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quinta-feira, 21 de junho de 2018

CARTA AOS MEUS FILHOS... – Zoraide Espinoza


Quando eu for velha, não serei uma velha comum, daquelas que tricotam sapatinhos para os netos, não porque eu não ache isso bacana, é porque nunca tive paciência para o artesanato, aliás, sou um desastre nessa arte, rsrs.

Quando eu for velha, não quero que se preocupem em me visitar todos os domingos, somente para cumprir uma obrigação. Façam isso quando sintam realmente vontade de me ver, quando sintam saudades daquele cheirinho que só a "sua" mãe tem, quando sintam saudades do meu tempero, ou da forma que meus olhos olham para vocês, com orgulho, com amor e ternura.

Quando eu for velha, não quero que me levem feito um pacotinho de uma casa pra outra. Quero ficar no meu canto, "quero ficar na minha", vocês sabem o quanto eu valorizo a liberdade, não só a minha, mas sobretudo dos outros.

Quando eu ficar velha, quero que vocês me olhem e sintam orgulho de todas as minhas tentativas de viver a vida conforme os meus princípios, conforme a minha vontade. Não quero que pensem que fui egoísta, que alguma vez falhei com vocês, ou que eu amei de menos ou amei de mais. Eu simplesmente optei: eu quero ser mãe, eu quero gerar esse filho, essa filha, porque sei que eles serão pessoas especiais e que poderão fazer a diferença em suas vidas e nas dos demais e eu os amo muito!!!

Quando eu for velha, permitam-me ficar com meus netos e mimá-los do meu jeito, não critiquem se eu exagerar nos carinhos, nos presentes e se eu discordar com algum castigo mais pesado pra eles.

Quando eu for velha, não sintam pena de mim quando estiver debilitada, olhem para mim e digam: minha mãe é forte, ela vai vencer mais essa!! E não duvidem, eu vou vencer!!

E por fim:

Meus queridos filhos, não se sintam responsáveis por mim, eu lhes tiro essa obrigação. Eu os solto, os libero. Vivam suas vidas, trilhem seus caminhos, amem seus amores, formem-se, trabalhem, tenham êxito, criem seus filhos (se quiserem tê-los). Sejam corajosos, sonhem muito, sonhem alto! Sejam gentis, retribuam sorrisos, compartilhem bons momentos, cuidem de seus corpos, mas especialmente de suas almas. Jamais duvidem da existência de um Ser Superior. Não se prendam a dogmas, não julguem nada, não condenem ninguém, não acreditem em tudo o que lhes disserem, procurem vocês as respostas. Usem o poder que há dentro de vocês. Lembrem-se sempre disso: Vocês podem tudo! O impossível não existe, mas é preciso crer piamente nisso! 

PS. Acreditem em vocês! Sempre!! Sejam muitooo felizes!!

De: Sua sempre mãe



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“DIREITOS” DE RIOS E BICHOS (II) – Marcos Machado


21 de junho de 2018
Deus, o homem e o uso dos seres irracionais

♦  Marcos Machado

Iniciamos, no último artigo, considerações sobre um tema tantas vezes focalizado de modo equivocado na mídia e em meios culturais influenciados pela esquerda petista e não petista: os “direitos” de seres irracionais.

Citamos o artigo de “O Globo” (1º-6-18), de Marlen Couto: “Um rio pode entrar na Justiça para defender-se da poluição? […] a Justiça Federal de Belo Horizonte analisa se aceita ou não uma ação movida em novembro pela ONG Pachamama em que o próprio Rio Doce pede seu reconhecimento. […] a mudança de tratamento na lei, na avaliação de seus defensores, amplia a proteção ambiental ao aproximar direitos de rios e animais, por exemplo, aos garantidos aos humanos”.

Vimos que Deus, autor da Criação, criou o Homem à Sua Imagem e Semelhança (inteligência, vontade) e o constituiu Rei de todos os seres: “Crescei e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a, e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu, e sobre todos os animais, que se movem sobre a terra”(Gen. I, 28).

Em consequência, os seres irracionais ficam submetidos ao homem, que guiado pela Lei Natural e, mais ainda, pela Moral Católica, fará o reto uso das leis da natureza em relação aos seres não inteligentes.

Queremos hoje tratar de mais um aspecto da questão.

A lei do pêndulo na História

Há uma lei histórica, que poderíamos denomina-la “lei do pêndulo”, a qual nos mostra que um extremo de intemperança provoca um cansaço na opinião pública e prepara com isso o ambiente para que ela aceite uma intemperança oposta.

Deu-se isso, por exemplo, nos extremos de sangueira provocados pelo comunismo e pelo nazismo na Segunda Guerra mundial, os quais criaram as condições psicológicas ou a apetência de um pacifismo desenfreado no pós- guerra.

A formulação corrente de que um extremo atrai outro extremo é fundamentalmente errada. Um auge de virtude nunca gera um auge de mal. Mas um extremo intemperante atrai outro extremo intemperante.

Assim, Nosso Senhor Jesus Cristo pregando e ensinando o extremo do verdadeiro, do bom e do belo, jamais foi causa do extremo oposto, ou seja, do errado, do mau ou do feio.

O mesmo se passa na sociedade humana: o reto progresso — que é fundamentalmente afim com a Tradição — prepara para novos progressos. Nunca um reto progresso cria condições para a barbárie.

A “lei do pêndulo” nos mostra, pelo contrário, que um extremo desordenado causa um cansaço e prepara a opinião pública para o extremo oposto.

O terreno fértil para o proselitismo ecológico vem exatamente de um progresso sem tradição que norteou a chamada Revolução Industrial, com seus excessos, sua poluição etc., Um abismo atrai outro abismo, diz a Sagrada Escritura.

O homem deve completar a excelência da Criação

Comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “É desígnio da Providência que, agindo segundo essa ordem [criada por Deus], a humanidade complete de algum modo, com a obra de suas mãos, a excelência da criação. Quando a técnica se deixa guiar inteiramente pela doutrina da Igreja, ela concorre para produzir o verdadeiro progresso, muito diverso do imenso caos a que nos conduziu o tecnicismo neopagão.”

Essa observação do Prof. Plinio é muito oportuna, porque a ecologia coloca uma “camisa de força” na criatividade do homem e paralisa nossos esforços na linha do reto progresso, da excelência da criação. “As obras do homem são netas de Deus”, afirmou Dante Alighieri. Deus quer que o homem aperfeiçoe a natureza.

Assim procedeu, por exemplo, o Aleijadinho, tomando a pedra sabão e fazendo com ela a verdadeira maravilha que são os Profetas em Congonhas do Campo [foto ao lado: estátua do Profeta Daniel].

O mesmo se diria do Cristo Redentor no Corcovado. O homem intuiu que uma imagem do Salvador ficava bem ali, e então corou aquela natureza, completando-a com um “possível de Deus” — ou seja, com algo que Deus poderia ter feito, mas quis deixar para o homem fazer.

Prossegue o Prof. Plinio:

“Não é verdade que o universo seja um caos: ele é, pelo contrário, uma obra ordenada e excelente de Deus; em consequência, o progresso técnico em si mesmo não pode senão trazer benefícios para a humanidade.”

Voltando à raiz do problema e apontando a solução, ele continua:

Se, in concreto [o progresso técnico], não os trouxe, e até concorreu para agravar imensamente os problemas humanos, deve-se atribuir isto ao fato de que o progresso contemporâneo, sob muitos e muitos aspectos, não é mais um progresso autêntico: ele se deixou inspirar e guiar por doutrinas falsas, e assim passou a ser, não in totum, mas de várias maneiras, um fator de deformação do homem e de agravamento de seus problemas”.

Portanto, corrijamos o desvio no homem e não caiamos no erro crasso (dos ecologistas) de atribuir “direitos” a seres irracionais.

“Este dramático desvio do progresso foi possível porque existe na humanidade um fator de desordem, causado pelo pecado original e pelos pecados atuais. Este fator, pelo qual, como vimos, tantas vezes o progresso se deixou dominar e corromper, não é obra de Deus, mas do homem”.

Terminamos com uma nota de esperança

“O remédio para este mal consiste em [voltar-se para] Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador nosso. Se o homem não tivesse se afastado d’Ele, o progresso não teria sofrido tão trágico desvio. Se o homem se voltar para o seu Divino Salvador, o progresso se desenvencilhará de suas deturpações e produzirá os frutos mais excelentes.”1

Fica, pois, apontada a verdadeira solução: voltarmo-nos para o “Divino Salvador, e o progresso se desenvencilhará de suas deturpações e produzirá os frutos mais excelentes”.

         Para isso nos ajudem Nossa Senhora Aparecida e o Cristo Redentor.
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“Catolicismo” Nº 91 – Julho/1958.  http://catolicismo.com.br/acervo/num/0091/P04-05.html



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21 DE JUNHO DIA DE MACHADO DE ASSIS


Perfil do Acadêmico

Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis), jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. É o fundador da cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. Velho amigo e admirador de José de Alencar, que morrera cerca de vinte anos antes da fundação da ABL, era natural que Machado escolhesse o nome do autor de O Guarani para seu patrono. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.
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Discurso de Inauguração da Academia (20/07/1897)

DISCURSO DE MACHADO DE ASSIS

Pronunciado na sessão inaugural da Academia Brasileira de Letras em 20 de julho de 1897, ao empossar-se Presidente.


SENHORES,


Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora, que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.

Não é preciso definir esta instituição. Iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloqüência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles os transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta a sessão.



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