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domingo, 25 de dezembro de 2016

A HISTÓRIA DO NATAL - Eglê S Machado

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A História do Natal


E Deus sorriu lá do céu,
Pois veio ao mundo em seu Filho:
Chegou pobre, sem escarcéu,
Enchendo a terra de brilho!

Removeu o escuro véu,
Pôs setas marcando o trilho;
“Glória in Excelsis Deo”
Anjos cantaram em estribilho!

E chegou trazendo a paz,
Incrementando a bonança,
Tornando o homem capaz
De confiar na esperança!

Com amor que não se esvai,
Com perfeição sem igual
Compôs o Divino Pai
A poesia do Natal!

E da treva Deus fez luz
Que transfigura e extasia
Com a brandura de Jesus
E o sorriso de Maria!


Eglê S Machado
Academia Grapiúna de Letras-AGRAL
NATAL 2016



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ELEVADO NÍVEL DE APRENDIZAGEM - João de Paula

ANTES DE MORRER APRENDA ALGUMA COISA;
APRENDER COM O BOM EXEMPLO.



DEVEMOS APRENDER COM AS EXPERIÊNCIAS E AS BOAS DICAS E DOS CONHECIMENTOS DE QUEM TEM O QUE ENSINAR COM RESPALDO E SABEDORIA;
O BOM EXEMPLO É FUNDAMENTAL.

EU NUNCA GOSTEI MUITO DESSA AFIRMATIVA DE QUE DEVEMOS  “APRENDER COM OS ERROS”.

DEVEMOS APRENDER  COM OS BONS EXEMPLOS DE VIDA, AS BOAS LIÇÕES, AS BOAS DICAS, A CATEQUESE E AS ORIENTAÇÕES BÁSICAS DE SOBREVIVÊNCIA E DE QUEM VIVEU E TEM BOAS EXPERIÊNCIAS DA VIDA TAL COMO ELA É.

CADA UM DE NÓS, HOMENS E MULHERES, JOVENS E CRIANÇAS, DEVEMOS  APRENDER É COM O BOM EXEMPLO DE VIDA, COM O BOM CONSELHEIRO, A BOA AÇÃO,  A
SINCERIDADE,  A VERDADE, O AMOR, A BONDADE, O PROFESSOR E INSTRUTOR; APRENDER COM O NOSSO ORIENTADOR MAIOR.

APRENDER COM O BOM INSTRUTOR, O BOM ORIENTADOR, O BOM AMIGO, O BOM CONSELHEIRO; APRENDER COM A VOZ DE DEUS; A VOZ DA RAZÃO E DA SABEDORIA; 

APRENDER À LUZ DA VERDADE COM A ESPIRITUALIDADE.

QUERO APRENDER COM O LIVRO, COM A BÍBLIA SAGRADA, COM O HOMEM TRABALHADOR, O HOMEM HONESTO, ÍNTEGRO E REAL. APRENDER A MANTER O EQUILÍBRIO DAS COISAS BOAS E FICAR LONGE DAQUELAS COISAS QUE GERAM SOFRIMENTO.

QUERO APRENDER COM A VITÓRIA, COM O SUCESSO, COM A SABEDORIA QUE VEM DE DEUS.

O QUE  PODEMOS APRENDER COM O PREGUIÇOSO?
E COM O FALSO CONSELHEIRO? COM A PESSOA PESSIMISTA?
E COM O HOMEM ERRANTE QUE TEM A MALDADE INSTALADA EM SUA MENTE?
E COM O LADRÃO?
E COM O MÉDICO QUE OPERA SEM NECESSIDADE?

QUERO APRENDER COM A PERSISTÊNCIA, COM A INSISTÊNCIA DE UM CORAÇÃO CHEIO DE AMOR E GRATIDÃO; E NÃO DESISTIR DO QUE É BOM E BELO, EM BATER NA PORTA FECHADA ATÉ ELA SE ABRIR.

QUERO APRENDER SIM COM O AMOR À VIDA, COM A GRATIDÃO, COM O PARAÍSO TERRESTRE, COM A FAMÍLIA SAGRADA, COM AS BOAS AÇÕES E ATITUDES DOS HOMENS DE BEM, HOMENS LIVRES E DE BONS COSTUMES. APRENDER COM A HUMILDADE, A TOLERÂNCIA E O AMOR.

QUERO APRENDER A CADA DIA, TODO DIA, APRENDER ALGUMA COISA ÚTIL E NÃO OMITIR O BEM.  TODOS NÓS DEVEMOS APRENDER ALGUMA COISA PARA NOSSAS VIDAS COM AS MENSAGENS E ESCRITAS DE AMOR E PAZ, MENSAGENS EDIFICANTES  DE CAMINHO RETO, CAMINHO DE VERDADE E DE VIDA QUE SEGUE VIDA ETERNA, OU MAIS.

APRENDER COM A PRÁTICA DAS BOAS VIRTUDES E DAS BOAS MANEIRAS, COM A BONDADE E A CORTESIA. APRENDER COM O CORRETO, COM O HOMEM JUSTO, COM O SÁBIO, COM OS NOSSOS PAIS E OS NOSSOS BONS VIZINHOS.

PERSEVERANÇA É A ARTE DE APRENDER SIM, APRENDER O MELHOR, APRENDER A FAZER AFIRMAÇÕES POR UMA VIDA MAIS FELIZ. APRENDER A DIZER SIM E A DIZER NÃO NAS HORAS QUE MAIS PRECISAMOS.
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APRENDER A NÃO OMITIR O BEM, QUE GERA FELICIDADE, BEM QUE GERA AÇÃO POSITIVA, QUE TODOS ALMEJAMOS PARA VIVER EM PAZ, EM UNIÃO, EM REGOZIJO E EM SEGURANÇA.

APRENDER A SEGUIR AVANTE, A TER OS PÉS NO CHÃO E O OLHAR NO FUTURO.

APRENDER COM A VIDA! COM A COMUNHÃO DOS SANTOS.
APRENDER A VIVER FELIZ E GERANDO FELICIDADE, POR UM MUNDO MELHOR, UM MUNDO FRATERNAL CHEIO DO AMOR AMPLO DE DEUS PELA HUMANIDADE.

APRENDER A ESCREVER O QUE É RUIM NA AREIA DA PRAIA E O QUE É BOM NA ROCHA, NOS MUROS DE ELEVADOS NÍVEIS, PARA QUE SIRVA DE BOA LIÇÃO E BOA VISÃO.

DEVEMOS SER SIM ETERNOS APRENDIZES, PORQUE VIVER É UMA ARTE, ARTE DIVINA, ARTE QUE TEM SEUS ENCANTAMENTOS E UMA REALIDADE TAL COMO ELA É, COM VARIAS OPÇÕES E ALTERNATIVAS, COM  FLORES E ESPINHOS, NOITE E DIA, VIDA E MORTE, CHUVA E SOL.

DEVEMOS APRENDER SIM, EM  CADA AMANHECER,  MANIFESTAR NOSSA GRATIDÃO A DEUS POR ESTARMOS VIVOS E PODERMOS GOZAR DE PAZ, DE SAÚDE E DE PROSPERIDADE, LONGE DO CONFLITO, DA DOENÇA E DA POBREZA DE UM MUNDO INFERNAL.

SEJAMOS ETERNOS APRENDIZES E HUMILDEMENTE VAMOS COLHER  O MELHOR DA VIDA; PARA EDIFICARMOS VIDAS GLORIOSA E GOZOSA.

VAMOS APRENDER O QUE HÁ DE MELHOR PARA SERMOS BONS EXEMPLOS, REFERENCIAL DE TRIUNFO, ZELO, DEDICAÇÃO E GRATIDÃO. 
UMA VIDA DE HONRA E DE GLORIA, POR UM VIVER FELIZ, SEMPRE FELIZ COM OS NOSSOS AMADOS IRMÃOS E IRMÃS  DESTE ELEVADO NÍVEL DE APRENDIZAGEM.


João Batista de Paula
Escritor e Jornalista


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QUEM SOU EU! - Expedita Maciel

Quem sou eu!

Quem sou eu?
sou aquela que custou a entender que quando se aceita
o que a vida tem para nos oferecer sem revoltas
e lamúrias, tudo fica mais fácil e mais bonito,
a Vitória tem sabor gostoso de Triunfo,
os louros são mais verdes e dourados.

Quem sou eu?
Sou aquela que acorda depois de um sonho bom e
fica procurando cadê a realidade e, arregaça as mangas
e vai luta, que está na hora de trabalhar,
e com o coração cheio de amor e muita gratidão, vai com satisfação  trabalhar, depois do dia de trabalho, encerra mais um dia pensando: amanhã se Deus quiser voltarei,e penso triste em quem não tem emprego, ou não tem gratidão pelo seu ganha pão, penso que gosta mesmo é de ser um mamão, quer comer na mão, pois vai é chorar onde ninguém ver, é como chorar no deserto que até a lágrima é sufocada pela terra solta dos ventos do deserto,

A vida de quem não sonha
não produz ilusões, desejos de viver e ser melhor,
é uma vida  seca, é árida, pior que agreste ou pântano.

Quem sou eu?
sou aquela que leva uma topada ou pedrada apanho as pedras e edifico os meus castelos de sonhos que se misturam com realidade e torno a minha vida mais feliz fico mais cantante e cantando louvo e agradeço a  Deus, cantando te encontrei chorando te perdi mas não perdi a alegria, a Fé e a vontade de viver e vencer.

Eu sou aquela que tem Fé que Deus está sempre comigo
caminhando com Jesus Cristo, guiando meus passos para não ser atropelada e nem tropeçar na estrada da vida

Quem sou eu?
sou aquela que sempre com sorrisos nos lábios e
pronta para meu próximo servir;
Firmei os meus pés na Fé em Cristo Jesus,
Maria e José e se puder e Deus quiser nesta Fé eu viverei sempre, no coração com portas abertas por Jesus de Nazaré
e serei preenchida de Saúde, Paz e Amor e, que junto venha a prosperidade pois já na idade que estou preciso,
para viver com mais sabedoria e dedicar mais meu tempo livre a dizer que vale a pena viver se a vida e o coração não são pequenos.

Viva  Deus!
que me mostrou quem sou e a que vim.
E que se Deus é por mim quem será contra mim?



Expedita Maciel
Autora do livro VIM VI E VENCI


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REFLEXÕES SOBRE A MAGNA FESTIVIDADE DA CRISTANDADE

24 de dezembro de 2016
Revista Catolicismo

Nesta magna festividade da Cristandade, desejando a todos nossos leitores e colaboradores um Santo e Feliz Natal, oferecemos-lhes uma matéria com admiráveis considerações sobre a autêntica “Paz na Terra” — que, segundo Santo Agostinho, é a “tranquilidade na ordem” — que tanto almejamos e, a fim de alcançá-la, a indispensável “Glória a Deus no mais alto dos Céus” — que não pode ficar relegada a um segundo plano.
           
A glória de Deus no alto dos Céus, aspecto secundário do Natal?

“Admirável profundidade de toda palavra inspirada! Tão simples que até uma criança o pode compreender, o cântico dos Anjos de Belém — Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens de boa vontade (Lc. 2, 14) — encerra entretanto verdades das mais profundas”.

      Plinio Corrêa de Oliveira
Reprodução de Catolicismo, nº 156, Dezembro de 1963

Repousais, Senhor, em vosso misérrimo e augustíssimo presépio, sob os olhos da Virgem, vossa Mãe, que vertem sobre Vós os tesouros inauferíveis de seu respeito e de seu carinho. Jamais uma criatura adorou com tão profunda e respeitosa humildade o seu Deus. Nunca um coração materno amou mais ternamente seu filho. Reciprocamente, jamais Deus amou tanto uma mera criatura. E nunca filho amou tão plenamente, tão inteiramente, tão superabundantemente sua mãe.
Toda a realidade desse sublime diálogo de almas pode conter-se nestas palavras que indicam aqui todo um oceano de felicidade, e que em ocasião bem diversa haveríeis de dizer um dia do alto da Cruz: “Mãe, eis aí teu filho. Filho, eis aí tua Mãe” (cfr. Jo. 19, 26). E, considerando a perfeição deste recíproco amor, entre Vós e vossa Mãe, sentimos o cântico angélico que se levanta das profundezas de toda alma cristã: “Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens de boa vontade” (Luc. 2, 14).

Fala-se mais de paz do que da glória de Deus

Adoração dos Reis Magos (detalhe) – Georges Lallemand, 1624. Hermitage, São Petersburgo
“Paz na Terra aos homens de boa vontade”: o jogo complicado, mas célere das associações de imagens me faz sentir imediatamente que em numerosas ocasiões no ano que finda ouvi falar de paz, e de homens de boa vontade. Curioso… dou-me conta de que ouvi falar menos, e até muito menos, da glória de Deus no mais alto dos Céus. A bem dizer, disto quase não ouvi falar. Nem mesmo implicitamente; pois implicitamente se fala da glória de Deus quando se afirmam os soberanos direitos d’Ele sobre toda a criação, e, por amor a Ele, se reivindica o cumprimento de sua Lei por parte dos indivíduos, famílias, grupos profissionais, classes sociais, regiões, nações, e toda a sociedade internacional.

Por que este silêncio? — Pergunto-me. Por que os homens querem tanto a paz? Por que tantos homens se ufanam de ter boa vontade? E por que tão poucos são os que se preocupam com a glória de Deus, e se blasonam de por ela agir e lutar?

A paz dos homens vale mais que a glória de Deus?

Em outros termos, o fato essencial do vosso Santo Natal, Senhor, seria só a paz na Terra para os homens de boa vontade? E a glória de Deus no mais alto dos Céus seria como que um aspecto colateral, longínquo, confuso e insípido para os homens, do grande evento de Belém?
Em outros termos ainda, a paz dos homens vale mais que a glória de Deus? A Terra vale mais que o Céu? O homem vale então mais do que Deus? E a paz na Terra pode ser obtida, conservada e até incrementada sem que com isto nada tenha a ver a glória de Deus?
Por fim, o que é um homem de boa vontade? É o que só quer a paz na Terra, indiferente à glória de Deus no Céu?
Todas estas questões convidam a uma detida análise do cântico angélico.

Meditar no Santo Natal de modo transcendente

Admirável profundidade de toda palavra inspirada! Tão simples que até uma criança o pode compreender, o cântico dos Anjos de Belém encerra entretanto verdades das mais profundas.

Como é proveitoso, pois, nutrir o espírito com essas palavras, para participar devidamente das festas do Santo Natal!

Ajudai-nos, Mãe Santíssima, Sede da Sabedoria, com vossas preces, para que, iluminados pelas claridades que de Jesus dimanam, possamos entender o cântico angélico que é o mais perfeito e autorizado comentário do Natal.

“Se só Deus é bom, a boa vontade autêntica é a que se volta toda para Deus, e ama o próximo, não pelo mero amor do próximo, mas pelo amor de Deus”
 “Boa vontade” em relação a quem?

“Homem de boa vontade”: o que representa isto aos olhos de tantos e tantos de nossos contemporâneos?

Para o sabermos, basta indagar: boa vontade para com quem? A resposta salta impetuosa e impaciente, como sói acontecer quando a pergunta tem algo de ocioso por inquirir o que é quase evidente. Ora bolas, dirão muitos de nossos coetâneos, boa vontade para com o próximo. Aquele que, ateu ou sequaz de uma religião, seja ela qual for, adepto da propriedade privada, do socialismo ou do comunismo, quer que todos os homens vivam alegres, na fartura, sem doenças, sem lutas, sem riscos, aproveitando o mais possível esta vida, este é um homem de boa vontade.

Visto nesta perspectiva, o homem de boa vontade é um artífice da paz. Diz o ditado que “em casa onde falta o pão, todos brigam e ninguém tem razão”. Logo, onde há pão todos têm razão e há paz. Onde há pão, teto, remédios, segurança, com maior razão há necessariamente a paz.

Paz terrena libertada de implicações religiosas?

E a glória de Deus? Para o “homem de boa vontade” assim concebido, é ela um elemento supérfluo no que se refere à paz na Terra. Pois é da adequada ordenação da economia que decorre a boa ordem na vida social e política, e portanto a paz.

“Supérfluo” é dizer pouco, a respeito da glória de Deus no Céu, considerada em função da paz na Terra. Como alguns homens creem em Deus, e outros não creem, e como entre os que creem há diversidade no modo de entender Deus, este último pode atuar como perigoso fautor de divisões, discussões e polêmicas. Deus é um senhor por demais comprometido há milhares de anos em polêmicas, para que dele se fale a toda hora. Para ter paz na Terra é melhor não estar falando a todo momento sobre Deus e sua glória no Céu.

E depois… o Céu é tão vago, tão longínquo, tão incerto! Que dele falassem os Anjos, vá lá, pois lá moram. Mas nós homens, cuidemos da Terra.

Unir a glória celeste à paz terrestre é para o “homem de boa vontade” algo de tão incorreto, supérfluo e pejado de fatores de luta como é, por exemplo, imprudente unir a Igreja ao Estado. A Igreja livre do Estado e o Estado livre da Igreja, eis um anelo bem típico do “homem de boa vontade”. A paz terrena libertada de implicações religiosas, e Deus no seu Céu e sua glória, sorrindo de braços cruzados para a Terra em paz, a uma tal distância da Terra que lá não chegue nem sequer o Lunik, eis o ideal do “homem de boa vontade”.

Sem que os homens deem glória a Deus, não há paz no mundo

Adoração dos Reis Magos (detalhe) – Wouter Pietersz Crabeth II. Museum het Catharina Gasthuis Gouda, Paises Baixos
Estas são as considerações do “homem de boa vontade” entre aspas, cujo coração está longe do Céu, e cujo olhar só se detém sobre a Terra.

Contudo, quanto divergem elas do sentido próprio e natural do cântico angélico!

Realmente, se o Natal dá glória a Deus no mais alto dos Céus e simultaneamente é a fonte da paz na Terra para os homens de boa vontade — foi o que os Anjos proclamaram em seu cântico — não se pode dissociar uma coisa da outra. Sem que os homens deem glória a Deus, não há paz no mundo. E a guerra, enquanto considerada no agressor culpado, é incompatível com a glória de Deus.

Vós, Senhor Jesus, Deus humanado, sois entre os homens o Príncipe da Paz. Sem Vós a paz é uma mentira e, afinal, tudo se converte em guerra.

E é porque os homens não compreendem isto, que procuram de todos os modos a paz, mas a paz não habita no meio deles.

A “boa vontade” inautêntica e agnóstica

O que é então o homem de boa vontade, se não é o homem que ama o próximo? Será porventura o que odeia seu próximo?

Ao fariseu, que Vos chamou de bom Mestre, perguntastes: por que Me chamais de bom, se só Deus é bom? (cfr. Luc. 18, 19 ).

Se só Deus é bom, a boa vontade autêntica é a que se volta toda para Deus, e ama o próximo, não pelo mero amor do próximo, mas pelo amor de Deus. O homem é tal, que não pode amar o próximo pelo próximo. Ou o ama por amor de si mesmo, e isto é egoísmo. Ou o ama por Deus, e isto sim é amor verdadeiro.

Em consequência, a “boa vontade” agnóstica e a paz terrena que ela tende a instaurar, nem são boa vontade autêntica, nem paz verdadeira.

E o falso “homem de boa vontade” é em última análise um semeador de guerras e um artífice de ruínas.

Paz é a mera abstração de controvérsias?

Mas, dirá alguém, como pode ser Jesus o fundamento da paz, se ninguém como Ele tem suscitado tanto ódio? O populacho, cumulado por Ele de favores espirituais e materiais de toda ordem, preferiu Barrabás, um bandido. Isto não é ódio? Os Imperadores contra Ele moveram perseguições atrozes. Os arianos contra Ele mobilizaram todas as potências da Terra. Depois vieram os maometanos. E depois, e depois, todos os grandes vagalhões da História, até o nazismo e o comunismo. Aliás, acrescentaria talvez alguém, Simeão bem exprimiu essa verdade, profetizando que Ele seria ao longo da História uma pedra de escândalo, um sinal de contradição para a morte e ressurreição de muitos (cfr. Luc. 2, 34). Ele próprio disse de Si que trazia à Terra o gládio (cfr. Mat. 10, 34). Por melhor que tudo isto seja — poderia argumentar um “homem de boa vontade” entre aspas —, a verdadeira paz, isto é, uma plena e completa desmobilização dos espíritos, uma inteira cessação não só de todas as guerras como de todas as polêmicas, não é possível com Jesus Cristo. A paz só é autêntica quando abstrai de todas as controvérsias, inclusive aquelas a que Jesus Cristo — sem culpa própria, concede o “homem de boa vontade” — dá ocasião.

A verdadeira paz não exclui a luta do bem contra o mal
 Adoração dos pastores (detalhe) – Giorgione, séc. XVI. Samuel H. Kress Collection, National Gallery of Art, Washington

Sim, diria um homem de boa vontade autêntico, isto é, um homem que com todas as veras de sua alma ama a Deus.

Neste caso, é por burla que a Escritura chama Jesus Cristo Príncipe da Paz (cfr. Is. 9, 6), e a Igreja, fazendo eco ao Batista (cfr. Jo. 1, 29 e 36), O apresenta como um manso Cordeiro a quem os homens devem pedir o dom da paz: “Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, dona nobis pacem” (Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo — Jo, 1, 29).

Ou é por que a verdadeira paz não exclui a luta do bem contra o mal, a polêmica entre a luz e as trevas, o perpétuo esmagar da cabeça da Serpente pela Virgem sem mancha, a hostilidade entre a raça oriunda da Virgem e a raça da Serpente? A paz é a ordem de Cristo no Reino de Cristo. Ela tem, pois, como condição a luta dos sequazes de Cristo contra os inimigos de Cristo. A paz de Cristo não se identifica de modo nenhum com a falsa paz, sem lutas nem polêmicas, do pretenso “homem de boa vontade”. 


Três grandes lições, ó Deus-Menino, recolhemos do vosso Santo Natal. Ficamos sabendo que não há paz na Terra sem Vós. Que homem de boa vontade autêntico não é quem ama o homem pelo homem, mas quem o ama por amor de Vós. E que vossa Paz inclui a cessação de todas as lutas exceto a vossa incessante e gloriosa guerra contra o demônio e seus aliados, isto é, o mundo e a carne.

Virgem Maria, Medianeira de todas as graças, debruçada em adoração sobre o Deus-Menino, obtende-nos uma plena compenetração de todas estas verdades.

E permiti que nas perspectivas que elas desvendam, cantemos convosco e com todas as criaturas celestes e terrenas das quais sois Rainha:

“Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens de boa vontade”.

Adoração dos Reis Magos – Giuseppe Chiari, séc. XVIII. Santa Maria del Suffragio, Roma


http://www.abim.inf.br/reflexoes-sobre-a-magna-festividade-da-cristandade/#.WF_L5VMrLIU

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