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sábado, 31 de março de 2018

DE PÁSCOA... - Eglê S Machado


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DE PÁSCOA...  


FELIZ PÁSCOA, AMADO AMIGO,
SEJA O AMOR TUA LUZ,
ACONCHEGADO NO ABRIGO
DO CORAÇÃO DE JESUS!

Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
Páscoa 2018

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ABL: ACADÊMICO ANTONIO CARLOS SECCHIN ABRE NA ABL O CICLO DE CONFERÊNCIAS ‘AS CIDADES DOS POETAS’


A Academia Brasileira de Letras abre seu ciclo de conferências do mês de abril de 2018, intitulado As cidades dos poetas, com palestra do Acadêmico, professor, poeta e ensaísta Antonio Carlos Secchin. O tema escolhido foi Caetano Veloso: Londres e São Paulo. A coordenação do ciclo também é de Secchin.

Serão fornecidos certificados de frequência.

A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado, Primeira-Secretária da ABL, é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2018.

As outras três palestras do mês de abril serão proferidas pelos professores, poetas e ensaístas Felipe Fortuna(João Cabral de Melo Neto, dia 10), Emmanuel Santiago(Olavo Bilac, dia 17) e Adriano Espínola (Ferreira Gullar, dia 24). Sempre às terças-feiras, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr, da ABL.


Acadêmico Antonio Carlos Secchin convida para o ciclo "As cidades dos poetas"


Sobre sua conferência, Secchin afirmou: “A palestra versará sobre a construção da ideia de cidade – no caso, Londres e São Paulo – a partir da subjetividade do poeta: as cidades, mesmo reais, são também, e sempre, inventadas, pois a memória, em vez de ser objetiva, deixa-se penetrar pelos sentimentos e pela imaginação. Examinarei a elegância discreta de Caetano Veloso ao recordar um espaço – Londres – e um tempo (o do exílio) em que não foi muito feliz, contrapondo essas rememorações ao mergulho afetivo e afetuoso na São Paulo de fins da década de 1960”.

O CONFERENCISTA

Sétimo ocupante da Cadeira nº 19 da ABL, eleito em 3 de junho de 2004, Antonio Carlos Secchin é professor emérito de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor em Letras pela mesma Universidade.

Poeta com oito livros publicados, entre eles Desdizer (poemas inéditos mais poesia reunida, 2017), e Todos os ventos, ganhador de três prêmios nacionais para melhor livro do gênero publicado no Brasil em 2002. Ensaísta, autor de João Cabral: a poesia do menos (1985), Poesia e desordem (1996), Escritos sobre poesia & alguma ficção (2003), Memórias de um leitor de poesia (2010), Papéis de poesia (2014), João Cabral: uma fala só lâmina (2014) e Percursos da poesia brasileira (2018).

Secchin já proferiu 499 palestras em quase todos os estados brasileiros e no exterior. Professor convidado das Universidades de Barcelona, Bordeaux, Califórnia, Lisboa, Mérida, México, Los Angeles, Nápoles, Paris (Sorbonne), Rennes e Roma.

Autor de mais de 500 textos (poemas, contos, ensaios) publicados nos principais periódicos literários brasileiros e internacionais. Em 2013, a editora da UFRJ publicou Secchin: uma vida em letras, reunião de 88 artigos, ensaios e depoimentos em homenagem à sua atuação nos campos da poesia, do ensaísmo, do magistério e da bibliofilia.

28/03/2018 - Atualizada em 28/03/2018



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DOM CESLAU STANULA - O Tríduo Pascal.





28/03/2018


Dentro da Semana Santa destaca-se o Tríduo Pascal, que são os três últimos dias em que contemplamos o mistério da Páscoa: a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

O Tríduo Santo inicia com a celebração, nas horas vespertinas, da Ceia do Senhor. Esta celebração possui o tom festivo. A liturgia realça que Cristo nos deu a Páscoa no rito da ceia que exige da Igreja a união indissolúvel na vida entre o serviço e a caridade fraterna. 
Dentro deste contexto se deve ver o rito do Lava pés, praticado desde o tempo de S. Agostinho, que foi reservado só para as igrejas catedrais, e depois da refirma do Papa Pio XII em 1955, seu uso se estendeu a todas as Igrejas.

Depois da celebração as Hóstias consagradas são solenemente levadas a um lugar devidamente preparado para a adoração.  Desta forma fica plenamente expressa a ideia, que o culto ao mistério eucarístico devemos prestar tanto na Missa como e fora da Missa. Não se trata então do “sepulcro”, Cristo no túmulo, mas do contrário, de “ostensão”, exposição, do tabernáculo que contém as Sagradas Espécies que devemos adorar sempre, porque é o próprio Cristo Jesus. (Veja: Dicionário Litúrgico – Tríduo Pascal).

Nas Igrejas Catedrais, nos horários matutinos, celebra-se a Missa do Crisma, durante a qual o Bispo abençoa os óleos santos: do Batismo, dos Enfermos e do Crisma. Está solene liturgia transformou-se também em oportunidade para reunir todo o presbitério em torno do seu bispo, renovar as promessas sacerdotais e fazer da celebração uma festa do sacerdócio. Rezemos pelos bispos e padres que Jesus nos deixou para nunca nos faltar a Eucaristia.
Com a oração e benção episcopal.
Dom Ceslau.

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29/03/2018
A Sexta-feira Santa

A sexta feira Santa exprime o significado da cruz, inspirado no Evangelho de São João. Portanto, a sexta feira santa não é o dia de luto na igreja, mas o dia de amorosa contemplação do sacrifício de Jesus, fonte da salvação.  O aspecto da humilhação e da morte está sempre inseparavelmente ligado ao mistério da ressurreição e da glorificação de Cristo. Este significado teológico da cruz exprimem os textos litúrgicos: as orações, mas principalmente os textos bíblicos que constituem a liturgia da Palavra. Na Sexta Feira Santa nunca se celebrou a santa Missa, e no seu lugar se coloca a adoração solene da Santa Cruz, que é o ponto central das celebrações da Sexta-feira Santa. Este rito da adoração da Santa Cruz vem de Jerusalém e já está praticado no século IV, como atesta São Cirilo (+386) bispo de Jerusalém. Depois as leituras, desde o século II, seguem as orações solenes – “oração universal”. A celebração termina com a Santa Comunhão, que no início ficou reservada para o celebrante, mas desde 1955, desde a reforma do Papa Pio XII, foi estendida para os fiéis.

Na sexta Feira Santa, por motivos religiosos obriga, o jejum e abstinência. Este jejum é o sinal sacramental da participação no sacrifício de Cristo. De fato, “chegaram os dias em que o esposo foi tirado”, por isso, segundo a recomendação de Jesus, os discípulos jejuarão (Lc 5,33-35).

Num profundo silencio orante contemplemos o amor de Jesus para conosco. Uma boa noite.
Dom Ceslau
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30/03/2018
A Vigília Dominical
A primeira  e a única celebração no Sábado Santo é a Vigília dominical, chamada por S. Agostino como a “mãe de todas as vigílias”. O rito romano, com o tempo, enriqueceu-o pela introdução de elementos novos, como a benção do fogo e o círio, que constituem a abertura da celebração da Vigília. A partir do século II a noite da Vigília Pascoal ficou caracterizada pela celebração do batismo. A celebração da Vigília desenvolve-se inteiramente na alegria da páscoa e com o rito progressivo e ascensional e desemboca na santa Missa a verdadeira Páscoa.
Depois das cerimônias iniciais, a benção do fogo e do círio, com o belíssimo canto de perecônio pascoal, vem a liturgia da Palavra, com nove leituras, apresentando a história da salvação, e depois segue a liturgia batismal. A liturgia renovada aconselha que haja não só a renovação das promessas batismais dos adultos, mas a efetiva celebração do batismo. Depois da liturgia batismal, a comunidade explode com canto alegre e triunfal: Glória a Deus no mais alto dos céus, em Celebração Eucaristia da Páscoa.

O simbolismo fundamental da celebração da vigília pascoal consiste em ser ela “uma noite iluminada”, “a noite vencida pelo dia”, mostrando assim pelos sinais, que a graça de Cristo venceu as trevas do pecado. Por isso a vigília pascoal é noturna pela sua natureza. Começar de noite para terminar no raiar do dia. Passagem das trevas para a luz, da noite para o dia, expressa a realidade do mistério da Pascoa em Cristo e em nós. A Páscoa, QUE SIGNIFICA A PASSAGEM... passagem sempre para o melhor, sempre para a luz.... Que linda simbologia.
Feliz Páscoa. Que a luz do dia da Páscoa continue brilhando na sua e na nossa vida. Feliz Páscoa.
Dom Ceslau.

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Dom Ceslau Stanula 
Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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sexta-feira, 30 de março de 2018

A LUA CHEIA DA PAIXÃO – Eglê S Machado

A lua cheia da paixão


Naquela quinta feira, véspera do dia fatal,
Brilhava a lua cheia, mas a noite era densa,
Quando o Iscariotes guiando a tropa tensa
Com um beijo entregou Jesus ao tribunal.

O Amor foi  arrancado do convívio dos seus,
Traído, foi despido, de cardos coroado,
Depois de com ferocidade, flagelado,
Somente por afirmar ser o Filho de Deus!

E então na  sexta feira ali crucificado
O pranto consternado ao Seu sangue mesclado
Promete ao bom ladrão: irás comigo ao Pai.

Em plena três da tarde se faz escuridão
E brilha a lua cheia. Do Amor em solidão
Atroz abandonado o seu vigor se esvai!

Eglê S Machado 
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
Sexta-feira Santa
Noite de Lua cheia

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AOS OITENTA E DOIS ANOS, AZEVEDO, TORNA-SE EXEMPLO PARA LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS


Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Há 22 anos quando aposentou como auditor fiscal da Receita Federal, e com pendores literários, Azevedo, como é costumeiramente tratado nos meios literários, motivado por amigos, começou a escrever aos 65 anos. Utilizando a tecnologia da informação para seu tino autodidata, até então valeu-se de seu diário vivencial desde 1970. Tem cinco livros publicados.

Considerando-se um escritor ainda em formação, intitula-se uma pedra bruta a ser lapidada conforme crítica literária. Transitando da terceira para a quarta idade (82 anos) continua lendo, estudando e escrevendo para satisfazer seu ego, embora dificultem-lhe as dores físicas, a surdez severa, a memória esvaindo e outros empecilhos mais. Sem perder o senso crítico e a lucidez, reflete especialmente sobre a razão que leva os ingratos a agirem assim. Conclui sobre a diferença entre o velho e o idoso: ser velho é quando perdemos as esperanças e passamos a reclamar de tudo e de todos como se nada mais valesse a pena. Ser idoso é quando ainda descortinamos um novo porvir, transpondo barreiras na estrada da vida e abrindo picadas para as trilhas nas matas.

“Analisa também o aspecto vivencial da família, desmoralizada pela mídia e enxovalhada por quem mais deveria defendê-la: pais, mães e filhos.”

Boa leitura!

Escritor José Antônio de Azevedo, é um prazer contarmos com a sua participação na Revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever o seu livro “O Homem no Mundo”?

Azevedo - Trata-se de uma obra séria com algumas pitadas de ironia, discorrendo sobre vários temas, como episódios do dia a dia do país, a administração pública e o descaso das autoridades com os idosos, apesar do Estatuto do Idoso. Analisa também o aspecto vivencial da família, desmoralizada pela mídia e enxovalhada por quem mais deveria defendê-la: pais, mães e filhos.

Quais os principais desafios para a escrita de “Transição”?

Azevedo - Demonstrar a existência das duas grandes e traumáticas transições: a do nosso nascer e a do morrer. O nascituro, que está tranquilo no ventre da mãe, suporta um grande choque ao vir à luz. Ao morrer sofre enorme impacto ao transitar para a quarta dimensão.

Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio do enredo que compõe a obra?

Azevedo - Divulgar minha visão sobre as transições por que passou o mundo na atualidade, visto que em menos de um século tudo que existe nele transformou muito mais do que o que ocorreu até então desde o Big Bang.

Dando continuidade à sua carreira literária, surge “O coração infarta quando chega a ingratidão”. Quais temáticas estão sendo abordadas por meio do enredo que compõe a obra?

Azevedo - O tema da ingratidão como o PIOR DEFEITO do ser humano. Nele, reflito sobre a razão que leva os ingratos a se utilizarem dos velhos como escada, enquanto produtivos, para os descartarem quando perdem a capacidade de trabalho.

E por fim temos “Comendo fogo e cuspindo cinza”. Por que este título?

Azevedo - Fiel à temática que me é cara e crítico sobre a sociedade, nas questões que envolvem pessoas idosas, apresento uma personagem nova, Zé Baiano, e o cidadão idoso Maicro, para fundi-los como em uma simbiose, transformando-os daí numa terceira, Ícaro. Resulta em seguida no melhor que há nos outros dois: o vigor da juventude com a experiência da maturidade. O simbiótico Ícaro, assim transformado, torna-se imbatível nas batalhas diárias da vida, pois descobre dentro de si uma fogueira de energia que gera potência para fazer funcionar o motor da juventude acumulada. Conduzo, assim, o tema por uma série de palestras que abordam vários aspectos da existência, sempre em busca do equilíbrio, tão necessário a quem come fogo e cospe cinzas para produzir a energia de que precisa na evolução da vida.

Onde podemos comprar seus livros?

Azevedo - “Transição” está à venda na Biblioteca 24h.
“O Homem no Mundo”, “O coração infarta quando chega a ingratidão” e “Comendo fogo e cuspindo cinzas” podem ser adquiridos nas livrarias Cultura, Martins Fontes e Asabeça.

Qualquer um destes títulos pode ser pedido pelo e-mail jazevedo2008@gmail.com  diretamente com o autor a preço a ser combinado, ou doado para leitores pobres que não tenham condições de comprar.

Quais os seus principais objetivos como escritor? Soube que já temos livro novo no prelo.

Azevedo - Considerando minha humilde e simples pessoa, não tenho pretensões financeiras como escritor, mas se angariar alguns leitores já me sinto orgulhoso e realizado. O livro que está no prelo “Evolução Transcendental da Juventude” está com previsão para ser editado até final de abril deste ano (2018).

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor José Antônio de Azevedo. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?

Azevedo - A todos os leitores o meu muito obrigado.

Divulga Escritor, unindo você ao mundo através da Literatura


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ALGUNS PENSAMENTOS DE GRANDES SANTOS PARA MEDITARMOS NESTA SEMANA SANTA


29 de Março de 2018

Amigos da Cruz, que estudais um Deus crucificado, o mistério da cruz é um mistério desconhecido dos gentios, repelido pelos judeus e desprezado pelos hereges e pelos maus católicos; é, porém, o grande mistério que deveis aprender praticamente, na escola de Jesus Cristo, e que somente em sua escola podeis aprender”.
(São Luís Grignion de Montfort)

Aconselho-te a oração mental e com o coração, particularmente sobre a Vida e a Paixão de Nosso Salvador. Se as contemplares com frequência na meditação, encherás a tua alma, aprenderás a Sua modéstia e modelarás as tuas ações pelo modelo das Suas. Ele é a Luz do mundo; e n’Ele, por Ele e para Ele devemos ser instruídos e iluminados”.
(São Francisco de Sales)

São seis as coisas que se devem meditar na Paixão de Cristo:
A grandeza das Suas dores, para nos compadecermos delas;
A gravidade do nosso pecado, que é a sua causa, para o detestarmos;
A grandeza do benefício, para o agradecer;
A excelência da divina bondade e caridade, que se descobre nela, para a amar;
A conveniência do mistério, para se maravilhar com ele;
E a multidão das virtudes de Cristo, que resplandecem nela, para as imitar”.
(São Pedro de Alcântara)


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COMEMORAÇÕES SIMILARES! - Antonio Nunes de Souza


Estamos hoje em plena sexta-feira Santa, cultuando a morte de Jesus Cristo e, nos dias 25 de dezembro, comemoramos o nascimento do filho de Deus. O curioso e interessante é que, nas duas situações, os comportamentos são de uma semelhança incrível, já que em ambas as datas todos se locupletam de refeições nababescas, vinhos, frutas, cantorias, danças, rezas e algumas partes meio profanas como um complemento das nossas festas na terra!

Essa minha observação tem certo sentido, principalmente em função de serem dois acontecimentos distintos, sendo um de nascimento, que na verdade merece uma alegria total e muitas festividades. Entretanto, na sexta feira da paixão, onde temos a tristeza de relembrar os sofrimentos repugnantes, castigos severos e uma morte através de crucificamento, seria mais correto e justo, que fosse um dia de rezas, reflexões, leituras bíblicas, visitas as igrejas e, logicamente, ter suas refeições normais sem que deixassem transparecer, como se fosse uma festa e sim um sentimento profundo!

Essa festança toda, por justa razão, deveria ser no dia da ressureição de Cristo, pois, nesse dia, ele volta para casa do seu Pai. Acontecimento que prova a sua Santidade e a nossa alegria de Vê-lo subir ao céu!

Pelo peso da minha idade, posso dizer que, com alegria e satisfação comemorei muitas dezenas de Natais e, como também, fiquei em silencio orando em alguns momentos do dia, as emissoras de rádios saiam do ar, ou apenas tocavam músicas clássicas, (sem nenhuma propaganda), acompanhei muito as procissões do Senhor morto, todos cabisbaixos e fazendo suas benditas orações e, como hábito e costume milenar, comia meu peixinho frito ou de escabeche!

Creio que seria interessante se fazer uma reflexão e, com justiça, voltar aos hábitos passados, diferenciar os eventos, mostrar maior religiosidade e respeitar mais o Nosso Senhor Jesus Cristo!


Antonio Nunes de Souza, escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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quinta-feira, 29 de março de 2018

TOLERÂNCIA – José Carlos Oliveira


Uma das mais expressivas virtudes que a Maçonaria impõe a seus membros é a tolerância. Sem ela a grande família maçônica não poderia ser composta de indivíduos de todas as raças, credos e partidos políticos, em harmoniosa convivência, todos se reconhecendo como verdadeiros irmãos, desculpando ofensas; sendo indulgentes; condescendentes; transigentes; admitindo e respeitando opiniões contrárias à sua.

Assim sendo, os maçons vivem em união porque são tolerantes. Aceitam, de bom grado, a hierarquia, a disciplina e a ordem impostas pela Maçonaria, bem como suas leis e regulamentos. A maçonaria, sendo progressista, é tolerante com seus membros e os induz à incessante busca da verdade. Sabemos que, quem se pretende possuir a verdade, normalmente é intolerante em aceitar posicionamentos contrários ao seu. Para a maçonaria somente existe uma verdade absoluta - a existência de Deus - a quem denomina Grande Arquiteto do Universo. Tudo mais é relativo e questionável. Como sabemos, até 30 anos após a descoberta do Brasil, era verdade que a Terra estava absolutamente parada no centro do Universo, e ao seu redor desfilavam todos os corpos celestes. Porém, em 1530, o polonês Nicolau Copérnico, concluiu sua grande obra – “De revolutionibus orbium coelestium” - (Sobre as revoluções das esferas celestes), afirmando que a verdade é que a Terra gira em torno de seu próprio eixo uma vez por dia, e viaja ao redor do Sol uma vez por ano. Desapareceu assim, o antigo sistema geocêntrico, nascendo em seu lugar o atual Sistema Heliocêntrico. .

A enciclopédia Wikipédia assim conceitua tolerância: “do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo”.

O psicanalista e Prof. da USP Dr. Raimundo de Lima, em artigo publicado na Revista Espaço Acadêmico, Ano III, nº 26 – Julho de 2003, reporta-se à tolerância como “uma das tantas virtudes, necessárias para elevar o ser humano à condição de civilidade. Ela faz parte do processo de desenvolvimento ético de indivíduos e grupos, cuja meta é levá-los a manter a disposição firme e constante para praticar o bem. Se a tolerância pudesse existir sem limites, se fosse uma virtude universal, onde todos fossem plenamente respeitados e respeitadores das diferenças humanas, provavelmente o mundo seria melhor de se viver.”

Isto se enquadra, perfeitamente, no propósito da Maçonaria, contido em sua definição, lida em todas as suas sessões, que assim começa:  “é uma instituição que tem por fim tornar feliz a humanidade, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, pelo respeito à autoridade e à crença de cada um”.
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José Carlos Oliveira - Advogado, versado em Direito do Trabalho, diplomado pela UFBA em 1973; Auditor Fiscal do Trabalho durante 18 anos, aposentado em 1984; rotariano – EGD; maçom grau 33; Inspetor Litúrgico da 3ª Região Litúrgica da Bahia; Presidente do Conselho Consultivo da FUNDESB. Membro efetivo da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL


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ASSASSINATO DE UM POLICIAL HEROICO - Plinio Maria Solimeo


29 de Março de 2018
Plinio Maria Solimeo

            No dia 23 último, um terrorista invadiu um supermercado em Trèbes, na França, e fez alguns reféns, exigindo a liberdade de outro muçulmano em poder da polícia. O alarme foi dado e vários policiais entraram no estabelecimento, entre eles Arnaud Beltrame, tenente-coronel da corporação [foto acima].

Durante três horas de tratativas com o terrorista, os reféns foram sendo soltos, restando nas mãos do assaltante apenas uma funcionária do estabelecimento. Então Arnaud Beltrame pôs de lado sua arma, levantou as mãos ao ar e se propôs a tomar o lugar da refém. Sendo a proposta aceita, o policial contatou seus colegas pelo celular, pedindo-lhes que deixassem o local, pois o assaltante exigia a libertação de Salah Abdeslam e ameaçava explodir granadas no supermercado.

Depois de quase uma hora de tensão, o terrorista saiu do local onde estava, servindo-se do tenente-coronel como escudo, com uma arma colocada em seu pescoço. Quando a polícia ouviu dois disparos, deu o assalto, encontrando no solo o corpo do terrorista e o do policial. Este tinha recebido uma profunda ferida no pescoço e foi levado imediatamente para o hospital de Carcassone, mas não resistiu.

Quem era Arnaud Beltrame?

Oriundo de uma família católica pouco praticante, Arnaud se converteu aos 33 anos, recebendo a Primeira Comunhão e a Confirmação dois anos depois.

O Pe. Jean-Baptiste, sacerdote da Abadia de Lagrasse, que o acompanhou em seu caminho para a fé e em sua preparação para o matrimônio, declarou: “Só sua fé pode explicar a loucura deste sacrifício que fez hoje, para admiração de todos. Ele sabia que, como nos disse Jesus, não há maior amor que o de dar a vida por seus amigos.”

Isto nos faz lembrar um caso parecido, ocorrido com o sacerdote polonês São Maximiliano Kolbe, que deu a vida para salvar a de um pai de família condenado pelos nazistas.

O Pe. Jean-Baptiste contou que conheceu Arnaud e a sua noiva por ocasião de uma visita que eles fizeram à sua abadia, que é um monumento histórico. Eles se simpatizaram com o sacerdote e lhe pediram que os preparasse para o matrimônio religioso (já haviam se casado no civil), que seria celebrado em junho próximo: “Inteligente, esportista, falador e carismático, Arnaud gostava de falar de sua conversão em torno de 2008, aos 33 anos”, comenta o sacerdote. E acrescenta: “Apaixonado pela polícia, alimentava desde sempre grande paixão pela França, por sua grandeza, por sua história e por suas raízes cristãs”.

Acrescenta ainda o Pe. Jean-Baptiste: “Ao oferecer-se para tomar o lugar dos reféns, provavelmente esteve animado com paixão por seu heroísmo de oficial, porque para ele ser policial queria dizer proteger. Mas sabia o risco extraordinário que assumia.”

            O sacerdote declarou também que pôde vê-lo ainda em vida: “Pude vê-lo no hospital de Carcassone por volta das nove horas da noite de sexta-feira. Os policiais, os médicos e as enfermeiras me levaram para junto dele com grande delicadeza. Ele estava vivo, mas inconsciente. Pude dar-lhe a extrema-unção e a bênção apostólica in articulo mortis. Era a Sexta-feira das Dores, pouco antes de começar a Semana Santa. Eu acabava de rezar o ofício de Noa e a Via Sacra por sua intenção. Pedi ao pessoal que cuidava dele se podia pôr uma medalha da Virgem, a da Rue du Bac, de Paris [Medalha Milagrosa] junto a ele. Compreensiva e profissional, uma enfermeira a sujeitou em seu ombro”.

É louvável a atitude desse sacerdote, que mostra bem o que pode fazer um ministro de Deus com espírito sobrenatural e compenetração de seus deveres sacerdotais.

Entre as várias homenagens que Arnaud recebeu estão a do Ministro do Interior e a do Comandante Geral da Polícia. Nessa ocasião lhe foram concedidas, a título póstumo, as medalhas da segurança interior, da Polícia Nacional, e a de coragem e devotamento. Foi-lhe conferido também o grau de coronel.

O Comandante da Polícia assim se expressou em sua homenagem a Beltrame: “O tenente-coronel foi até o limite de seu engajamento, e nisso a Polícia Nacional é orgulhosa do que ele fez; orgulhosa de contar com Arnaud Beltrame em suas fileiras. Seu exemplo deverá nos inspirar no serviço que empreendemos no dia-a-dia da população e de nossos concidadãos”1.

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quarta-feira, 28 de março de 2018

DOM CESLAU STANULA - A Caminhada da Páscoa

24/03/2018

Com o Domingo de Ramos iniciamos a caminhada para a Páscoa e começa a Semana Santa. Nela fazemos a memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

A Semana Santa desenvolveu-se devido a historcização dos últimos momentos de Cristo na terra narrados pelos evangelistas. De modo especial em Jerusalém, onde aconteceram estes fatos, desenvolveu-se a rica liturgia, celebrada desde o Domingo de Ramos até à Páscoa. Seguindo a Jerusalém, o acidente e o resto da Igreja, seguiu vivendo minunciosamente nas celebrações estes fatos, e assim nasceu a Semana Santa, ou a Semana da Paixão. A idade media mais dramatizava a paixão, dando destaque ao sofrimento de Jesus, e menos se a salvação e a vitória de Cristo sobre a morte. Este perigo existe até hoje, de a gente  deter -se só no sofrimento físico de Jesus, e não ver o amor da salvação de Cristo por nós, que nos deve levar a conversão e a vida segundo o projeto de Cristo Jesus.

No Domingo de Ramos, aquele que antecede a Páscoa, Jesus foi a Jerusalém celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos. Entrou em Jerusalém montado num jumento, símbolo da sua humildade, e foi recebido com ramos de oliveira, estendidos no chão à sua passagem, sendo aclamado pelo povo como o Messias, o rei de Israel. Na vivência da celebração do Domingo de Ramos se deve dar o relevo da fé ao reconhecimento messiânico de Cristo no hoje da vida da Igreja e do mundo. A celebração deste Domingo deve valorizar não tantos os ramos, mas o mistério expresso na procissão que proclama a realiza messiânica de Jesus. Vivamos profundamente este mistério. Com a benção e oração.

Uma excelente noite de paz e serenidade.
Dom Ceslau.

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Semana Santa
26/03/2018

Os três primeiros dias da semana Santa o povo de Deus escuta os relatos dos evangelistas chamando atenção da ternura de Jesus para com os seus discípulos e os do seu convívio.

Na segunda feira o Evangelista João nos leva à casa de Lazaro, Maria e Marta, amigos sinceros de Jesus. Maria, “que muito amou” ungiu com o perfume os pês de Jesus, ao protesto de Judas, achando, que isto é um desperdício. Jesus a defende e indica, que os “pobres, para a caridade, sempre tereis entre vós” (J.12,8) mas o que ela fez foi o ato de amor, antecipando a unção para a sua sepultura, e que, em qualquer parte do mundo, onde seja proclamado este Evangelho, se recordará o gesto dela, porque este era o gesto de amor. Só o amor eterniza.

A mesquinhez e falta da generosidade para com o próximo, é também o ato de desamor para com Deus. Examinemos a intenção da nossa gratuidade no serviço a Deus e ao próximo.

Uma boa e repousante noite. Com a benção e oração.
Dom Ceslau

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27/03/2018
Jesus e Maria momentos antes da Paixão

Nestes três dias antes do Tríduo Santo, a piedade popular se encarregou acompanhar a Jesus e a Maria nos momentos antes da sua paixão. O Evangelista São João nos leva ao cenáculo para sentirmos a dor do momento em que Jesus anuncia abertamente a sua morte, a traição e quem é o traidor (J.13,21 ss). Na terça feira Santana em algumas regiões, especialmente em Minas Gerais, são lembradas e celebradas as Sete Dores de Nossa Senhora: 1.A profecia de Simeão (Lc. 2:34-35); 2. A fuga para o Egito (Mt. 2:13-21); 3. Jesus perdido durante a romaria ao templo (Lc. 2:41-51);4. O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lc. 23:27-31);5. Maria debaixo da Cruz e morte de Jesus (Stabat Mater) (J.19:25-27);6. Jesus tirado da Cruz (Mt. 27:55-61);7. Jesus é sepultado (Lc. 23:55-56).

É tão bonito o “Terço das Sete Dores de Maria” – mas pouco conhecido e quase não rezado. (Se reza igual como o terço, só que não são cinco dezenas, mas um Pai Nosso e sete Ave Marias x sete, meditando cada uma destas Sete Dores de Maria. É também a oração baseada nos relatos dos Evangelhos. Reavivamos esta devoção popular.

Na Quarta-feira Santa em algumas igrejas organiza-se famosa procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores com o tradicional Sermão de Sete Palavras. A piedade Popular é rica nas suas expressando de  amor a Jesus e Maria.

Com a benção e oração.
Dom Ceslau.
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Dom Ceslau Stanula – Bispo Emérito da Diocese de Itabuna-BA, escritor, Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL

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PORTAL DA ESCOLHA - Gillian MacBeth-Louthan


Estamos ligados a tudo no Universo; tudo flui através de nós e para nós. Nossas energias, nossos pensamentos, e nossas palavras fluem através de toda a vida, na Terra e em qualquer outro lugar.. Não há um final para nós, ou um começo, mas um fluxo contínuo de vida, mudando de forma várias vezes. Estamos continuamente aperfeiçoando nossa forma em cada e toda viagem, mesmo que seja como um elemento, vegetal, animal, humano, estrela ou galáxia. Nós deliberadamente desafiamos a nós mesmos a nos tornarmos tudo o que pudermos ser.

Não há falhas neste tipo de existência, somente evolução. Você está num momento de nascimento de si mesmo dentro de uma luz maior, em uma oitava diferente de verdade. Conforme você se acomoda no ventre do Não-tempo, Não-espaço, você tenta se expandir, mas as paredes da ilusão o mantém confinado numa prisão invisível. Você força, força, mas não é capaz de se expandir para dentro da vastidão na qual inatamente você sabe estar.Quando uma criança está no útero materno, o espírito da criança tem a capacidade de ultrapassar as limitações físicas do útero, ladeando a vida de seus pais, atingindo o passado e o futuro, superando espaço e tempo.

Sua vida é semelhante à da criança que está sendo gerada. Você sente limitações, como se as paredes de sua vida se tornassem mais e mais íngremes cada vez que você tentasse escalá-las. Você geme, resmunga, reclama de como as limitações se tornam mais e mais revigoradas. Você tem as mesmas capacidades inatas que o nascituro. Você está vivendo nesta dimensão da matéria e também está vivendo em espírito na luz numa infinidade de níveis. Seu corpo parece limitado e vulnerável, ainda que o espírito e o poder da luz que habita esse veículo tenham recursos magníficos e intermináveis.

Você entra em um tempo prometido onde a percepção limitada de sua humanidade se funde com o vasto e onisciente Espírito de Luz. Vindo juntos imersos e então emergindo em algo muito maior. Você sente no fundo do seu ser que se tentasse, você poderia voar. Então, você dá outra olhada para si mesmo e vê apenas o reflexo da densidade e da limitação humana. No entanto, no seu coração você sabe que pode voar passadas todas estas limitações terrenas. Parece que não há saída! Mantendo-o confinado numa prisão do seu próprio pensamento.

Um dia repentinamente uma pequena luz aparece no horizonte. Seu coração acelera com possibilidades, conforme a ilusão de limitação começa a desmoronar-se em frente aos seus olhos. Você agora está vendo aquele pequeno ponto de luz mostrando-lhe a saída, o caminho para cima e o caminho para casa. "Como eu vou passar por esta pequena abertura"?  Você tem que adentrar num tempo de rendição! Entregar suas limitações para a centelha divina dentro de si.

Entregar-se é aceitar o processo divino, que conhece todos os seus caprichos e necessidades antes mesmo que você os deseje. É confiar! É saber o que é verdade, quando tudo mais reflete ilusão. O caminho é estreito apenas na mente humana, não na mente de Deus. Na mente de Deus ele é grande o bastante para direcionar todas os seus futuros passos pela Terra. É um tempo de se entregar e confiar em seu processo. Você sente que deve tentar, ou perece no processo. Sua Alma o empurra para uma Luz Maior... Você recua e volta, dizendo: Não, eu não consigo passar, Não, eu não posso saltar, Não, eu não posso voar, NÃO, EU NÃO POSSO!

O Espírito diz: "Você pode, você deve, ou você vai perecer." A Terra está em um portal de escolha, haverá uma decisão tomada pela consciência de massa. Todas as criaturas de Deus se sentam sobre este portal de decisão. Tudo na vida está "na decisão". Como atingimos um ápice neste nível de evolução, começamos a perceber exatamente quais os efeitos que nossas palavras, pensamentos e medos têm sobre este ponto da virada da humanidade.

Nós falamos de forma anárquica, nós criamos por capricho, e profetizamos sem medo. Nós falamos como se nossas palavras não significassem algo ruim. As vemos apenas como palavras e não percebemos que mundos foram criados por uma palavra, um pensamento, um decreto. Não vemos o poder que temos à nossa disposição, para destruir tudo ou criar uma utopia, um paraíso, um céu na Terra. Sabotamos nossas próprias vidas, nossas finanças, nossa saúde, nossos casamentos e nossos futuros.

Cada pensamento que você tem está vivo. Cada palavra que você fala é nascida para existência. Você a liberta de seu domínio interno. Assim como deixar um gênio fora de uma garrafa, as suas palavras, seus pensamentos esperam pelo seu comando para entrar no mundo da matéria e fazer o que fazem melhor: Criar! Toda a criação é por você, para você e através de você! O tempo entre o pensamento e a manifestação fica cada vez mais curto, forçando a atenção de todos para dentro do corredor espelhado da responsabilidade. É lá que as reflexões gritam: "Olhe o que você criou, olha o que você fez nascer!"

Nós nos damos dons mágicos incríveis a cada minuto de cada dia apenas pelas palavras que falamos. Ninguém está lá fora para nos pegar, nada está lá fora para nos destruir, cada situação é de nossa própria criação, uma criação divina, uma ferramenta para escoltar-nos até um lugar mais alto do conhecimento. Nós não fazemos isso apenas como indivíduos, mas como países, famílias, continentes, e também como um mundo.

Tantas oportunidades para aprender, e evoluir, e amar. São como crianças brincando com armas nucleares, não conhecendo o poder do instrumento à mão. Fazemos o melhor para cumprir a antiga e bíblica profecia. Acreditando de alguma forma que aqueles do passado sabiam mais do que nós. Se essas mesmas pessoas profetizassem hoje nós os zombaríamos como excêntricos, ou membros de seita. Não honrando além de palavras, ou além de medos. O mundo é externo, mas reflete nossos pensamentos e diálogo internos.

A vida não é algo que acontece para nós, é algo que nós criamos, continuamente. Sabendo que nós podemos e coletivamente criamos tudo e qualquer coisa, vamos nos ocupar e criar um mundo de amor, de paz, de alegria. Onde toda criança vai para a cama de barriga cheia, e cada sem-teto troca sua casa de papelão por um verdadeiro lar. Vamos olhar para o nosso mundo-copo como estando sempre cheio em vez de meio vazio e indiferente. Toda vitalidade responde a seus pensamentos e desejos, especialmente um pensamento casual, ou decreto.

Sabendo quão poderosas nossas palavras são 24 horas por dia por toda eternidade, coloque um pouco de controle nas brincadeiras. O que podemos dizer mesmo de brincadeira repercutirá através de todo o espaço e tempo. O que nós decretamos para o outro nós presenteamos a nós mesmos. Nossas raivas, nossos medos, nossos ciúmes estão ganhando vida e nos cutucando de volta para chamar nossa atenção. Conforme você ama, você atrai. Você está hoje onde seus pensamentos o trouxeram, você irá amanhã para onde seus pensamentos o levarem.

Você não pode escapar ao resultado de seus pensamentos, mas você pode suportar e aprender, aceitar e ser feliz. Você vai perceber a visão do seu coração, não o desejo ocioso. Você vai gravitar em direção ao que você mais ama secretamente. Em suas mãos serão colocados os resultados exatos que você merece, nada mais, nada menos. Qualquer que seja seu ambiente atual, você derrubará, manterá ou elevará com os seus pensamentos... Sua visão... Seu ideal.


"Gotas de Crystal" <gotasdecrystal@gmail..com>


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terça-feira, 27 de março de 2018

RESENHA SOBRE O LIVRO 'BOLERUS', DO POETA VANDERLEY SAMPAIO


Resenha: Bolerus, de Vanderley Sampaio

(*) Marcos Fidêncio

Não há como não estabelecer uma relação entre “Bolero” e “Bolerus”. O primeiro é um gênero musical nascido na Europa e depois trazido para a América, em especial para Cuba, onde se misturou com ritmos africanos. Já o segundo é um besouro. Isso mesmo. Um inseto da ordem dos coleópteros. Qual seria então a provocação do autor com tal título? Fazer o nosso pensamento dançar? Colocar um inseto zunindo na nossa cabeça para remexer os neurônios, rearranjando nossas viciadas sinapses, tão acostumadas ao óbvio? Façamos uma síntese: um besouro atrevido, às vezes irritante e desafiador como o grilo falante de Disney ou a mosca da sopa de Raul, que nos tira da nossa cômoda posição e nos faz encontrar novas formas de fazer o pensamento dançar. Talvez seja isso. E não adianta dedetizar!Também é inútil dormir, que a dor não passa.

Mas vamos ao livro. Em primeiro lugar, julgo necessário estabelecer aqui uma definição acerca do estilo de cada escritor. Trata-se do modo com que as palavras são escolhidas e dispostas na prosa ou na poesia. É como se o autor tocasse uma música e as palavras dançassem de acordo com o ritmo dos sons produzidos por ele. Às vezes uma dança lenta, às vezes acelerada, grave ou aguda, harmoniosa... E, em alguns momentos, ele pode até emitir acordes dissonantes pelos cinco mil alto-falantes das páginas da sua obra. Senhoras e senhores, ele também pode pôr os olhos grandes sobre o mundo para cantá-lo do seu próprio modo aos leitores!

Na obra "Bolerus", primeira reunião de poemas de Vanderley Sampaio, a trilha sonora é fortemente marcada pelo concretismo. Na maioria dos poemas, com destaque para "Pingos nos is" e "Um espinho", isso fica muito claro e pode ser facilmente comprovado na própria diagramação dos versos. Sampaio se preocupa com a disposição espacial das palavras em alinhamentos geométricos, buscando com extrema competência uma forma para veicular a expressão poética, concentrando suas preocupações na materialidade da palavra, nos seus aspectos sonoro e visual, tal qual fizeram Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari, no final dos anos 50, mandando às favas as métricas e rimas tradicionais. Afinal, nem sempre a adequação tem que ser perfeita ao modo de Bilac. Como já disse Caetano, nem tudo é métrica e rima, às vezes é dor! A dor de romper, como faz Sampaio.

Por isso, "Bolerus" tem um leve cheiro de Tropicalismo na medida em que flexibiliza versos, aproveita espaços em branco como parte da significação, transforma as palavras em objetos, explorando a sonoridade e a visualidade. Mas também é deliciosamente contaminado por um sutil sabor de poesia-práxis ao se preocupar com os aspectos semânticos das palavras, fazendo uso de neologismos, decompondo termos, abrindo a possibilidade de múltiplas leituras, levando em conta a capacidade própria de interpretação de cada leitor.

A predominância de um estilo em que conteúdo e forma se enamoram e brigam ao mesmo tempo em cada um dos versos, nos leva a compreender o porquê da escolha de tal canto. Possivelmente, as influências dos estudos semióticos do autor, formado em jornalismo, são sentidas aí. As leituras de Peirce, Pignatari, Umberto Eco e outros grandes pensadores, durante seu período na Unesp (Universidade Estadual Paulista), onde ele concluiu a sua primeira graduação, dão o tom e a partitura para que o poeta torne seus instrumentos afinadíssimos, o papel e a caneta, notadamente em noites solitárias e inquietas, como ele mesmo revela em alguns textos – “Escuridão”, “Sozinho”, “A noite que traiu as águas” e “Carta à Madrugada”, por exemplo – e embale as palavras com tal maestria.

No poema "Semântica", porém, Sampaio dá mostras de que nem só de “gestalt” vivem seus versos ao nos mandar engolir, tirar, jogar ou privar a palavra se não for semântica, ou seja, caso ela não esteja carregada de significado. A psicologia das formas, também apreendida pelo autor em seus estudos unespianos, sugere ao leitor não se ater apenas ao particular da palavra-objeto, mas também ao todo, à imagem produzida, que muitas vezes redunda em figuras geométricas reveladoras. Por outro lado, cada palavra particular tem o seu valor e não pode ser completamente desprezada.

Prova disso está na página seguinte, em "Termo", poema em que ele demonstra que as palavras não devem ser salpicadas ao modo de um saleiro, sem razão, sem destino ou dose certa. Cada termo precisa ser próprio. "E se lhe parecer impróprio, talvez não tenha sido minucioso o suficiente". Ainda bem que, segundo o poeta, generoso com todos os que se arriscam a cantar sem muito critério, "a insuficiência do termo nem sempre prejudica a noite".

Com relação às indagações acerca da minha análise, como amigo e admirador do autor, eu posso garantir que tive o cuidado de tecê-la com o necessário distanciamento. Meus estudos de sociologia neste momento evocam Bordieu: “os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes quanto maior a distância social do objeto consagrado”. Consagro o trabalho de Sampaio pela qualidade, pelo prazer da leitura, pelo compromisso com a seriedade e porque conheço sua trajetória poética, sempre constante e paralela ao oficio de jornalista, que ele igualmente desempenhou com brilhantismo. A poesia acompanha o autor desde a mais tenra idade e tenho certeza de que esse livro é apenas o primeiro de muitos que ainda virão, afinal, eu sei de uma colônia de bolerus que ainda não voaram para as primeiras páginas. Por enquanto, são apenas ninfas em crescimento... Ou, quem sabe, já estão zunindo na cabeça de um certo poeta.

(*) Marcos Fidêncio é jornalista formado pela Unesp (câmpus de Bauru/SP). Também cursou Ciências Sociais na Unesp (câmpus de Marília/SP) e se especializou em Marketing na Univem (Marília/SP).

 Sinopse do livro

Bolerus é um termo instigante para dar nome a um livro que nos sugere uma leitura sem plano de voo definido, em que podemos assistir à dança dos versos construindo imagens, cadências e zumbidos. Nesses poemas e outros delírios líricos de Vanderley Sampaio, somos confrontados com nossos devaneios e temores mais cotidianos ao mesmo passo em que desejamos conhecer o segredo do Universo. O incômodo e inusitado besouro cascudo, que pousa sobre nossas cabeças nas noites quentes e inquietantes, esconde também asas leves e frágeis, que enternecem nossa fúria existencial. E assim, pareando questionamento e desejo, confusão e silêncio, ludicidade e solidão, somos todos convidados a surtar de poesia e a dançar com os insetos barulhentos que sobejam nossos mais profundos pensamentos. (Rose Almeida, bacharel em Letras pela USP e poeta no blog Absurtos).

Sobre o autor
Vanderley Sampaio nasceu em Garça (SP), no ano de 1972. Começou a escrever poesia na adolescência, quando também mergulhou no teatro como ator amador. Jurando que iria voltar, "pediu um tempo" às artes cênicas, para cursar Jornalismo na Unesp, em Bauru (SP). Descumpriu sua promessa e seguiu a vida sem palcos, atuando como jornalista por nove anos e depois como servidor público. Mudou-se para São Paulo (SP) e formou-se em Direito pela USP. Mas a poesia sempre se manteve presente em sua vida. Alguns de seus poemas foram publicados em jornais, sites e nas redes sociais, especialmente no blog Absurtos.


Ficha Técnica
Título: Bolerus
Autor: Vanderley Sampaio
Editora: Scortecci Editora
Edição:
ISBN: 978-85-366-5355-6
Ano: 2017
Formato: 14 x 21 cm - 120 páginas
Gênero: Poesia brasileira
Preço de capa: R$ 35,00
Faixa etária: livre

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Links de divulgação:
Blog Absurtos: www.absurtos.com.br


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