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quarta-feira, 31 de maio de 2017

AABB ITABUNA APRESENTA MEMÉ DIAS 02 E 12/06 COM ACESSO LIVRE

Memé Santana na AABB sexta-feira e no Dia dos Namorados

Memé Santana dias 2 e 12 de junho na AABB Itabuna.


O cantor e instrumentista Memé Santana vai se apresentar duas vezes na AABB Itabuna nos próximos dias, em dois eventos com acesso liberado a todos, sócios e não sócios:

Sexta Super Musical – 02/06, na Cabana do Tempo, a partir das 8 da noite, no já tradicional encontro musical promovido pelo clube todas as sextas-feiras.

Jantar dos Namorados – 12/06, no Salão Social, a partir de 7 da noite, na 2ª edição do evento em pleno Dia dos Namorados. Nesse dia haverá a participação especial da cantora internacional Dani Carrapeiro.

A Sexta Super Musical da AABB Itabuna vem se firmando cada vez mais como o melhor point da noite na cidade. Além de poder ir com a família e os amigos, ainda é o único programa possível de se fazer à noite em Itabuna levando as crianças, já que elas têm um parque (playground) bem equipado e muita área verde para brincar.

Tanto a Cabana do Tempo como o Salão Social contam com serviço de bar e restaurante próprios do clube. Nas mesas são servidos tira-gostos, pratos, bebidas prontas e preparadas na hora por equipes de cozinha/bar e garçons.

Nestes chamados tempos de crise, a economia conta muito para quem prefere a AABB: a casa não cobra couvert artístico nem 10% de gorjeta. “Na relação custo/benefício, é o lugar que mais vantagem oferece”, garante o vice-presidente social Raul Vilas Boas.

Quem vem do litoral chega ao clube pela Av. Juracy Magalhães, Ponte Nova, Vila Zara. E quem vem do interior, pela Beira-Rio, Shopping e bairro Conceição. O endereço da AABB Itabuna é Rua Espanha s/n – São Judas. Telefones: (73) 3211-2771 / 3211-4843 (Oi fixo).
  

Contato – Raul Vilas Boas: tels. (73) 9.9112-8444 (Tim) / 9.8888-8376 (Oi)


Assessoria de Imprensa – Carlos Malluta: tels. (73) 9.8877-7701 (Oi) / (73) 9.9133-4523 (Tim)

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O VELÓRIO DE UM RIO – Helena Borborema


O velório de um rio




          Ele vem de longe. Nasce em outras plagas, ao pé de uma serra no Município de Vitória da Conquista. Vem magrinho. Começa a crescer depois de alimentado pelo seu afluente rio Salgado. Torna-se forte, passando a ser chamado Colônia em grande parte do seu trajeto, e depois, Cachoeira.


          Como rio Cachoeira, ele atravessa a cidade de Itabuna. Apesar do seu nome, as suas águas são tranqüilas, correndo calmamente em busca do seu destino, o oceano azul, onde se lança num abraço discreto, sem grandes cenas, até desfazer-se nas profundezas do abismo marinho. A sua paisagem nem sempre foi a mesma da atual; o tempo, as enchentes, o trabalho do homem a modificaram em parte. Há tempos recuados, pequenas ilhas cobertas de arbustos enfeitavam a sua superfície, bem como grandes lajedos escuros que emergiam para quebrar o monótono branco das águas.


          Formador de civilização, o Cachoeira indicou aos pioneiros o caminho das terras férteis, serviu-lhes de guia e até de estrada. Ao seu redor, surgiram povoados. A primeira casa do então futuro arraial de Tabocas e as primeiras lavouras de subsistência surgiram nas suas margens. Mais tarde, grandes fazendas de pecuária com extensas e férteis pastagens foram sendo formadas em terras por ele generosamente banhadas. Do primeiro arraial de Tabocas, nascido às suas margens, resultou uma grande cidade, hoje embelezada pela sua paisagem de pontes e luzes.


          Mas o calmo Cachoeira vez por outra fez explodir o seu ímpeto selvagem em demonstrações de força e poder de destruição, desafiando os que habitam nas suas imediações. Num furor inesperado, já invadiu casas, lojas, ruas, carregando de roldão tudo o que encontrava. Já chegou a causar estragos enormes, já matou. Nas suas explosões de violência, quem ousava mergulhar no turbilhão de suas águas? Ficava preso nas garras dos seus “sumidouros”. Quando enfurecido, expandindo a sua força, qual o nadador que ousava desafiá-lo? Seria vencido irremediavelmente.


          A adversidade chegou um dia ao Cachoeira, quando as nuvens suspenderam a sua colaboração, chuvas deixaram de cair na sua cabeceira, o homem devastou as suas margens, areeiros mudaram-lhe o perfil, plantas aquáticas obstruíram o seu curso.


          Nessas tragédias, o rio ficou só, entregue à própria sorte. E hoje está ele aí, doente, moribundo, vendo os seus peixes morrendo, plantas aquáticas, as baronesas tirando-lhe a respiração, sufocando-o, dando-lhe uma morte lenta, penosa, sem que os homens a quem tanto serviu e serve dele se apiedem. As pedras que se escondiam em suas entranhas, agora estão expostas ao sol; suas águas já não correm livres para o mar, seu destino: estão paradas e lodosas, exalando miasmas. Rio amado, rio desprezado. As lavadeiras já não o procuram mais. Os antigos banhos de folguedo que foram a alegria da meninada acabaram; ele hoje é olhado como um doente contagioso.


          A tristeza do Cachoeira comove. E hoje, quando passo por ele e o vejo tão doente, tão triste e abandonado, sinto o mesmo confrangimento de quem vê um amigo em agonia. A sua companhia hoje são os bandos de garças alvas e tristonhas pousadas nos seus lajedos, parecendo fazer o seu velório, enquanto baronesas em profusão, qual coroas mortuárias, completam o quadro fúnebre.


(RETALHOS)



Helena Borborema

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A TERRA POSSUI 467 MILHÕES DE HECTARES DE FLORESTAS A MAIS DO QUE SE SUPUNHA

31 de maio de 2017
Luis Dufaur

Floresta de baobás em região considerada árida no Senegal


Descoberta que deixa o movimento ecologista (composto de eco-terroristas) sem face, e sem argumentos sólidos para suas campanhas demagógicas contra o desmatamento

Uma equipe internacional de pesquisadores revelou na prestigiosa revista “Science” que a superfície da Terra coberta por florestas é 10% mais extensa do que se supunha. A deficiente medição anterior não considerou as florestas das zonas áridas, distorcendo o cômputo global.

As florestas ocupam 4 bilhões de hectares ou 30% da superfície das terras acima do nível dos mares. Normalmente se imaginam luxuriantes florestas tropicais, rústicas florestas boreais ou penteados bosques de regiões temperadas.

Tinha-se passado por cima dos bosques existentes em zonas áridas — onde a evaporação é maior que a precipitação anual. Essas zonas representam algo superior a 40% da superfície continental e não estão desprovidas de florestas. Elas se encontram em contextos climáticos muito diversos no Sudão, na América do Sul, nas estepes da Europa Oriental e no sul da Sibéria, bem como no Canadá.

Uma trintena de cientistas de treze países analisou imagens de satélites fornecidas pelo Google Earth. Elas abarcavam mais de 210.000 parcelas de meio hectare repartidas pelo globo.

O principal autor do estudo, Jean-François Bastin, pesquisador associado à Universidade Livre de Bruxelas e consultor na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) explicou que agora sua equipe pode utilizar imagens de alta resolução com um grau de precisão inferior a um metro, do que resultou o cálculo de cerca de 1,1 bilhão de hectares de florestas de regiões áridas.

Essa é uma extensão comparável à das florestas úmidas tropicais, como a amazônica. Dois terços dessa enorme área estão recobertos de formações vegetais densas — florestas “fechadas” —, onde a frondescência cobre pelo menos 40% do solo. Essas florestas aparecem em todos os continentes, inclusive no oeste da América Latina, no leste do Brasil e no norte da Venezuela e da Colômbia, por exemplo.



Floresta de eucaliptos na região árida de Pilbara, Austrália ocidental

O cálculo mais exato acrescentou 467 milhões de hectares de florestas da Terra, elevando o total a mais de 4,3 bilhões de hectares.

A preocupação da confraria verde-vermelha era de afastar a ideia de um planeta mais verdejante do que parecia, pois isso poderia desmoralizar suas campanhas demagógicas contra o desmatamento.

Segundo a FAO, perto de 2 bilhões de pessoas vivem nesses territórios florestais até agora desconsiderados. Neles as árvores fornecem frutos e folhas para a alimentação dos homens e engorda dos animais, além de madeira para cozinhar e aquecer, como se dá com os bosques de acácias e eucaliptos na Austrália e de baobás na África.

Quando os cientistas sérios se aplicam ao seu trabalho, trazem dados sensatos. Mas a agitação verde-vermelha não gosta nada disso e não toma iniciativas para esclarecer o fundo da realidade.




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NÃO É POSSÍVEL ACABAR COM CRACOLÂNDIA EM SP, AFIRMA MÉDICO DRAUZIO VARELLA

Bruno Santos/Folhapress
Drauzio Varella em seu escritório, no centro de SP
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
31/05/2017 

 
"Todo mundo tem que se convencer de que não é possível acabar com a cracolândia. A cracolândia não é causa de nada, é consequência de uma ordem social que deixa à margem da sociedade uma massa de meninos e meninas nas periferias."

A afirmação é do médico oncologista Drauzio Varella, 74, colunista da Folha. Ele disse que teve seu nome envolvido inadvertidamente duas vezes nas recentes discussões sobre a cracolândia.

Nesta terça (30), Drauzio se disse surpreendido com a informação de que integraria um grupo de notáveis para ajudar as gestões tucanas de Geraldo Alckmin e João Doria no combate à dependência, como divulgou o Estado.

Na semana passada, foi citado pela prefeitura em ação judicial, sem consulta, como favorável à internação compulsória –a gestão disse ter anexado reportagens completas, e não frases isoladas.

O médico diz que a taxa de sucesso da medida é pequena e ele se inclui entre os que defendem a internação à força só "como último recurso, quando há risco de morte".

Em relação ao grupo de notáveis, o secretário estadual da Saúde, David Uip, disse ter feito o convite a Drauzio e que ele aceitou. "Infelizmente soube há pouco que ele desistiu. Lamento, mas respeito sua decisão", afirmou.

Folha - O governo do Estado anunciou seu nome como parte de um grupo que vai assessorar nos programas de combate ao uso de drogas. Como vai funcionar isso?
Drauzio Varella - Isso saiu de uma conversa com o David Uip [secretário estadual da Saúde], meu amigo há 30 anos. Ele me ligou dizendo que queria conversar sobre a cracolândia, a gente marcou um café e eu disse para ele as coisas que eu pensava.
Ele falou que estava pensando em chamar a mim, o Wagner Gattaz e o Anthony Wong [professores da USP] para aconselhar a equipe, dizer como deve ser encaminhado esse problema. Eu disse que lógico, estava à disposição. E a conversa ficou desse jeito. Hoje fui surpreendido com essa história de agora fazemos parte de um comitê para analisar política de combate de dependência química. Isso em nenhum momento foi conversado. Não tenho tempo nem formação técnica para uma tarefa dessa natureza.

É a segunda vez que o seu nome é usado inadvertidamente nessa questão da cracolândia. Semana passada, a gestão João Doria citou o sr. para justificar a internação compulsória. O que pensa sobre isso?
Estou vendo ações atabalhoadas. O que aconteceu ali na cracolândia foram medidas que pareciam não obedecer a nenhum planejamento detalhado, sem organização necessária, feita às pressas.

É possível acabar com a cracolândia?
Todo mundo tem que se convencer de que não é possível acabar com a cracolândia. A cracolândia não é causa de nada, é consequência de uma ordem social que deixa à margem da sociedade uma massa de meninos e meninas nas periferias nas cidades brasileiras, sem qualquer oportunidade. Pararam de estudar com 13, 14 anos, muitas vezes não têm orientação familiar e acabam indo por esse caminho. E a gente vem querendo acabar com a cracolândia. A gente tem que ir lá atrás, impedir que as coisas cheguem a esse ponto. Isso de, de repente, ter que fazer alguma coisa, pode ficar muito pior.

Os usuários se aglomeram agora na praça Princesa Isabel e em outros pontos do centro. O que deveria ser feito?
Não sei, ninguém sabe. A situação lá estava muito grave porque os traficantes estavam dominando o ambiente, impedindo que os usuários se aproximassem dos agentes de saúde. Esse tipo de situação não dá para aceitar. Parece que a Polícia Civil conseguiu prender traficantes, foi uma ação até que bem conduzida.
O que foi mal é o que veio depois disso. Para lidar com esse problema da cracolândia, primeiro é preciso ver quais os recursos que o Estado tem. Há pessoas que frequentam a cracolândia há muito tempo, dos projetos anteriores, que conseguem ser aceitos pela comunidade de fato. É um trabalho lento. O Estado também precisa se preparar muito bem para receber os usuários, ver quem precisa de cuidados médicos mais intensivos. Não tem solução imediata, não pode ter pressão política. Aí fica todo mundo paralisado com essa discussão de internação compulsória.

O que dizem as evidências científicas sobre internação compulsória? Qual é a taxa de sucesso?
É muito pequena. Estou entre os que sempre defenderam a internação compulsória como último recurso, quando há risco de morte. Você vê na cracolândia meninos e meninas magérrimos, encovados, em fase final de desnutrição. Não se pode largá-los morrendo nas ruas. Agora o que você faz? Entra lá com uma equipe médica e diz: 'você não está bem e vai para uma internação". Vai ser assim? A única forma de atingir essas pessoas é você atrai-los para os serviços de saúde e, para isso, têm que ter confiança de que serão ajudados, e que não vão ser punidos com internação.

Quais os pontos positivos e negativos do programa De Braços Abertos [de redução de danos, da gestão anterior], que foi extinto agora?
O programa teve méritos. Privilegiou esse contato, colocou à disposição dos usuários assistentes sociais. O que eu achei que não daria certo foi o fato de colocar os usuários naqueles hoteizinhos em volta da cracolândia. Usuário de crack, como de cocaína, não pode ver a droga. Não pode ver alguém sob o efeito da droga, não pode ver o lugar onde usava a droga. Isso é básico na dependência química.

Muitas pessoas querem se ver livres da cracolândia e apoiam a internação compulsória...
A sociedade tem uma visão míope desse tipo de problema. Você vai lá e limpa aquela sujeira e tira as pessoas de lá e parece que está resolvido o problema. Se fosse assim, seria a coisa mais fácil do mundo. O que estamos vendo? A cracolândia aumentar a cada ano. Cada intervenção sem planejamento se torna mais difícil. Tem algum sentido ter programa da prefeitura e do Estado? Tem que somar forças. O crack é um problema suprapartidário. Esses dois programas [Redenção, da prefeitura, e Recomeço, do Estado] vão trombar. E mesmo que concordem, para que dois?

O que a literatura científica mostra sobre a efetividade dos tratamentos da dependência?
No caso do crack, é tirar a pessoa fora do fluxo. Temos que nos conformar que a dependência química é uma doença crônica, recidivante, como o câncer. Temos que estar preparados para aceitar que uma pessoa que se afasta da droga meses, anos, pode recair.
O certo é se ter uma equipe que analise os resultados. A gente sabe que a estratégia de chegar lá com a polícia e jogar gás lacrimogêneo nas pessoas dá errado. É gastar dinheiro do Estado, não sai barato fazer uma coisa dessas. Mas a ignorância simplifica. Você acha que sabe resolver, e não é verdade. Os gestores não conhecem a complexidade da situação, mas se veem pressionados pela própria sociedade a fazerem alguma coisa.

Até pela urgência do crack, o país precisa rever sua política nacional de saúde mental?
Forçosamente. Saímos de um exagero, tudo se internava em hospital psiquiátrico, muitos deles depósitos de gente com transtornos, e caímos em outro, de fechar tudo, acabar com as vagas. Você caminha pelas ruas e vê esquizofrênicos em delírio, falando alto, sofrendo com alucinações. Se você trata, dá uns remedinhos, ele para de ter essas crises. Temos que ter equilíbrio para tratar dessas questões.