bem, porque assim me senti muito amado e abençoado.

Gratidão a todas as oportunidades de sucesso financeiro e pessoal que recebo, identifico e aceito.

Gratidão a mim mesmo que encontro a gratidão em todas as pessoas, coisas e fatos.

Gratidão ao Universo inteiro, que conspira a favor de cada pensamento meu, por isso escolho com cuidado tudo aquilo que penso, falo ou desejo.

Gratidão ao Deus maravilhoso que existe dentro de mim, sou parte de Sua divindade e por isso espalho luz, amor e paz onde quer que eu esteja.

Gratidão, Gratidão, Gratidão!


Autoria: Joanna de Ângelis
Livro Reforma Íntima

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

ITABUNA CENTENÁRIA UM POEMA: AUTORRETRATO - Antonio Cicero


Autorretrato


A Flávia Amparo

Um poeta nunca sabe
onde sua voz termina,
se é dele de fato a voz
que no seu nome se assina.
Nem sabe se a vida alheia
é seu pasto de rapina,
ou se o outro é que lhe invade,
numa voragem assassina.
Nenhum poeta conhece
esse motor que maquina
a explosão da coisa escrita
contra a crosta da rotina.
Entender inteiro o poeta
é bem malsinada sina:
quando o supomos em cena,
já vai sumindo na esquina,
entrando na contramão
do que o bom senso lhe ensina.
Por sob a zona da sombra,
navega em meio à neblina.
Sabe que nasce do escuro
a poesia que o ilumina.
  
Antonio Cicero - Sétimo ocupante da cadeira nº 27 da ABL, eleito em 10 de agosto de 2017, na sucessão de Eduardo Portella, foi recebido em 16 de março de 2018 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.

(Fonte: ABL)

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