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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

HISTÓRIA DE ITABUNA: O rio Cachoeira

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O Rio Cachoeira
Maria Palma de Andrade e Lurdes Bertol 

O principal curso d'água do município é o rio Cachoeira, que divide a cidade de Itabuna e banha os municípios vizinhos. O rio Cachoeira não é só uma referência geográfica, é um patrimônio histórico, é o próprio testemunho da história de Itabuna e da região, uma vez que, pelas suas margens, penetraram os desbravadores como Félix Severino do Amor Divino e Manoel Constantino, que deram origem à cidade. Por ele chegaram os frades que catequizaram os índios, e os naturalistas que vieram estudar a flora, como Von Martius e Von Spix. O rio Cachoeira é formado pelos rios Colônia e Salgado, que, após a sua junção, a aproximadamente 500 metros à jusante da cidade de Itapé, recebe este nome.

O principal formador do rio Cachoeira, o rio Colônia, nasce na terra de Ouricana, banha os municípios de Itororó, Itaju do Colônia e Itapé, percorrendo 100 km desde de sua nascente até sua confluência com o rio Salgado. Alguns afluentes do rio Colônia são os ribeirões da Água Preta, da Fartura, do Ouro, do Jacaré, das Iscas, entre outros.

O rio Salgado nasce na serra do Salgado, a mais ou menos 300 m de altitude, distante 2 km do povoado de Ipiranga, no município de Firmino Alves. Banha as cidades de Firmino Alves, Santa Cruz da Vitória, Floresta Azul, Ibicaraí e Itapé, percorrendo 64 km até sua junção com o rio Colônia. São alguns de seus afluentes os ribeirões Jussara, Caxingó, Coquinhos, Barra Nova, entre outros.

Os formadores da bacia do rio Cachoeira são importantes no contexto da região sul da Bahia, pois banham 11 municípios: Itabuna, Ilhéus, Itapé, Itororó, Itapetinga, Firmino Alves, Floresta Azul, Jussari, Itaju do Colônia, Ibicaraí e Santa Cruz da Vitória.

As características geomorfológicas da área da bacia, como forma de relevo, geologia e outros, influenciaram os rios quanto à drenagem, que é do tipo exorréica (desembocam no litoral) e quantidade de sedimentos. Predominam as rochas do complexo cristalino Brasileiro com permeabilidade e porosidade secundárias, decorrendo do fraturamento e cisalhamento das rochas, o que orientou o sentido do percurso de seus rios. No leito raso, o afloramento da rochas forma corredeiras, o que impede a navegação. Em toda a área da bacia, apenas ma cachoeira, denominada Pancada Formosa, é encontrada no rio Salgado, com 12 metros de altura, localizada na fazenda São Jorge, no município de Ibicaraí. Nela foi construída uma hidrelétrica, com potência de 300 kw, destruída pela enchente de 1964.

Com grande parte de sua vegetação florestal devastada, principalmente a de suas margens, continua ocorrendo erosão sobre os terrenos inclinados e assoreamento em vários pontos do leito dos rios, no período das chuvas fortes, quando recebem grande volume de água e transportam os sedimentos.

O regime dos rios da bacia do Cachoeira é pluvial, sendo que o fator mais importante na área é o clima, de três feições marcantes:
  Clima quente e úmido, próximo ao litoral, típico das florestas tropicais com precipitação superior a 1800mm anuais, temperatura média de 24oC e umidade relativa de cerca de 80%, sem estação seca;
  Clima de transição, ocorrendo um período seco nos meses de agosto e setembro. Apresenta temperaturas médias mensais elevadas e pluviosidade 1000mm anuais;

  Clima seco a oeste, apresentando vegetação xerófila (de clima seco) e caducifólia (que perde folhas); precipitação de 700 mm e estação seca de mais de cinco meses.

A diminuição das chuvas nas cabeceiras dos rios formadores da bacia, nos períodos de estiagem prolongada, altera a descarga, diminuindo a vazão. Aliado a isso, os esgotos que são lançados em seu leito, além de outros tipos de poluição, fazem proliferar as baronesas com tal intensidade que estas cobrem todo o leito, modificando a paisagem, dando a ideia que o rio desapareceu, que está morto. Com a volta da chuvas e o aumento da descarga, os rios voltam a fluir normalmente.

O ecossistema que envolve toda a bacia está num estágio avançado de degradação e poluição, principalmente em áreas próximas aos centros urbanos. A bacia do rio Cachoeira está afetada pela erosão das vertentes, em consequência do desmatamento, esgotamento do solo, pelo uso inadequado, pelos esgotos urbanos e industriais, pela falta de saneamento de todas as cidades que estão as suas margens, pelos lixões criados em lugares impróprios, por doenças resultantes de poluição generalizada. Pela importância dos rios para os municípios por eles banhados, e o fato de a água ser um elemento essencial à vida, passou-se a planejar a recuperação, preservação e monitoramento do meio ambiente, através de uma política de utilização racional da bacia, protegendo-a dos problemas que a afetam. Espera-se, desta forma, recuperar a qualidade da água, executado um projeto que contemple a educação ambiental e, através dela, seja promovido o desenvolvimento social e econômico. É importante que seja rigorosamente aplicada a legislação ambiental.

O rio Cachoeira, com 12 km de extensão dentro do município de Itabuna, e 50 km desde sua junção com Colônia e Salgado até sua foz em Ilhéus, corre no sentido SW-E, indo desaguar no Oceano Atlântico através da baía de Pontal, em Coroa Grande (Ilhéus). Seus principais afluentes, dentro do município de Itabuna, são os rios Piabanha e dos Cachorros.

Na área urbana de Itabuna existem 14 micro-bacias de drenagem formadas por córregos, riachos e ribeirões que deságuam no rio Cachoeira, mas a única área em condições de ser efetivamente drenada localiza-se na parte central da cidade. O principal deles, o ribeirão de Lavapés, passou a receber o esgoto doméstico. O nome Lavapés foi-lhe dado em razão de ser parada obrigatória para aqueles que, vindos das roças, lavavam os pés cobertos de lama para calçar os sapatos antes de entrar na cidade.

O vale do rio Cachoeira ora se apresenta aberto em forma de U, ora se estreita em razão das colinas que se aproximam do seu leito. O seu gradiente é da ordem de 2m/1000 de declive entre Itabuna e Ilhéus, aumentando para o interior. 


Fonte: “De Tabocas a Itabuna”, de Maria Palma Andrade e Lurdes Bertol Rocha, Editus, Ilhéus, 2005.

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ESSA MULHER É MUITO BREGA... – Mírian Warttusch

Essa mulher é muito brega...


Conheci uma mulher brega demais... saiba você,
Usa chapéu, suspensório, e até meia listrada;
Uma saia exageradamente curta e sem por que,
Uma bolsa desbotada que não combina com nada.

Maquiagem do jeito que usavam as melindrosas,
Boca pintada de vermelho, formando um coração.
Rimel, pankaque e dá as risadas mais gostosas,
Se alguém critica... não dá bola pra torcida não.

Sapatos altos, Luiz XV, em plena Praça do Correio,
Num baile de gala, eu paguei mico... ela usou botinas.
É um desacato essa mulher... num outro dia veio,
Descascando dentro do meu carro, duas tangerinas.

Abriu a janela... e sem cerimônias jogou as cascas fora.
Limpou as mãos no vestido, e sorriu muito faceira!
O que é que eu faço com essa mulher doida, agora?
Esgano, estraçalho ou afogo dentro da banheira?

Ela sorriu e me beijou, me enchendo de batom
- O gosto de tangerina ficou perdido em minha boca.
Ah! Essa mulher, de me tirar do sério tem o dom...
Cabelo vermelho, Black Power, parece uma louca...

Me presenteou com um Cd do Waldik Soriano,
E mais um outro – vê que alegria – esse do Falcão.
Se você acha que eu terminei, é puro engano...
Essa garota mexeu de verdade com o meu coração.

Casei com ela, que estava linda de roxo beliscão
E adivinhe? Um belíssimo buquê de couve-flor,
E na cabeça, um arranjo com a foto do timão...
...Quando vi a torcida na Igreja, até perdi a cor!

Viajamos ao som dos “Mamonas Assassinas”...
Acreditem... pensei até em fugir, em “dar no pé”,
Será que isto é carma, castigo, ou minha sina?
Fomos em lua-de-mel para a “Pousada Pangaré”...



Mírian Warttusch

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DEUS - Wagner Albertsson

DEUS


DEUS ME SURPREENDE
A CADA AMANHECER
COM NOVOS CAMINHOS
QUE SE ESTENDEM
AOS MEUS PÉS.

SÃO CAMINHOS
LARGOS QUE
MEU CÉREBRO
TEIMAVA EXISTIR.

SUA MISERICÓRDIA
É INFINITA E ME FAZ
CHORAR DIANTE DA 
SUA DOCE BENEVOLÊNCIA.

O SÁBIO ENTREGA
SEUS CAMINHOS
A JEOVÁ.

O TOLO CONFIA
UNICAMENTE NA FORÇA
DAS SUAS MÃOS.



WAGNER ALBERTSSON

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UM MINISTRO MAIS CONSERVADOR NÃO FARIA MAL ALGUM AO STF: MUITO PELO CONTRÁRIO!

24 de janeiro de 2017

Merval Pereira, em sua coluna de hoje, fala sobre a busca por critérios de Michel Temer na escolha do nome que irá substituir Teori Zavascki, morto num acidente (ou atentado) com o avião que o levaria a Parati recentemente. Um dos nomes que têm dominado as especulações é o de Ives Gandra Filho, filho do respeitado advogado Ives Gandra Martins.
Mas o nome, como Merval aponta, gera reações contrárias dos “progressistas”, por seu viés mais conservador:

Também a flexibilização das leis trabalhistas certamente será levada ao Supremo quando a reforma da legislação entrar em discussão, e é por isso que o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins Filho é um dos nomes com que o presidente Michel Temer trabalha no momento. No TST ele tem defendido que o negociado se sobreponha ao legislado, ponto que será central na reforma trabalhista do governo.

Ele vem sendo muito criticado, porém, por suas posições conservadores em termos de costumes, que está em choque com a tendência do STF nos últimos tempos. Membro da Opus Dei, Ives Gandra Filho escreveu um artigo em 2010, publicado em livro coordenado, entre outros, pelo ministro Gilmar Mendes, onde critica o casamento de homossexuais, que o Supremo aprovaria posteriormente, e expõe uma visão retrógrada sobre as relações familiares, afirmando que a mulher deve obediência ao marido.

Provavelmente Ives Gandra se posicionará a respeito nos próximos dias, para tentar neutralizar os efeitos desses conceitos na sua eventual indicação.

Qual exatamente o problema em ser da Opus Dei? A turma tem lido muito Dan Brown, pelo visto, e pouco Paul Jonhson.
No Brasil, maior país católico do mundo, parece ter se tornado um pecado mortal defender o legado Cristão, os valores tradicionais, a família. O cristão tem que pedir desculpas, enquanto a feminista radical que enfia um crucifixo no ânus em praça pública em frente às senhoras e crianças de uma passeata católica é tida como ícone da “liberdade de expressão”. Só há espaço para a esquerda. O estado é “laico”, ou seja, antirreligioso, ou mais especificamente anticristão (é preciso “tolerar” as religiões africanas e o Islã, essa grande “religião da paz”). Na prática, a única religião aceita é mesmo o esquerdismo.

Sobre o casamento gay, o ponto de vista liberal é deixar a religião de fora, mas isso vale para os dois lados: a Igreja jamais deveria ser obrigada a aceitar como matrimônio aquilo que fere seus valores. Pelo estado o relevante seria apenas o contrato social. Há ainda outro aspecto liberal: dar mais autonomia aos estados e retirar tanto poder da esfera federal. Por fim, existe a questão do respeito à Constituição, da qual o STF deve ser o guardião. E nela está escrito que casamento é entre homem e mulher.

Sobre a “obediência” da mulher ao marido, recomendo C.S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples, onde ele aborda a questão de forma bem interessante. Para o cristão, isso é importante frisar, a mulher deve “obedecer” ao marido da mesma forma em que o marido deve se sacrificar pela mulher e o casamento como Jesus teria se sacrificado pela Igreja. Ou seja, a mulher aceita uma espécie de “voto de minerva” do marido, desde que o marido siga esse mandamento de colocá-la em primeiro lugar sempre.

Lewis desenvolve ainda o argumento de que é necessário um dos dois ter essa “última voz” para que o casamento prospere, caso contrário a taxa de divórcios irá aumentar bastante. Mas isso não é o foco aqui. Basta notar que defender certos valores que até “ontem” eram tidos como absolutamente normais e legítimos passou a ser um completo absurdo no mundo moderno e feminista de hoje.

E como o STF foi aparelhado por ministros “progressistas”, a imensa maioria apontada por Lula e Dilma e de acordo com essa visão socialista de mundo, alguém com um perfil mais conservador não faria mal algum nesse time. Muito pelo contrário: digo até que se faz extremamente necessário colocar lá um conservador para contrabalançar um pouco o esquerdismo atual, com ministros como Barroso que desejam até se meter na legislação, invadindo outro poder, para mudar as leis sobre aborto e coisas do tipo.

Ives Gandra Filho seria, em minha opinião, uma excelente escolha. Michel Temer daria, assim, uma ótima contribuição ao esforço de limpeza do “progressismo” que tomou conta de nosso país na última década.

Rodrigo Constantino



Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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A FILA ANDA – Ivan Martins


Saber disso ajuda a prestar atenção na pessoa ao nosso lado. Quem gosta cuida, diz o clichê. Mais do que nunca, ele está certo.

IVAN MARTINS
26/10/2016

(Para celebrar minha última semana de folga, trouxe uma coluna de maio de 2012, da qual eu gosto muito. Acho que captura um fenômeno social - o uso da expressão "a fila anda" - e se vale dele para discutir de maneira saudável os nossos exageros sentimentais. Por que tanto sofrimento quando as relações acabam? Será que ao menos parte disso não é socialmente aprendido e poderia ser evitado? Com mais um ano começando, cheio de rupturas e descobertas, essas considerações me pareceram apropriadas. Fiz alterações para melhorar o texto original e enfatizar a ideia principal. Boa leitura - e, novamente, bom 2015. Na quarta-feira que vem retorno com uma coluna inédita)  

Quem me apresentou à expressão foi Fábio Júnior, o cantor. Ele tinha acabado um casamento relâmpago e sua explicação chegou aos jornais com franqueza desconcertante: “A fila andou”. Por alguns segundos eu não entendi, depois fiquei chocado: como alguém diz uma grosseria dessas?

Desde então, a expressão se banalizou. Toda mundo fala e todo mundo escreve. Só nos últimos dias, deparei com “a fila anda” na capa de uma revista e numa propaganda de perfume. A metáfora pegou e parece que vai ficar no nosso vocabulário e no nosso comportamento: as filas andam mesmo, de forma cada vez mais rápida.

Antes de continuar, uma confissão: tenho dificuldade com esse tipo de andamento. Para mim a fila anda devagarzinho, quando anda. Às vezes, fica parada por muitos anos, e acho ótimo. Dá tempo de conversar, relaxar, ser feliz.

Apesar disso, reconheço virtudes na ideia de que a fila anda.

RECOMENDADO PARA VOCÊ

A primeira é lembrar a mim, a você e a todo mundo que os tempos do abuso sentimental acabaram. Se você não tratar as pessoas direito, elas irão embora. Todos têm opções e contam com o amparo das leis e dos costumes para procurar o melhor para si mesmo. A oferta afetiva é enorme. Em toda parte, há gente disponível e atraente, de todos os tipos e de todas as idades. Saber que a fila anda ajuda a prestar atenção na pessoa ao nosso lado. Quem gosta cuida, diz o clichê. Mais do que nunca ele está certo.

Outra coisa positiva na expressão “a fila anda” é que ela nos põe de frente com um aspecto inevitável da realidade: a transitoriedade de boa parte das relações. A depender da nossa idade ou do meio em que a gente vive, a fila vai andar mesmo, o tempo todo, goste-se ou não. Faz parte. Quando a gente é adolescente, acha que o primeiro amor vai durar a vida toda. Não dura. O mesmo acontece na juventude. A gente se apaixona, se desapaixona, dispensa, é dispensado, sofre, faz sofrer. A fila anda da mesma forma que a vida anda – até que algo importante a faça parar. O que há de errado nisso? Nada.

Mas há, na nossa cultura sentimental de brasileiros, um componente masoquista que não combina com a simplicidade da fila que anda. Temos a expectativa equivocada de que todas as emoções serão eternas. Quando as coisas acabam, nos despedaçamos. Em vez de olhar para frente e tentar recomeçar, nos achamos no direito de empacar, insistir, implorar, perseguir. Temos a vocação do melodrama. A dor inevitável das rupturas é multiplicada pela sensação social de injustiça. Ao sofrer, nos colocamos na posição de vítimas desamparadas do outro - e há um prazer medonho em sentir-se assim.

Tem gente que acha esses sentimentos naturais. Eu acho que são aprendidos. Acho que ensinamos para as nossas crianças, dentro de casa, através das nossas falas e comportamentos, que amor é para sempre e que o fim de um relacionamento equivale ao fim do mundo. As músicas dizem isso, as novelas sugerem isso. Há uma indústria cultural gigantesca que se alimenta da dor da separação e da sensação de abandono.
Esse contexto ajuda a explicar por que a dor legítima e inevitável das rupturas frequentemente vira depressão e violência. Existe incentivo social para que isso aconteça.

Outro dia, presenciei um rapaz de 26 anos consolando um amigo da idade dele, que falava em se matar por ter sido deixado pela namorada. Onde ele aprendeu esse tipo de comportamento?

As pessoas no Brasil não falam em se matar quando são reprovadas no vestibular ou quando são demitidas de um emprego bacana, como acontece no Japão. Mas muitas acham natural matar ou se matar depois de um pé na bunda.
Eu me pergunto o que é pior e não chego a conclusão nenhuma. As duas atitudes me parecem péssimas, e ambas são claramente aprendidas em sociedade. Não há nelas nada de inato ou espontâneo.

Quando se leva em conta isso tudo, já não acho tão ruim dizer que a fila anda. A expressão pode denotar frieza e desrespeito pelos outros. Pode ser sinônimo de uma atitude egoísta e utilitária. Mas pode, também, sinalizar uma percepção saudável e corajosa das relações humanas. A fila anda, a gente avança, lá na frente descobre coisas melhores. Sempre de cabeça erguida. Melhor do que ficar choramingando por aí, com pena de si mesmo.




IVAN MARTINS
Colunista de ÉPOCA 
Autor do livro Alguém especial, escreve em epoca.com.br às quartas-feiras

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