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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

VILA ISABEL: Samba enredo para o Carnaval 2017

Compositores: Artur das Ferragens, Gustavinho Oliveira, Danilo Garcia, Braguinha e Rafael Zimmerman

Ligue o vídeo abaixo: 


A minha vila chegou
ouça essa voz
a pele arrepia ao som da batida…
força dos meus ancestrais
herança que fez ressoar o rufar do tambor
pra gente dançar assim, feliz
maracas encontram tamborins
o reggae celebra mensagens de paz
oh minha flor, quero você em meus braços
bailando no mesmo compasso
um tango de drama e amor.

Vila,
“azul” que dá o tom à minha vida
um “sopro” de esperança na avenida
eu faço um pedido em oração
ouvi-la pra sempre no meu coração


Um solo de guitarra a embalar
“soul” a mais perfeita forma de expressar
eu vou, eu vou… Onde fez raiz a tradição nagô
eu vou, eu vou, foi
o povo do samba quem me chamou
ginga no lundu, (morena)
negro é o rei (é o rei)
toque de ijexá, (afoxé)
pra “purificar” (minha fé)
gira baiana, deixa a lágrima rolar
quando no terreiro novamente ecoar


Ôô, kizomba é a vila
firma o batuque no som da cor
valeu zumbi, a lua no céu
é a mesma de Luanda e da Vila Isabel.


* * *

RIO CACHOEIRA: A LIÇÃO DAS ÁGUAS - Manoel Lins

Foto: Uesc.com
A lição das águas

          Parecia um sonho, talvez pesadelo. A água não respeitava nem o sono do Governador, que deve ser respeitado até debaixo d’água. Dir-se-ia que o Cachoeira queria lavar a cidade toda, castigá-la por seu trabalho diuturno ou, talvez, pela maldade escondida dos homens, que só o rio conhece e conta aos poetas na madrugada de lua cheia. O Cachoeira era leito de dor e de miséria. Caminho obrigatório por onde passavam geladeiras, pneus, móveis, árvores, corpos de homens e animais, o desespero e o pavor de muitos. Estranha procissão de desesperanças. Os Sete Cavaleiros do Apocalipse cavalgavam em velozes corcéis negros sobre as águas de um rio furioso. O povo flagelado, vestido como se fosse a um baile psicodélico, ouvia aflito, as vozes dos gigolôs da miséria coletiva. As “otoridades” estavam mais perplexas do que o povo. Atônitas e inertes.

          Só existia a água do rio em acrobacias mortais e a solidariedade do povo, que saía do céu e da terra, de lugares sem fim, salvando coisas e gente. O rio não respeitava ninguém. Farmácia, loja, bar, cinema. Até Lampião e Maria Bonita foram tragados pelas águas, disparando pela Avenida Cinquentenário, armados até os dentes, e seguidos de todo o bando, segundo presenciou Marcinho Mendonça, que está vivo e não me deixa mentir.

          Quando as águas baixaram, os políticos já discutiam quem seria o presidente da “comissão”. As mulheres ”políticas” arengavam na distribuição dos víveres. Cada qual queria ser mais atuante. Era a usura da generosidade. No desvario da irresponsabilidade, o novo material da Telefônica foi destruído, numa zona onde a água demorou de chegar.

          As lágrimas dos pobres que perdiam o barraco aumentavam a fúria do rio. O Cachoeira ficou louco de pedra e, puritano, se arremessou contra o Marabá, não se incomodando com os fantasmas que ali bebiam seu último trago.

          Após o dilúvio, Noé pediu a palavra e falou com a multissecular experiência: “Despertai, oh, homens de pouca fé. Mudai essa mentalidade de urubu, que só pensa em fazer casa quando chove, passada a tormenta diverte-se sob o sol. A cidade precisa preparar-se para futura enchente. Faz-se necessária a criação de um organismo, constituído de técnicos e amigos da cidade, dispondo de planos previamente traçados e material suficiente para enfrentar com certa mobilidade qualquer calamidade pública. Um organismo que tenha, de antemão, pelo menos, condições de abrigar as populações ribeirinhas, requisitar mantimentos e carros oficiais. Que tenha o COMANDO DA CIDADE DURANTE A ENCHENTE. Que disponha de equipes de salvamento e de segurança pública, afastando das ruas os bêbados e os “turistas” que utilizam até carros oficiais. Que mantenha em ordem , tanto quanto possível, os serviços públicos essenciais. É hora de pensar nisso. Quem avisa amigo é. O Prefeito pintou os postes da Cinquentenário, talvez, antecipando as alturas das águas. Deixai que os políticos se digladiem, a vós, amigos da cidade, cabe a tarefa restauradora”.

Assim falou Noé, quando o rio deixou um mar de lama na cidade. Parecia um sonho, talvez um pesadelo.

(MENINO ALUADO)
Manoel Lins

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MANOEL LINS – Nasceu em Buerarema, Sul da Bahia a 4 de julho de 1937.
Diplomado em advocacia pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Em Salvador trabalhou em jornais. Em Itabuna exerceu a advocacia e publicou algumas monografias relacionadas com a área profissional. Como cronista compareceu frequentemente em quase toda a imprensa da região cacaueira baiana. Uma seleção dessas crônicas foi publicada em “Menino Aluado”, 1968. Participando do espetáculo da vida na cidade pequena, assistindo, confrontando, depondo, suas crônicas são retalhos primorosos do cotidiano sem esconder certa dose de sentimento de mundo. Não fosse a morte prematura, encontraria seu lugar merecido na crônica brasileira.
Faleceu, vítima de acidente automobilístico, em 1975.


Da coletânea ITABUNA, CHÃO DE MINHAS RAÍZES organizada por Cyro de Mattos

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BARROSO QUE VÁ DEFENDER LEGALIZAÇÃO DA COCAÍNA FORA DO STF!

6 de fevereiro de 2017


Um ministro da mais alta corte do país deveria ser bastante discreto, manifestar-se somente pelas decisões por escrito, muito raramente conceder entrevistas, e, acima de tudo, prezar pela sua função de guardião da Constituição. A divisão de poderes é essencial para a democracia desde Montesquieu. O poder executivo existe para executar e administrar, o legislativo para legislar e o judiciário para fazer cumprir as leis.

Mas o Brasil tem visto uma grande suruba entre os poderes, com cada um tentando se meter no papel do outro. Principalmente o poder judiciário, em seu mais alto grau, tentando legislar, como nos casos de aborto, casamento gay e outros temas delicados. Não é sua função, e quando o STF banca o Congresso, sabemos que a democracia corre sérios riscos. Quem julga tais avanços de poder com base em cada decisão em si, aplaudindo quando de acordo com suas crenças e condenando quando contrária, ignora o “big picture” e não tem noção do perigo.

Esse ativismo do STF tem aumentado à medida em que o Congresso vive uma crise de credibilidade, e também por conta de uma composição cada vez mais “progressista”, com quase todo ele montado por indicações de Lula e Dilma, ou seja, do PT. A visão de mundo petista não dá a mínima para a divisão de poderes ou para valores republicanos que pretendem preservar as instituições de estado. Governo, partido e estado são a mesma coisa para os petistas.

Luís Barroso talvez seja o mais “progressista” dos ministros vermelhos. E quando ele prega, numa entrevista, a legalização das drogas, inclusive da cocaína, está ultrapassando e muito o limite de seu cargo. Alguns socialistas e libertários podem vibrar, por acharem que todas as drogas devem mesmo ser legalizadas. Mas esse não é o ponto-chave aqui. Essa gente erra o alvo. Não cabe a um ministro do STF dar pitaco sobre esse assunto. É temerário! É indecente! Não é parte de suas atribuições, simples assim. Eis o que Barroso disse:

A primeira etapa, ao meu ver, deve ser a descriminalização da maconha. Mas não é descriminalizar o consumo pessoal, é mais profundo do que isso. A gente deve legalizar a maconha. Produção, distribuição e consumo. Tratar como se trata o cigarro, uma atividade comercial. Ou seja: paga imposto, tem regulação, não pode fazer publicidade, tem contrapropaganda, tem controle. Isso quebra o poder do tráfico. Porque o que dá poder ao tráfico é a ilegalidade. E, se der certo com a maconha, aí eu acho que deve passar para a cocaína e quebrar o tráfico mesmo.

O site “Implicante” escreveu um pequeno texto argumentando que, se há espaço para um ministro que defende a legalização da cocaína no STF, então também há espaço para um que defenda a família. Refere-se a Ives Gandra Filho, cotado para assumir a vaga de Teori Zavascki. Ives é da Opus Dei, conservador, assumidamente a favor da família tradicional. A reação da esquerda à sugestão de seu nome foi de horror. Fizeram um escarcéu, ficaram em polvorosa, chocados com o “retrocesso” dessa possibilidade: um cristão ortodoxo no Supremo? Onde já se viu?!

“Se pode haver um membro do STF falando em legalização da cocaína, precisa haver um que analise a situação do ponto de vista do drama familiar, cujo o vício em drogas tantas vezes a consome do início ao fim. É assim que o jogo funciona”, conclui o texto. Mas não está totalmente correto isso. A visão pessoal de cada um não deveria ser o único fator levado em conta, ou sequer o mais relevante. Note-se que Ives é totalmente a favor da flexibilização das leis trabalhistas anacrônicas e fascistas que temos, mas no Tribunal do Trabalho ele precisa julgar… de acordo com a lei vigente!

Um juiz não está lá para legislar, repito, mas sim para fazer cumprir as leis. Um conceito básico para republicanos, e ultrapassado para “progressistas”. Neil Gorsuch, indicado para o lugar de Antonin Scalia para a Suprema Corte por Trump, disse com clareza que um juiz que gosta de todas as decisões que toma não é um bom juiz. Exatamente. Mas Barroso não é capaz de compreender algo tão básico do direito. É um ativista disposto a vestir o chapéu de deputado. Um absurdo!

Reinaldo Azevedo foi preciso em sua análise, concluindo que caberia até o impeachment do ministro:

É isto mesmo: acho que ele tem de ser impichado. E por quê?

Porque ele não se conforma com o seu papel de magistrado. Nota-se o seu desconforto com os limites que lhe são impostos pela Constituição. Barroso, a gente percebe, quer ser legislador, tem aspirações a Rasputin do Executivo; vende suas idiossincrasias e heterodoxias como se fossem um novo umbral do pensamento. Confessadamente — basta ler o que escreveu sobre novo constitucionalismo, entende que o papel de um magistrado é fazer justiça com a própria toga, mandando pra tonga da milonga do cabuletê os códigos que temos.

[…]

É claro que não cabe a um ministro do Supremo dar-se a essas especulações. Que renuncie à toga e vá disputar eleição, ora essa. Mas não o fará. Barroso quer precisamente isto: ser um ministro do Supremo, estar protegido por uma quase intocabilidade e, dentro do aparelho de estado, atuar para minar as suas bases.

[…]

“Impeachment porque ele quer legalizar as drogas, Reinaldo?” Não. Essa defesa destrambelhada e burra que fez só expõe a sua natureza. Ele tem de ser impichado é por seu solene desprezo ao Congresso, já verificado muitas vezes. Ele tem de ser impichado porque parece entender que seu papel no Supremo é rasgar os diplomas legais que não estão a seu gosto.

Está certo, nesse caso, Reinaldo Azevedo, de quem tenho discordado em outras questões recentemente. E notem que ele apresentou os argumentos pelos quais discorda totalmente do conteúdo em si da entrevista de Barroso, ou seja, da legalização das drogas (leves ou pesadas). Mas não vou entrar nessa questão aqui, pois não é o foco. Eu poderia ser a favor da legalização até do crack, mas isso não faria com que eu aplaudisse um ministro do STF defendendo tal bandeira por aí. É errado. É perigoso. É anti-republicano. Impeachment nele!

Rodrigo Constantino



Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal




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DITADORES ODEIAM POESIA - Por Geraldo Maia


Ditadores odeiam poesia


Semana passada falei “en passant” no poeta Andaluz, Federico Garcia Lorca, autor, entre muitos, do verso “Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas”, e que morreu aos 38 anos fuzilado em 19 de agosto de 1936 pelos fanáticos militantes da ditadura do general Franco.

Pois é, os fanáticos, de direita, esquerda e de centro adoram fuzilar poetas, odeiam a poesia, odeiam livros, a não ser as suas fanáticas 'cartilhas' com as quais pretendem impor suas visões de mundo obsoletas, odiosas, e com o único objetivo de angariar muito poder financeiro, de mando e dominação. Livros são queimados e proibidos nas ditaduras, sejam socialistas ou capitalistas.

Garcia Lorca foi fuzilado porque era poeta e amava a liberdade, palavra insuportável para os ditadores socialistas e capitalistas.

O poeta encontrava-se sob os dois fogos da intolerância, a fascista e a socialista.

Nas eleições realizadas na Espanha um ano depois do golpe que derrubou a monarquia e instalou a república em 1931, os partidos de esquerda (Frente Popular) saem vitoriosos, mas as agremiações de direita recusam-se a aceitar a derrota, e arquitetam um golpe de estado.

Algumas regiões da Espanha recusam-se a capitular aos golpistas, especialmente as grandes cidades e centros industriais, e a Espanha entra em guerra civil.

Nesse momento o general Franco, desde as Ilhas Canárias, lança uma ofensiva contra a Frente Popular.

Das Canárias, Franco avança pelo Marrocos, chegando até o território espanhol.

Muito de seu sucesso é devido ao apoio da Itália Fascista e da Alemanha Nazista, que aproveitam para experimentar muitos de seus novos armamentos nos rebeldes da Frente Popular.

Internamente, Franco dispunha de apoio da Igreja católica, fator determinante de orientação do povo, além do apoio de boa parte da classe militar. Os rebeldes de esquerda receberão voluntários de todas as partes do mundo, as Brigadas Internacionais.

Em janeiro de 1938, Franco une os partidos de direita, tornando-se chefe de estado e de governo, instalando um regime ditatorial marcado pela repressão, tortura e fuzilamentos. Entre os fuzilados está o poeta Federico Garcia Lorca considerado também o maior dramaturgo espanhol.

Mas por que esse ódio todo dos ditadores contra os poetas e a poesia?

Na ex-união soviética vários poetas foram massacrados, a exemplo de Vladimir Maiakovsky, que foi 'suicidado'.

Em Cuba, centenas de poetas foram parar no paredão que Che Guevara tanto amava já que era um fanático defensor do fuzilamento de pessoas que questionassem o socialismo cubano e de outros países.

Aqui no Brasil vários poetas foram presos e torturados, alguns fuzilados, durante a ditadura militar.

Poetas, escritores, jornalistas, todo aquele que pensa, sente e faz por conta própria cai em desgraça diante dos fanáticos de direita e de esquerda.

Em VINHEDO temos o absurdo de uma jornalista processar dois jornalistas só porque não gostou do que eles escreveram e publicaram.

Vereadores processam de forma perversa jornalistas, jornais e populares só porque não tiveram suas ideias contempladas e denúncias contra os mesmos foram recebidas e publicadas.

Mas por que mesmo essa violência toda contra os que trabalham com a palavra, com ideias, com cultura, com literatura, com poesia?

Por que esse medo todo do poeta, da poesia, do artista, a ponto de eliminá-los, a não ser que se submetam aos seus ditames, o que é também uma forma de assassinato, mata a pessoa, mas a deixa viva, como zumbi alienado, lobotomizado, para servir de exemplo.

Então o que é mesmo a poesia? Digamos que a poesia é a linguagem Divina, em um mundo dominado quase que totalmente pelo poder satânico.

E satanás, em sua luta constante e inglória contra Cristo não dá trégua para nada que possa traduzir a palavra de Deus, do Bem, do Amor, do Perdão, da Humildade, da PAZ, para as pessoas.

Por isso, em determinados momentos é preciso se ficar em silêncio e deixar que só a poesia fale e que tudo o mais a escute porque quando o poeta recita Deus está se expressando, o poeta é o canal de expressão e a poesia é o enigma da Divindade em cada um de nós.

O poeta então é um instrumento de Deus e a poesia o Seu mistério.

A todo instante a poesia traz uma mensagem da Divindade em cada lugar, em cada montanha, mar, em cada rio, em cada sombra, luar, em cada frio, em cada sol, folha, pedra, grão, em cada pássaro, pedra, em cada verme, no pão, no lixo, no risco, no corisco, no silêncio, grito, sussurro, canto, a poesia está no riso e no amor, no frio e no calor, no louvor e na oração, a poesia é a palavra de Deus aos homens e mulheres, com o fio da poesia Deus trama o silêncio de Sua presença, por isso o grande momento da poesia é só silêncio, porque é Deus Se expressando, e nesse silêncio Deus nasce em você, e você dá à luz a poesia de Deus que salta de dentro do mistério, e isso não é lógico nem racional, é antes de tudo sobrenatural, pois trata-se da expressão da Verdade Divina poética, porque a verdade lógica é fruto da mente comum, limitada, a verdade poética é misteriosa, extraordinária, infinita porque vem de Deus, portanto não dá para argumentar com a poesia, poesia é arte porque Deus é o Artista Supremo, o Poeta Supremo, o Criador Supremo de tudo em todos os Universos.

Então, poesia não é lógica e nem é ciência "in vitro", e a arte não é um argumento, não dá para argumentar com a arte, com a poesia, se poesia é religação com a Divindade que através dela Se manifesta.

A poesia não se incomoda com argumentos, com a lógica porque é mistério, é o desconhecido em cada obra de Deus, você se sente absorvido para dentro da poesia que através de Deus ressuscita o que há de morto no seu interior. Nesse instante a poesia de Deus nasce em você sem que haja necessidade de convencer ninguém.

O poeta não tenta convencer, apenas dá o testemunho da obra de Deus através de Sua palavra poética. Mas se alguém fica convencido e se entrega a Deus, tudo bem, se não fica convencido, tudo bem, Deus é quem opera desse momento em diante, Deus Jesus Espírito Santo é quem transforma aos poucos a vida da pessoa e nesse sentido convicção não tem muita importância, se você for convencido através de argumentos jamais se tornará um poeta porque a comunicação com Deus tem uma linguagem específica chamada fé, que não tem nada a ver com convicção, quem precisa ser convencido é quem vai se tornar um filósofo, um político, um professor, um fanático, mas não um poeta, a poesia é como o amor, a expressão máxima de Deus, o Amor acontece sem qualquer razão, no amor você não precisa provar nada, não é necessário, só é necessário provar algo se você quer um empréstimo, ou se candidatar, ou vai prestar exames, ou está no laboratório, o amor acontece tão subitamente que não há intervalo de tempo, o poeta se apaixona rápido e você se apaixona rápido pelo poeta.

Não há como explicar, como provar, e se alguém fala mal de um poeta, é contra um poeta, ora, é muito fácil provar algo contra o poeta, impossível mesmo é provar algo a favor do poeta, não há provas concretas, científicas, materiais, só uma relação de entrega profunda, de confiança profunda de paixão profunda, de cegueira profunda, mas essa cegueira exterior se torna uma profunda visão interior vinda da Divindade.

Os poetas não podem ser aceitos em qualquer lugar. Os poetas só podem ser aceitos no coração amoroso.

O poeta não pode ser absorvido por qualquer coisa estabelecida, só um envolvimento pessoal, um coração amante e muito louco pode se tornar o lugar do poeta. Porque o poeta cria o caos no coração das pessoas para instalar a Verdade Divina. Portanto, o poeta está interessado é em demolir a estrutura morta existente no interior de cada pessoa. O poeta quer conectar cada ser humano com o seu único Deus Todo Poderoso Criador dos Universos. O poeta quer afundar a pessoa no poço Divino que vai torná-la à tona outra vez transformada no louvor silencioso da poesia existente na Palavra de Deus.

Para o poeta tudo que existe é expressão da obra de Deus, ele sente e reflete a beleza da obra de Deus presente na terra, no ar, na água no fogo, no éter, nas folhas, nos olhos, nas mãos, no sorriso.

 Para o poeta toda a obra de Deus é perfeita e bela e prenhe de significado, de essência, de princípio, de valor, de sentido, mas um sentido intrigante, agudo, profundo, encantador e misterioso que é a Graça da Salvação concedida misteriosamente por Deus, e Seu amado Filho único, o Salvador, o Remidor, o Redentor, o Eterno Poeta da Nova Jerusalém, Jesus, o Cristo, e Sua poesia de Graça da Salvação Eterna.

Geraldo Maia, poeta
Estudou Jornalismo na instituição de ensino PUC-RIO (incompleto)
Estudou na instituição de ensino ESCOLA DE TEATRO DA UFBA

Coordenou Livro, Leitura e literatura na empresa Fundação Pedro Calmon
Trabalha na empresa Folha Notícias,
Filho de Itabuna/BA/BRASIL, reside em Louveira /SP.

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