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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

MOLION FEZ CRÍTICA CIENTÍFICA DA ENCÍCLICA QUE ANTECIPA AS CONCLUSÕES DO SÍNODO PAN-AMAZÔNICO


29 de agosto de 2019
Luis Dufaur
No dia 16 de julho de 2015, por iniciativa do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, palestraram no Club Homs da capital paulista o Prof. Luiz Carlos Molion [foto acima] e o autor deste artigo.
O Prof. Molion é meteorologista, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas. Ele assestou o foco nos aspectos científicos da Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco.
Suas observações continuam mais atuais do que nunca. Não somente os fenômenos climáticos e ecológicos em pauta continuam os mesmos pois se estendem com grande durabilidade no tempo.
Mas a agitação ideológica “verde” cresceu em insuspeitadas proporções.
Criou-se também um coro de vozes, aliás muitas anticristãs, que sintoniza com o Sínodo Pan-amazônico que se desenvolverá em Roma no próximo mês de outubro.
E o cerne das conclusões desse Sínodo já está inscrito com antecedência na referida encíclica.
O professor Molion observou múltiplas impropriedades, do ponto de vista da ciência, contidas nessa Encíclica, pois adota hipóteses controvertidas ou falsas como se fossem resultantes de um consenso entre os especialistas.
Também sublinhou que o termo “consenso” jamais pode ser usado na ciência. Ele é aplicável na política e em seus conchavos. A ciência é questionadora por natureza.
O Prof. Molion explicou que a análise dos dados dos últimos 420 mil anos registra sucessivas eras glaciais com cerca de 100 mil anos de duração cada uma, interrompidas por períodos quentes ou interglaciários de 10 a 12 mil anos de duração.
A última glaciação ocorreu há 130 mil anos. Nesse período, pode-se constatar que o CO2 nunca causou alteração da temperatura. Pelo contrário, ele acompanhou as mudanças da temperatura com um atraso de 800 a mil anos, ou até 5 mil.
O auditório encheu para ouvir as explicações do prof. Molion sobre a Laudato Si’

O CO2 é um seguidor e não um condutor. O grande controlador do CO2 na atmosfera são os oceanos, que constituem 71% da superfície da Terra. Dos 510 milhões de quilômetros quadrados do Planeta, 361 milhões são cobertos pelos oceanos.
Segundo o abalizado especialista, vivemos hoje num período interglacial iniciado há cerca de 15 mil anos. Nos interglaciários anteriores, a temperatura atingiu de 6º a 10º acima da atual.
Qual era a atividade humana que aqueceu o planeta? perguntou o palestrante. Nessas épocas nem existia o Homo Sapiens!
Esse aquecimento apenas se explica por processos físicos naturais, independentes de qualquer presença ou atividade humana.
A história da civilização humana transcorreu nos últimos 10 mil anos, tendo havido quatro períodos muito mais quentes que o atual:
·         ótimo do Holoceno, há 8 mil anos;
·         Minuano quente, ocorreu 3.500 anos atrás e correspondeu à civilização de Minos;
·         Romano quente — entre 400 a.C. a 300 d.C. — que inclui a época da vida de Cristo;
·         e o Medieval quente, entre 900 e 1250 ou 1300 d.C.
Entre 1350 e 1850, quiçá até inicio do século XX, houve um período frio em que a temperatura média da Europa ficou 2ºC abaixo da atual.
O interglacial em que vivemos tende ao resfriamento. Já passamos pelo máximo de calor 6 mil anos atrás e estamos rumando bem devagar para uma nova era glacial.
Ninguém precisa se preocupar, pois para se chegar a 8º ou 10º abaixo do que está hoje levará cem mil anos.
De acordo com o Prof. Molion, fica assim claro que o Papa Francisco foi muito mal assessorado na redação da Encíclica.
Vídeo: Mitos e fraudes falsamente científicos continuam sendo os mesmos. A prova? Veja esta entrevista-aula de 2010 !!!
O documento papal também recolhe a ideia de um aumento catastrófico do nível dos mares. Em 2007, o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) previa um aumento de 59 cm até 2100; em 2013 sua previsão saltou para 98 cm.
E o líder aquecimentista Al Gore afirma em seu laureado trabalho que o aumento seria de 6 metros! Só que, apesar desse salto vertiginoso, ele comprou uma mansão em Montecito, na Califórnia, pelo valor de 9 milhões de dólares, bem junto à praia…!
O palestrante mostrou que é impossível medir o nível do mar, pois ele não se trata de um sólido contínuo e está exposto a mudanças determinadas por fenômenos astronômicos!
A Encíclica trata também de “eventos extremos” de natureza climática. O que é isso? Um evento extremo é um estado atmosférico momentâneo, não é clima! No clima, o que se considera é a média de tudo, e não apenas um momento extremo.
“Eventos extremos” sempre ocorreram. A pior seca do Nordeste foi em 1877-1879. Na região metropolitana de São Paulo, segundo os pluviômetros, a década com maiores tempestades foi de 1941 a 1950. E a pior enchente que São Paulo já teve foi em janeiro de 1929!
Não tem nada a ver com o aquecimento global!

O professor Molion ilustrou os pontos falhos da Laudato Si’ do ponto de vista científico.

O Prof. Molion também desmitificou outras frases soltas no documento que não se sabe de onde saíram, tais como o medo de descongelamento do permafrost (terra congelada no Ártico) e a liberação de quantidades catastróficas de gás metano por essa e outras vias.
Também neste ponto, a Encíclica acolhe uma mistificação sem base na ciência.
Segundo o expositor, em matéria de efeito estufa o documento papal está totalmente equivocado e deve ser completamente repensado em função dos conhecimentos básicos da física.
Outra questão afirmada sem fundamento é a acidificação dos oceanos. Quanto ácido seria preciso para acidificar os oceanos? É inimaginável.

Resumidamente, o professor Molion voltou a sublinhar verdades básicas na matéria:

 *o clima varia por causas naturais; 

·   *“eventos extremos” sempre ocorreram;

·   *o CO2 não controla o clima global e é o gás da vida; sem CO2 acabariam as plantas, os animais e os homens;

·   *sem energia, inclusive a nuclear, os países pobres não sairão da pobreza.


O renomeado professor concluiu que é muito preocupante o Papa defender na Encíclica uma governança mundial para se controlar as emissões de gás.



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“NA SALA, COM RUBEM BRAGA” É O TEMA DA PALESTRA DE ABERTURA DO CICLO DE CONFERÊNCIAS “CADEIRA 41”, COM O PROFESSOR E ACADÊMICO ANTONIO CARLOS SECCHIN


A Academia Brasileira de Letras abre seu Ciclo de Conferências do mês de setembro, intitulado Cadeira 41, com palestra do Acadêmico Antonio Carlos Secchin, professor emérito de Literatura Brasileira da UFRJ e Doutor em Letras pela mesma Universidade. A coordenação geral é da Acadêmica e escritora Ana Maria Machado. O tema escolhido foi Na sala, com Rubem Braga. O evento está programado para o dia 5 de setembro, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr. (Avenida Presidente Wilson, 203 - Castelo, Rio de Janeiro). Entrada franca.
A intitulação Cadeira 41 remonta aos tempos de fundação da ABL, em 20 de julho de 1897. Criada nos mesmos moldes da Academia Francesa, o número máximo de Acadêmicos era 40, o que continua até os dias de hoje. Este Ciclo, no entanto, pretende apresentar quatro nomes que poderiam ocupar, em suas épocas, uma dessas Cadeiras e que, por razões diferentes e individuais, não se tornaram membros da Academia.
A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado é a coordenadora geral dos Ciclos de Conferências de 2019.
Os Ciclos de Conferências, com transmissão ao vivo pelo portal da ABL, têm o patrocínio da Light.
Serão fornecidos certificados de frequência.
O Ciclo Cadeira 41 terá mais três palestras, às quintas-feiras, no mesmo local e horário, nos seguintes dias, com os conferencistas e temas, respectivamente: dia 12, Acadêmico Geraldo Carneiro, No bar, com Tom Jobim; dia19, Acadêmico Joaquim Falcão, Na varanda, com Gilberto Freyre; e dia 26, Marisa Lajolo, Na classe, com Mestre Candido.
O Acadêmico
Antonio Carlos Secchin é professor emérito de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutor em Letras pela mesma Universidade. Foi professor de Literatura Brasileira das Universidades de Bordeaux, Roma, Rennes, Mérida e Paris III-Sorbonne Nouvelle.
Em 2013, a editora da UFRJ publicou Secchin: uma vida em letras, com 88 artigos, ensaios e depoimentos sobre a sua atuação como escritor, professor e bibliófilo.
É poeta com vários livros publicados, entre eles Desdizer, de 2017, que reúne sua poesia.
Em 2018, publicou, na área da literatura infantil, O galo gago, que recebeu o selo “Altamente Recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Ensaísta, publicou, ainda em 2018, Percursos da poesia brasileira: do século XVIII ao século XXI, que recebeu o Prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como o melhor livro de ensaios publicado no país.
Em março de 2019, recebeu o Grande Prêmio Cida
Leitura complementar
Biblioteca Rodolfo Garcia disponibiliza seu acervo para pequisa e leitura de obras relacionadas ao tema desta conferência, como "João Cabral [texto] : a poesia do menos""Machado de Assis [texto] : ensaios da crítica contemporânea" e "O homem rouco [texto] : crônicas".
Para consultar mais materiais como os citados, acesse o link abaixo e visite os "Levantamentos bibliográficos" realizados para este evento.

29/08/2019



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